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1) Quais são as partes que mais lhe impressionam no relato de Baquaqua?

Embora seja hoje comum ter ideia das barbaridades cometidas a quem era escravizado, o texto traz imagens
muito claras desse sofrimento mostrando de forma que só um relato de quem vivenciou essa infeliz dinâmica
consegue apresentar. Não se é exagero comparar o tratamento que era dado aos escravos a como se cuida de
animais, forçando-os a viver no limite apenas pelo preconceito que os tentava colocar como não-humanos ou
humanos não racionais, vemos isso nessa história, por exemplo, na travessia oceânica, processo que demorava
muito tempo e por todo o período os escravos eram obrigados a viver num porão pouco espaçoso onde só havia
espaço se encolhendo, situação muito propensa então a doenças e calamidades geradas pela falta de acesso a
higiene que os era negado, muitos então morriam no caminho ou mesmo antes pois quando chegavam nos portos
antes de serem enviados as embarcações normalmente eram armazenados como objetos sendo "tatuados" a ferro
quente com a marca de quem os traficava e esperando outros carregamentos chegarem com mais pessoas. Digo
isso pelas impressionantes, no pior dos sentidos da palavra, imagens que isso gera lendo esse relato, mostrando
realmente uma desumanidade muitas vezes banalizada pelas faláciosas justificativas dadas para a escravidão.

2) Como o autor do relato descreve a travessia do oceano Atlântico? Podemos fazer a


comparação da situação apresentada por ele com algo da atualidade?

Podemos comparar a travessia do oceano Atlântico à estadia dos detentos em uma prisão, já que, ambos, mesmo
separados por centenas de anos, sofrem de males parecidos. A violência física e psicológica acometida a eles em
ambos os cenários, a superlotação e má qualidade de vida durante a estadia na penitenciaria ou no navio, as
péssimas condições de higiene que são expostos e a desumanização das pessoas em ambos os casos.

3) Como eram tratados os negros rebeldes e enfermos durante a travessia?

Para quem se rebelava diferentes punições eram aplicadas, vale ressaltar que com o tratamento dado pelos
traficantes apenas se queixar do sofrimento já era um ato passível a punições, para os casos que não jogavam os
escravos aos mares, esses ainda vivos, eles cortavam a carne dos mesmos e jogavam vinagre ou pimenta para os
deixar "pacíficos". Já aos enfermos, se suspeitavam tendo qualquer dúvida se os escravos iriam sobreviver até o
final da viagem os lançavam ao oceano, matando-os afogados antes que perecessem pelas enfermidades.

4) Por que o navio, ao chegar na costa de Pernambuco, ficou “zanzando” o dia todo e
só desembarcou à noite?

Para evitar rebeliões ou possíveis fugas os navios se mantinham estacionários na costa para que então o aviso da
chegada da nova carga de escravos pudesse se espalhar, fazendo com que os potenciais clientes se
mobilizassem para realizar a compra, diminuindo as chances de escravos escaparem durante a mudança de
cenário da costa para as fazendas, embora se tenha poucos registros de rebeliões em alto mar era um grande
medo das tripulações que faziam esse trajeto.

5) Através da análise do texto podemos dizer qual era a função dos negros
escravizados aqui no Brasil?

Nas vivências de Baquaqua ele junto a outros escravos fazia os trabalhos braçais do homem que o comprou, ele
cita em seu relato como tinha que carregar enormes pedras usadas na construção de uma casa por um longo
trajeto sozinho, essa que só para ser entregue a ele requisitava a força de três homens. Sabemos que por
conhecimentos prévios e as histórias do texto os negros escravizados eram forçados a diversos tipos de trabalhos
braçais que os ricos não queriam se dispor a fazer. Inclusive, dentre esses os que mantinham a economia no
Brasil funcionando com os engenhos e minas de extração de ouro.

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6) A cristianização dos indígenas e dos africanos aconteceu, em grande medida, por
conta da repressão violenta às religiões desses povos e à imposição dos valores
cristão a estes. Qual trecho do relato pode exemplificar essa assertiva?

"Fomos ensinados a entoar algumas palavras cujo significado não sabíamos. Também tínhamos que fazer o sinal
da cruz diversas vezes. Enquanto orava, meu senhor segurava um chicote na mão e aqueles que mostravam
sinais de desatenção ou sonolência eram prontamente trazidos à consciência pelo toque ardido do chicote."

Nesse trecho, é evidenciado na prática que a prática religiosa era imposta aos escravos, incluindo rituais cristãos
como o sinal da cruz, mesmo sem entenderem o significado das palavras entoada, a presença do chicote indica
também a utilização de coerção física para garantir a conformidade religiosa, mesmo que como uma ameaça
constante, ilustrando a repressão violenta associada à cristianização.

IFBA CAMPUS ILHÉUS - ITI12 - PROFESSOR ALEX CONCEIÇÃO

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