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LOGÍSTICA 4.0 & A SOCIEDADE DO CONHECIMENTO


FATEC GUARULHOS – GUARULHOS/SP - BRASIL
31 DE MAIO E 01 DE JUNHO DE 2019
ISSN 2357-9684

A CADEIA PRODUTIVA DA EXPORTAÇÃO DO


AÇÚCAR A GRANEL NO PORTO DE SANTOS:
AUTOMATIZAÇÃO DE PROCESSOS LOGÍSTICOS
BRENO ARTHUR ARAÚJO GUIMARÃES LIMA (FATEC – RUBENS LARA)
breno-arthur@outlook.com
PAULO VINICIUS SANTOS PEREIRA GALHARDO (FATEC – RUBENS LARA)
paulospgalhardo@gmail.com
SAMUEL DOS SANTOS MUNIZ (FATEC – RUBENS LARA)
samuelhome2muniz@gmail.com
ALEXANDRE RICARDO MACHADO (FATEC – RUBENS LARA)
alexandre@alexandremachado.com.br

RESUMO
O presente artigo tem como objetivo apresentar a cadeia produtiva e as exportações do açúcar pelo porto de Santos, seus
modais de transporte, armazenamento e distribuição. De fato, o Brasil é o maior produtor de açúcar do mundo, tornando
esse commodity agrícola muito importante para o país. Desta forma, busca-se um aprimoramento em relação eficiência e
eficácia dentro de sua cadeia logística. Com isso, o uso alternativo de meios de comunicação em tempo real por meio de
sistemas de tecnologias, torna-se uma ótima solução para otimizar e integrar novos processos de dados, bem como o
aumento da precisão e rapidez nas tomadas de decisões. Serão discutidos e analisados através de dados estatísticos, a
movimentação do açúcar a granel e a sua importância para a balança comercial brasileira. Contudo, levando em consideração
o tema abordado, pode ser observado algumas dificuldades econômicas em relações a exportação do açúcar pelo porto de
Santos para alguns países. O objetivo final é a relação entre cadeia produtiva, comércio exterior, tecnologia e a sociedade do
conhecimento com o Brasil e os países importadores desse commodity brasileiro.

PALAVRAS-CHAVE: açúcar. logística. automação.

ABSTRACT
The purpose of this article is to present the productive chain and exports of sugar through the port of Santos, its modes of
transport, storage and distribution. In fact, Brazil is the largest sugar producer in the world, making this agricultural
commodity very important for the country. In this way, an improvement in relation to efficiency and effectiveness within its
logistics chain is sought. Thus, the alternative use of media in real time through technology systems, a great solution becomes
to optimize and integrate new data processes, as well as increased accuracy and speed in decision making. It will be discussed
and analyzed through statistical data, the movement of the bulk sugar and its importance for the Brazilian trade balance.
However, considering the issue addressed, it can be observed some economic difficulties in relation to the export of sugar by
the port of Santos to some countries. The final objective is the relationship between productive chain, foreign trade, technology
and the knowledge society with Brazil and the importing countries of this Brazilian commodity.

Keywords: sugar. logistics. automation.

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1. INTRODUÇÃO

Um dos principais commodities do Brasil, o Açúcar, é de suma importância tanto para


