Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
RESUMO
A eletroforese é uma técnica laboratorial simples que fraciona proteínas presentes em diversos
tipos de fluido, levando em consideração suas cargas elétricas e/ou seu peso molecular. A
técnica utiliza forças eletroforéticas e eletroendosmóticas, onde um pólo positivo (ânodo) e
outro negativo (cátodo) geram um potencial elétrico, que promove a migração proteica,
gerando diferentes bandas, representadas por albumina e globulinas alfa, beta e gama. Dois
métodos de eletroforese são utilizados atualmente, sendo eles: a eletroforese convencional por
zonas e a eletroforese capilar. No primeiro método, as proteínas migram através dos poros
presentes em suportes como acetato de celulose, gel de agarose ou poliacrilamida, formando
zonas de proteínas no eletroforetograma. Já no segundo, as proteínas são separadas pelo seu
tamanho e por outras propriedades físico-químicas, através do fluxo em um tubo capilar.
Desta forma, o objetivo do presente trabalho é apresentar uma breve revisão sobre a
eletroforese de proteínas, destacando as principais técnicas existentes e proteínas fracionadas,
além de sua aplicação e importância ambiental.
4
HISTÓRICO
ELETROFORESE
O termo eletroforese é usado para descrever a migração de uma partícula carregada sob
influência de um campo elétrico. Sob condições de corrente elétrica constante, a força de
deslocamento de uma partícula é resultado da carga efetiva, da molaridade do tampão e da
resistência do meio usado como suporte (ECKERSALL, 2008, apud Oliveira et al., 2015).
O princípio físico da eletroforese é bastante simples: partículas com carga elétrica são
aceleradas quando colocadas em um campo elétrico; essa força de propulsão é rapidamente
balanceada pela força de fricção do meio, nesse momento as partículas movem-se à uma
velocidade constante, proporcional à corrente elétrica.
Moléculas com carga negativa migram para o polo positivo (ânodo) e moléculas com
carga positiva migram para o polo negativo (cátodo). Em razão de algumas partículas serem
substâncias anfóteras, ou seja, capazes de adquirirem carga positiva ou negativa em função do
pH, é indispensável manter constante o pH do meio durante a eletroforese, pelo uso de
soluções-tampão.
7
ELETROFORESE EM GEL
A Eletroforese em gel é uma técnica usada para separar fragmentos de moléculas (como
DNA, RNA e proteínas) com base no tamanho e carga. Esse tipo de eletroforese envolve a
passagem de uma corrente através de um gel contendo as moléculas de interesse. Em função
de seu tamanho e carga, as moléculas vão se mover através do gel em diferentes direções ou
em diferentes velocidades, o que permite que sejam separadas umas das outras.
Para a separação das moléculas nesta técnica, tem-se que levar em consideração o
tamanho da molécula, sendo que as de menor massa migram mais rapidamente do que as de
maior, pois possuem mais agilidade de mobilidade. Em alguns casos o formato da molécula
também influencia, uma vez que dependendo do formato as mesmas terão mais facilidade de
migrar pelo gel.
A eletroforese em gel ocorre dentro de uma matriz ou gel que possibilita a corrida da
amostra. O gel é introduzido dentro de uma caixa de gel. Uma extremidade da caixa é ligada a
um eletrodo positivo, enquanto a outra extremidade é ligada a um eletrodo negativo. O corpo
principal da caixa, onde o gel é colocado, é preenchido com uma solução tampão específica
para eletroforese que fornece as condições ideais para a passagem da corrente e a manutenção
do valor do pH.
Em uma extremidade, o gel tem cavidades semelhantes a bolsos chamadas poços feitos
com um pente, onde as amostras são pipetadas. A extremidade do gel com os poços fica
voltada para o eletrodo negativo. A extremidade sem poços (para a qual os fragmentos das
moléculas vão migrar) fica voltada para o eletrodo positivo. Uma vez que o gel esteja na
caixa, as amostras devem ser cuidadosamente transferidas para os poços.
A voltagem típica para o gel de agarose correr é na faixa de 80 - 120 V. Uma voltagem
maior faz o gel correr mais rápido, mas também pode derretê-lo se a corrida levar um longo
tempo. Uma voltagem mais baixa faz o gel correr mais lentamente.
9
Uma vez que os fragmentos tenham sido separados, pode-se examinar o gel e ver o
resultado da eletroforese. Quando um gel é pigmentado com um corante que se liga à amostra
e depois colocado sob luz UV, os fragmentos da amostra brilham, o que permite a
visualização da amostra presente em diferentes locais ao longo da extensão do gel.
