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Escola Superior de Saúde Atlântica

Pós-graduação Osteopatia Infantil


Ano letivo 2022/2023

Contributo para a eficácia no tratamento manipulativo


osteopático

A Otite Média Aguda em bebés e crianças

Orientadores:
Leonardo Vieira
Gonçalo Santos

Alunas:

Magui Leila Almeida Simões 202230132


Patrícia Marlene da Costa Marques - 202230226
Rosa Maria Vieira de Lima - 202330150
Sara Alexandra Cardoso Venâncio - 202230133
Sofia Liliana Matias Almeida - 202230069
Sofia Isabel Pereira Leite - 202230059

Lisboa, 2023
Contributo para a eficácia no tratamento manipulativo
osteopático

A Otite Média Aguda em bebés e crianças

Trabalho de Conclusão da Pós graduação em Osteopatia Infantil pela


Escola Superior de Saúde Atlântica.

Orientadores:

Leonardo Vieira
Gonçalo Santos

Alunas:

Magui Leila Almeida Simões 202230132


Patrícia Marlene da Costa Marques - 202230226
Rosa Maria Vieira de Lima - 202330150
Sara Alexandra Cardoso Venâncio - 202230133

Sofia Liliana Matias Almeida - 202230069

Sofia Isabel Pereira Leite - 202230059


Contributo para a eficácia no tratamento manipulativo osteopático
A Otite Média Aguda em bebés e crianças

Resumo

Introdução: A Otite Media Aguda é uma infeção do trato respiratório superior, em que
aproximadamente 60% de todas as crianças até aos 4 anos de idade sofrem da inflamação
súbita da membrana mucosa do ouvido medio. A Osteopatia assume-se como uma
importante medida terapêutica no tratamento da Otite Media Aguda.

Objetivo: Conhecer qual a melhor evidência sobre o tratamento manipulativo osteopático


como terapia ao atendimento pediátrico em bebés e crianças com otite média aguda
recorrente.

Método: Com base numa leitura dos textos propostos fizemos uma pesquisa nas
plataformas de busca Pubmed, PEDro, RCAAP e Cochrane, com critérios de inclusão
previamente definidos, posteriormente os estudos publicados foram lidos na íntegra e
analisados de forma qualitativa.

Analise: Os resultados indicam que o tratamento manipulativo osteopático demonstrou


eficácia na redução tanto da frequência quanto da gravidade das otites médias em crianças
com sutura restrita do osso temporal.

Conclusão: Todos os artigos consideram as técnicas manipulativas osteopáticas como


uma possibilidade de intervenção no tratamento de pacientes OMA, podendo estas
intervenções fornecer benefícios durante a janela de risco para posteriores cirurgias. No
entanto, existe um fator negativo em comum aos três artigos: necessidade de mais estudos
e pesquisas que comprovem a eficácia do TOM.

Palavras chave: Otite Média Aguda, Ouvido, Bebé, Esfenoide, Crânio, Tratamento
Manipulativo, Suturas, Antibiótico, Cirurgia.

Grupo 6 I
Contributo para a eficácia no tratamento manipulativo osteopático
A Otite Média Aguda em bebés e crianças

Abstract

Introduction: Acute Otitis Media is an upper respiratory tract infection in which


approximately 60% of all children up to the age of 4 suffer from sudden inflammation of
the mucous membrane of the middle ear. Osteopathy is an important therapeutic measure
in the treatment of acute otitis media.

Objective: To find out the best evidence on osteopathic manipulative treatment as a


therapy for pediatric care in babies and children with recurrent acute otitis media.

Method: Based on a reading of the proposed texts, we carried out a search on the Pubmed,
PEDro, RCAAP and Cochrane search platforms, with previously defined inclusion
criteria, after which the published studies were read in full and analyzed qualitatively.

Analysis: The results indicate that osteopathic manipulative treatment proved effective
in reducing both the frequency and severity of otitis media in children with restricted
temporal bone suture.

Conclusion: All the articles consider osteopathic manipulative techniques as a possible


intervention in the treatment of AOM patients, and these interventions can provide
benefits during the risk window for later surgery. However, there is one negative factor
in common with all three articles: the need for more studies and research to prove the
effectiveness of OMT.

