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Introdução

Toda cura, principalmente dos males crônicos, demanda tempo. E os piores doentes são os
inconformados, sem nenhuma resignação.
Alfonse Bué apresenta uma série de conselhos salutares, que merecem sempre lembrados. Assim
diz ele, em resumo:
1. O paciente deve observar com a maior atenção todas as sensações que experimenta e
transmiti-las ao magnetizador, quer durante a magnetização, quer no intervalo das sessões.
2. (o paciente) Deve evitar ser influenciado pelo meio em que vive; não contrariar a ação do
magnetismo, tomando, às ocultas do magnetizador, substâncias cujos efeitos este não
poderá, por isso, distinguir, nem prever.
3. Deve evitar os excessos de todo gênero: vigílias, fadigas do corpo e do espírito, emoções
vivas ou deprimentes, tudo quanto, em uma palavra, possa perturbar o equilíbrio do
organismo ou o repouso da alma.
4. Não deve abusar, quer de abluções, quer de banhos; a ação repetida de duchas, quentes ou
frias, diminui, no decurso do tempo, a receptividade magnética, determinando uma
excitação periférica, que se transmite pelos nervos vaso-motores ao centro do grande
simpático.
5. Todo agente manifestante sedativo ou revulsivo, isto é, que retarda o movimento vital, deve
ser moderadamente empregado em concorrência com o magnetismo, de modo que não lhe
embarace o efeito.
6. É principalmente importante abster-se de tudo quanto possa tender a destruir ou amenizar a
sensibilidade nervosa, tais os perfumes, narcóticos e bebidas espirituosas; sob a influência
deprimente dos anestésicos ou dos tóxicos, a tensão vital acaba por se embotar de tal modo,
que se torna impossível ao magnetizador despertar no corpo uma reação qualquer.
7. As pessoas que fazem ou fizeram uso imoderado da morfina, da antipirina, do éter, do ópio,
do cloral, do clorofórmio e do sulfonal, ou foram tratadas durante muito tempo por tóxicos
violentos, tais a acetinilida, a estricnina, o salicilato de sódio e as variedades de brometos ou
iodetos, perdem toda a receptividade magnética e se tornam incuráveis pelo magnetismo.
8. A quinina, em altas doses, a atropina, o cólchico, o abuso do álcool e do fumo, têm os
mesmos efeitos sobre o organismo.

Nunca é demais dizer que o fluido magnético, por si só, não apresenta nenhuma propriedade
terapêutica, mas age principalmente como elemento de equilíbrio. De sorte que o desequilíbrio das
forças, ou, digamos melhor, dos fluidos magnéticos que envolvem todos os órgãos do corpo
humano, acarreta a desordem nas funções desses órgãos e, daí, a caracterização do que chamamos
doença.
Todas as vezes, portanto, que se rompe o equilíbrio, quer por excessiva condensação ou
concentração, quer por excessiva dispersão de fluidos, cumpre restabelecê-lo e, daí, a cura.
O magnetizador deve procurar equilibrar a atividade do movimento do doente com o seu,
diminuindo-a ou aumentando-a, de acordo com os casos, de maneira a dar-lhe uma sincronização
conveniente. Nisso reside o segredo dos bons magnetizadores. A prática metódica facilmente se
adapta a essas situações, pondo o operador nos estados vibracionais especiais e convenientes, às
vezes por instinto e intuição.
Passes
Os movimentos que se fazem com as mãos sobre o corpo do doente com o pensamento e a vontade
de curá-lo chamam-se passes.
Como regra geral, que deve ser rigorosamente observada, os passes não podem ser feitos no sentido
contrário às correntes, isto é, de baixo para cima, o que seria, se assim nos podemos exprimir, uma
verdadeira desmagnetização, de conseqüências graves.
Por isso, cada vez que se repete um passe, deve-se ter o cuidado de fechar as mãos e afastá-las do
corpo do doente e, assim, voltar rapidamente ao ponto de partida do primeiro passe.

Tipos de Passes

Tipo de passe Longitudinais


Definição São os que se fazem ao longo do corpo, isto é, de cima para
baixo.
Saturam o doente de fluido quando: Quando praticados lentamente (cerca de 30 segundos da
cabeça aos pés), a uma distância de 5 a 10 centímetros do
corpo.
Dão sensação de bem-estar e calma, Quando feitos a uma distância de 15 centímetros a 1 metro
servindo para debelar a agitação e ou mais (passes de grandes correntes)
extinguir o calor das febres quando:
Alto poder dispersivo, com ação Quando os passes de grandes correntes (feitos à distância
calmante e regularizador da de 15 centímetros a 1 metro), são praticados rapidamente
circulação (cerca de 2 segundos da cabeça aos pés)
Nota: Os passes da cabeça aos pés são fatigantes e nunca podem ser continuados por muito tempo; assim,
em vez de conduzir a ação de uma extremidade a outra do corpo, de um só jacto, pode-se, então,
fazer o passe parar nos joelhos e, depois de certo número desses passes, fazer igual número dos
joelhos à extremidade dos pés.
No fim de cada sessão, será de todo conveniente fazer cerca de 6 (seis) passes de grandes corrente (a
um metro de distância do corpo do doente), da cabeça aos pés, muito rapidamente, para dispersar os
fluidos e equilibrar o organismo.

