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HISTÓRIA DA MATEMÁTICA: PERSPECTIVAS PARA O ENSINO DO CONTEÚDO

DE SISTEMAS DE EQUAÇÕES LINEARES

​HISTORY OF MATHEMATICS: PERSPECTIVES FOR TEACHING THE CONTENT OF


SYSTEMS OF LINEAR EQUATIONS






​Célio Moacir dos Santos
Doutorando em Educação em Ciências e Matemática
Instituição: Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes)
Endereço: Av. Vitória, 1729 - Jucutuquara, Vitória - ES, Brasil
E-mail: moacircelio@gmail.com
Orcid: https://orcid.org/0000-0002-4765-1578
Telefone: (27) 99819-9043

Bruno Ferreira Costa


Mestre em Gestão Social, Educação e Desenvolvimento Regional.
Instituição:CEA-Centro Educacional de Aracruz.
Endereço: Rua Professor Basílio dos Santos, 180 - São Camilo, Aracruz – ES, Brasil
E- mail: bfcfisica@gmail.com
Orcid: https://orcid.org/0009-0002-2018-4719
Telefone: (27) 98127-2344

Luiz Henrique Martins Soares


Licenciado em Física e Matemática - Pós graduado em Educação Matemática.
Instiuição: SESI - Sérgio Rogério de Castro
Endereço: Rua Ephifânio Pontin, 985 - Vila Nova, Aracruz - ES, Brasil
E-mail: lhmsoares@hotmail.com
Orcid: https://orcid.org/0000-0002-9335-9789
Telefone: (27) 9 9940-6130

Elaine Cristina Deolindo dos Santos Firme


Licenciada em Matemática
Instituição: Escola Estadual Misael Pinto Netto
Endereço: Rua General Aristides Guaraná, 38 Centro Aracruz -ES, Brasil
E-mail: elainecristinafirme@gmail.com
Orcid: https://orcid.org/0009-0006-3719-9166
Telefone:(27) 99856-1052

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Saulo Henrique Proscholdt
Licenciatura em Matemática e Pós graduação em Ensino da Física
Instituição: Escola Estadual Misael Pinto Netto
Endereço: Rua General Aristides Guaraná, 38 Centro Aracruz -ES, Brasil
E-mail: sproscholdt@gmail.com
Orcid: https://orcid.org/0009-0001-4061-9364
Telefone: (27) 998470591

George Scarpat Giacomin


Mestre em Tecnologia Ambiental
Instituição: Escola Estadual Misael Pinto Netto
Endereço: Rua General Aristides Guaraná, 38 Centro Aracruz -ES, Brasil
E-mail: georgegiacomin@gmail.com
Orcid: https://orcid.org/0009-0006-8447-5450
Telefone: (27) 999466287

RESUMO
​O texto enfatiza a importância da História da Matemática no ensino, destacando como ela pode
tornar o processo educacional mais significativo. No entanto, aponta desafios na
implementação dessa abordagem, como a falta de valorização por alguns professores, a
insuficiente formação na área e a dificuldade de acesso a fontes confiáveis. Propõe-se o uso de
um diagrama-modelo como alternativa para abordar a matemática historicamente e relata sua
aplicação em uma turma de Ensino Médio.O diagrama-modelo seleciona um tema matemático,
apresentando-o em uma perspectiva histórica, incluindo a evolução do tema, personagens
envolvidos e interpretações de historiadores. Compartilha-se resultados de uma atividade em
que os alunos exploraram a matemática dos babilônios, usando esse modelo e a ferramenta
GoConqr. Foram apresentados dois modelos de diagrama desenvolvidos por estudantes,
mostrando exemplos de problemas matemáticos babilônicos relacionados a sistemas de
equações. Conclui-se que a abordagem histórica da matemática pode promover o
desenvolvimento do conteúdo e estimular a pesquisa investigativa, mas reconhece que existem
outras formas de abordar a História da Matemática. Espera-se que essa abordagem agregue
novas perspectivas sobre a matemática em contextos culturais diferentes.
​Palavras-chave: Educação Matemática, História da Matemática, Educação Básica, Sistema de
Equação Linear

​ABSTRACT
The text emphasizes the importance of the History of Mathematics in teaching, highlighting how
it can make the educational process more meaningful. However, it highlights challenges in
implementing this approach, such as the lack of appreciation by some teachers, insufficient
training in the area and difficulty in accessing reliable sources. The use of a model diagram is
proposed as an alternative to approach mathematics historically and reports its application in a
high school class. The model diagram selects a mathematical topic, presenting it in a historical
perspective, including the evolution of the topic , characters involved and interpretations by