balança comercial brasileira quanto para o mercado exterior. Atualmente, o Brasil detém uma
enorme responsabilidade em relação ao cultivo do açúcar, devido a sua grande participação na
exportação mundial e a da necessidade das nações dependentes dessa matéria prima,
ocasionando assim, o aumento da concorrência entre os países. Logo, localizado nos municípios
de Santos, Cubatão e Guarujá, no estado de São Paulo, o Porto de Santos, é o maior conjunto
portuário da América do Sul, sendo um dos principais portos responsáveis na movimentação
do Açúcar a Granel no país.
Com isso, o objetivo deste trabalho é identificar os processos e as operações utilizadas
na cadeia de suprimentos do Açúcar a Granel, destacando os principais meios usados para a
exportação e como esses fatores influenciam na rentabilidade do Brasil, analisando desde o
local de cultivo da cana de açúcar a sua exportação pelo Porto de Santos. O segundo ponto é
apresentar as dificuldades que a logística tem em relação a troca de informações entre os órgãos
responsáveis pela deliberação e processamento de dados da cadeia de suprimentos do açúcar e
as possibilidades e desafios em relação aos sistemas integrados de informação que faz jus ao
incentivo à logística 4.0.
A metodologia aplicada para o desenvolvimento deste trabalho tem como prioridade as
pesquisas bibliográficas, de natureza qualitativa, descritiva, matérias já publicadas sobre o
assunto e pesquisas em sites capacitados para o levantamento e análise de dados (PRODANOV,
2013).

2. CADEIA DE PRODUÇÃO DO AÇÚCAR NO BRASIL


Originado na ilha de Nova Guiné por volta do século VI a.C, a cana de açúcar é uma das
mais antigas culturas Brasileiras de plantio desde o período da colonização, Martim Afonso de
Souza estabeleceu na capitania de São Vicente no litoral do atual Estado de São Paulo em 1532,
os primeiros lotes de plantio de cana e desenvolveu os primeiros engenhos do país, composto
especialmente por áreas de plantio de cana e moendas, que caracterizavam rolos movidos por
bois, mão de obra escrava ou moinhos d´água (ÚNICA, 2012).
O processo de produção atual da cana de açúcar para a exportação a granel está
concentrado em 2 tipos de açúcar: o açúcar VHP, Cristal.
Segundo a Usina de Santa Adélia (2018), para a geração de destes produtos a partir da
cana de açúcar, ocorre a moagem da cana e extraindo seu caldo e bombeado para a fábrica de
açúcar onde passa pelas etapas de Tratamento do Caldo que consiste na retirada das impurezas
solúveis e insolúveis do caldo, como bagacilho argila e areia, passando por processos de
aquecimento, tratamento químico, decantação e peneiramento, onde é obtido um caldo
transparente,levemente amarelado, composto em essência por água, sais minerais e açúcares,em
seguida o caldo passa pela etapa de Evaporação onde a finalidade é evaporar ao menos 75% da
água composta do caldo clarificado gerando um xarope concentrado, com por volta de 65° Brix
(quantidade de sólidos solúveis ou nível de sacarose presente no xarope), a etapa seguinte
denominada cozimento onde objetiva a cristalização de até 85% da sacarose presente no xarope,
que dá a característica de massa ou melaço ao xarope que será centrifugado.
Na etapa de Centrifugação que acontece a separação do açúcar VHP (Very High
Polarization),onde sua característica fundamental é a camada de mel envolvendo o cristal de
açúcar o que agrega uma coloração mais escura ao produto, sendo que 100% da produção é
exportada para regiões Europa, África, Ásia, Oriente Médio, Canadá e América Latina, onde
por ter uma consistência mais grossa e ainda com um nível grande de impurezas este produto é
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utilizado na indústria farmacêutica como glicerol, na fabricação de manta asfáltica, cimento,


