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LOGÍSTICA 4.0 & A SOCIEDADE DO CONHECIMENTO


FATEC GUARULHOS – GUARULHOS/SP - BRASIL
31 DE MAIO E 01 DE JUNHO DE 2019
ISSN 2357-9684

RISCOS E AVARIAS NO MANUSEIO DE PRODUTOS


PERIGOSOS: ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA
COM FOCO EM SEGMENTO QUÍMICO.
KATIA CORREIA DE LIMA PEREIRA (FATEC
GUARULHOS) katiacorreia.lp@gmail.com
THALIA ALVES LEITE (FATEC GUARULHOS)
thaliaalvess@outlook.com.br
VANDERLEI TALLACH (FATEC GUARULHOS)
vanderlei.tallach@fatec.sp.gov.br
REGIANE DE FÁTIMA BIGARAN MALTA
(FATEC GUARULHOS) rfbmalta@gmail.com

RESUMO
Com o crescimento econômico do pais que é alicerçado pelas industrias em geral a demanda por produtos químicos vem
aumentando exponencialmente e a consequência disso é o aumento dos riscos inerentes as estes produtos, que necessitam
de um tratamento adequado com legislações próprias visando a proteção social e ambiental .Esta atividade de transportar e
armazenar produtos químicos requer uma especialização e vários procedimentos específicos de acordo com cada classe de
risco de cada produto, como por exemplo a utilização de EPI´S, veículos adequados e politicas de prevenção de acidentes de
perdas e avarias que possam colocar em risco a saúde humana. O presente artigo tem o objetivo de apurar quais atividades
possuem maior potencial de risco de perdas e avarias durante os processos em uma empresa logística de produtos perigosos
localizada em Guarulhos. A partir das informações coletadas serão apresentadas sugestões que pretendem solucionar e dar
embasamento para tomadas de decisão visando a diminuição de ocorrências de perdas e avarias, que possam colocar em
risco a saúde dos colaboradores ampliando assim o conceito socioambiental dentro da organização.
.

PALAVRAS-CHAVE: Produtos perigosos; Movimentação; Avarias

ABSTRACT
It is presents With the economic growth of the country that is supported by the industries in general, the demand for chemical
products has been increasing exponentially and the consequence of this is the increase in the inherent risks of these products,
which need an appropriate treatment with their own legislation aiming at social and environmental protection .This activity
of transporting and storing chemicals requires a specialization and several specific procedures according to each risk class of
each product, such as the use of epis, suitable vehicles and accident prevention policies of losses and damages that can put
human health. The objective of this article is to determine which activities have the greatest potential for risk of losses and
damages during the processes in a logistics company of dangerous products located in Guarulhos. From the information
collected will be presented suggestions that seek to solve and provide basis for decision making aiming at reducing
occurrences of losses and damages, which could put at risk the health of employees, thus broadening the socio-environmental
concept within the organization.