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historians. The results of an activity are shared in which students explored Babylonian
mathematics, using this model and the GoConqr tool. Two diagram models developed by
students were presented, showing examples of Babylonian mathematical problems related to
systems of equations. It is concluded that the historical approach to mathematics can promote
the development of content and stimulate investigative research, but recognizes that there are
other ways of approaching the History of Mathematics. This approach is expected to add new
perspectives on mathematics in different cultural contexts.
Keywords: Mathematics Education, History of Mathematics, Basic Education, Linear Equation
System

Introdução

Entendemos que a história não é apenas um instrumento motivador para


despertar o interesse nas aulas de matemática. Para D'Ambrosio (1999) essa história é
um possível instrumento de desenvolvimento racional acerca do que é trabalhado em
sala de aula, tornando o processo educacional mais significativo. De acordo com
Mendes (2013), atualmente, há uma ampliação dos estudos que se valem de
abordagens didáticas, que fazem revisitações a momentos históricos tratando de
conceitos e propriedades matemáticas.
Mendes (2017) colabora dizendo que a História da Matemática desempenha um
papel fundamental no contexto educacional, especialmente quando é integrada ao
currículo e trabalhada em sala de aula. A História da Matemática permite aos alunos
compreenderem como os conceitos matemáticos foram desenvolvidos ao longo do
tempo e como eles foram aplicados em diferentes culturas e contextos. Isso ajuda a
tornar os conceitos matemáticos mais concretos e relevantes, facilitando a
compreensão.
Ainda, a História da Matemática muitas vezes envolve desafios e problemas que
matemáticos enfrentaram ao longo da história. Isso estimula o pensamento crítico dos
alunos, incentivando-os a encontrar soluções para problemas matemáticos complexos,
da mesma forma que os matemáticos do passado o fizeram. Ao estudar a História da
Matemática, os alunos têm a oportunidade de explorar diferentes perspectivas culturais
e apreciar a contribuição de várias sociedades para o desenvolvimento da matemática.
A História da Matemática também mostra como a disciplina evoluiu ao longo do
tempo, desde os primeiros conceitos matemáticos até as teorias avançadas de hoje.
Isso ajuda os alunos a compreenderem a progressão natural dos conceitos
matemáticos e como as novas descobertas se baseiam no conhecimento existente.
Porém, é importante mencionar alguns desafios relacionados à utilização da
História da Matemática na Educação Básica. Esses aspectos merecem atenção e

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reflexão, pois podem influenciar a eficácia da integração da História da Matemática no
ambiente escolar. Para Sad (2013), na utilização da História da Matemática na
Educação Básica há alguns contrapontos, que dificultam, de certa maneira, essa
utilização em sala de aula. Alguns professores não dão a devida importância na história
e nas visões filosóficas de constituição da matemática. Isso pode resultar em uma
abordagem superficial ou até mesmo na exclusão desse componente do currículo.
Além disso, a falta de compreensão das visões filosóficas subjacentes à matemática
pode limitar a capacidade dos professores de explorar plenamente o contexto histórico
dos conceitos matemáticos. Outro ponto que não favorece, seria a insuficiente
formação nessa área. A formação dos professores desempenha um papel fundamental
na implementação eficaz da História da Matemática. A falta de formação específica
nessa área pode criar barreiras à sua inclusão nas aulas. Professores bem preparados
estão mais aptos a incorporar com sucesso a História da Matemática em suas práticas
de ensino, tornando-a relevante e significativa para os alunos. Colabora, ainda, a
dificuldade no acesso a fontes seguras para consulta e o pouco tempo destinado às
aulas de matemática.
Segundo Carvalho e Cavalari (2019) é preciso superar esses contrapontos, é
essencial reconhecer a importância da História da Matemática no ensino e na
aprendizagem da matemática. Isso envolve investir em programas de formação de
professores que abordam a integração da História da Matemática no currículo. Além
disso, os educadores podem explorar maneiras criativas de incorporar elementos
históricos nas aulas de matemática, tornando a aprendizagem mais envolvente e
significativa para os alunos.
Esse cenário nos dá a sensação de que algo deve ser feito em relação às
práticas pedagógicas. O professor Miguel Chaquiam propõe o uso de um
diagrama-modelo nessas aulas, como uma alternativa para tentar amenizar essas
debilidades. Com esse intuito, desenvolveu-se um modelo adaptado para ser utilizado
por estudantes de uma turma da 1.ª série do Ensino Médio de uma escola pública
estadual, situada na cidade de Aracruz – ES. Nesse modelo foram trabalhados em uma
perspectiva histórica o conteúdo de sistemas de equações lineares.

