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Instituto Superior De Gestão e Empreendedorismo Gwaza Muthini

Delegação de Gaza

Licenciatura em Análises Clínicas e Laboratoriais

Bioquímica Para Analises Clinicas

Electroforese

Xai-Xai, Agosto de 2022


Ângela Sheila Come, 20210067

Zene Pedro João, 20210243

Licenciatura em Análises Clínicas e Laboratoriais

2˚ Ano- laboral

Trabalho de Bioquímica Para Analises Clinicas

Trabalho apresentado no Instituto Superior de


Gestão e Empreendedorismo Gwaza- Muthini
para efeitos de avaliação na cadeira de
Bioquímica Para Analises Clinicas, sob a
orientação do docente: Dr. Momade Issufo

Instituto Superior De Gestão e Empreendedorismo Gwaza Muthini

Xai-Xai, Agosto de 2022


Índice
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................................4

1.1 OBJECTIVOS:..................................................................................................................4

1.1.1 Geral:.........................................................................................................................4

1.1.2 Específicos:................................................................................................................4

1.2 Metodologia......................................................................................................................4

2 REFERENCIAL TEÓRICO....................................................................................................5

2.1 Breve Historial e Principio de Funcionamento da Electroforese......................................5

2.2 Material Usado Em Electroforese.....................................................................................6

2.3 Tipos de Electroforese......................................................................................................8

2.3.1 Electroforese livre......................................................................................................8

2.3.2 Electroforese com suporte.........................................................................................9

2.3.3 Electroforese em gel de agarose................................................................................9

2.3.4 Electroforese em gel de poliacrilamida (PAGE).......................................................9

2.3.5 Electroforese nativa.................................................................................................10

2.3.6 Electroforese em condições desnaturantes (SDS-PAGE)........................................10

2.3.7 Electroforese capilar................................................................................................11

2.4 APLICAÇÃO DA ELECTROFORESE.........................................................................12

2.4.1 ELECTROFORESE DE PROTEÍNAS SÉRICAS (PROTEINOGRAMA)...........12

3 CONCLUSÃO.......................................................................................................................14

4 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................15

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Electroforese 2022

1 INTRODUÇÃO
A electroforese é uma técnica laboratorial simples que utiliza a corrente eléctrica para promover
a separação de moléculas carregadas, como proteínas e ácidos nucleicos. A migração das
partículas ocorre por diferença de carga eléctrica e por peso molecular, de forma que moléculas
menores migram mais rapidamente que as maiores. A electroforese, que inicialmente era quase
que exclusiva do meio científico, tem sido cada vez mais utilizada na rotina laboratorial por
fornecer informações úteis sobre o estado geral do paciente, além de contribuir com diagnóstico
e prognóstico de várias enfermidades, bem como, com o estadiamento das mesmas
(MCPHERSON, 2011).

O presente trabalho tem como temática Electroforese, perspectivando abordar os conceitos e


elementos envolventes ao tema, com o objectivo de compreender as técnicas de manuseio deste,
e os tipos da electroforese.

1.1 OBJECTIVOS:

1.1.1 Geral:
 Falar da Electroforese.

1.1.2 Específicos:
 Apresentar um breve historial e principio de funcionamento da electroforese;
 Descrever os tipos de electroforese e seus princípios de funcionamento;
 Compreender as técnicas de separação baseada na migração de moléculas.

1.2 Metodologia
Para a realização deste trabalho académico baseou-se na Revisão bibliográfica como
procedimento metodológico, permitindo a obtenção dos artigos que versam sobre a temática do
trabalho, que facilitaram a elaboração do mesmo.

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Electroforese 2022
2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Breve Historial e Principio de Funcionamento da Electroforese


O termo electroforese foi introduzido por Michaelis em 1909, para descrever o movimento de
colóides sob a influência de um campo eléctrico. Esta técnica de separação baseada na migração
de moléculas carregadas foi realizada por Arne Tiselius, pela primeira vez, em 1937, onde criou
o método denominado electroforese em campo livre. Este trabalho lhe rendeu o Prémio Nobel
em 1948. Este método era bastante limitado devido à instabilidade do equipamento e,
principalmente, pelos efeitos de difusão e aquecimento gerados pelo campo eléctrico, os quais
comprometiam a separação dos compostos. Estes efeitos foram minimizados com a introdução
de um suporte (gel ou papel) que ajudou a conter o movimento livre das moléculas, de forma que
o efeito da difusão fosse reduzido.