Keywords: Dangerous products; Movement; Breakdowns

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1. INTRODUÇÃO

Os prejuízos causados pelas avarias podem ir muito além das perdas causados à
mercadoria pode causar uma interrupção no ciclo de abastecimento implicando
diretamente no relacionamento com o cliente. Um fator muito importante é a preservação do
material o ideal é que suas características sejam preservadas até serem entregues ao consumidor
final, pois se for executado de modo indevido, pode ocasionar grandes danos para a empresa
ou até mesmo maximizando os riscos na saúde dos funcionários em caso de produtos químicos.
Tratando-se de manuseio de mercadoria é importante ressaltar o uso de equipamentos
como Racks, pallet, Trans-paleteira que auxiliam no processo de carga e descarga através destes
instrumentos é possível organizar e agrupar a carga em unidades maiores para que assim
consiga evitar danos ao produto. A embalagem é muito importante para que se mantenha a
qualidade do produto da fabrica ate o cliente, segundo Minoru Hara (2011) tem como principal
objetivo sua utilização para que se possa movimentar, transportar e armazenar o produto e
também proteger contra danos e avarias alem de uma melhor apresentação estética.
De acordo com Ballou (2007), com o aparecimento da tecnologia dos equipamentos para
manuseio das mercadorias o trabalho tornou-se mais eficiente e consequentemente auxiliou no
combate a avarias de mercadorias, demora nos processos de carregamento e descarga.
Além de proporcionar maior segurança para quem esta ligado direta ou indiretamente
com o manuseio ou movimentação do produto, também amplia a confiabilidade durante o
transporte até o cliente, já que os riscos inerentes a esse tipo de atividade são iminentes, são
eles: risco de contaminação do solo, cursos d´agua, lençóis freáticos e a população lindeiras as
principais rodovias.
Este artigo tem como objetivo apurar as causas de riscos e perdas/avarias que são
causadas pela movimentação e manuseio de produtos químicos durante os processos realizados
dentro da organização. Objetivo específico é apurar as causas de avarias e riscos potenciais que
possam impactar na saúde dos colaboradores e ao meio ambiente.
Aplicar os conceitos de prevenção e planejamento em emergências que envolvem
produtos perigosos a relevância e o aspecto deste estudo estão nos dados coletados a partir das
avarias ocorridas na empresa apresentada. Além do que, a justificação deste artigo torna-se
ainda mais significativo, pois são exposto não só as causas de riscos e avarias, mas formas de
reduzi-las.
Por ser tratar de um estudo de caso, os dados exibidos estampam uma situação real sendo
que as operações apresentadas foram aplicadas na organização, que obteve resultados
satisfatórios com os cuidados ao manusear os produtos para que não haja danos à empresa nem
ao cliente.

2. EMBASAMENTO TEÓRICO
2.1 Produtos perigosos manuseio e movimentação de Transporte rodoviário.
No mundo da logística há riscos naturais da profissão, porém, o risco aumenta em
situações em que se enquadra o transporte de cargas perigosas. Uma ocasião de perda pode se
recuperar com o tempo, mas danos causados por produtos químicos geram grande
consequências que as vezes nunca podem ser recuperadas, somente amenizadas.
Afinal, o que é considerado como carga perigosa?
O órgão responsável pela infraestrutura de transporte no país, o DNIT (Departamento
Nacional de Infraestrutura de Transportes), diz que os produtos perigosos são todos que

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possuem origem química, biológica ou radiológica, trazendo danos nocivos à população, aos
seus respectivos bens e ao meio ambiente.
Dentro desse universo, as cargas perigosas são classificadas por medidas de segurança, baseado
em sua natureza e tipos de danos que podem causar. São eles:
Explosivos, Gases, Líquidos Inflamáveis, Sólidos Inflamáveis, Oxidantes e Peróxidos,
Tóxicos e Infectantes, Radioativos, Corrosivos e Artigos Diversos.
Como identificar se um produto é perigoso ou se o veículo está transportando um
material que pode causar danos às pessoas ou ao meio ambiente?
É necessário ser fixados nas embalagens e nos veículos que transportam esses materiais
símbolos e placas. O painel de segurança é caracterizado por um quadrado de cor laranja que
informa o número de risco e o código da ONU. Já o rótulo de risco é indicado por um losango
vermelho e a classe/subclasse de risco.

Figura: 1 Rótulo de risco das classes de produtos perigosos


Fonte:ABIQUIM 2017

Durante o transporte desse tipo de produto é necessário, além de todas as sinalizações


externas, também documentos obrigatórios para a circulação. O motorista deve conter a sua
CNH (Carteira Nacional de Habilitação), carteira de identidade (RG) e o certificado de
conclusão do curso de Transporte de Produtos Perigosos (TPP) já a documentação do veículo
que deve estar em posse do motorista são: Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo
(CRLV), seguro obrigatório, Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA),
Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavan) e o Certificado de Inspeção para o
Transporte de Produtos Perigosos a Granel (CIPP).
Por fim, é necessário estar em posse também da documentação da carga: licença de
operação para viagens interestaduais, licença de funcionamento ou certificado de registro da
polícia federal (conforme a necessidade), Requisição de Transporte (RT), documento fiscal,
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ficha de emergência, envelope para transporte, guia de tráfego, declaração do expedidor de


