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Noções gerais para organização de

Seminários

Jurandir Malerba
Introdução
• “Seminário”: termo polissêmico
– designa diferentes propostas de ensino em
pequenos grupos
• Noções e práticas equivocadas
Histórico
• Seminário - origina-se do latim seminariu,
que significa viveiro de plantas onde se
fazem sementeiras.
• “método ativo”
• retrospectiva histórica: a estratégia de
ensino denominada “seminário” nasceu na
Alemanha, no interior da universidade, em
fins do século XVII, tendo se consolidado
no século XIX.
Características Fundamentais
• colaboração entre o professor e os alunos
e entre os alunos
• mínimo de conhecimento sobre os temas
que serão examinados
• Maturidade: seminário é mais indicado
para alunos senior (últimos semestres do
curso de graduação ou na pós-graduação)
• presença ativa do aluno
• a criação de um espaço para discussão
Etapas de produção
• três etapas: preparação, apresentação e
avaliação
• Na preparação:
– Professor: sugere assuntos e temas, recomendar
bibliografia, orientar os alunos, preparar o
cronograma e prever o arranjo físico do local de
realização dos seminários.
– Aluno: escolhe o assunto/tema, levanta, seleciona e
analisa bibliografia, estuda o tema, elabora o texto
básico e as questões para discussão, providencia
materiais e recursos de ensino necessários à
realização do Seminário e preparar-se para a
apresentação e para o debate.
• Na apresentação> professor direciona
o processo. As atividades básicas do
aluno responsável pela apresentação do
tema envolvem:
1. apresentação do trabalho por escrito (texto
básico);
2. exposição do tema com objetividade e
segurança;
3. formulação de questões críticas para
discussão;
4. coordenação do debate e esclarecimento
de dúvidas.
• Na etapa de avaliação, os debatedores
expressam sua opinião e o professor faz a
apreciação final sobre o trabalho
realizado, recomendando-se que o texto
básico seja revisto a partir das discussões
desencadeadas ao longo do Seminário.
• Para o sucesso do seminário:
– importante garantir a preparação do grupo
para discussão
– Importante: o texto-base do Seminário de ser
entregue com antecedência para o grupo.
• Alternativa: escalar um ou mais
debatedores que recebam o texto com
antecedência. Estes garantiram a dinâmica
do debate.
DICAS PRÁTICAS PARA
PEREPARAR UM SEMINÁRIO
• O que é um seminário?
– Dinâmica de estudo em grupo a partir da
proposição e da discussão de um tema;
– O estudo envolve apresentadores e
audiência;
– Requer preparo prévio – coleta de material
bibliográfico acerca do tema, leitura, redação
e metodologia de apresentação oral.
• Qual a finalidade de um seminário?
– Aprofundar um tema;
– Propiciar o debate;
– Socializar o conhecimento;
– Despertar o interesse;
– Estimular a participação;
– Tornar o estudo aprazível.
• Como organizar um seminário?
– Eleição do coordenador (dirigir trabalhos) e secretário
(garantir participação);
– Participação e comprometimento dos membros do
grupo;
– Definição do tema e criação de uma estrutura de
tópicos;
– Elaboração de um roteiro de trabalho;
– Adequação da abordagem ao tempo e ao público;
– Distribuição das tarefas entre os membros do grupo;
– Estipulação de prazo para o cumprimento das etapas
do roteiro de trabalho;
– Disposição dos recursos necessários;
– Reunião de finalização e ensaio;
– Apresentação do seminário.
• Quais as etapas de um seminário?
– Distribuição do plano à audiência (visão geral do
seminário - apresentação dos tópicos, dos
palestrantes e instituições)
– Abertura do seminário com a apresentação do grupo
e do tema (coordenador)
• Introdução
• Desenvolvimento
• Conclusão
• Discussão
• Qual a forma da apresentação?
– Domínio do tema e do tópico (visão geral e do
detalhe);
– Fala fluente e espontânea – sem leitura do texto ou
exposição decorada;
– Durante a fala, voz alta com pronúncia clara das
palavras;
– Exposição do assunto dentro de uma seqüência
lógica;
– Priorização dos aspectos essências nos 5 minutos
iniciais;
– Preparo do encadeamento para o próximo tópico;
– Controle sobre a postura corporal;
– Prevenir situações que desviam a atenção do público;
– Uso correto do tempo pré-estabelecido (média de 15
a 20 minutos).
• Qual é a postura ideal do palestrante?
– Colocar-se de pé;
– Variar o tom de voz;
– Optar por frases curtas;
– Deixar as mãos livres para que os gestos apareçam;
– Olhar para o público não apenas para uma pessoa
da platéia;
– Deslocar-se lentamente dentro do espaço da
apresentação;
