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TRABALHO EM GRUPO – TG
Profa. SUELI APARECIDA ACTUM
ALUNO:
POLO: IPIRANGA
2016
1
Proposta:
Morro Vermelho. Lasar Segall, 1926. Óleo sobre tela: 115 X 95.
Disponível em: < http://www.wikiart.org/en/lasar-segall/morro-vermelho-
1926?utm_source=returned&utm_medium=referral&utm_campaign=referral > Acesso em: 11 mar.
2016.
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Resolução:
Partindo deste fato, identifica-se as crianças como o menino Jesus e João Batista,
posto que ambos tem idade próxima, de acordo com os relatos bíblicos. Além disso,
Jesus e João Batista eram primos, e são representados conjuntamente em várias
obras.
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Sendo os personagens da obra figuras canônicas, o artista insere uma auréola
leve sobre a cabeça de cada um, quase que imperceptível, como se ainda estivesse
amadurecendo as características da mentalidade antropocêntrica. Não se atreve,
ainda, a pintá-las sem tal signo de santidade, mas já faz presente as características
de outro pensamento e não mais o teocêntrico.
Jesus e João Batista estão nus. Essa representação é comum das pinturas
renascentistas que trazem o resgate da cultura clássica com o naturalismo,
representando o homem em sua beleza natural. Rafael os reproduz brincando, como
se o nu fosse parte da ingenuidade e pureza infantil.
Maria está contra traje vermelho e manto azul. Tais cores contribuem para o
destaque dela como figura central do quadro que possui cores pasteis. Contudo, a
escolha de cores para tal figurino não é inédito nas artes. O artista apenas continuou
a representar as cores de tal vestimenta como outros artistas precursores
representavam. Pode-se supor que seria uma união do divino (azul) com o
sofrimento, a paixão de Cristo (vermelho).
O olhar de Madona está direcionado para baixo, um olhar melancólico para a cruz
que os meninos “brincam”. É como se a Virgem ao mesmo tempo admirasse as
crianças e imaginasse o que se sucederia com seu filho, o Cristo.
A interação entre João Batista e Jesus é dada pela cruz. A Bíblia relata que João
Batista é anunciador da vinda do messias, ou seja, de Jesus Cristo. João coloca-se
em posição de reverência ao Cristo e lhe entrega a cruz como se fosse uma
confirmação do prenúncio da morte de Jesus.
Maria observa as crianças mas com seu filho entre suas mãos. Como se deixasse
Jesus em pé mas não quisesse se afastar dele, observando o que pudesse o atingir.
Poucas são as obras em que a virgem não está com o menino Jesus em seus
braços. É como se Rafael quisesse mostrar Madona e o Menino Jesus como seres
humanos comuns mas sem se afastar de toda a realidade bíblica.
As sombras que podem ser observadas na obra mostram que a luz não está em
Madona e sim em Jesus. Nota-se a sombra em Jesus e em João Batista, mas não
se nota a sombra em Maria.
Rafael de Sanzio teve uma vida curta, de 37 anos apenas, mas deixou o legado
de suas obras perpetuar sua arte. Pintou uma série de Madonas e não apenas a que
ora analisamos. Filho de pintor, pode herdar e aprender a arte com o privilégio de
poucos, vez que seu pai também possuía ótimas relações com a corte, o mecenato
e o clero. Talvez daí venha sua astúcia em “não bater de frente com os poderosos”.
Dentre suas principais obras está “Escola de Atenas” obra que, pura e
simplesmente lida com cuidado, explica por completo o cenário do contexto
renascentista no qual o artista estava inserido.
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Grifos pessoais para leitura e análise da obra “Madonna” de Rafael Sanzio
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Feita e minuciosa leitura e análise de Madona, passemos à análise de Morro
Vermelho de Lasar Segall.
Na pintura Morro Vermelho de Lasar Segall vemos uma mulher com uma criança
no colo ao centro, numa cidade cercada de palmeiras. A obra possui cores fortes.
Para nortear uma leitura crítica e detalhada da obra algumas questões podem ser
levantadas:
A mulher olha para frente, com olhar reto e vazio enquanto que o menino olha
tristemente para baixo e isso demonstra um paradoxo na obra que é o equilíbrio da
tradição europeia com a ideologia das vanguardas. Ainda que seu olhar não esteja
direcionado para o filho, seus braços o “embalam”.
Ambos personagens possuem figurinos comuns do povo. Maria está com sapato
recatado, demonstrando o respeito do autor à sua imagem.
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Os coqueiros trazem e ratificam a identificação nacional do autor com a nação. A
perspectiva cubista da obra, alcançada pelas linhas diagonais traçadas e seguidas
pelos coqueiros que ressaltam, não sem dificuldade, o caráter ascensional do “morro
vermelho” que dá título à obra. Além disso, eles remeterem a vista do observador
para as nuvens que estão como “ponto de fuga” desta perspectiva, as quais
possuem formas ovais e compõem o céu e o “limite do morro”.
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Grifos pessoais para leitura e análise da obra “Morro Vermelho” de Lasar Segall
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3º) Análise comparativa das obras acima mencionadas.
O exercício foi um trabalho de leitura e pesquisa. Como apaixonada por arte, não
teve como não ser prazerosa tal atividade.
Deparei-me com fatos que desconhecia (algumas obras de Lasar Segall por
exemplo) mas o que mais me surpreendeu foram dois fatos. O primeiro foi a
suposição de uma “crise de valores” dos artistas e o segundo foi a composição linear
remetendo ao infinito na obra de Segall.
Sei que a “crise de valores” que identifiquei nos artistas pode ser apenas uma
suposição. Mas ao notar tal característica passei a enxergá-los como seres
humanos que fazem sua arte com a finalidade de perpetuar seus valores e crenças.
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Bibliografia consultada:
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