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Imunidade humoral

Imunologia Ficou constatado que o soro líquido de um animal


previamente imunizado poderia conferir o estado
imune para animais não imunizados.

Introdução à imunologia Um componente ativo do soro, chamado de


imunoglobulina, tinha capacidade de neutralizar
toxinas, precipitá-las e aglutinar bactérias.
Imunidade ativa
A parte ativa da imunoglobulina é o anticorpo e
• Vacinação
pelo fato dessa imunidade envolver fluidos
1° vacina criada foi para varíola.
corporais, recebeu o nome de imunidade humoral.

Imunidade celular
Células que contribuem para o estado de imunidade
do animal, como células brancas, originalmente
chamadas de fagócitos, que são responsáveis por
ingerir microorganismos e outros materiais
estranhos.
Essas células são monócitos e neutrófilos
sanguíneos, mais ativas em animais que já haviam
Imunidade passiva
sido imunizados.
soro de animais imunizados transfere imunidade
aos animais não imunizados por conta da presença
• Principal fagócito: macrófago
de anticorpos/ imunoglobulinas.
Presente no osso (osteoclasto), pulmões
essa imunidade, através de fluídos corporais, é
(macrófago alveolar), fígado (células de
chamada de imunidade humoral.
kupffer)e sistema nervoso central (microglia).
• Células th: resposta imunológica;
• Linfócitos de memória.

Órgãos primários geradores


• Células b
Produzidas na bursa (aves) ou placas de peyer
(ovinos e bovinos). Também são produzidas na
medula ao passo que as células t são produzidas
no timo.

As células progenitoras linfóides migram para o


timo, onde são matutadas, originando células t.

Células e órgãos do sistema imune Anatomia do sistema imune


• Órgãos primários geradores:
Timo e medula óssea.
• Células linfóides
• Órgãos secundários efetores:
linfócitos
Baço, tecido linfóide associado a mucosas
• Células mielóides
(tlam) e medula óssea.
Granulócitos, monócitos-macrófagos e
células dendríticas.
Tecido linfoide
Órgão secundário efetor, formado por trabéculas
e a pressão hidrostática move os fluídos para fora
dos capilares (filtração)enquanto a pressão
osmótica move os fluídos para o interior dos
capilares (reabsorção).

O fluxo da linfa é impulsionado pelos seguintes


fatores:
• contração de músculos esqueléticos;
• movimentos passivos do corpo;
Maturação dos linfócitos • pulsações de artérias;
• compressão externa dos tecidos
• na região cervical, pela gravidade (com
o indivíduo em posição ortostática).
• contração da musculatura lisa da parede
dos vasos linfáticos.

Linfócito O sistema linfático coleta a linfa, por difusão,


Importante na imunidade celular e humoral. através dos capilares linfáticos, e a conduz para
• Células b: produção de anticorpos; dentro do sistema linfático, onde o fluido é
• Células tc: toxicidade;
chamado de linfa, e tem a mesma composição que o • Pentraxinas: proteína c reativa e
fluido intersticial. proteína soro amilóide, que opsoniza o
micróbio para a fagocitose.

Resposta imune inata • Colectinas: lectinas que ativam o


complemento.
São respostas iniciais para micróbios, tecidos
feridos e células mortas, essenciais para
Componentes do sistema imune inato
prevenir, controlar e eliminar uma infecção
Os receptores estão localizadores de forma a
assim como reparar e cicatrizar feridas.
detectar os compartimentos celulares contendo
É responsável por estimular a imunidade
diferentes agentes patogênicos.
adaptativa ao fornecer “sinais de perigo”.

• Tlr (toll receptors)


Componentes
Receptores transmembrana que promovem
• barreira epitelial: barreira mecânica da
sinalização, responsável pelo
pele e antibióticos produzidos
reconhecimento de bactérias e vírus.
localmente;
• Sentinelas: células dendríticas;
Exemplo: Diarréia em pastor alemão:
• Fagócitos: macrófagos e neutrófilos;
polimorfismo de tlr4 e tlr5 (Predisposição
• Linfócitos especializados: células
genética)
linfoides inatas produtoras de citocinas
(natural killer – nk), defesas virais e
• Clr (transmembrana)
antitumoral.
receptores de lectina, responsável pelo
reconhecimento de fungos.
Desenvolvimento de macrófagos

Exemplo: candidíase
• em casos de reações inflamatórias:
(1) Produção na medula óssea de células
• Nor (citosol)
tronco hematopoiéticas;
Nod receptors, que ativam o inflamassoma,
(2) Monócitos na corrente sanguínea;
com função de detectar e eliminar células
(3) Ativação de monócitos em
necróticas, promovendo reação inflamatória
macrófagos no interior do tecido.
e de reparação, responsável pelo
reconhecimento de danos de bactérias e vírus.
• Macrófagos residentes em tecidos, como
macrófagos alveolares, células de
• Rlr (citosol)
kupffer, micróglia e osteoclasto.
rig receptors,com função de reconhecemento
de vírus.
O sistema imune reconhece padrões moleculares
associados à patógenos (pamps) ou padrões
Resposta inata x adaptativa
moleculares associados ao dano (damps).
A imunidade inata é menos específica, sendo uma
primeira linha de defesa do organismo.
Componentes do sistema imune
A imunidade adaptativa, por sua vez, é altamente
• Complemento;
específica, sendo capaz de reconhecer e eliminar
seletivamente microorganismos estranhos
específicos.