1. Fundamentação teórica

Desde o início da década de 1990, pesquisadores brasileiros vêm se dedicando


a estudos sobre a História da Matemática com objetos, objetivos e métodos
estabelecidos sob um sistema de três eixos dimensionais interconectados.

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Figura 1 – Os eixos e suas regiões

Fonte: Elaboração Valente (2020, p. 218)

Todas essas regiões são compostas por saberes matemáticos objetivados


tratados em diferentes períodos históricos, explorando as suas possibilidades de modo
a perpassar pela sua integração. De acordo com Valente (2020) esse processo envolve
a multidimensionalidade integrativa das demais dimensões tanto no aspecto
epistemológico, patrimonial, didático e pedagógico.
Na dimensão que abrange os eixos epistemológico, didático e pedagógico,
encontramos um conjunto de saberes matemáticos oriundos da história da matemática
e da educação matemática. Esses saberes têm o potencial de se conectar e enriquecer
a prática docente, promovendo a aprendizagem matemática dos alunos. Para isso, é
fundamental que os professores compreendam e apliquem esses conhecimentos
provenientes das matemáticas acadêmica e escolar, desenvolvidas em diferentes
épocas. No entanto, essa integração requer uma reorientação dos saberes
historicamente estabelecidos e encontrados em fontes como livros de matemática e
manuais escolares antigos. Esses conhecimentos precisam ser adaptados aos
contextos escolares atuais e utilizados de acordo com os princípios estabelecidos pelas
ciências da educação no que diz respeito ao ensino e à aprendizagem.
Ao se tratar da dimensão que abrange os eixos epistemológico e patrimonial, é
possível aplicar o mesmo processo de exploração de saberes matemáticos presentes
em diversas fontes, como manuscritos de memórias pessoais e profissionais de
professores, artefatos arqueológicos, documentos institucionais, programas de
disciplinas e fontes similares. O objetivo desse processo é entender como conceitos e
princípios matemáticos foram abordados pelo sistema educacional e pelos professores
em sua formação, a fim de que esses conhecimentos possam ser utilizados no ensino
de matemática.
Nessa dimensão que envolve os eixos didático, pedagógico e patrimonial, o
processo continua com o objetivo de explorar as informações históricas mencionadas

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anteriormente. Isso permite a reinvenção de métodos e estratégias de ensino com base
no que já está disponível em acervos e repositórios sobre a história da educação
matemática.
No trato com a dimensão que abarca os eixos epistemológico, didático,
pedagógico, memorial e patrimonial, o processo engloba a integração multifacetada
dos saberes históricos relacionados à história da matemática no ensino. Isso significa
que informações históricas provenientes das demais dimensões são combinadas de
forma a enriquecer os aspectos epistemológicos, patrimoniais, didáticos e pedagógicos
relacionados ao ensino e à aprendizagem da matemática, incorporando tanto os
saberes a serem ensinados quanto os saberes para ensinar matemática com base no
contexto histórico.
Chaquiam (2017), também, propõe o uso de um diagrama-modelo nas aulas de
matemática como uma alternativa para tratar esses saberes matemáticos
historicamente, se aproximando da proposta de conexão entre os três eixos propostos
(figura 1). Após algumas experimentações e recomposições desse diagrama,
apresentou-se um modelo no livro “História da Matemática em sala de aula: proposta
para integração aos conteúdos matemáticos” (figura 2).

Figura 2. Diagrama-modelo

Fonte: Chaquiam (2017, p. 26)

Esse modelo elege um tema/conteúdo matemático previsto para um dos níveis


de ensino, preferencialmente, Educação Básica, com o objetivo de apresentá-lo em

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uma perspectiva histórica. Tem o intuito de tratar da evolução desta temática, bem
como, os personagens que contribuíram para essa evolução, delimitando-os no tempo
e no espaço de modo a constituir um quadro sociocultural ao redor desses atores.
Também, identifica historiadores/pesquisadores que fizeram leituras e interpretações
sobre o personagem principal ou tema abordado, apresentando seus pontos de vista.
O diagrama modelo é uma ferramenta pedagógica que visa integrar a História da
Matemática ao ensino de matemática de forma eficaz. Ele proporciona uma estrutura
para abordar tópicos matemáticos sob uma perspectiva histórica. O diagrama modelo
auxilia os professores a identificar temas matemáticos específicos que podem ser
explorados historicamente, a destacar os principais personagens e suas contribuições,
e a relacionar essas informações com o contexto sociocultural da época. Ele também
enfatiza a importância de conectar os saberes matemáticos acadêmicos e escolares,
proporcionando uma base sólida para o ensino da matemática.