KEYWORDS: Osteopathic Manipulative, Therapy in Children, Children, Baby, Acute


otitis media, Pediatric Osteopathy, Ear, Skull, Sphenoid, Sutures, Antibiotic, Surgery.

Grupo 6 II
Contributo para a eficácia no tratamento manipulativo osteopático
A Otite Média Aguda em bebés e crianças

Índice

Introdução ..................................................................................................................... 1

Metodologias de investigação ........................................................................................ 4

Resultados ..................................................................................................................... 5

Analise de resultados ..................................................................................................... 8

Discussão .................................................................................................................... 15

Conclusão ................................................................................................................... 16

Referencias bibliográficas............................................................................................ 17

Grupo 6 III
Contributo para a eficácia no tratamento manipulativo osteopático
A Otite Média Aguda em bebés e crianças

Lista de Abreviaturas

OM – Otite Média
OMA – Otite Média Aguda
TOM – Tratamento Osteopático Manual
SEB - Sincondrose Esfeno Basilar

Grupo 6 IV
Contributo para a eficácia no tratamento manipulativo osteopático
A Otite Média Aguda em bebés e crianças

Índice de Tabelas

Tabela 1 – Artigos selecionados ................................................................................. 11

Grupo 6 V
Efeito positivo do tratamento manipulativo osteopático na Otite Média Aguda em bebes e
crianças

Introdução

Para finalizar a pós graduação em Osteopatia Infantil., da Universidade Atlântica,


foi-nos proposta a escolha de alguns artigos subordinados à temática cujo titulo está presente
nesta investigação ‚ Otite Média Aguda‘
A presente abordagem é baseada em três estudos científicos através de busca na
plataforma PubMed Central, PEDro e Cochrane, tendo como finalidade contribuir para uma
melhor compreensão do tratamento osteopático como uma terapia adjuvante na medicina
pediátrica.
Na literatura médica entende-se a Otite Media Aguda como uma infeção do trato
respiratório superior, essencialmente no inverno, em que aproximadamente 60% de todas as
crianças até aos 4 anos de idade sofreram da inflamação súbita da membrana mucosa do
ouvido medio.
Os principais sintomas são dor de ouvido aguda e intensa, unilateral ou bilateral, febre
acompanhada por perda ou redução auditiva no ouvido afetado, eventualmente perfuração
do tímpano. Com complicações raras intracranianas ( meningite, abcesso epidural, subdural,
cerebral.) e extracranianas (paralisia facial, labirintite purulenta entre outras).

[…] Geralmente a medicação inclui descongestionantes nasais


para uma melhoria da ventilação do ouvido medio e analgésicos
como ibuprofeno, paracetamol,etc. Em casos graves a prescrição de
antibióticos. Repouso na cama e beber muitos líquidos. [….]1

[…] Sem ignorar a importância viral ou bacteriana a Osteopatia


procura entender o desfuncionamento na importância do
relacionamento de todas as estruturas anatómicas associadas à
mobilidade fisiológica inerente do osso temporal dentro do
mecanismo craniano […]2

1
MedMedia, Ärzte Krone, AEK 07/2022)
2
Viola Frymann , 1998

1
Efeito positivo do tratamento manipulativo osteopático na Otite Média Aguda em bebes e
crianças

Como bem salienta a autora Jane E. Carreiro:

[…] O osso temporal é dividido em três partes á nascença. O


diâmetro da tuba auditiva na junção entre as partes óssea e
cartilaginosa é menor .
Situada no ouvido medio até a pars petrosa com conexão auricular
entre o osso esferoide, a ponta do osso petroso e os músculos da
garganta.
Este estreitamento encontra-se onde a tuba auditiva sai do osso
temporal e a conexão dos osso esferoide e pars petrosa.
A membrana mucosa da nasofaringe é a continuação da tuba
auditiva e do ouvido médio. Antígenos e outras substancias
indesejáveis são fornecidas pela secreção desta membrana,
causando assim um aumento da mucosidade. Estando a drenagem
obstruída o líquido acumula-se no ouvido médio.
Em circunstancias normais seria drenado pela tuba auditiva. […]3