manitol, emulsões, colas,borrachas sintéticas ,vernizes, entre outros sendo exportado a granel e
movimentado internamente em big bags de 50 kg a aproximadamente 1500 kg (USANGELO,
2018; BNDES,2012).
O segundo tipo de açúcar mais exportado com maior valor agregado devido ao processo
de sulfitação do caldo, centrifugação e posterior secagem é o Açucar Cristal ou Açucar
ICUMSA (International Commission for Uniform Methods of Sugar Analysis) que corresponde
a todos os açúcares de característica extremamente branca produzidos nas Usinas de açúcar,
onde são determinados vários parâmetros de avaliação de qualidade como índice de cor
ICUMSA, grau de umidade, teor de enxofre, teor de sacarose, resíduo mineral fixo, entre outros
(INMETRO, 2012; AGRICULTURA, 2017).
A maioria das usinas que produz o açúcar branco utiliza a sulfitação como método
principal no processo do tratamento da clarificação do caldo de cana, e produz o uso de um gás,
obtido pela combustão controlada do enxofre, o SO2 , também conhecido por vários nomes
como gás sulfuroso, anidrido sulfuroso e dióxido de enxofre (ARAÚJO,2009).
O transporte desses dois tipos de açúcar até o porto de Santos ao qual este artigo se
refere ocorre em sua grande maioria através dos modais rodoviário e ferroviário onde 40% dos
contêineres transitam na região do Saboó, Santos, ocasionalmente o hidroviário interno
efetuando apenas parte do trajeto na região central do estado (SANTOS,2018).
Com relação a malha Ferroviária para a região do porto temos as rotas da Rumo logística,
onde encontramos bitolas larga, mista e estreita das malhas paulista, região oeste do porto vindo
de São Paulo, que prove o escoamento da produção açucareira do interior de São Paulo e Mato
Grosso do Sul e a MRS logística possuindo a malha norte de bitola larga que principalmente
prove o escoamento da produção de Minas Gerais, onde o açúcar transportado através de suas
rotas específicas é descarregado em essencial no TAC (Terminal Açucareiro Copersucar) que
possui capacidade expedição para até 10 milhões de toneladas por ano (SANTOS,2018;
COPERSUCAR,2018).
O Porto de Santos conta com 100 quilômetros de malha ferroviária interna em sua
extensão. Correspondendo a cerca de 27% desse modal no transporte de cargas na área portuária
de Santos atualmente. Tendo sido criado em 2015, o “Plano Diretor da Baixada Santista”, sendo
um grupo de trabalho composto por MRS,VLi e Rumo vem gerando um crescimento anual da
participação desse modal, caracterizado pelos diversos investimentos realizados pelas ferrovias
resolvendo problemas na região da Baixada Santista e interior do Porto, objetivando um
atendimento aos clientes melhor planejado a curto,médio e longo prazo e nos procedimentos
operacionais. No transporte as cargas mais beneficiadas são as do agronegócio,pelo uso da
ferrovia no Porto de Santos, pois 53% são transportadas por esse modal (SANTOS,2018).

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Figura 1 – Canais logísticos para a movimentação de açúcar a partir da usina

Fonte: Bianchini; Assumpção, 2002.