Tipo de passe Rotatórios


Definição São os que se executam com as palmas das mãos ou com os
dedos (movimento rotatório palmar ou digital), com ou sem
contacto, muito lentamente, operando-se movimentos
circulares da direita para a esquerda e da esquerda para a
direita, “tal qual se quiséssemos polir o castão de uma
bengala”, virando os dedos delicadamente “qual se
déssemos corda a um relógio”.
Simultaneamente com os passes Os casos de ingurgitamentos, abcessos, obstruções,
longitudinais, são usados para: irritações intestinais, cólicas, supressões e os males em
geral do baixo ventre.
Dão sensação de bem-estar e calma, Quando feitos a uma distância de 15 centímetros a 1 metro
servindo para debelar a agitação e ou mais (passes de grandes correntes)
extinguir o calor das febres quando:
Alto poder dispersivo, com ação Quando os passes de grandes correntes (feitos à distância
calmante e regularizador da de 15 centímetros a 1 metro), são praticados rapidamente
circulação (cerca de 2 segundos da cabeça aos pés)

O Processo de Magnetização
Verificar o ambiente em que a magnetização vai ser executada. Não permitir aglomeração de
pessoas no recinto e aconselhar o maior silêncio.
Orar fervorosamente.
Tomada de relação com o paciente, isto é, estabelecer uma relação magnética. Como há vários
processos, optaremos pela imposição de uma das mãos (esquerda ou direita, indiferentemente) sobre
a cabeça do paciente. Quando sente-se grande calor nas mãos e formigamento na ponta dos dedos, a
relação está estabelecida.
Em relação ao paciente, os sintomas habituais são: sensação de calor ou de frio, opressão, peso na
cabeça, sonolência, palidez, ansiedade, convulsões, agitação, contraturas, dormência nos membros,
tremuras, aceleração ou diminuição do pulso, etc.

O método do Barão Du Potet


Transcreve-se a seguir o processo de magnetização desenvolvido pelo Barão Du Potet, por ser bem
simples. Diz ele:
“Quando o paciente pode assentar-se, nós o colocamos em uma cadeira, permanecendo de pé à sua frente
algum tempo, sem tocá-lo. Em seguida, nos assentamos também em uma cadeira mais alta que a sua, de
maneira que os movimentos que deveremos executar não nos fatiguem muito. Quando o doente estiver
deitado, permanecemos de pé, ao lado do seu leito, e o convidamos a aproximar-se de nós o mais que for
possível. Preenchidas essas condições, entregamo-nos, por alguns instantes ao recolhimento, observando o
doente com atenção. Logo que nos julgarmos com a tranquilidade e a calma de espírito necessária,
levaremos uma de nossas mãos, com os dedos ligeiramente separados, sem contração e sem rigidez, à altura
da cabeça do doente, fazendo-a descer lentamente, mais ou menos em linha reta, até os pés, repetindo esses
movimentos (passes) de uma maneira uniforme, durante cerca de um quarto de hora, examinando com
cuidado os fenômenos que se desenvolvem.
“Nosso pensamento está ativo e não tem outro objetivo senão o de penetrar o conjunto dos órgãos e,
sobretudo, as regiões onde se esconde o mal que queremos atacar e destruir.
Fatigado um braço, servimo-nos do outro, e nosso pensamento e vontade, constantemente ativos, aceleram a
emissão de um fluido, que, segundo a nossa suposição,
suposição, parte dos centros nervosos e segue o trajeto dos
condutores naturais, os braços e os dedos.
“Nossa vontade põe evidentemente em movimento um fluido de uma sutileza extrema, que se dirige e desce
em direção dos nervos até à extremidade das mãos, ultrapassa a pele, indo atingir os órgãos sobre os quais
se pretende atuar.
“Quando a vontade não sabe conduzi-lo, ele é levado, por meio de irradiação, de uma parte para outra,
conforme a atração que sofrer; caso contrário, ele obedece à direção que lhe é determinada e produz o que
dele exigis, dentro dos limites do possível.
“Os efeitos mais ou menos rápidos, resultantes de toda magnetização, estão em razão da energia da
vontade, da força emitida, da duração da ação e, principalmente, da penetração do agente através dos
tecidos humanos.
“Tenhamos sempre no pensamento que as emissões magnéticas sejam regulares e que nossos braços e
nossas mãos não estejam em estado de contração e tenham a leveza para executar sem fadiga a sua função
de condutor do agente.
“Se os efeitos que resultam ordinariamente dessa prática não ocorrerem prontamente, repousaremos um
pouco, pois temos observado que a máquina magnética humana não fornece de uma maneira contínua,
conforme nosso desejo e nossa vontade, o poder que dela exigimos. Após cinco ou dez minutos de
repouso, recomeçamos os movimentos de nossas mãos (passes), como de início, durante um novo quarto de
hora, cessando finalmente com o pensamento de que o corpo do paciente está saturado do fluido que
supomos ter emitido.