• Reposta adaptativa
possui como principais características:
especificidade antigênica, diversidade,
memória imunológica e reconhecimento.
Seus receptores são b cell(bcr-ig)e t cell
(tcr), sendo necessário apcs (células
apresentadoras de antígenos).
ocorre ativação de linfócitos e as células de
memória são geradas. Na imunidade humoral
ocorre resposta por parte de células b e
anticorpos e na imunidade celular ocorre
respostas por células t.
Inflamação
é uma resposta dinâmica à lesão no tecido
vascularizado, uma resposta protetora cujo
principal objetivo é trazer ao local
mecanismos de defesa e cicatrização,
mantendo a integridade do organismo.

Em casos de inflamação excessiva, pode


provocar doenças.

Causas
• Microorganismos;
• Agentes físicos (trauma e radiação);
• Agentes químicos (ácidos e toxinas);
• Falta de suprimento sanguíneo
(isquemia e infarto);
• Resposta imunológica (autoimunidade,
alergia e resposta imune a
transplantes).

Sinais da inflamação
• Vermelhidão/rubor provocada pela
dilatação dos capilares;
• Inchaço por exsudação ou edema, com
acúmulo de fibrina e outros derivados do
plasma ;
• Calor;
• Dor por fatores vasoativos; Possuindo papel central na inflamação crônica.
• Perda de função.
Eosinófilo
Mecanismo da inflamação Participam de resposta frente a alérgenos
(1) Vasodilatação, aumentando o fluxo respiratórios, gastrointestinais, dermatológicos
sanguíneo; e parasitas helmínticos.
(2) Exsudação ou edema por depósito de São fagócitos não profissionais, liberando
fibrina e outras proteínas do conteúdo de seus grânulos no meio extracelular.
plasma;
(3) Migração de células, como Plaquetas e linfócitos
neutrófilos; Plaquetas liberam mediadores inflamatórios que
(4) Quimiotaxia; ativam neutrófilos, participando da resolução da
(5) Fagocitose. inflamação.
Linfócitos t e b atuam na imunidade e inflamação
Quimiocinas (imunoglobulina, interleucina).
Separadas por dois grandes grupos: cc (2 cisteínas
adjacentes) ou cxc (2 cisteínas separadas por um Células endoteliais
aminoácido qualquer). Interagem com os neutrófilos na migração
As qumiocinas cxcl8 e cxcl7 são responsáveis pelo (rolamento e adesão), sintetizam e liberam
recrutamento de neutrófilos. numerosos mediadores inflamatórios.

Neutrófilos Migração celular


Respondem a mediadores químicos, migrando para
o sítio de dano, onde ingerem e destroem o
patógeno invasor, assim como respondem a
gradientes de concentração de moléculas
quimiotáticas.
Possuem grânulos contendo mediadores
inflamatórios.
As selectinas permitem que rolem sobre a
superfície endotelial e as integrinas permitem a
adesão. Defeitos nessas moléculas de adesão Mediadores químicos da inflamação
resultam em infecção recorrente. • Localmente produzidos:
Realizam fagocitose, etapa central do processo Histamina, serotonina, citocinas,
inflamatório, onde partículas opsonizadas são prostaglandinas e leucotrienos.
fagocitadas mais eficientemente.
• Derivados do plasma:
Monócitos e macrófagos Cininas, fatores complemento, fatores do sistema
Macrófagos ativados fagocitam e liberam de coagulação e outros.
proteínas antibacterianas e mediadores pós
inflamatórios, complementando a função do
neutrófilo na fase aguda,
Uma inflamação pode ser crônica por resolução
incompleta do foco inflamatório inicial ou
acumulação de macrófagos, linfócitos,
fibroblasto e tecido vascular.
Ocorre formação de granulomas.

Reparação do tecido
(1) Neutrófilos e macrófagos removem
material estranho e debris
celulares;
(2) fibroblastos, células epiteliais e
endoteliais criam novo tecido e
restauram sua função;
(3) angiogense permite
revascularização do tecido;
(4) fatores de crescimento promovem
estes eventos.

Antígenos
Tipos de inflamação
Imunogenicidade
Capacidade que uma substância tem de induzir uma
resposta imunológica.

Classes de antígenos
• Polissacarídeos: antígenos abo;
• Lipídeos: raramente imunogênicos;
• Ácidos nucléicos: pouco imunogênicos;
• Proteínas: altamente imunogênicos.

• Aguda: minutos a dias, presença de


neutrófilos (eosinófilos e basófilos); Haptenos
• Crônica: meses a anos, presença de Substâncias de baixo peso molecular que sozinhas
linfócitos e macrófagos. não induzem a produção de anticorpos.