– Ficar de frente para platéia – jamais de costas;
– Inclinar o queixo em 90º para facilitar a fala;
– Usar o vestuário correto;
– Evitar a gíria e as situações cômicas;
– Esboçar semblante que revele confiança e simpatia;
• Como o corpo se expressa – de forma negativa?
– Mãos nos bolsos: preciso me proteger;
– Mãos nos cabelos: tenho a intenção de seduzir ou preciso puxar
as idéias;
– Rosto inclinado: estou com baixa estima e pouco preparado;
– Braços cruzados: estou sendo ameaçado;
– Pisar forte: estou inseguro;
– Sobrancelhas franzidas: estou preocupado e com dificuldades;
– Sorriso eterno: estou tentando enganar;
– Tosse fingida: preciso cair fora;
– Mão ajustando o colarinho: tenho dificuldade em lidar com a
pressão;
– Gestos rápidos e mãos trêmulas: estou nervoso;
– Olhos fixos em uma pessoa: você é o meu predileto;
– Mão fechada atrás das costas: estou com raiva;
– Bater os dedos sobre a mesa: estou sem paciência;
– Bater os pés ritmicamente: estou irritado;
– Morder a boca: vou partir para agressão;
– Dar as costas à platéia: tenho desprezo por todos.
• Como o corpo se expressa – de forma
positiva?
– Sorriso autêntico, confiante e oportuno: estou de
bem com a vida;
– Calma frente a situações inesperadas: sou tolerante;
– Rosto erguido: estou confiante e acredito na minha
capacidade;
– Palmas das mãos expostas: estou sendo sincero e
não tenho nada a esconder;
– Pontas dos dedos unidas e mãos espalmadas: estou
comprometido com averdade;
– Olhar distribuído na platéia: tenho respeito e
consideração por todos.
• Como desenvolver uma boa oratória?
• - Praticando, praticando e praticando.
• Como apresentar um conteúdo?
– Apoiar-se 80% na fala e 20% no material
áudio visual;
– Reconhecer os slides de apresentação como
recuso e não finalidade;
– Expressar as idéias de forma clara e objetiva;
– Conceituar os termos chaves que compõem
a idéia;
– Exemplificar sempre que possível;
– Usar mais a imagem do que o texto;
– Utilizar linguagem clara e simplificada;
• Como apresentar um conteúdo?
– Racionalizar o uso dos elementos visuais – evitar a
poluição visual;
– Combinar cor do fundo e dos elementos gráficos, e;
– Dimensionar o tamanho da fonte em função da
distância do observador.
– Cuidar da ortografia;
– Editar a fonte no tamanho mínimo de 20;
– Usar no máximo dois tipos de fonte;
– Empregar o vocabulário adequado;
– Distribuir o tamanho da letra conforme a importância
do conteúdo;
• Como apresentar um conteúdo?
– Cuidar da estética e da funcionalidade dos
elementos gráficos;
– Comunicar-se com a linguagem das cores;
– Harmonizar a cor da letra com a cor do fundo;
– Comedir-se nos efeitos especiais;
– Evitar o uso de fotos como pano de fundo;
– Testar a legibilidade dos textos – cobrindo a metade
inferior da frase;
– Ensaiar antes de apresentar;
– Calcular no máximo um slide por minuto de
apresentação;
– Gravar a apresentação em pen – drive e em CD;
– Tentar abrir o arquivo depois de gravado.
Bibliografia básica
• Aquino, Italo Souza. Como falar em encontros científicos.
João Pessoa: Ed. Universitária, 2007, 106p
• ABREU, M. C. T. A.; MASETTO, M. T. (1985). O professor
universitário em aula: prática e princípios teóricos. São
Paulo, Cortez.
• ARBOUSSE-BASTIDE, P. (1963). La méthode des cas et
la formation au commandement. Paris, Dunod.
• BALCELLS, J. P.; MARTIN, J. I. F. (1985). Os métodos no
ensino universitário. Lisboa. Livros Horizonte.
• BARNES, R. (1995). Seja um ótimo aluno – guia prático
para um estudo universitário eficiente. Campinas / SP.,
Papirus.
• BERLO, David K. O Processo da comunicação.
Introdução à teoria e à prática. Trad. De Jorge Arnaldo
Fontes, S.P.: Martins Fontes,1997.
• BROWN, G.; ATKINS, M.. Effective Teaching in Higher Education. Grã-
Bretanha, Routledge, 1991.
• CHRISTENSEN, C. R.. Teaching and the Case Method. Boston, Harvard
Business School., 1987.
• MARCUSCHI, Luiz Antônio. Análise da conversação. 3ª ed., S.P: Ed. Ática,
1997.
• MOREIRA, Marco Antônio. Ação Docente na Universidade: textos relativos
a componentes básicos do ensino. P.A: Ed. Da Universidade, UFRS,
Brasília, MEC SESu PROED,1983.
• SCHMITZ, Egídio Francisco. Didática Moderna - Fundamentos. R.J.: LTC -
Livros técnicos e Científicos. Ed. S.A 1983.
• SEVERINO, A.J. Metodologia do trabalho científico. 21.ed. São Paulo:
Cortez, 2000.
• STEWART, Daniel K. A Psicologia da Comunicação. Trad. Luiz Corção.
S.P., 1972.
• VEIGA, I.P.A. (org.). Técnicas de ensino: por que não? Campinas:
Papirus, 1991.

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