Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
RESUMO
O presente artigo propõe a viabilização de estudos para a melhoria no transporte de cargas vivas voltada para
bovinos, analisando a cadeia produtiva do gado como foco em sua exportação, levando em conta os entraves
existente em cada processo decorrentes da falta de infraestruturas de transporte. Diante da análise do estudo,
verificou-se que as perdas estão estritamente relacionadas ao tempo que a carga viva da espécie bovina leva para
chegar ao destino e às condições de higiene em que a carga é transportada acarretando em sérios prejuízos ao
meio ambiente e aí envolvidos na operação. Para a coleta e apresentação dos dados, o estudo contou com a
utilização de pesquisa qualitativa, quantitativa e consultas à fontes bibliográficas, como artigos científicos, livros
e notícias.
ABSTRACT
This article propose viability of studyes improved transport of live bovine cargo, analyzing livestock production
focusingon export, rememberyng the obstacles in each process for lack of transportation infrastructure.
Observing the study analysis, it was found that losses are involved in the time of the bovine cargo to its location
and hygienic conditions in which it is transported polluting the environment and workers. Searching and
presenting data, the study used qualitative research, quantitative and bibliographic notes, as scientific articles,
books and news.
Keywords: Bovine Cargo 1. Export 2. Transport 3.
1. INTRODUÇÃO
2. EMBASAMENTO TEÓRICO
O segmento do agronegócio brasileiro é verdadeiramente um pilar para economia,
detendo cerca de um terço do PIB nacional e participando com 42% do volume das
exportações. Ele é composto pelo segmento da Agricultura, Pecuária, Silvicultura/Exploração
Vegetal e Pesca. Adentrando na ramificação pecuária, é vista a forte presença na produção de
carnes, destacando-se frangos, suínos e bovinos. É um setor que tem crescido ano a ano, gerou
empregos e trouxe novas tecnologias de ponta que possibilitaram o Brasil ter os menores
custos para produção desses animais, portanto, considere como um diferencial competitivo
(FERREIRA, M.,D.,P.; FILHO, J.,E.,R.,V., 2019).
Analisando a pecuária bovina, nas últimas quatro décadas, essa atividade passou por
muitas mudanças que trouxeram aumento de sua produtividade, a princípio evidencia-se que o
rebanho dobrou, atingindo a marca de 209 milhões de cabeças de gado. Fora isso, houve
redução no índice de morte, bem como aumento da qualidade do gado, isso sem contar com
crescimento da taxa de natalidade e ganho de peso dos bovinos. Tudo devido aos incrementos
tecnológicos e políticas de fiscalização sanitárias que possibilitaram a consolidação desse
mercado (GOMES, R., C.; FEIJÓ, G., L., D.; CHIARI, L., 2017).
A produção brasileira de gado situa-se principalmente nos estados de Mato Grosso,
Minas Gerais e Goiás. Nesses centros são feitos os processos de nutrição, vacinação,
pastagem, rastreabilidade, bem-estar e até mesmo melhoramento genético, essenciais para
incorporar qualidade de vida ao animal. Feitas essas etapas, o gado chega a sua fase adulta e
poderá ser embarcada em caminhões boiadeiros, tornando-se uma carga para a ser
comercializada (GOMES, R., C.; FEIJÓ, G., L., D.; CHIARI, L., 2017).
parâmetros de qualidade); modal de transporte e o seu trajeto a ser feito (GUERRA, L., D. et
al., 2019).
O fluxograma 1 ilustra os processos desde a o embarque do gado, já na sua fase adulta
e no peso ideal, em veículos terrestres para o prosseguimento de cada etapa da sua cadeia de
suprimentos, evidencia que o mesmo delimita-se em sentido de exportação:
De acordo com Dias e Caneo (2018) as cargas vivas são consideradas como cargas
especiais por necessitarem de veículo de transporte com aparelhagem específica (pisos
antiderrapantes, porteiras e divisórias moveis, higiene e ambiente seguro, arestas para
respiração.) e uma excelente condução por parte do responsável do transporte, evitando o
máximo que os animais sofram ferimentos ou passem por estresse elevado.
3. DESENVOLVIMENTO DA TEMÁTICA
250,000.00
200,000.00
150,000.00
100,000.00
50,000.00
0.00
2015 2016 2017 2018
Toneladas
Fonte: Elaborado pelos autores com os dados do Comexstat
De acordo com os dados fornecidos e expostos pode-se dizer que a comercialização
da carga viva é de suma importância para a economia brasileira, de acordo com o Ministério
da Industria (2018) a exportação da carga viva no ano em questão gerou receita de R$ 470
milhões para o Brasil.
