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Objetivo da análise: Através do roteiro apresentado no filme “As Bruxas de Salem”, que foi baseado em
fatos ocorridos em Salem, Massachusetts, em que um grupo de meninas é “diagnosticado” com uma
possessão demoníaca e acusam várias pessoas de atos de bruxaria, um estudo sobre a origem da
criminologia moderna, que se subdivide em pré-científica e científica, abordando uma das teorias pré-
científicas, a demonologia, conhecida como pseudociência ou ciência oculta, que buscou desvendar o mal
mediante a existência do demônio e apresentava duas hipóteses para explicar o crime: a possessão e a
tentação. Através dessa análise torna-se possível mensurar a excessiva influência das crenças religiosas nos
processos criminais ocorridos no século XVII e sua trágica repercussão na sociedade da época.
Conclusão: Diante da narrativa do filme e das informações colhidas sobre a real história do ocorrido em
Salem, torna-se evidente que o filme retrata com precisão uma sociedade regida por fortes ideais religiosos,
puritanos, ortodoxos, não havendo possibilidade de aceitação de nenhum comportamento “desviado” do que
era preconizado pela religião, sendo estes vistos como obra do diabo.
Diante de uma exacerbada tensão social, política, econômica e religiosa naquele vilarejo, qualquer
acontecimento fora do padrão aceito pelos religiosos e líderes da região, que se concretizou através dos
comportamentos delirantes das meninas, se tornaria um estopim para a histeria em massa e o início de uma
perseguição, inicialmente, de pessoas marginalizadas por aquela sociedade altamente religiosa e depois por
qualquer um que fosse acusado através de provas espectrais.
Em pouco mais de 1 ano mais de 200 pessoas foram acusadas, 29 foram condenadas, 19 enforcadas,
diversas morrerem na prisão até que fosse proibido a condenação através do uso de provas espectrais,
porém essa proibição chegou tarde para muitas famílias.
Após todas as atrocidades ocorridas em Salem e diante do número crescente de pessoas que se
diziam inocentes, as condenações por meio de provas espectrais foram proibidas, diminuindo absurdamente
a quantidade de culpados. Quatro anos após os julgamentos serem suspensos, em 1697 o governador
instituiu um dia de jejum pela tragédia ocorrida e um dos juízes que participou dos processos assumiu que o
julgamento havia sido um erro.
Em 1702 a Corte anulou e declarou todas as condenações que ali ocorreram como ilegais, dez anos
depois foi criada uma lei para restaurar o nome das famílias que foram atingidas pelos julgamentos e
indenizar os herdeiros dos acusados.
Mais de 200 anos se passaram até que o governo de Massachusetts se desculpasse formalmente pelo
episódio trágico que destruiu a vida de dezenas de pessoas e, apenas em 2001, 309 anos após o ocorrido, os
últimos 11 condenados nos julgamentos em Salem foram completamente exonerados de qualquer crime.