O princípio físico-químico que norteia a electroforese é a capacidade de moléculas carregadas


migrarem sob influência de um campo eléctrico. Esta migração segue a Lei de Coulomb, onde
partículas de carga positiva migram para o pólo negativo (cátodo) e partículas de carga negativa
migram para o pólo positivo (ânodo). A velocidade de migração das moléculas é proporcional ao
campo eléctrico e inversamente proporcional ao seu volume molecular. Assim, uma amostra
submetida à electroforese terá cada molécula constituinte localizada em uma zona do gel, onde
moléculas com menor volume molecular irão migrar mais rapidamente e as que possuem maior
volume molecular irão migrar mais lentamente.

O objectivo principal desta técnica é separar moléculas orgânicas, como DNA, RNA e proteínas,
de acordo com sua carga eléctrica e volume molecular. A técnica pode ser conduzida em
diferentes meios-suporte tais como papel de filtro, gel de sílica, membranas de acetato de
celulose, géis de agarose e acrilamida. Actualmente existem dois modelos mais utilizados de
electroforese: um baseado em gel de agarose e outro em gel de poliacrilamida. Estes polímeros
formam poros com tamanhos variáveis. Dois componentes básicos são necessários para se
realizar uma electroforese: um campo eléctrico (obtido através de uma fonte de corrente
contínua) e a própria molécula carregada. Para visualização das moléculas separadas (na forma
de bandas eletroforéticas) são utilizados corantes específicos para proteínas, como Coomassie

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Electroforese 2022
Blue, e soluções específicas contendo os componentes necessários (substratos, coenzimas,
solução-tampão e sais) para revelação das bandas de actividade enzimática. No caso de
moléculas de DNA e RNA, diversos sistemas de revelação de bandas são empregados. Já no caso
do corante brometo de etídio, a detecção da amostra é feita através da fluorescência emitida por
esse corante em presença da luz ultravioleta. As bandas podem ser detectadas também por
radioactividade, nitrato de prata ou quimioluminescência. Na técnica, utiliza-se uma cuba com
dois compartimentos separados. Os eléctrodos determinam os pólos positivo e negativo em cada
compartimento, onde é adicionada uma solução-tampão com sal, que conduz electricidade. O gel
é montado entre os dois compartimentos de tal forma que a única conexão eléctrica entre os
compartimentos seja através do gel.

2.2 Material Usado Em Electroforese

1. Fonte de energia – existem vários tipos e modelos de fontes usadas em electroforese. As


fontes de energia contêm um regulador de voltagem e outro de intensidade e um
interruptor para ligar e desligar. A corrente eléctrica que chega nas tomadas é alternada e
não serve para a separação de partículas. Para se obter a separação é preciso ter corrente
contínua, cujo sentido é invariável: um polo é sempre positivo e o outro é negativo. A
fonte usada em electroforese tem essa função de fornecer corrente contínua (Heneine,
1995, p.28).
2. Cuba eletroforética – a cuba eletroforética consiste em um câmara com uma divisória
central. Apresenta um formato rectangular e tamanho variado. Os eléctrodos (cátodo e
ânodo) estão de cada lado da cuba e podem ser de platina, carvão ou cobre. A cuba possui
uma ponte para adaptar o suporte usado para aplicação da mistura que se deseja separar.
3. Suportes – o suporte é o local onde se aplica a amostra a ser analisada. Ele pode ser
sólido (papel, acetato de celulose) ou semi-sólido (gel de ágar, gel de agarose, gel de
poliacrilamida). Os suportes são adaptados na cuba eletroforética com as duas
extremidades do suporte mergulhados na solução tampão.

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4. Aplicadores – A amostra a ser separada eletroforeticamente deve ser aplicada no suporte
com o auxílio de aplicadores. Os aplicadores podem ser seringas, micropipetas, capilares
de vidro ou aplicadores específicos para electroforese. Vale ressaltar que para fazer a
separação de uma mistura deve ser aplicado um volume determinado da amostra.
5. Solução tampão – a cuba eletroforética é preenchida com solução tampão com igual
volume de cada lado. A solução tampão é uma solução composta por um ácido fraco e o
sal deste ácido ou uma base fraca e o sal desta base. O tampão é uma solução que tem a
capacidade de resistir a variações de pH, mesmo após a adição de pequenas quantidades
de ácidos ou bases. Além de manter o pH constante, a solução tampão é uma solução
condutora de corrente eléctrica. O tampão também ajuda a manter o ambiente com uma
atmosfera húmida, isto evita o ressecamento do suporte decorrente do calor gerado pela
passagem de corrente eléctrica pelo suporte. Para evitar o aquecimento, recomenda-se
usar tampão gelado ou câmara dotada de sistema de resfriamento. Além disso, é
recomendado trabalhar com voltagens baixas para que ocorra uma pequena passagem de
corrente eléctrica através do suporte e, consequentemente, produção de pouco calor.

i. Resumindo as funções do tampão na cuba eletroforética:


a. Conduzir corrente eléctrica;
b. Manter o pH constante;
c. Fornecer a concentração de íons adequada;
d. Manter a umidade dentro da câmara;
e. Repor o líquido evaporado no suporte (Heneine, 1995, p.32).