Analisando as informações retratadas no pressente artigo, e levando em consideração
que no Brasil o transporte de cargas vivas cresceu 25% nos últimos anos e as perspectivas são
ainda maiores se faz necessária a maior opção de modais que possam ser utilizados para o
transporte seguro de cargas vivas (SILVA., GOMES., NETO. 2019).
De acordo com Fachinello e Nascimento (2008) a cabotagem seria um dos meios
viáveis para a movimentação de bovinos visando o curto risco de acidentes, amplo espaço
para a instalação dos animais, a grande costa brasileira e segundo a ANTA o custo do frete em
relação a cabotagem pode variar de 15% a 50% menor que o rodoviário. Pois conforme
declarado pela CNT os acidentes rodoviários envolvendo caminhões ocorrem com mais
frequência no Brasil.
O modal ferroviário também se faz um meio viável para o transporte de carga viva,
tendo em mente que além de maior espaço para transportar alta quantidade e amplo espaço
para o conforto dos animais, as estradas de ferro causam menos danos ao meio ambiente e
também a segurança proporcionada pelos trens sobre trilhos.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
compradoras de carga viva da espécie bovina do Brasil, adquiriu uma menor quantidade desse
tipo de mercadoria e às mobilizações internacionais frente aos direitos animais aumentaram.
Em fevereiro de 2018, cerca de 25 mil cabeças de gado estavam prestes a embarcar para a
Turquia, por meio do porto de Santos, quando após várias denúncias de maus-tratos e rigorosa
perícia, as cargas acabam sendo embargadas judicialmente, ocasionando prejuízos milionários
aos empresários envolvidos, tanto pelas condições precárias de transporte, quanto pelos
atrasos e diminuição da qualidade do serviço prestado. Houve diversas manifestações que
provocaram uma série de discussões em âmbito internacional, fazendo com que a exportação
de cargas vivas da espécie bovina se tornasse um ramo menos atrativo. (BEDINELLI, 2018)
Por outro lado, sabe-se que a movimentação de cargas vivas ainda atende a
determinados nichos, como os países do Oriente Médio que por motivos religiosos e culturais
seculares, ainda optam pela carga viva. Sendo assim, vários dispositivos legais estão sendo
implementados para que o animal não sofra durante o transporte, dentre eles, pode-se citar a
Resolução nº 675/17 que dispõe sobre as condições dos veículos que transportam as cargas
vivas; e a rigorosa regulação por parte do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA) visando o bem-estar animal e a minimização da mortandade diante
do transporte. Perante a esse fato, visando o bem-estar dos animais transportados, o artigo
constatou que os órgãos responsáveis pela regulação da movimentação de cargas vivas devem
se mostrar mais atuantes por meio de fiscalizações periódicas durante todas as etapas da
cadeia de suprimentos, agindo de forma preventiva e menos corretiva, pois, assim, se torna
possível assegurar a saúde dos animais, bem como os parâmetros de higiene exigido
mundialmente de forma antecipada.
Por meio do estudo, constatou-se que o transporte foi um importante assunto abordado
pelo trabalho, já que essa etapa da cadeia logística é crucial para o sucesso da operação e o
bem-estar do animal, visto que quando mal conduzida, pode: provocar a mortandade de bois e
bezerros; elevar custos logísticos; e diminuir a qualidade da carne, bem como a
competitividade no mercado internacional.
Frente a isso, segundo o professor e pesquisador da Universidade de São Paulo (USP),
Zanella (2020), a perda no transporte de animais pode chegar a 20% devido às condições em
que as cargas são transportadas, tais como a superlotação dos veículos, freadas bruscas, o
tempo que o caminhão fica exposto ao Sol e outros fatores que provocam o estresse do
animal. No Brasil, sabe-se que a matriz do transporte é desbalanceada, onde o modal
rodoviário é responsável por 62,8% da infraestrutura de transportes, acarretando diversos
gargalos logísticos que inviabilizam o transporte de cargas vivas. Perante a essas situações, o
transporte é um item de suma relevância para a redução de perdas na cadeia de suprimentos,
pois a eficiência e a eficácia das atividades logísticas com relação as cargas vivas, dependem,
quase que estritamente, do modo como a mercadoria é transportada (ALVARENGA, 2019).