Tamanhos da molécula
• Menor que 1.000 da: não imunogênica;
• Entre 1.000 e 6.000 da: pode ser
imunogênica;
• Maior que 6.000 da: imunogênicas e mais
facilmente fagocitadas.
Exigências para imunogenicidade Determinantes antigênicos
• Gerar estranheza: • Reconhecimento pelas células b e
Antígeno autólogo: do mesmo indivíduo; anticorpos: O linfócito b faz
Antígeno singênico: de indivíduos geneticamente reconhecimento do epítopo sem
idênticos (gêmeos); processamento
Antígeno alogênico: de indivíduos geneticamente • Reconhecimento pelas células t: só após
diferentes; processamento
Antígeno xenogênico: de indivíduos de espécies
diferentes. Superantígenos
• Capacidade de ser degradado:
processamento antigênico Anticorpos
• Dose;
Coleta de sangue > separação > plasma x células
• Via de administração:
sanguíneas
Intradérmica > subcutânea > intramuscular >
intravenosa > oral (da melhor pra pior)
Anticorpos são imunoglobulinas produzidas a
• Adjuvantes:
partir de linfócitos b com especificidade
São substâncias que aumentam a resposta imune ao
geralmente para um antígeno.
antígeno.

Linfócito b > 1 anticorpo > 1 antígeno

Estrutura
Duas cadeias leves e pesadas ligadas por pontes de
dissulfeto com uma região variável que contém o
sítio de ligação do antígeno e uma porção com
função efetora.

Epítopo ou determinante antigênico


Sítio do antígeno com o qual os anticorpos e
receptores de células t reagem.

Antígenos
• T dependentes
induzem a produção de anticorpos (proteínas) e
precisam da célula t. dessa forma, geram resposta
imunológica com células de memória (igg)
• T independentes
São polissacarídeos que não precisam de ajuda
(igm) e portanto não geram resposta
imunológica.
Mutação
ocorre no sítio de ligação do anticorpo ao
antígenos melhorando a afinidade de ligação do
antígeno ao anticorpo.
Anticorpos:
Cadeias pesadas:

• Igg (1,2,3,4)
São monomeros com subclasses cuja principal
função é imunidade neonatal, além de
opsonização, ativação do complemento e
citotoxicidade.
Interação antígeno e anticorpo
É resultante de diversas forças, como pontes de
• Iga (1,2)
hidrogênio, interação eletrostática, interação
Secretada na forma de monomero, dímero e
hidrofóbica e forças de van der waals.
trímero cuja principal função é imunidade nas
mucosas.
Região de dobradiça

• Ige
sem subtipos, secretada na forma de monomero,
com função em alegrias e reações de
hipersensibilidade.

• Igm
Sem subtipos, secretada na forma de pentâmetro,
com função de receptor do antígeno e ativação do
complemento. Função dos anticorpos

• Igd
Sem subtipos, secretada na forma de monomero,
pouco encontrada no soro (menos de 1%),
presente em grande quantidade na membrana de
células e com função de receptor de antígeno das
células b.
Sistema complemento Histocompatibilidade e
processamento de antígeno
Funções:
• Opsonização, aumentando a fagocitose;
Características do mhc
• Quimiotaxia de células fagocíticas;
• O mhc é herdado como 2 conjuntos de
• Lise de bactérias, células infectadas e
genes, um alelo herdado do pai e um
vírus;
alelo herdado da mãe. O conjunto de
• Retirada de imunocomplexo;
alelos se chama haplotipo;
• Ativação de células;
• A expressão dos alelos do mhc é co-
• promoção da inflamação.
dominante;
• Uma molécula de mhc pode se ligar a
peptídeos diferentes;
• Ifn gama regula expressão do mhc .

Mhc i e mhc ii

Vias de ativação
• Via clássica: anticorpo dependente;
• Via lectina e via alternativa: anticorpo Plasticidade das células t helper
independente;
• Via liítica: ativação de c3 > geração de c5 Célula t helper
convertase > ativação de c5 > via lítica. Trabalha secretando citocinas, úteis para
comunicação com outras células do sistema imune,
promovendo ativação e eliminação do patógeno por
resposta apropriada.
Importância
Sistema imune precisa de diferentes células th por
conta da diversidade de antígenos e patógenos e
diversidade de sítios de infecção e células alvo.

Th 1
• Ifn-gama: produzida pelas células t,
promove ativação de macrófagos,
produção de anticorpos opsonizantes e
estimula expressão de mhc i e ii;
• Il-2: crescimento e diferenciação de
outras células th.

Th2
• Il4: induz a secreção de ige;
• Il-2: fator de crescimento*;
• Il-5: estimula formação e diferenciação
de eosinófilos;
• Il-10: desativação de macrófagos;
• Il-13: produção de muco no intestino.

Citocinas, inf-gama e il-4 regulam o


desenvolvimento de th1 ou th2.

Th-17
• Il-17: recrutam neutrófilos pro sítio de
infecção;
• Il-22: estimulam células epiteliais a
produzirem peptídeos microbianos.

Th reg
• Il-10: supressão da função de
macrófagos;
• Tgf-beta: induz gerações de células t reg.

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