2. Sistemas de equações lineares em perspectiva histórica

O desenvolvimento da Matemática por diferentes povos ao longo da história é


um tema complexo e fascinante que reflete as contribuições variadas e ricas de
diversas culturas para o avanço do conhecimento matemático. De acordo com Boyer e
Merzbach (2019) cada civilização trouxe perspectivas únicas, métodos e descobertas
que enriqueceram o panorama matemático. O desenvolvimento da Matemática por
diferentes povos ao longo da história revela a natureza atemporal do pensamento
matemático. Civilizações antigas, como os babilônios, egípcios, gregos e indianos,
contribuíram significativamente para a formação da base matemática. O sistema
numérico hindu-arábico, as geometrias euclidiana e não euclidiana, e os avanços em
álgebra e trigonometria são exemplos emblemáticos dessas contribuições.
O estudo do desenvolvimento matemático por diferentes povos não apenas
ilustra a diversidade cultural, mas também destaca a capacidade humana de explorar e
compreender os padrões fundamentais subjacentes à realidade. A Matemática, como
uma linguagem, transcende fronteiras geográficas e temporais, sendo moldada por
uma colaboração global ao longo dos séculos.
Nesse sentido, foi realizada uma atividade, que tem como ponto de partida, a
matemática desenvolvida pelos povos babilônicos. Por diversas questões, não
conseguimos avançar trazendo outros povos e suas culturas. Os motivos seriam

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relacionados ao tempo das aulas, que no caso seriam insuficientes, pois, havia outras
demandas nas semanas que se seguiram com atividades específicas, orientadas pelo
Plano de Ensino da instituição.
Outra vertente neste trabalho foi o uso da plataforma GoConqr1 para
desenvolver os diagramas. A plataforma GoConqr é conhecida por fornecer
ferramentas para criar, descobrir e compartilhar recursos educacionais. Isso pode
incluir mapas mentais, flashcards, quizzes, slides e outros materiais interativos. Os
estudantes já estavam familiarizados com essa ferramenta, pois as usavam inclusive
em outras disciplinas.
Selecionamos dois modelos de diagrama que chamaremos diagrama do “grupo
A” e diagrama do “grupo B” para observarmos um pouco a maneira como os grupos
desenvolveram essa atividade. Ressaltamos que foram feitos estudos coletivos,
principalmente, de materiais provenientes de determinados autores. Os diagramas
foram feitos e apresentados à turma, onde cada grupo, poderia destacar o que mais
achou relevante na pesquisa relacionado com o tema.

Figura 3 - Diagrama dos grupos A

Fonte: Arquivo dos autores

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De todas as plataformas apresentadas até o momento, a Goconqr é a única totalmente em português, tem-se a
possibilidade de produção de mapas mentais que são ferramentas extremamente úteis na aprendizagem de
determinados conteúdos, pois permitem que o aluno revisite o conteúdo de forma ampla, resumida e realize
conexões imediatas com outros temas. O site para acesso é https://www.goconqr.com.

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Figura 4 - Diagrama dos grupos B

Fonte: Arquivo dos autores

​ Conforme proposta do modelo de Chaquiam (2017), apresentado previamente


para os estudantes, percebemos que de certa forma, os mesmos trouxeram o que foi
proposto. O grupo A trouxe em seu diagrama um exemplo de um problema
desenvolvido pelos babilônios relacionados ao conteúdo de sistemas. Ao apresentar
um problema matemático desenvolvido pelos babilônios, o grupo A contextualiza o
conteúdo de sistemas de equações lineares dentro do cenário histórico da antiga
Babilônia. Isso permite aos alunos entenderem como a matemática era aplicada e
resolvida em civilizações antigas, tornando os conceitos matemáticos mais palpáveis e
relevantes. Ao explorar a matemática dos babilônios, os alunos podem apreciar as
contribuições significativas que diferentes culturas fizeram para o desenvolvimento da
matemática ao longo da história
​ No caso do grupo B, principalmente, no que tange o conteúdo de sistemas de
equações, vemos exemplos com unidades de medidas utilizadas pelos povos
babilônicos, expressas em “mãos” e “dedos” e inclusive formas alternativas para a sua
resolução. O grupo observa que pode ser subtraído as equações para encontrar a
resposta, seria o equivalente a uma eliminação por subtração. O grupo B, também,
acrescenta um mapa da cidade da Babilônia e sua localização próxima ao rio Eufrates.
A inclusão de um mapa da cidade da Babilônia e sua proximidade com o rio Eufrates