O gráfico abaixo apresenta os prejuízos de um sistema de transporte ineficiente. Para a
simulação dos resultados, utilizou-se uma perda de 20% do faturamento bruto correspondente
a cada ano, do intervalo 2015 e 2019, disponíveis no portal do Ministério da Indústria,
Comércio Exterior e Serviços (MDIC). De acordo com os valores representados, verifica-se
um acumulado de U$ 316.133.594,80 de despesas durante o transporte, ocasionadas por
diversos motivos, sendo que os principais estão relacionados a: atrasos, o não cumprimento de
normas sanitárias, morte de parte da carga e manutenções corretivas de veículos.
XI FATECLOG - OS DESAFIOS DA LOGÍSTICA REAL NO UNIVERSO VIRTUAL
FATEC JORNALISTA OMAIR FAGUNDES DE OLIVEIRA
BRAGANÇA PAULISTA/SP - BRASIL
15 DE JUNHO DE 2020
XI FATECLOG
OS DESAFIOS DA LOGÍSTICA REAL NO UNIVERSO
VIRTUAL
FATEC JORNALISTA OMAIR FAGUNDES DE OLIVEIRA
BRAGANÇA PAULISTA/SP - BRASIL
15 DE JUNHO DE 2020
Zanella (2020)
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
para o bem estar dos animais, porém ainda trata-se do único meio utilizado
internacionalmente, demandando de mais estudos perante a aplicabilidade de outros modais.
A fim de minimizar os problemas relacionados às condições de higiene em que os animais são
transportados, o artigo sugeriu a ação preventiva dos órgãos reguladores, em cada etapa da
cadeia de suprimentos.
Diante do lucro que a exportação de gado fornece para o país, atendendo nichos
específicos, e o fato de seu crescimento ser estimado para os seguintes anos, a relevância no
desenvolvimento de novos estudos ligados ao ramo de cargas vivas tende a ser bastante
valorizado futuramente.
REFERÊNCIAS
CANEO, A.; DIAS, M., DE, SÁ, C., Transporte de cargas vivas. Santos/SP, 2018.
Disponível em: https://even3.blob.core.windows.net/anais/86862.pdf. Acesso em 30 de maio,
2020.
DEMO, P. Metodologia científica em ciências sociais. 3ª ed. São Paulo. Atlas, 1995.
FERREIRA, M., D., P.; FILHO., J., E., R., V., Inserção no mercado internacional e a
produção de carnes no Brasil. Rio de Janeiro/RJ, 2019. Disponível em:
http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/9285/1/TD_2479.PDF. Acesso em: 15 de maio,
2020.
GIL, A. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6ª ed. São Paulo. Atlas, 2008.
GOMES., R., D., C.; FEIJÓ, G., L., D.; CHIARI, C., Embrapa: Evolução e qualidade da
pecuária brasileira. Campo Grande, 2017. Disponível em:
https://www.embrapa.br/documents/10180/21470602/EvolucaoeQualidadePecuaria.pdf/
64e8985a-5c7c-b83e-ba2d-168ffaa762ad. Acesso em: 14 de maio, 2020.
GUERRA, L., D. et al., Transporte de carga viva de bovinos na exportação: uma análise
de sua dinâmica. Guarulhos/SP, 2019. Disponível em:
http://fateclog.com.br/anais/2019/TRANSPORTE%20DE%20CARGA%20VIVA%20DE
XI FATECLOG - OS DESAFIOS DA LOGÍSTICA REAL NO UNIVERSO VIRTUAL
FATEC JORNALISTA OMAIR FAGUNDES DE OLIVEIRA
BRAGANÇA PAULISTA/SP - BRASIL
15 DE JUNHO DE 2020
XI FATECLOG
OS DESAFIOS DA LOGÍSTICA REAL NO UNIVERSO
VIRTUAL
FATEC JORNALISTA OMAIR FAGUNDES DE OLIVEIRA
BRAGANÇA PAULISTA/SP - BRASIL
15 DE JUNHO DE 2020
%20BOVINOS%20NA%20EXPORTA%C3%87%C3%83O%20UMA%20ANALISE
%20DE%20SUA%20DIN%C3%82MICA.pdf. Acesso em: 08 de maio, 2020.
MARCONI, M. de A.; LAKATOS, E.M. Técnicas de pesquisa. 6ª ed. rev. ampl. São Paulo.
Atlas, 2007.
SILVA, A., F., O., M., S.; GOMES, C., S.; NETO, J., P., Impactos no planejamento
logístico de transporte rodoviário de animais vivos. Guarulhos/SP, 2019. Disponível em:
http://fateclog.com.br/anais/2019/IMPACTOS%20NO%20PLANEJAMENTO%20LOG
%C3%8DSTICOS%20DE%20TRANSPORTE%20RODOVI%C3%81RIO%20DE
%20ANIMAIS%20VIVOS.pdf. Acesso em: 07 de maio, 2020.