6. Corantes – O corante é usado para revelar as moléculas que foram fraccionadas. O


corante é específico para a cada molécula (proteína, lipídio, etc.).
7. Densitómetro – Após a separação das fracções, elas podem ser quantificadas, ou seja, é
possível determinar a concentração de cada fracção. O densitómetro é um aparelho que
permite a dosagem das fracções de forma directa. Uma luz monocromática, produzida
pelo aparelho, atravessa cada fracção e a quantidade de luz absorvida por ela é
determinada. No final, o densitómetro fornece os valores relativos (% do total) e
absolutos (g/dL) de cada fracção separada através da electroforese.
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Electroforese 2022
8. Espectrofotómetro – Se o laboratório não dispõe de um densitómetro, é possível
determinar a absorção de luz usando um espectrofotómetro, aparelho bastante usado nas
dosagens bioquímicas. Neste caso, cada fracção deve ser cortada do suporte e eluída
(removida) com um solvente apropriado, colocada em uma cubeta e feita a leitura da
absorção de luz no espectrofotómetro.

2.3 Tipos de Electroforese


Todo o processo de electroforese é realizado empregando uma solução-tampão apropriada, a
qual é essencial para manter um estado constante de ionização das moléculas a serem separadas.
Qualquer variação no pH pode alterar a carga e então a mobilidade (taxa de migração no campo
eléctrico aplicado) das moléculas que estão sendo separadas.

2.3.1 Electroforese livre


Este é um tipo de electroforese onde as substâncias a serem separadas estão em suspensão ou
solução, não empregando um suporte. A força de fricção das partículas constitui único obstáculo
mecânico. Com a passagem da corrente eléctrica, há aquecimento da solução resultando em
movimentos hidrodinâmicos de convecção. Este movimento hídrico espalha e distorce a
distribuição geográfica dos elementos a serem separados, prejudicando a separação. Este tipo de
electroforese necessita de instalações dispendiosas e o manuseio é muito trabalhoso; está
praticamente restrito à obtenção de valores físico ‐químicos de macromoléculas. Esta técnica foi
desenvolvida por Tiselius e actualmente está praticamente abandonada.

Figura 1: Imagem do sistema electroforese livre.

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2.3.2 Electroforese com suporte
Os componentes básicos para a realização desta técnica são: o campo eléctrico, o suporte e a
molécula carregada. O suporte geralmente consiste em um gel onde as moléculas se deslocarão;
a densidade do gel e o volume molecular influenciarão na velocidade de movimentação das
moléculas. Desta forma, a electroforese pode ser classificada de acordo com o suporte do gel,
uma vez que cada tipo de suporte será mais indicado para um determinado tipo de molécula, pois
estas moléculas, como DNA e proteínas, diferem no que diz respeito ao seu volume molecular.

2.3.3 Electroforese em gel de agarose


Os géis de agarose, por possuírem poros mais largos, são normalmente usados para separar
macromoléculas como ácidos nucléicos, proteínas maiores ou complexos protéicos. Este tipo de
gel é também usado em técnicas como imunoelectroforese ou focalização isoeléctrica, onde as
proteínas são solicitadas a mover-se de forma livre na matriz do gel de acordo com sua carga
nativa. O gel é formado entre dois vidros, tendo geralmente dimensões da ordem de 10 x 15 cm.

2.3.4 Electroforese em gel de poliacrilamida (PAGE)


O suporte amplamente utilizado nessa técnica para proteínas é a poliacrilamida, formada por uma
malha transparente estável, gerada pela copolimerização química de monómeros de acrilamida
com N,N’-metilenobisacrilamida (Bis-acrilamida) na presença de persulfato de amónio e
tetrametiletilenodiamina (TEMED). O TEMED catalisa a liberação de radicais livres do
persulfato que, por sua vez, iniciam e aceleram a polimerização.