material radioativo e ficha de monitoração da carga e do veículo rodoviário.
O transporte de cargas perigosas, quando realizado de maneira adequada, apresenta
riscos mínimos para a população e ao meio ambiente. Os principais medos são explosões,
incêndios e intoxicação que podem gerar grandes consequências.
A legislação de trânsito é bastante rígida na qualificação dos motoristas que fazem o
transporte dessas mercadorias. No passado a certificação chamava-se MOPP (Movimentação
de Produtos Perigosos), porém, a nomenclatura mudou para TPP (Transporte de Produtos
Perigosos).

2.2 Segurança do trabalho EPI’S e EPC’S


São considerados produtos perigosos aqueles que podem gerar alguns riscos à segurança
e à saúde das pessoas ou meio ambiente, segundo a Agência Nacional de Transporte Terrestres
(ANTT).
Buscando evitar riscos de acidentes e prevenir as pessoas contra qualquer tipo de
imprevistos, é fundamental a utilização de equipamentos de segurança.
Os equipamentos de proteção individual são fundamentais para impedir incidentes
ou acidentes durante o manuseio desses produtos. Além disso, evita-se o contato direto com tais
substâncias e reduz-se o risco de contaminações os EPI’s desenvolvidos para este tipo de
atividade são:
➢ Roupas de segurança (calça, macacão e camisa de proteção).
➢ Máscaras de proteção (semifacial, panorâmica e de fuga);
➢ Óculos de segurança para produtos químicos;
➢ Capacete de segurança com protetor facial;
➢ Respirador para pó;
➢ Calçados de seguranças;
➢ Luva de segurança;
Equipamentos de Proteção Coletiva, ou EPC, são equipamentos utilizados para proteção de
segurança enquanto um grupo de pessoas realiza determinada tarefa ou atividade devendo
proteger todos os trabalhadores expostos a determinado risco. São itens fixos ou móveis,
instalados no local de trabalho para a proteção coletiva de toda a empresa exemplos de EPCS;

➢ Enclausuramento acústico de fontes de ruído;


➢ Exaustores para gases e vapores;
➢ Tela / grade para proteção de polias, peças ou engrenagens móveis
➢ Piso antiderrapante.
➢ Barreiras de proteção contra luminosidade e radiação;
➢ Guarda-corpos;
➢ Chuveiro e lava olhos de emergência;
➢ Extintores de incêndio
➢ Kit de primeiro socorros
A conservação dos EPI e EPC é de obrigação dos colaboradores. Usar um EPI ou EPC
defeituoso significa ao usuário uma falsa sensação de segurança desta forma colocando em risco
sua integridade física. Os equipamentos de proteção individual/coletivos devem ser
regularmente verificados quanto a atuação e preservados em boas condições de trabalho para
que o equipamento possa continuar oferecendo a proteção necessária para o qual foi elaborado.

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2.3 Legislação Ambiental


Requisito legal Detalhamento
Promulga a Convenção OIT n° 170, relativa à segurança na utilização de
produtos químicos no trabalho, assinada em Genebra, em 25 de junho de
Legislação Federal 1990.
Decreto 2.657/98

Aprova o regulamento do transporte rodoviário de produtos perigosos.


Legislação Federal Determina as obrigações do transportador e do contratante do transporte.
Decreto nº 96.044/88

Legislação Federal Aprova as instruções complementares ao regulamento do transporte


Resolução ANTT nº 420/04 terrestre de produtos perigosos.
Estabelece normas de controle e fiscalização sobre produtos químicos que
direta ou indiretamente possam ser destinados à elaboração ilícita de
Legislação Federal
substâncias entorpecentes, psicotrópicas ou que determinem dependência
Lei nº 10.357/01
física ou psíquica, e dá outras providências.