Aristóteles , considerado um dos filósofos mais influentes do pensamento ocidental,


formulou muitas ideias e frases que podem apoiar os princípios da Osteopatia.
Uma das suas frases mais conhecida é: “O todo é mais do que a soma das suas partes“
Esta frase reflete a perspetiva holística que é importante na Osteopatia. O corpo é
visto como um sistema integrado de partes interconectadas, onde o distúrbio em uma área
pode afetar o sistema inteiro. A Osteopatia visa não apenas tratar de sintomas, mas também
abordar as causas de desequilíbrios e disfunções para promover uma saude integral .
Procurando as limitações biomecânicas

[…]É uma abordagem terapêutica viva e individual e não um


método médico que oferece técnicas individuais. […]4

Podemos ainda acrescentar como relevante o autor Harold I. Magoun em cujo livro,
Osteopathie in der Schädelsphäre, cita um trecho do Medical Word News, 1965, em que R.

3
Pädiatrie aos osteopathischer Sicht, Jane E. Carreiro, 2004
4
Torsten Liem et al, 2010

2
Efeito positivo do tratamento manipulativo osteopático na Otite Média Aguda em bebes e
crianças

J. Dubos menciona para fins de atender as necessidades dos praticantes da Osteopatia que a
tendência da pesquisa moderna é unidirecional.
O impulso rítmico craniano e o movimento existente nas suturas cranianas são dois
tópicos dependentes da perceção sensorial cujo elemento sensitivo requere a confirmação
de que tais tentativas não são apenas um fingimento e desta forma a necessidade de estudos
científicos que o confirmem.
Do supramencionado independentemente da sua maior ou menor validade temos a
convicção que todos os fenômenos procuram uma conclusão em definitivo que não deve
contemplar qualquer tipo de rejeição á priori .
Estes artigos remetem-nos como qualquer texto interrogações que caraterizam toda
a investigação cientifica.

3
Efeito positivo do tratamento manipulativo osteopático na Otite Média Aguda em bebes e
crianças

Metodologias de Investigação

Esta pesquisa é uma revisão narrativa de artigos, método esse considerado a base da
investigação científica. Além disso, é descrito como:

[...] artigos de revisão narrativa são publicações amplas


apropriadas para descrever e discutir o desenvolvimento ou 'estado
da arte' de um determinado assunto, do ponto de vista teórico ou
conceptual [...]5

São textos que constituem uma análise de carácter científico de interpretação e


análise crítica do autor.

O estudo visou conhecer o que há em artigos científicos acerca do efeito do tratamento


manipulativo osteopático em bebés e crianças com otite média aguda. A seleção dos artigos
foi realizada em Junho de 2023 com base numa pesquisa em 5 plataformas de busca com
relevância internacional e nacional e nomeadamente: PubMed; PEDro; RCAAP; Cochrane
e Scielo. Os idiomas de busca foram acedidos nas línguas inglesa e portuguesa. E ainda com
consulta em livros da especialidade em alemão. Para as palavras-chave utilizámos :
Osteopathic Manipulative, Therapy in Children, Children, Baby, Acute otitis media,
Pediatric Osteopathy, Ear, Skull, Sphenoid, Sutures, Antibiotic, Surgery.

Seguidamente a leitura dos artigos permitiu-nos direcioná-los para a proposta


investigação apresentada.

Os critérios de inclusão dos artigos foram: estudos publicados em português ou inglês;


artigos originais; estudos disponíveis em formato completo, estudos com a população alvo
em crianças e bebés.

Os critérios de exclusão foram: artigos duplicados, indisponíveis na íntegra ou que


não abordassem a temática na totalidade.

Selecionámos 3 artigos para analise que respondiam ao tema proposto do nosso


trabalho.

5
Rother, E. T. 2007

4
Efeito positivo do tratamento manipulativo osteopático na Otite Média Aguda em bebes e
crianças

Resultados

A tabela 1 apresenta de uma forma descritiva os artigos selecionados para a


elaboração do nosso trabalho.