Esta forma de electroforese em gel de poliacrilamida é o método mais utilizado para análise de
misturas de proteínas de forma qualitativa. Este método é baseado na separação de proteínas de
acordo com a carga e o volume molecular; em uma de suas variantes (SDSPAGE) pode ser
utilizado na determinação da massa molecular relativa de proteínas. Eventualmente, podemos
utilizar géis contendo um gradiente de poliacrilamida, onde a concentração do polímero
(acrilamida) e o tamanho dos poros varia uniformemente ao longo do gel (ex: 5 % acrilamida no
topo do gel aumentando até 25% ao final do gel). A vantagem da utilização destes géis consiste
no seu poder de separação de proteínas com volumes moleculares muito similares. Este tipo de
gel pode ser utilizado tanto na electroforese nativa quanto na electroforese em condições
desnaturantes (SDS-PAGE).

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2.3.5 Electroforese nativa
Actualmente, este tipo de electroforese é mais utilizado com o objectivo de medir a actividade
enzimática e, em alguns casos, para determinar a formação de complexos entre duas proteínas.
Neste tipo de electroforese, as proteínas presentes na amostra são separadas de acordo com sua
carga líquida nativa e seu volume molecular. Por exemplo, uma enzima de interesse pode ser
identificada incubando o gel em uma solução com substrato adequado, produzindo um produto
corado devido à reacção com o sítio da enzima. Este tipo de electroforese deve ser empregado
quando a estrutura nativa da proteína é importante para as análises.

2.3.6 Electroforese em condições desnaturantes (SDS-PAGE)


O detergente aniónico dodecil sulfato de sódio (SDS) forma interacções hidrofóbicas com as
proteínas na proporção de uma molécula de detergente para cada dois resíduos de aminoácidos
das mesmas. O SDS então adiciona carga negativa em grande quantidade às proteínas,
conferindo-lhes uma carga negativa homogênea. Além disso, o SDS é um agente desnaturante
capaz de desfazer parcialmente a estrutura tridimensional de proteínas. Entretanto, o detergente
não é capaz de romper ligações covalentes como as pontes dissulfeto.

O SDS-PAGE é uma técnica frequentemente utilizada na bioquímica e biologia molecular para


determinação das massas moleculares relativas das proteínas presentes em uma amostra. Este
tipo de electroforese pode ainda ocorrer em condições redutoras, através da adição de agentes
redutores como ditiotreitol ou beta-mercaptoetanol. Estes agentes complementam a desnaturação
das proteínas através da redução de ligações dissulfeto finalizando o processo de
desmantelamento das estruturas terciárias e quaternárias (eventuais), previamente à separação.
As proteínas podem ser detectadas em amostras de células (homogenato) ou em extractos de
eletroforética tecidos. Estas amostras são preparadas através da lise celular, promovendo o
rompimento das células e das organelas.

O tampão de lise celular é tradicionalmente composto por um detergente, como o SDS ou Triton
X-100, associado a um coquetel de inibidores de protéases. Então, a solução é centrifugada e ao
sobrenadante (material solúvel) é adicionado um tampão de amostra que, geralmente, contém um
corante, um composto redutor (betamercaptoetanol) e detergente (SDS). Este tampão
possibilitará o desenvolvimento das proteínas, pois a estrutura terciária será desfeita devido à

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desestruturação de interacções hidrofóbicas (detergente) e rompimento de ligações dissulfeto
(composto redutor).

Além disso, a amostra ainda é fervida, o que favorece a desnaturação protéica. Anteriormente à
adição do tampão de amostra, a concentração de proteínas é determinada para a padronização do
volume da amostra que deverá ser aplicado na electroforese unidimensional. No caso de cultura
de células, o número de células também pode ser utilizado como indicador da concentração de
proteínas da amostra.

2.3.7 Electroforese capilar


A técnica de electroforese capilar foi introduzida em 1981 por Jorgenson e Lukacs e se tornou
um importante método analítico, possibilitando o desenvolvimento de outras técnicas, como o
sequenciamento automático de DNA. Neste tipo de electroforese emprega-se um tubo capilar
preenchido com uma solução de electrólito, assemelhando-se à técnica original descrita por
Tiselius, sendo empregada na determinação de amostras como proteínas, peptídeos,
hidrocarbonetos, vitaminas, dentre outras.

O equipamento de electroforese capilar envolve aplicação de alta voltagem em um capilar de


diâmetro reduzido gerando correntes de 10 a 100 mA e um intenso campo eléctrico (permitido
pela alta resistência eléctrica do capilar), que por sua vez favorece a diminuição do tempo de
análise, sua eficiência e sua capacidade resolutiva. Também são utilizados neste tipo de
electroforese, capilares cheios de gel com a aplicação de campos eléctricos elevados.