Regulamenta a lei nº 10.357/0101, que estabelece normas de controle e


fiscalização sobre produtos químicos que direta ou indiretamente possam
ser destinados à elaboração ilícita de substâncias
Legislação Federal entorpecentes, psicotrópicas ou que determinem dependência física ou
Decreto nº 4.262/02 psíquica, e dá outras providências.

Submete a controle e fiscalização, pelo Departamento de Polícia Federal,


Legislação Federal
nos termos desta portaria, os produtos químicos relacionados nas listas I,
Portaria MJ Nº 1.274/03
II, III, IV e nos seus respectivos adendos, constantes do anexo I.
Os recipientes, embalagens, contêineres, invólucros e assemelhados,
Legislação Estadual
quando destinados ao acondicionamento dos produtos perigosos, devem
Decreto n° 38.356/98
ser obrigatoriamente devolvidos ao fabricante destes produtos. É vedada a
Lei nº 9921/93
reutilização desses recipientes para qualquer outro fim.
Determina que os produtos químicos e seus derivados, destinados à linha
institucional e / ou industrial, comercializados em tambores ou bombonas,
deverão ter a sua indicação quantitativa expressa em unidades legais de
Portaria INMETRO Nº 364, de 27-09- massa, seus múltiplos e submúltiplos, grafados por extenso ou com os
2007 símbolos obrigatórios no sistema internacional de unidades (si), conforme
legislação metrológica em vigor.

2.3.1 Orientações gerais


Nos termos da legislação mencionada, os fornecedores de produtos químicos devem
cumprir, dentre outras, as seguintes obrigações:
Os fornecedores devem cumprir todas as normas aplicáveis relativas a transporte de
cargas perigosas, no caso dos produtos fornecidos serem classificados pela Resolução ANTT
nº 420/04 como produtos perigosos. Os fornecedores, tanto se tratando de fabricantes ou
importadores como de distribuidores de produtos químicos, deverão assegurar-se de que:
a) os produtos químicos que fornecem foram classificados de acordo com o Artigo 6 do
anexo do Decreto 2.657/98, com base no conhecimento das suas propriedades e na busca de
informações disponíveis ou avaliados em conformidade com o parágrafo 3 do presente Artigo;
b) esses produtos químicos ostentem uma marca que permita a sua identificação, em
conformidade com o parágrafo 1 do Artigo 7 do anexo do Decreto 2.657/98;

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c) os produtos químicos perigosos que são fornecidos sejam etiquetados em


conformidade com o parágrafo 2 do Artigo 7 do anexo do Decreto 2.657/98;
d) sejam preparadas e proporcionadas aos empregadores, de acordo com o parágrafo 1
do Artigo 8, fichas com dados de segurança relativas aos produtos químicos perigosos;
No caso de fornecimento de produtos químicos perigosos, os fornecedores devem zelar
para que sejam preparadas e fornecidas aos empregadores, segundo método acorde com a
legislação e a prática nacionais, as etiquetas e as fichas com dados de segurança, revisadas
sempre que surgirem novas informações pertinentes em matéria de saúde e segurança;
Caso os produtos químicos ainda não tenham sido classificados em conformidade com
o Artigo 6 do anexo do Decreto 2.657/98, o fornecedor deverá identificar os produtos que
fornece e avaliar as propriedades desses produtos químicos se baseando nas informações
disponíveis, com a finalidade de se determinar se são perigosas;
Caso os produtos químicos fornecidos estejam sujeitos ao controle do Exército
(consultar Decreto nº 3.665/00), o fornecedor deve obedecer as seguintes exigências:
I – para a fabricação, o registro no Exército, que emitirá o competente Título de Registro -TR;
II – para a importação, o registro no Exército mediante a emissão de TR ou CR e da licença
prévia de importação pelo Certificado Internacional de Importação – CII;
III - para o tráfego, autorização prévia por meio de GT ou porte de tráfego, conforme o caso;
IV - para o comércio, o registro no Exército mediante a emissão do CR.
Caso os produtos químicos fornecidos estejam sujeitos ao controle da Polícia Federal
(consultar lista da Portaria MJ nº 1.274, de 26-08-2003), o fornecedor desses produtos deve se
cadastrar e requerer licença de funcionamento ao Departamento de Polícia Federal, de acordo
com os critérios e as formas a serem estabelecidas na portaria supracitada. Documentos
necessários (cópias): Licença de operação emitida por órgão ambiental competente.