Tabela 1 – Artigos Selecionados

“Osteopathic “Suture restriction “Osteopathic


Manipulative of the temporal Evaluation and
treatment for bone as a risk factor Manipulative
Pediatric Patients for acute otitis Treatment in
with Otitis Media” media in children” Reducing the
Morbidity of
Otitis
Media”
Autores Miriam V. Mills, Chantal Morin, Brian F. Degenhardt e
Charles E. Henley, Dominique Dorion, Michael L. Kuchera
Laura LB Barnes, Jane Jean-Marie Moutquin e
E. Carreiro, Brian F. Mélanie Levasseur
Degenhardt
Objetivos Estudar os efeitos do Investigar a Estudar os efeitos do
tratamento osteopático possibilidade de a tratamento osteopático
como terapia auxiliar de restrição severa da em crianças com otite
rotina no tratamento de sutura do osso temporal média aguda recorrente.
crianças com OMA ser um fator de risco
recorrente. para o desenvolvimento
da OMA em crianças.
Desenho do estudo Pacientes com idade Desenho de coorte Estudo de Coorte piloto
entre os 6 meses e os 6 prospetivo com acompanhado 1 ano
anos com 3 episódios de acompanhamento de 64 após o tratamento. Os
OMA nos últimos 6 crianças com idades pais e os médicos de
meses, ou 4 no ano desde os 6 meses aos família foram
anterior. Divididos em 18meses sem historial contactados para
2 grupos: um grupo que de OMA comunicar a
recebeu cuidados acompanhadas durante recorrência da otite
pediátricos de rotina e o a estação fria (setembro média desde a
outro grupo recebeu de 2009 a abril de intervenção. Os autores
cuidados pediátricos de 2010). A avaliação do do estudo relatam ainda
rotina e terapia manual osso temporal (com ou que houve algumas
osteopática. Os grupos sem restrição severa da falhas no desenho do
realizaram número sutura) foi realizada por estudo.
igual de tratamentos palpação e por teste de
monitorizados por mobilidade óssea
timpanogramas. O craniana. Foram
pediatra e o osteopata considerados fatores de
desconheciam os risco como: sexo, idade,
pacientes e os peso no nascimento,
resultados do estudo. uso de chupeta entre
outros.

5
Efeito positivo do tratamento manipulativo osteopático na Otite Média Aguda em bebes e
crianças

Intervenção O tratamento O acompanhamento Duração de 3 semanas.


osteopático teve a durou de 8 a 11 meses, Foram realizados em
duração de 15 a 25 foi realizado por um cada semana exames
minutos. O plano de médico clínico geral ou estruturais e tratamento
tratamento passou por pediatra mas manipulativo
técnicas suaves nas cumprindo critérios osteopático.
áreas de maior restrição específicos para
a nível articular, diagnosticar OMA (
miofascial, equilíbrio história de início agudo,
membranoso, tensão presença de sinais no
ligamentar, etc. Foram ouvido média e sinais e
selecionados osteopatas sintomas de inflamação
com experiencia na área no ouvido média. O
e com maior foco na assistente de pesquisa
cabeça e pescoço. realizou entrevistas por
telefone com os pais a
cada 2 meses.
Medidas de Avaliação Foram controlados: a Foi aplicado um As crianças incluídas
frequência de episódios questionário neste estudo viviam
de OMA, o uso de padronizado a todas as num meio rural e foram
antibióticos, as crianças em estudo, em caminhadas pelo
intervenções cirúrgicas para pesquisa de fatores médico de família e
e o desempenho de risco de OMA. As pediatra ou por
timpanométrico e questões passaram por: investigadores. Todas
audiométrico. a) dados relacionados as crianças com 3 anos
com a criança (idade, ou mais jovens mas
sexo, peso ao com um historial de 3
nascimento, uso de episódios de OM em 6
chupeta, amamentação, meses ou 4 episódios
historial de em 12 meses
bronquiolites; preencheram os
b) dados sobre o meio critérios de inclusão do
envolvente da criança ( estudo. Primeiramente
se frequenta a creche, foi aplicado um
irmãos, tabagismo do questionário para uma
pais, nível visão mais completa do
socioeconómico). historial clínico da
Posteriormente ao criança. O plano de
questionário estas tratamento passou por
crianças foram libertação miofascial e
submetidas ao equilibrar as
tratamento osteopático membranas de tensão
(avaliação do estado do reciproca do crânio. As
osso temporal com ou disfunções encontradas
sem restrição, através foram predominantes
da observação visual e na região torácia, costal
exame manual para e craniana.
ambos os lados do
crânio). O osso
occipital foi usado
como referência e o