Uma "linha" bem definida de amostra em um gel é chamada de banda. Cada banda
contém um grande número de fragmentos de amostra do mesmo tamanho e todos os que
viajaram, como um grupo, para a mesma posição. Um fragmento único de amostra (ou até
mesmo um pequeno grupo de fragmentos) não seria visível por si só em um gel.
10
Os géis para Eletroforese em gel são muitas vezes feitos de um polissacarídeo chamado
agarose, que vem na forma de flocos secos em pó. Quando a agarose é aquecida em um
tampão (água com alguns sais) e deixada para esfriar, forma um gel sólido ligeiramente mole.
Esse endurecimento é feito em um local apropriado, o mesmo local onde será feita a corrida
da amostra. Um detalhe importante é a colocação de um pente no gel durante o
endurecimento. O pente cria poços que são utilizados para a colocação das amostras. No nível
molecular, o gel é uma matriz de moléculas de agarose que são mantidas unidas por ligações
de hidrogênio e formam micro poros.
Esse suporte permite o fracionamento proteico tanto pelo sistema nativo, que separa as
proteínas levando em consideração apenas as cargas elétricas (PAGE), quanto pelo sistema
desnaturante, que solubiliza as proteínas em um tampão contendo um reagente desnaturante,
sendo o SDS (dodecil sulfato de sódio) o mais empregado. Para isso, a preparação do gel de
poliacrilamida pode ser individualizada para diferentes faixas de peso molecular de
substâncias que serão processadas, levando em consideração a concentração do gel, já que
poros menores permitem a passagem de proteínas menores. O detergente aniônico (SDS)
interage com as cadeias peptídicas das proteínas, promovendo a desnaturação destas, que
ficam com cargas negativa. Assim, a separação ocorre apenas pela diferença de peso
molecular, caracterizando a técnica conhecida como SDS-PAGE (ECKERSALL, 2008, apud
Oliveira et al., 2015).
Apesar das vantagens, o gel de poliacrilamida é menos utilizado, uma que que a
poliacrilamida é muito tóxica e difícil de ser preparada.
12
APLICAÇÕES DIVERSAS
Para análise do DNA: O DNA apresenta uma carga essencialmente constante por
unidade de massa, assim estas moléculas podem ser separadas em géis de agarose ou de
poliacrilamida em função somente de seu tamanho ou conformação espacial. Os géis são
utilizados como matriz, por onde serão corridas as amostras com fragmentos de diferentes
tamanhos, neste sentido os géis atuaram com “crivos moleculares”, impedindo o
deslocamento das moléculas de um pólo ao outro da cuba de eletroforese. Quanto maior for a
molécula mais difícil será a passagem da mesma pelo emaranhado do gel. O procedimento
para separar RNA e proteínas segue o mesmo princípio.
Para análise de proteínas: A eletroforese também pode ser utilizada para a análise de
proteínas. Proteínas apresentam diferentes cargas totais líquidas dependendo do conjunto de
aminoácidos que as compõem, assim como conformações espaciais que varia de acordo com
suas funções desempenhadas no organismo. O desenvolvimento de técnicas para se separar
proteínas somente foi possível com a utilização de um detergente denominado SDS (Dudecil
Sulfato de Sódio) que carrega as proteínas negativamente. Esta técnica utiliza o gel de
poliacrilamida como matriz, que apresenta ligações altamente cruzadas, que dificultam a
passagem das moléculas e tornando mais eficaz a separação de fragmentos menores. A
técnica é mais comumente chamada de eletroforese de poliacrilamida-SDS.
As moléculas de SDS quando em solução ligam-se às regiões hidrofóbicas das
moléculas protéicas, causando o seu desdobramento em cadeias polipeptídicas mais simples e
estendidas e carregando-as negativamente a proteína. Além do detergente SDS é adicionado
também o β- mercapto etanol, um agente utilizado para romper as ligações dissulfeto nas
proteínas (formado entre átomos de enxofre – é representado por S-S).
Além das aplicações apresentadas acima, a eletroforese em gel também pode ser
utilizada em diversos outros contextos mais específicos como, por exemplo: teste de
paternidade, diferenciação de espécies ou linhagens, engenharia genética e detecção de
diferentes patógenos como vírus, bactérias e fungos.
15
APLICAÇÃO AMBIENTAL
REFERÊNCIAS
Homepage: <http://kasvi.com.br/como-a-pcr-e-utilizada-na-ciencia-forense/>.
Acesso em 23 de maio de 2018;
Homepage: <https://biointerativas.wordpress.com/2009/04/10/o-que-e-
eletroforese/>. Acesso em 23 de maio de 2018;
Homepage:
<http://www.conhecer.org.br/enciclop/2015c/agrarias/Eletroforese.pdf>. Acesso em
23 de maio de 2018;
Homepage: <https://www.infoescola.com/bioquimica/eletroforese>. Acesso
em 25 de maio de 2018.