2.4 Indicadores de Acidentes


Segundo a ABRICLOR (Associação Brasileira da Indústria de Álcalis, Cloro e
Derivados), desde 2005, a quantidade de acidentes nas estradas envolvendo o transporte de
produtos perigosos vem diminuindo de maneira considerável. Os estudos mostraram que a cada
10 mil viagens a frequência de acidentes no transporte rodoviário chegou a 1,46 em 2006,
depois recuando para 0,25 e 0,30 em 2016 e 2017, respectivamente. Outro estudo, mas dessa
vez feito pela ABIQUIM (Associação Brasileira da Indústria Química), destacou a mesma
situação, onde a frequência de acidentes em 2005 era de 2,99 e em 2016 e 2017 diminuiu para
0,61 e 0,78, respectivamente. O vice coordenador da Comissão de Manuseio e Transporte da
ABRICLOR, Elias Oliveira, explica o fato dessa queda ocorrer em detrimento do aumento do
número de empresas transportadoras e do volume de carga transportada.
O número de acidentes passou a diminuir a partir do momento em que as indústrias e
parceiro do setor de transporte passaram a capacitar e conscientizar seus funcionários sobre a
importância da condução segura, aprimorando os processos de gestão desde o transporte até a
descarga de substâncias químicas.
O objetivo, segundo Elias é continuar mantendo os números de acidentes de transportes
o mais baixo possível, como a meta de um dia zerá-los. O mesmo afirma que a sociedade precisa
olhar para os benefícios dos produtos químicos presentes no nosso dia a dia e não para os riscos
no transporte. A Comissão de Manuseio e Transporte da ABRICOLOR analisa e estuda os
acidentes ocorridos a cada dois meses, buscando compartilhar as informações para que novos
acidentes possam ser evitados.

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Figura: Gráfico de frequência de acidentes


Fonte: Abiclor

3. DESENVOLVIMENTO DA TEMÁTICA
Este artigo expõe como método o estudo de caso, para Fachin o conhecimento empírico é um
fato que se apoia somente em experiências vividas, o mesmo ainda realizou – se uma pesquisa
bibliográfica sobre o tema que permitiu uma analise que apontou tendências a partir dos
números apresentados sobre as avarias na movimentação e no manuseio. De ante da pesquisa
realizada em uma empresa do setor logístico especializada em transporte e armazenagem de
produtos químicos localizada em são Paulo com 2100 funcionários, especialista em
agroquímico, vernizes, esmaltes, tintas, líquidos e gases. A empresa possui certificados como,
ISO9001, ISO14001, SASSMAQ, DTA. Foi possível observar a movimentação e o transporte
de produtos químicos e algumas atividades especificas possuem peculiaridades que precisam
de mais atenção, como por exemplo o manuseio, que necessita de equipamentos de
movimentação e equipamentos de proteção individual. Os processos realizados nesta empresa
são de grandes volumes de produtos com periculosidade considerável, por este motivo são
realizados treinamentos periódicos para que haja sinergia entre setores e colaboradores com o
objetivo de prevenir perdas e avarias. Porem ao observarmos o grande fluxo de produtos
químicos que são movimentados todos os dias, fica claro que o desafio de zerar os danos e
avarias ainda é grande, pois, os materiais movimentados muitas vezes estão em uma embalagem
não muito resistente, desta forma durante o manuseio quando ocorre algum atrito com o baú
que transportará a mercadoria já causam algum tipo de dano na embalagem.
Com o levantamento de dados concluídos foram apontados os possíveis problemas que
ocorrem durante os processos de carregamento, transporte, manuseio, armazenagem entre
outros. E os tipos de avarias mais frequentes na empresa são;