Na Figura 1 acima podemos verificar o fluxo resumido tanto do processo de produção do açúcar
e seu refino para o cristal, como seus destinos intermediários na indústria de alimentos para o
mercado interno ou seu transporte e envio para o mercado externo.
Ainda sobre o Porto de Santos (2018),mesmo com o plano de revitalização da malha
ferroviária, integrado pelas atuais empresas detentoras das rotas MRS, Rumo e VLI para a
otimização e ampliação do transporte de carga através do modal ferroviário não a um sistema
dinâmico e organizado de troca de informação entre as empresas de fornecimento das cargas,
transportadoras ferroviárias e também rodoviárias, empresas de transporte marítimo e o
comprador do produto exportado.
Fazendo um comparativo com o país que atualmente representa o segundo lugar na lista
de maiores exportadores de açúcar no mundo e não possuindo ao menos o atual nível de
tecnologia empregado na cadeia produtiva brasileira a Tailândia mostra uma grande
organização e troca de informações entre todos os setores de sua cadeia produtiva do açúcar,
mesmo que a coordenação venha do estado, vale salientar que uma versão informatizada,
objetiva, da troca de dados entre os processos de produção, transporte interno de cargas e
exportação seria o diferencial para o Brasil atingir novos níveis e se manter como o maior
exportador de açúcar.(ADRIANO S, 2018)
A produção na Tailândia é distribuída entre as regiões norte e leste, onde há mais de 300
mil produtores, agrupados em 33 associações de plantio que entregam através de 55
transportadoras. As relações comerciais entre produtores e fábricas é altamente regulada e a
partilha dos valores é administrada pelo estado.O setor açucareiro tailandês vem se
desenvolvendo gradualmente desde os anos 80 sendo que na década de 60 não ultrapassou a
marca de 150 mil tol/ano. O severo crescimento apresentado a partir de 2010 com a
impressionante marca de 10 milhões tol/ano se deve em particular a uma transição de
mentalidade e incentivos políticos que floresceram no país (STRATEGIES, 2018).
Segundo Barboza (2014) um dos principais gargalos existentes na logística do Brasil são
os burocráticos, ou seja, existe um número volumoso de documentos a serem verificados e
posteriormente processados, diversas exigências legais por parte das agências reguladoras,
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aumentando o tempo de liberação das cargas tanto para o embarque quanto para o desembarque.
Com isso, projetos como “O porto sem papel” que visa diminuir a burocracia, gastos e aumentar
a velocidade dos processos, facilitando análises e principalmente a liberação de mercadoria,
transformando formulários físicos em um único documento eletrônico e o “Portolog” que, vem
com a proposta de introduzir um processo inovador que destina-se ao gerenciamento do tráfego
de caminhões que acessam ao porto, por meio de um sistema de informação integrado desde a
origem da carga até o terminal portuário, são de suma importância para a cadeia produtiva do
agronegócio no Brasil.
Por outro lado, ainda segundo Barboza (2014) esses sistemas trabalham de forma
desconectada em relação ao compartilhamento das informações, isto é, as informações
coletadas são acessadas por meio de solicitações para o setor responsável ocasionando atrasos
em relação a tomada de decisões. A proposta deste artigo é apontar a necessidade de um sistema
único de informação, unificando todos os dados coletados dentro da cadeia produtiva.

3. MOVIMENTAÇÃO DO AÇÚCAR NO PORTO DE SANTOS


De acordo com a Codesp (2019), a movimentação de açúcar no Porto de Santos teve um
aumento de 5.972 toneladas no mês de janeiro de 2017 (831.361) para janeiro de 2018
(837.333), ou seja, 0,72%, esse pequeno aumento ocorreu mesmo após a saída da China que
era o principal destino das exportações de açúcar no país. Já no ano de 2019, o mês de janeiro
obteve um total de 822.170 toneladas de açúcar transportados no Porto de Santos, obtendo uma
baixa de 17.163 toneladas de um ano para o outro, referente a esse mês. A média de açúcar
movimentado nos respectivos meses de janeiro (2017 a 2019) é de 830.288 toneladas, tal qual
se manteve num número muito aproximado entre os 3 anos. Ao inspecionar os números de
fevereiro (2017 a 2019), podemos ver uma crescente no ano de 2019 com a comparação entre
janeiro e fevereiro, enquanto nos anos anteriores, a média subiu de 830.288 para 1.007.073, isto
é 21,29%. No primeiro semestre de 2018 o Porto de Santos teve o açúcar como a segunda
commodity mais movimentada com 6.838.112 toneladas, tendo um comparativo de 22,8% em
relação ao ano anterior (2017). O Porto de Santos foi responsável por 79,1% de toda exportação
Brasileira, sendo o porto que mais movimentou açúcar no país.
De acordo com o Mdic (2019) de todo açúcar transportado em Santos, temos Argélia
sendo o principal país importador com maior número de participação (11,4%), em sequência
temos Bangladesh (10,29%) e Indía (8,8%).