6
Efeito positivo do tratamento manipulativo osteopático na Otite Média Aguda em bebes e
crianças

osso temporal foi


mobilizado no seu eixo
fisiológico. A avaliação
manual utilizada
também incluiu avaliar
o estado de funcional da
SEB.
Resultados Num total de 57 A restrição severa da Oito pacientes
pacientes: 25 de sutura do osso temporal pediátricos com idade
intervenção e 32 de foi identificada em 23 compreendida dos 7 aos
controle, completaram crianças (35,9%), 14 35 meses com otite
o estudo. As crianças destas crianças tiveram média recorrente
intervencionadas pelo menos um completaram o
tiveram menos episódio de OMA. protocolo de estudo.
episódios de OMA, Um dos resultados de Não foi apresentado
menos procedimentos maior risco de OMA é nenhum grupo de
cirúrgicos. Os explicado neste artigo controle para este
timpanogramas iniciais pela restrição severa da estudo.
comparados com os sutura do osso temporal
resultados dos associado a disfunção
timpanogramas finais, da trompa de
apresentam resultados Eustáquio, pelo uso de
mais normais no grupo chupeta e pela menor
de intervenção. idade.
Conclusão A conclusão deste Segundo este estudo, a Este estudo indica que o
estudo designa que restrição da sutura do tratamento
existe benefício do osso temporal em manipulativo pode
tratamento crianças é fator de risco diminuir a recorrência
manipulativo para OMA. Refere de otite média, mas
osteopático como ainda que é necessário reforça a necessidade
terapia adjuvante em mais estudos de de mais pesquisas nesta
crianças com OMA, intervenção para área.
podendo prevenir ou determinar poder ser
diminuir a intervenção um fator de risco
cirúrgica e o consumo mecânico modificado.
de antibióticos.

7
Efeito positivo do tratamento manipulativo osteopático na Otite Média Aguda em bebes e
crianças

Análise de Resultados

O artigo escolhido da autora Miriam6, refere a participação de dois grupos composto


por cinquenta crianças cada. O supramencionado artigo previa uma redução de 50% nos
episódios de OMA e no uso de antibiótico.

A randomização e cegamento submeteu uma atribuição aleatória de 60:40 para


pacientes de controlo, devido à esperada maior taxa de abandono. Os pais desconheciam os
resultados e foram instruídos a não discutirem o estudo com os médicos.

Este estudo foi aprovado pelo concelho institucional de revisão em cada local onde
os dados foram coletados: Tulsa; Okla; Biddeford; Kirksville e Tucson na região de Arizona.
O protocolo teve como orientação folhetos, panfletos para médicos de TOM coordenadores
do local, vídeos e apresentação de slides. O evento contou com a participação quatro
médicos osteopatas.

O pediatra prestou cuidados sem conhecimento da alocação do grupo ou resultados


do estudo. As informaçõeses clínicas foram retiradas dos prontuários pelos coordenadores
locais, como o uso de antibióticos e encaminhamento cirúrgicos, não estando disponíveis
para o médico que realizava o OMT. Audiogramas e timpanogramas foram obtidos por
fonoaudiólogos sem conhecimento da alocação do grupo.

A faixa etária das crianças recrutadas no estudo era de seis meses a seis anos, com
episódios recorrentes de OMA (3 episódios nos últimos seis meses ou quatro no ano
anterior), excluídas crianças que não apresentassem anomalia imunológica, cromossómica
ou má formação congénita na cabeça, sem manipulação prévia (osteopática ou quiroprática)
e sem cirurgia otorrinolaringológica anterior que os tornasse elegíveis.

Com base nas orientações sugeridas pelo Office of Drug Evaluation and Research,
os critérios para qualificação como um episódio de OMA incluíram a documentação do
seguinte prontuário médico:

- sintomas sistémicos (irritabilidade, febre ou otalgia).