➢ Embalagens furada/amassada

Fonte: Disponibilizado pela empresa

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➢ Embalagens rasgadas / com vazamento

Fonte: Disponibilizado pela empresa

➢ Embalagens molhada /incompleta

Fonte: Disponibilizado pela empresa

Também foi possível constatar que com a movimentação nos setores de carga e descarga
tanto manualmente ou com ajuda de empilhadeiras podem ocorrer avarias durante o processo,
pois existem defasagens nas atividades realizadas, como o acondicionamento das mercadorias
em paletes e a falta de atenção dos colaboradores também favorece esses tipos de ocorrências.
E os principais causadores de avarias são;

➢ Contêineres amassados ou com resto de solda, Madeiras que calçam os materiais nos
veículos;
➢ Paletes prensados nos veículos, Manuseio incorreto pelo operador;
➢ Local inapropriado para armazenagem, Paletes quebrados;
➢ Embalagens pouco resistentes, Excessivo manuseio;
➢ Falta de treinamento para a equipe, Falta de atenção dos envolvidos na operação;
➢ Acidentes com maquinas no armazém, Empilhamento incorreto
➢ Fenômenos naturais dentre outros;

Um dos fatores que também colaboram com possíveis avarias são faltas de manutenção
dos equipamentos de movimentação de cargas e também a falha humana, em relação aos
produtos que sofrem mais danos podemos citar os materiais que vem em sacos de papel ou de
plástico, pois são muito frágeis e quase sempre ocorrem avarias. E quando isso acontece traz
um enorme transtorno para a organização, pois se trata de produtos nocivos à saúde e ao meio
ambiente e também um alto valor agregado que muitas vezes e custeado pela empresa. Os
impactos causados pelas avarias incluem perdas parcial ou total de material, bloqueio de
pagamentos do frete pelos clientes, desgaste de relacionamento comercial entre as empresas,
atrasos nas entregas, entregas parciais ou não realizadas, Contaminação no meio ambiente de
trabalho ou na natureza, Multas adicionais para o CD e quebra de contratos pelo contratante.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
E o que é feito com as mercadorias avariadas? São isoladas, é realizado um relatório
para demonstrar a quantidade de material perdido depois o material é acondicionado em
recipientes apropriados e são encaminhados para incineração, e quando o produto é liquido é
realizado o isolamento da área por uma equipe especializada e utiliza-se para contenção um
material chamado Argila expandida que imediatamente absorve todo o liquido. Por se tratar de
produtos químicos a recuperação de materiais avariados é mínima, pois quando alguns produtos
entram em contato com o ar ele perde alguns princípios ativos sofrendo alterações que
impossibilita o reaproveitamento. Em casos de avarias deve ser realizado o detalhamento da
ocorrência, solicitando a presença da equipe da qualidade. Estes fatores determinam os cuidados
e atenção durante o processo logístico para que a movimentação ou transporte seja realizado
com segurança garantindo a integridade do produto.
Depois de uma breve abordagem realizada na empresa em questão , podemos constatar
que alguns fatores internos e externos podem influenciar positivamente ou negativamente a
qualidade no desenvolvimento das atividades logísticas, mais precisamente no manuseio,
transporte e o armazenamento. Basicamente a estrutura que é destinada aos processos são
comuns neste segmento, porém o investimento em tecnologia é um fator que difere algumas
empresas. Ao observar e questionar alguns colaboradores pode-se constatar que danos nas
embalagens podem ocorrer de diversas formas , seja no manuseio do material, distrações no
local de trabalho e podem ocorrer também no transporte decorrentes de tombamento e colisão
ocorridos devido à velocidade incompatível com o trecho somado à fadiga do motorista,
desrespeito às leis de trânsito, normas de segurança, falta de infraestrutura nas principais
rodovias.Alguns procedimentos realizados nos processos são: verificar a forma que a
mercadoria está embalada e qual o seu estado, se no caso a embalagem é a mais indicada e se
não é necessário embalar novamente a mercadoria e atenção nas instruções de cada produto.
Uma embalagem correta e em bom estado prolonga a vida útil da mercadoria ao protegê-la nas
movimentações.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo de demonstrar alguns dos problemas causados por movimentação de
mercadorias e os cuidados que devemos ter ao manusear os produtos para que não haja danos
ao meio ambiente, a empresa e aos colaboradores. As informações obtidas através de estudos
produzidos por observações e questionamentos para cada processo podem influenciar na
tomada de decisão para solucionar um problema, visando sempre à satisfação do cliente, o
desenvolvimento e crescimento organizacional. Também foi atingido o objetivo específico de
apurar as causas de avarias, perdas e riscos. Este trabalho representa o comunicado de uma
pesquisa que ainda está em andamento, o grupo de trabalho propõe as seguintes sugestões e
recomendações para que a empresa possa diminuir as despesas, as quais possibilitarão reduzir
consideravelmente a quantidade de ocorrências e os casos de avarias.
Para os casos de avarias deve ser realizado um acompanhamento minucioso desde
quando detectado, solicitando a presença da equipe da qualidade, registrando com fotos a
ocorrência, segregação, rotulagem, feedback da qualidade e armazenagem. Realizar um
treinamento adequado com todos os funcionários envolvidos na operação de transporte e
manuseio, realizar reuniões semanalmente, resolver problemas pertinentes, fazer relatórios
diários, conscientizar os funcionários da importância do correto manuseio das mercadorias,
sugerem-se também palestras referentes ao meio ambiente para que os colaboradores tenham
ciência dos problemas que algumas avarias podem causar.