O método do Dr. L. Moutin


Um método de extrema facilidade e de resultados excelentes, comprovados em diversas
experiências.
Quer nas moléstias graves, quer nas benignas, o Dr. Moutin agia invariavelmente do seguinte modo:
estando ao lado do doente, impunha-lhe as mãos – uma na nuca e outra na boca do estômago, durante 15 a
20 minutos. Depois fazia sobre todo o corpo do paciente ligeiras fricções (*), durante o mesmo lapso de
tempo, insistindo sobre as partes mais dolorosas.
(*) São as fricções magnéticas que se fazem lentamente e mui suavemente, no sentido das correntes, isto é,
de cima para baixo, e não como nas massagens médicas.

Nada impede que se combine esse processo com o do Barão Du Potet, como também que a
imposição das mãos seja feita à distância de 5 a 10 centímetros da nuca e da boca do estômago
(epigastro), tudo dependendo da própria observação do operador, pois, como já acentuamos, o
magnetismo age diferentemente sobre os indivíduos, determinando por vezes fenômenos
completamente opostos.

Sensações do magnetizador
Assim como o magnetizado recebe as influências boas ou más do magnetizador, esta também pode
sofrer, quando extremamente sensível, em virtude dos efeitos reflexo-magnéticos, as influências
daquele. Convém acentuar, todavia, que os sensitivos, sofrendo a ação das correntes, não são os
mais aptos a curar pela ação magnética, que exige uma qualidade radiadora sumamente equilibrada.
Contudo, há que distinguir os efeitos reativos da ação, que todos os magnetizadores, em maior ou
menor grau, experimentam, constituindo o que se denominou de tato magnético, faculdade
preciosa no diagnóstico das moléstias e que se pode desenvolver pelo exercício e pela prática.
O estudo das sensações manuais, experimentadas pelos magnetizadores, levaram Deleuze, Bruno,
Aubin Gauthier, Du Potet e outros às mesmas conclusões, que foram mais tarde repetidas por Bué.
Assim, quando o operador sente... É indício de que no doente ...

Um calor seco e abrasante em suas mãos... A circulação geral está entravada por uma tensão
anormal dos nervos.
Um calor brando e úmido em suas mãos... A circulação está livre e prenuncia cessação
próxima, trazendo descargas orgânicas.
Um frio em suas mãos Há atonia e paralisia dos órgãos
Tintilações e formigamentos nos dedos Denunciam a existência de excesso de bílis,
sangue alterado, estado herpético.
Adormecimento nas mãos e dores de câimbras Há estagnações linfáticas, de embaraço na
nos dedos, que se propagam nos braços função digestiva e de acúmulo de viscosidades.
Estremecimentos nervosos, vibrações e abalos Estado congestivo do sistema nervoso e de
rápidos e fugitivos, quais choques elétricos congestões fluídicas no paciente.

Estudando com atenção as sensações que se fazem experimentar a um doente, e as que experimenta
em si mesmo o magnetizador, adquire-se logo a melhor regra de exploração que pode guiar na
conduta de um tratamento; pouco a pouco, essas percepções intuitivas, arrastando a mão do
operador para tal ponto do corpo do doente, de preferência a um outro, determinam a escolha dos
processos magnéticos mais próprios para combater as alterações mórbidas, das quais se acaba
conhecendo melhor a extensão, a sede e a natureza.
A observação, compreende-se, será tanto mais concludente e segura, quanto maior for o cabedal de
conhecimentos do magnetizador.

É certo que se deve agir sempre com muita atenção e prudência. Mas não se deve temer as
conseqüências da ação magnética, porque assim como se provoca determinadas reações no
organismo do magnetizado, assim também se pode fazer cessá-las. É preciso confiar. A falta de
confiança, diz Aubin Gauthier, faz o timorato; teme-se o efeito magnético, em vez de o desejar; se
ele se apresenta, é recebido com inquietação; os efeitos imprevistos enchem de pasmo o incrédulo,
ou impelem a imprudências e exageros, que não se dariam em havendo por diretrizes a reflexão, o
critério e a experiência.

Polaridades do corpo humano


A respeito das polarizações que se afirma existirem no corpo humano, todos os grandes mestres do
magnetismo (Du Potet, Deleuze, Gauthier, Morand, Rouxel, Bué, Lafontaine, Binet e Feré, e muitos
outros) contestam as conclusões daqueles, afirmando que a potência volitiva do magnetizador
unifica a ação radiadora e a conduz com igual segurança ao paciente, de face, de lado, pelas costas,
de perto ou de longe, e, às vezes, mesmo de um compartimento para outro, através das paredes e
sem estar vendo o paciente.

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