6
(Mills et al., 2003)

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Efeito positivo do tratamento manipulativo osteopático na Otite Média Aguda em bebes e
crianças

- alterações inflamatórias do ouvido médio (vermelhidão opaca difusa, abaulamento


ou pus atrás da membrana), com desaparecimento dos sintomas por pelo menos 2
semanas entre os episódios.

No grupo intervencionado o tratamento osteopático foi administrado em cada visita


do paciente conforme indicação do osteopata com base nos resultados do exame e na
cooperação da criança. Os tratamentos tiveram duração de 15 a 25 minutos. Adotaram-se
técnicas suaves em áreas de restrição, tais como: Técnicas articulares; libertação miofascial;
equilíbrio membranoso e tensão ligamentar equilibrada. Aplicadas segundo os preceitos e
ensinamentos de William Garner Sutherland7, DO. Nos tratamentos excluíram-se técnicas
de alta velocidade (popping). Quanto à avaliação e tratamento osteopático abrangeu-se todo
o corpo, com especial atenção à cabeça e pescoço, embora neste artigo não haja uma
descrição detalhada da avaliação e tratamento.

Ambos os grupos tiveram 9 visitas durante o estudo: 3 semanais; 3 quinzenais e 3


mensais. Em cada visita, o coordenador local recolheu o histórico da medicação, doenças,
lesões e estados comportamentais. Para o efeito utilizou uma escala de 5 pontos para
classificar os estados comportamentais:

[...] irritabilidade, desobediência, puxões de orelha, apetite, sono


reparador, ouvir quando se fala, ouvir conversas, falar e falta de
jeito [...]8

O coordenador local registou os resultados mensalmente dos timpanogramas, assim


como as leituras dos fonoaudiólogos, estas baseadas em gravações únicas na linha de base
e no final do estudo, analisadas de forma consistente. Após 6 meses, o coordenador realizou
uma nova avaliação audiológica revendo o registo médico pediátrico. Os pais foram
convidados a manifestar a sua satisfação dos resultados obtidos.

Verificámos que uma parte dos pacientes preencheu os requisitos podendo serem
inscritos e os demais quer por desistência ou por não preencheram os requisitos não forma
inscritos.

Segundo o artigo em análise, durante o estudo, o grupo de intervenção apresentou


0,19, em comparação com o grupo de controle com 0,27 episódios de OMA por mês.

7
Foi um médico osteopata americano e uma figura importante na medicina osteopática americana.
8
Mills et al., 2003

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Efeito positivo do tratamento manipulativo osteopático na Otite Média Aguda em bebes e
crianças

Limiares de consciência de fala melhoraram em ambos os grupos ao longo do tempo.


Foi utilizada regressão linear para cada frequência, medida em hertz, com o limite de
decibéis no exame final como variável dependente e grupo, e limites de decibéis de linha de
base como variáveis independentes.

Acresce que não se denotou qualquer reação adversa ao tratamento osteopático


durante o estudo e que pelo contrário houve a manifestação de agrado por parte dos pais dos
pacientes.

O artigo manifesta os seguintes pontos:

- A taxa de abandono excedeu as expectativas iniciais.

- Para estudos futuros seria essencial realizar uma análise de custo-eficácia.

- Estudos maiores são necessários para replicar e compreender a efetividade do


tratamento osteopático.

Em “Suture restriction of the temporal bone as a risk factor for acute otitis media in
children: cohort study”. apresenta uma análise do tratamento manipulativo osteopático
como terapia adjuvante para crianças com histórico de otites médias recorrentes,
especialmente com sutura restrita severa do osso temporal e a implicância no
desenvolvimento de OMA em crianças pequenas, também é mencionado não ter havido
nenhum estudo examinando esta relação.

O estudo de coorte prospetivo de 64 crianças teve como critério de inclusão: crianças


de 6 a 18 meses de idade, sem historial prévio de OMA durante a estação fria ( setembro de
2009 a abril de 2010 ).

Exclusão - crianças com problemas auditivos e anomalias, especificamente fenda


palatina ou síndroma de Down.