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Uma das tratativas complementares que foram elaboradas, foi a negociação com alguns
fornecedores para que fosse realizado estudos que possibilitassem melhorias nas embalagens
que não suportavam o processo de movimentação, foram realizados testes que comprovaram a
fragilidade da embalagem para dar embasamento durante a negociação. Como resultado
positivo constatou-se a melhoria das embalagens envolvidas nas pesquisas.

REFERÊNCIAS

Volk Brasil - Tipos específicos de epis para produtos químicos Disponível


http://blog.volkdobrasil.com.br/noticias/6-tipos-especificos-de-epis-para-produtos-
quimicos acesso 16/03/2019

CM CENTER – Epi Para produtos químicos Disponível <https://cmcenter.com.br/pt-


br/epi/epi-para-produtos-quimicos acesso em 17/ 03/2019

INSTITUTO DE BIOLOGIA – Equipamento de proteção coletiva e individual Disponível


http://www.ib.unicamp.br/comissoes/node/33 acesso em 17/032019

PRODUTOS PERIGOSOS – ABIQUIM - o sistema de classificação da organização das


nações unidas https://wandersonmonteiro.wordpress.com/2017/02/25/%E2%AD%95-
produtos-perigosos-abiquim-emergencias-quimicas/ acesso em 17/03/2019

HARA,Celso Minoru. Logística: armazenagem, distribuição e trade. Campinas SP:


Editora Alinea, 2011 4º edição

BALLOU, Ronald H. Transportes, administração de materiais, distribuição física.


Logística. Empresarial. São Paulo: Atlas,2007.

BTLPA, Indicador de acidentes no transporte de produtos perigosos atinge um dos


menores níveis da história http://www.abtlp.org.br/index.php/indicador-de-acidentes-
no-transporte-de-produtos-perigosos-atinge-um-dos-menores-niveis-da-historia/
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X FATECLOG - LOGÍSTICA 4.0 & A SOCIEDADE DO CONHECIMENTO


FATEC GUARULHOS – GUARULHOS/SP - BRASIL
31 DE MAIO E 01 DE JUNHO DE 2019
ISSN 2357-9684

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