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Figura 2 – Comparativo mensal das exportações brasileiras de açúcar por destino

Fonte: Departamento de economia e estatística (2019)

Com a saída da China a exportação para os países asiáticos caiu 87% saindo de 2,4
milhões de toneladas no ano de 2016 para 300 mil toneladas no ano de 2017, no período de
janeiro a março de 2018 China já estava retornando ao nosso mercado, chegando no mesmo
período de 2019 com uma variação de 63,7% em relação a participação. A China é um país
extremamente importante para a exportação do açúcar.
A copersucar é a principal empresa produtora do açúcar com os principais clientes do
Oriente Médio, Norte da África e Ásia, a empresa trabalha com dois tipos de açúcar, sendo eles
cristal bruto a granel e cristal branco ensacado, o primeiro é comercializado em grandes
quantidades, seu principal mercado é o externo com comercialização para grandes refinarias,
seus principais tipos são VHP (Very High Polarization) e o VVHP (Very Very High
Polarization).
O açúcar cristal branco são comercializados em sacas de 50kg no Brasil e no exterior,
para seus clientes industriais são transportados em big-bags de 1.200kg para fabricantes de
bebidas e alimento. Analisando essas informações, vemos que os transportes em big-bags são
de enorme importância e eficiência, pois as quantidades do produto transportado são maiores.
A balança comercial brasileira teve um aumento recorde no ano de 2017 mantendo – se
0,1% no ano de 2018. Tendo baixa no desempenho de exportação da cana de açúcar que obteve
uma queda de 2,0%, O PIB totalizou R$ 6,8 trilhões em 2018 (IBGE, 2019).O investimento de
2018 teve 15,8% abaixo do ano anterior (15,0%)
O setor de agronegócio é o mais importante é o mais importante e influenciador da
economia nacional. Em 2017, representou cerca de 21% do Produto Interno Bruto nacional
(PIB). O açúcar é responsável por (US$ 824,22 milhões), sendo muito importante para manter
o saldo positivo da balança comercial brasileira, de acordo com a Confederação da Agricultura
e Pecuária do Brasil (CNA) e representa a maior porcentagem das mercadorias exportadas no
país.

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4. FLUXO DE DADOS E A SOCIEDADE DO CONHECIMENTO

Os avanços tecnológicos têm resultado em grandes mudanças nos padrões da sociedade


que, hoje são chamadas de “Revoluções Industriais”, no primeiro período dessa revolução –
Primeira Revolução Industrial - tivemos os avanços no campo da mecanização, em seguida o
segundo período – Segunda Revolução Industrial – que, por sua vez, trouxe avanços no uso
intensivo da energia elétrica, posteriormente o terceiro período – Terceira Revolução Industrial
– que, adotou avanços em larga escala da digitalização. Com isso, é evidente a chegada do
quarto período – Quarta Revolução Industrial – que, justifica-se com a interligação,
desenvolvimento e inovação de todas as revoluções anteriores, como mostra a Figura 3 abaixo.
Esses avanços tecnológicos foram estudados e estabeleceu-se o termo “Indústria 4.0”
(VENTURELLI, 2017).

Figura 3 – Resumo das três revoluções industriais seguida pela quarta revolução.

Fonte: Engeteles (2019)

Para Wang (2016) O início da quarta revolução industrial está estabelecendo-se de


acordo com as implementações de novas tecnologias, como por exemplo: big data, M2M, RF-
ID, cloud, lei do Moore, Machine Learning, redes e sensores sem fio, internet das coisas,
sistema embarcado, entre outros. Com isso, estabelecer uma ligação com todas as etapas da
cadeia produtiva em tempo real, ou seja, uma conexão entre dispositivos, produtos, máquinas e
pessoas que, por sua vez, contribuem para uma clareza de informação única (SALTIÉL, 2017).
Segundo Ageitec (2009) A integração das áreas agrícola e industrial é de suma
importância para o processo da cadeia produtiva do Brasil, visto que, o ajuste da produção nas
usinas de cana-de-açúcar precisa estar de acordo tanto com a demanda do cenário econômico
nacional quanto internacional. Desta forma, os gestores necessitam ter uma atenção maior a
uma série de procedimentos dentro da cadeia logística do setor sucroalcooleiro, pois a ausência
de uma cadeia produtiva coordenada entre todas as partes dificulta o compreensão instantânea,
ocasionando complicações em relação as tomadas de decisões que, por sua vez, num mundo
dinâmico, necessitam ser cada vez mais imediatas, precisas e objetivas.