As crianças supramencionadas foram recrutadas em organizações comunitárias em


Sherbrooke (Canada). Este recrutamento teve o consentimento assinado dos pais e a
aprovação do comitê de Ética do centro hospitalar da universidade de Sherbrooke.

Para efetivar o recrutamento, foi elaborado um questionário padronizado com: dados


coletados relacionados á criança com factor de risco para OMA; idade; sexo; peso ao nascer;
idade gestacional; uso de chupeta; amamentação; historial de infecção do trato respiratório

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Efeito positivo do tratamento manipulativo osteopático na Otite Média Aguda em bebes e
crianças

superior; relacionamento com o meio ambiente; tabagismo dos pais; frequência de ida á
creche; presença de irmãos; nível socioeconômico e um assistente de pesquisa.

Um médico osteopata efetuou através da palpação e observação visual a avaliação


do estado do osso temporal e suturas, usando o osso occipital como ponto de referência e o
eixo fisiológico do osso temporal testando a mobilidade do movimento bilateral de rotação
externa/interna, bilateral e unilateral. Também foram considerados posições do osso
occipital e osso esfenóide.

Os resultados revelaram que das seguintes 64 crianças:

- 29 crianças apresentaram um caso de OMA.

- Destas 29 crianças, metade, foi encontrado um episódio de OMA.

- Num ouvido, previamente identificado como tendo uma restrição severa da sutura,
foi encontrado um episódio de OMA.

- Em cerca de um quarto naquelas sem restrição severa da sutura foi encontrado uma
caso de OMA.

Em relação ao artigo verificámos algumas limitações:

1. É possível haver variabilidade do diagnostico de OMA por médicos e pediatras


apesar da disponibilidade de diretrizes.

2. A distribuição do diagnóstico anterior deve ser distribuída igualmente em ambos os


grupo, devido ao desconhecimento do estado do osso temporal com caso de OMA
de modo a evitar um erro de classificação do diagnóstico não diferencial que
implicou o aumento da semelhança entre os grupos expostos e não expostos.

3. Eventualmente, este projeto de pesquisa encorajou os pais a consultarem médicos


osteopatas sobre OMA.

Os resultados deste estudo têm implicações importantes, sugerindo não apenas uma
nova abordagem terapêutica para otites médias em crianças, mas também abrindo caminho
para estratégias de prevenção mais direcionadas. No entanto, os autores destacam a

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Efeito positivo do tratamento manipulativo osteopático na Otite Média Aguda em bebes e
crianças

necessidade de estudos adicionais para validar esses resultados e determinar a eficácia a


longo prazo do tratamento manipulativo osteopático nesse contexto específico. Em resumo,
este estudo oferece “insights” valiosos sobre a eficácia potencial do tratamento manipulativo
osteopático, identificando um novo fator de risco e apontando para possíveis avanços no
tratamento e prevenção das otites médias em crianças.

O artigo científico “Osteopathic evaluation and manipulative treatment in reducing


the morbidity of otitis media: a pilot study”, apresenta uma revisão sistemática sobre o uso
da osteopatia manipulativa no tratamento de otites média em pediatria, com foco na redução
da morbidade associada. O estudo enfatiza a importância do tratamento manipulativo
osteopático como uma alternativa não invasiva aos métodos convencionais, como o uso de
antibióticos e cirurgia.

O concelho de revisão institucional no Kirksville College of Osteopathic Medicine


de AT Still University of Health Sciences deu a sua aprovação para este estudo. Para os
investigadores obterem dados mais precisos solicitaram os pais das crianças visadas o
preenchimento de um questionário a acoplar aos registos médicos desenvolvidos.

Para a inclusão foram encaminhados aos investigadores crianças de três anos ou de


idade inferior solicitados aos de médicos de família de uma comunidade rural do Centro-
Oeste ou por autorreferência. A documentação solicitada previa um historial de quatro
episódios em 12 meses, ou, três episódios de Otite média em seis meses.
Desta investigação foram excluídos todos os pacientes medicamentados com esteroídes
sistémicos, terapia imunossupressora, anomalias estruturais de cabeça e pescoço. Dado que
o número de encaminhamentos qualificados foi baixo não foi estabelecido um grupo de
controle.