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pelo grupo B é um exemplo notável de como a abordagem histórica na educação
matemática pode enriquecer a compreensão dos conceitos matemáticos. Este
acréscimo mostra um esforço em contextualizar o conteúdo de sistemas de equações
lineares em seu ambiente histórico e geográfico original.

​Algumas considerações

A interseção entre história e matemática que estamos explorando se revela


como uma rica fonte de estudos, fornecendo explicações e perspectivas sobre os
objetos matemáticos que moldaram nosso mundo e as diversas abordagens utilizadas
para solucionar problemas ao longo da história. Reconhecemos a importância de situar
a matemática dentro de um contexto mais amplo, inserindo-a em diferentes culturas.
No diagrama-modelo que apresentamos, vislumbramos uma proposta que vai
além da simples transmissão de fatos históricos; ela estimula um exercício de pesquisa
com caráter investigatório. Através dessa abordagem, convidamos os alunos a se
tornarem exploradores do passado matemático, a mergulhar nas contribuições de
culturas antigas e a compreender como a matemática evoluiu ao longo do tempo.
Embora nossa experiência inicial tenha produzido resultados positivos no
desenvolvimento do conteúdo de sistemas de equações lineares dentro de um contexto
histórico, reconhecemos que essa é apenas uma das muitas formas de abordar a
História da Matemática. Ainda há um vasto território de possibilidades a serem
exploradas.
Nossa esperança é que tenhamos contribuído para abrir portas para novas
perspectivas e reflexões sobre a História da Matemática, especialmente no contexto
escolar. Acreditamos que contextualizar os saberes matemáticos através das histórias
de diferentes povos enriquece a aprendizagem, tornando-a mais envolvente e
significativa. Desejamos que essa abordagem inspire alunos e educadores a
continuarem a jornada de descoberta da rica herança matemática que a humanidade
possui.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

D’AMBROSIO, Ubiratan. Educação para uma sociedade em transição. Campinas:


Papirus, 1999.

BOYER, Carl Benjamin; MERZBACH, Uta Caecilia História da matemática. Editora


Blucher, 2019.

CARVALHO, Letícia Sousa; CAVALARI, Mariana Feiteiro. A História da Matemática na


Educação Básica: Concepção de licenciandos (as) em Matemática. Research, Society
and Development, v. 8, n. 4, p. e2884872, 2019. Disponível em:
https://www.redalyc.org/journal/5606/560662195028/560662195028.pdf. Acesso em: 19
dez. 2022.

CHAQUIAM, Miguel. Ensaios Temáticos História e Matemática em sala de aula.


Belém: Sbem/Sbem-PA, 2017.

MENDES, Iran Abreu. História para o ensino da matemática: uma reinvenção didática
para a sala de aula. Revista Cocar, n. 3, p. 145-166, 2017. Disponível em:
https://periodicos.uepa.br/index.php/cocar/article/view/1167/718. Acesso em: 19 dez.
2022.

MENDES, Iran Abreu. História no ensino da matemática: trajetórias de uma


epistemologia didática. Rematec, Natal, v. 12, p. 66-85, 2013. Disponível em:
http://www.rematec.net.br/index.php/rematec/article/view/357. Acesso em: 20 dez.
2022.

SAD, Ligia Arantes. HISTÓRIA DA MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA: UM


OLHAR PARA EXPERIÊNCIAS DA PRÁTICA PEDAGÓGICA DE MATEMÁTICA. In: VI
Congresso Internacional de Ensino de Matemática-2013. 2013. Disponível em:
http://www.conferencias.ulbra.br/index.php/ciem/vi/paper/view/2290/0. Acesso em: 20
dez. 2022.

VALENTE. Wagner Rodrigues. (org.). Ciência da educação, campos disciplinares e


profissionalização: saberes em debate para a formação de professores. São Paulo:
Livraria da Física, 2020.

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