Nenhuma operação produtiva ou parte dela, existe isoladamente. Todas


as operações fazem parte de uma rede maior, interconectadas com
outras operações. Esta rede inclui fornecedores e clientes. Também
inclui fornecedores dos fornecedores e clientes dos clientes e assim por
diante. (SLACK, 2008, p. 178)

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Ainda Ageitec (2009) A necessidade de implantar técnicas, equipamentos e recursos


para beneficiar o planejamento e o controle do processo produtivo decorre do aumento da
competitividade no setor. O aprimoramento dos sistemas logísticos, por meio de novas
estratégias gerenciais para o transporte da cana, é um exemplo entre as diversas inovações que
fazem parte do setor sucroalcooleiro. Os sistemas logísticos são fundamentais para melhorar a
eficiência operacional das usinas de cana-de-açúcar, pois atuam na integração de operações
agrícolas e industriais.
Segundo Teles (2016) O Instituto de Pesquisa de Tecnologia Industrial (ITRI)
desenvolveu um sistema de análise de dados que consiste em um algoritmo de aprendizagem
em conjunto. Porém, o modelo analisa somente os dados coletado dos sistemas de produção e
fornece alertas de acordo com os estágios de anomalias, que vão de iniciais até as falhas de
sistema. Esse sistema tem como objetivo integrar o gerenciamento operacional e ter um melhor
controle tático, com a capacidade de aumentar a eficiência de produção e taxas de rendimento.
Por outro lado, segundo a Ageitec (2009) Abordar de forma tradicional a cadeia
produtiva é prejudicial, visto que, tratar separadamente cada subsistema utilizando valores
médios de desempenho ou relacionar unicamente dois sistema, como por exemplo:
Carregamento e transporte, diminuindo a preocupação com os outros sistemas, aumenta a
dificuldade na tomada de decisão devido aos processos serem desconectados. Com isso, a
importância de ter uma cadeia sistêmica é fundamental para as empresas, tornando visível um
volume de dados onde antes não era possível enxergar e, por conseguinte, obtém um controle
geral de toda operação auxiliando na tomada de decisões e integrando diferentes tipos de
processos num sistema único de compartilhamento de informação.
Segundo Bowers (2017) a cadeia de suprimentos está conectada por meio físico e
informacional, No que se diz respeito aos meios físicos, envolve todo elemento desde a criação,
envio e o armazenamento de mercadoria, ou seja, o componente óbvio e notável do processo.
Também, o elemento informativo é fundamental para gerenciamento de mercadorias,
permitindo a comunicação entre os integrantes da cadeia de suprimentos e alcançando uma
melhor gestão do fluxo de mercadorias.
Completa Lopez (2017) a cadeia de suprimentos é dividida entre a parte tangível e
intangível. O responsável por vincular esses dois mundos é o gerente encarregado de cada setor
dentro da cadeia, criando um elo entre as necessidades e as demandas fundamentadas dos
compradores, fornecedores e corporações.
A implementação de sistemas de informação integrados dentro da cadeia de suprimentos
tornará os processo mais dinâmicos, por outro lado, só isso não bastará para que ela seja usada
da forma efetiva. A adaptação dos sistemas automatizados pelos funcionários será um grande
desafio, visto que, conforme as novas demandas aparecerem outras deixarão de existir. Com
isso, saber lidar com um sistema de informação completo requisitará mais dos gestores, dado
que, a porção de informação processada será maior, ocasionando a necessidade cada vez maior
de qualificação nas áreas de pesquisa e desenvolvimento tecnológico (BERTULUCCI, 2016).
Segundo Morgan (2017) a tendência é a modernização não só dos componentes de
informatização, como também de todos os processos dentro da cadeia. Com isso, tarefas
repetitivas serão removidas devido as novas ferramentas robóticas, gerando uma mudança de
responsabilidades e obrigações. Desta forma, os trabalhadores humanos necessitarão se
concentrar mais no desenvolvimento de negócios, em sua criatividade e ciência, devido ao
obstáculo que o robô apresenta em processar essas informações e gerir conhecimento.