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Figura 2: Esquema das etapas de funcionamento da Electroforese Capilar em Sequenciador
Automático.

Na electroforese capilar, uma solução tampão é adicionada ao capilar e suas extremidades são
imersas em recipientes contendo a solução-tampão, que permite a aplicação de um campo
eléctrico, gerando uma corrente no interior do capilar através de eléctrodos mergulhados na
solução. Uma pequena quantidade da amostra é introduzida em uma das extremidades do capilar
e a aplicação do campo eléctrico promove o movimento das moléculas em direcção aos
eléctrodos. Um fenómeno eletroforético que gera o fluxo da solução dentro do capilar faz com
que os solutos se movimentem em direcção ao detector. Esse tipo de electroforese é actualmente
utilizado em sequenciadores de DNA.

Figura 3: Maquina de electroforese capilar.

2.4 APLICAÇÃO DA ELECTROFORESE

2.4.1 ELECTROFORESE DE PROTEÍNAS SÉRICAS (PROTEINOGRAMA)


A electroforese é utilizada de rotina no laboratório de análises clínicas para separar e quantificar
as proteínas do soro humano. Quando o soro humano é submetido a uma electroforese em
suporte sólido usando um sistema horizontal é possível visualizar 5 classes de proteínas. São
elas: Albumina, Alfa 1-globulina (α1), Alfa 2-globulina (α2), Beta-globulina (β) e Gama-

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globulina (γ). O soro humano é o sobrenadante (fase líquida) obtido após a centrifugação do
sangue colectado sem o uso de anticoagulante.

A electroforese de proteína também pode ser feita usando o plasma humano. O plasma é o
sobrenadante (fase líquida) obtido após a centrifugação do sangue colectado com anticoagulante.
A electroforese de plasma revela a presença de 6 fracções, incluindo agora o fibrinogénio. As
proteínas presentes no plasma são: Albumina, Alfa 1-globulina, Alfa 2-globulina, Beta-globulina,
Fibrinogénio e Gama-globulina.

As proteínas séricas apresentam uma faixa de pI entre 4,7 e 8,3. Desta forma, é utilizado na
corrida eletroforética um tampão de pH acima de 8,3 para que todas as proteínas fiquem
carregadas negativamente. A aplicação é, então, no polo negativo. A albumina apresenta o pI
menor igual a 4,7. Então, a albumina irá migrar mais rápido em campo eléctrico. A gama-
globulina apresenta o pI mais alto igual a 8,3 e irá migrar menos.

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3 CONCLUSÃO
A electroforese foi inventada por Arne Tiselius, em 1937 com o objectivo de separar partículas
orgânicas. A electroforese consiste em um método laboratorial com o objectivo de separar
fracções de proteínas, enzimas, lipídios, hemoglobina, DNA e RNA. A técnica é fundamentada
na separação de partículas que apresentam cargas eléctricas em um determinado pH. Para isso, é
usada uma cuba eletroforética com duas câmaras preenchidas com solução tampão e onde estão o
eléctrodo positivo e o negativo. Entre as câmaras ajusta-se o suporte sólido ou semi-sólido. As
amostras a serem analisadas são aplicadas no suporte escolhido. Terminada a corrida
eletroforética, o suporte deve ser corado com corantes específicos de acordo com a amostra. Por
último elas são quantificadas usando a técnica manual de eluição ou por método automatizado
usando a densitometria. A electroforese constitui hoje uma técnica de uso na rotina laboratorial
de fundamental importância no diagnóstico de algumas doenças, tais como hemoglobinopatias,
talassemias, mieloma múltiplo, além de aplicação em lipidogramas, biologia molecular e
enzimopatias.

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4 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BIOFÍSICA PARA BIÓLOGOS: Aula 5 - ELECTROFORESE. Sem informação do


Autor e o ano de publicação.
GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ, SECRETARIA DA EDUCAÇÃO. ESCOLA
ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL – EEEP, Biotecnologia –Técnica de
Análise Bioquímica. Sem informação do ano de publicação.
HENEINE, I. F.Eletroforese em Medicina.Um texto para a prática médica. Da
metodologia ao resultado. Ed. Lemi S.A. 1995.
MCPHERSON, R. A. Specific Proteins. In: MCPHERSON, R. A.; PINCUS, M. R.
Henry's Clinical Diagnosis and Management by Laboratory Methods. 22. ed.
Philadelphia, Pa: Elsevier Saunders. p. 259- 272, 2011.

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