Um conjunto de coordenadas da posição de um navio ou o mapa do


oceano são informações, a habilidade para utilizar essas coordenadas e
o mapa na definição de uma rota para o navio é conhecimento. As

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coordenadas e o mapa são as "matérias-primas" para se planejar a rota


do navio. Quando você diferencia informação de conhecimento é muito
importante ressaltar que informação pode ser encontrada numa
variedade de objetos inanimados, desde um livro até um disquete de
computador, enquanto o conhecimento só é encontrado nos seres
humanos. [...] Somente os seres humanos são capazes de aplicar desta
forma a informação através de seu cérebro ou de suas habilidosas mãos.
A informação torna-se inútil sem o conhecimento do ser humano para
aplicá-la produtivamente. Um livro que não é lido não tem valor para
ninguém (CRAWFORD, 1994, p. 21)

De acordo com Carvalho (2010) A necessidade de distribuição de conhecimento é a base


da sociedade do conhecimento, desta forma, o acesso à informação e a capacidade dos seres
humanos de transferir informação em conhecimento é o nosso destaque em relação às máquinas,
ou seja, processar informações com o objetivo exclusivo e compreender de forma especulativa
são características exclusivas do homem.

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A partir de estudos e pesquisas bibliográficas sobre a cadeia produtiva do açúcar, da
colheita da cana-de-açúcar aos diferentes níveis de qualidade do açúcar como produto final, seu
transporte em diferentes modais e exportação, foi analisado o gargalo referente a necessidade
de uma melhor troca de dados não apenas durante o processo produtivo bem como no transporte
até o cliente final, o que no atual cenário não ocorre adequadamente, objetivando a otimização
do mercado açucareiro brasileiro, um monitoramento de melhor qualidade, reduzindo falhas,
garantindo essa importante fatia do mercado mundial que o pais representa, um sistema
integrando todos os setores sendo possível acessar remotamente, em tempo real, todo o
manuseio da carga da fabrica ao cliente final, tornaria a movimentação de maior segurança e
confiabilidade para todas as partes, gerando uma resposta mais rápida na solução de possíveis
problemas em qualquer parte do processo, criando transparência para uma melhora continua.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O principal objetivo deste trabalho foi abordar as dificuldades que o Brasil tem em
relação à troca de informações entre as camadas da cadeia produtiva, apresentando a
necessidade de sistemas de informação interligando todos os processos de dados para que o
tempo de resposta seja menor em relação a tomada de decisões dos gestores responsáveis por
cada setor dentro da cadeia. Por sua vez, a implementação de sistemas automatizados não será
o bastante, visto que, será necessário também, a especialização de profissionais na área de
Tecnologia da informação que conheçam os processos logísticos e de gestão portuária. Após
pesquisas e análises realizadas, é evidente que essa commodity é importante para a economia
do país e com a previsão de aumento da exportação do Açúcar A Granel para os próximos anos,
será necessário a otimização dos processos administrativos buscando a diminuição dos gargalos
logísticos e aprimorando o escoamento do açúcar pelo Porto de Santos.
O mundo tecnológico está evoluindo de uma forma imprevisível e com a chegada da Logística
4.0, fica cada vez mais notável a necessidade do Brasil se adaptar aos países de primeiro mundo.
Com isso, o investimento em tecnologias será fundamental para a transformação de diversos
processos dentro da cadeia produtiva do país, diminuindo a perca de tempo com processos
simples que possam ser substituídos e focando apenas no mais importante.

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REFERÊNCIAS
ADRIANO. S. L.Top 10 maiores exportadores de açúcar do mundo. Disponível em:
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ISSN 2357-9684
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31 DE MAIO E 01 DE JUNHO DE 2019
ISSN 2357-9684

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