As crianças foram submetidas a osteopatia estrutural, exames e tratamentos


manipulativos num período de 15 dias durante 3 semanas uma vez por semana, um total de
cinco meninos e três meninas com idades entre 7 e 35 meses. Uma das oito crianças tinha
exposição a tabagismo familiar, seis crianças frequentavam a creche e cinco crianças tinham
um historial de Otite Média familiar.

Após análise por palpação o terapeuta verificou na situação estrutural: 6 crianças


com rotação interna do osso temporal; sete tinham restrição do côndilo occipital; dois com

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Efeito positivo do tratamento manipulativo osteopático na Otite Média Aguda em bebes e
crianças

compressão da sincondrose esfenobasilar. Verificou-se ainda padrões de tensão ligamentar:


duas crianças apresentaram tensão ligamentar; três ou mais crianças um ou mais padrões de
tensão. Quatro crianças apresentaram disfunção somática na região torácica superior ou nas
costelas. Seis com alguma forma de disfunção somática sacral. No geral havia variações nos
impulsos rítmicos cranianos entre a 2 a 10 ciclos por minuto.

Foram utilizadas técnicas manuais para equilíbrio da tensão e libertação miofascial


nas regiões da cabeça, face, pescoço, torácica, costelas, lombar e pélvica. (Discrição das
técnicas ultrapassa aqui uma revisão narrativa simples de literatura pretendida).

Durante um ano, não foram documentados episódios de OMA: em cinco crianças


das oito que completaram a intervenção de três semanas não houve episódios (62,5%). Em
três crianças que faziam parte do grupo sem sintomas, uma evoluiu para uma infeção do
trato respiratório superior, abaulamento do tímpano sendo medicada com antibióticos
(33,3%) É citado o caso interessante de uma criança com 11 meses, com nove episódios
de Otite Média sendo a terapia composta por vários medicamentos como amoxilina entre
outras.
Do exposto e devido á pouca quantidade de casos analisados não podemos aferir de
grande relevância os dados obtidos, mas apesar de tudo e tendo em consideração alguns
bons resultados podemos considerar a possibilidade de com um maior numero de dados,
tirar conclusões mais objectivas.

Em conclusão, os três artigos científicos revisados convergem para um ponto crucial


na temática da "Otites médias e o trabalho manipulativo osteopático". Cada estudo oferece
perceções sobre a eficácia do tratamento manipulativo osteopático em crianças com
diferentes manifestações de otites médias.

O primeiro artigo realça a importância de mais estudos em amostras mais amplas


para validar resultados destacando o tratamento osteopático manipulativo como uma
alternativa não evasiva.

O segundo texto, centra-se em otites médias recorrentes, destacando como relevante


a sutura restrita do osso temporal como um fator de risco. O tratamento manipulativo
osteopático oferece uma abordagem não evasiva para eventualmente reduzir a frequência e
a gravidade da OMA em crianças.

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Efeito positivo do tratamento manipulativo osteopático na Otite Média Aguda em bebes e
crianças

O terceiro artigo fornece uma visão do tratamento manipulativo osteopático na


redução da morbidade associada à otite média em crianças. Ele apela à necessidade de mais
pesquisas para consolidar resultados eficazes.

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Efeito positivo do tratamento manipulativo osteopático na Otite Média Aguda em bebes e
crianças

Discussão

Como já referido anteriormente, a Otite média aguda é uma infeção do trato


respiratório superior que mais comummente presente na população pediátrica. Por norma, a
recomendação atual para o tratamento da OMA é a utilização de agentes antibacterianos
(regularmente amoxicilina), sendo a resistência antibacteriana uma preocupação atual e
recorrente. É de extrema importância analisarmos outros métodos alternativos de tratamento
a esta patologia tão comum. No entanto, para os autores Holton-Brown, M. Pohlman, a
evidência científica neste campo é ainda bastante limitada.9 A prevenção dos fatores de risco
da OMA é importante e considerada uma prioridade na saúde pública, segundo Morin.10

Visto isto, os três artigos selecionados têm uma base em comum, uma tentativa de
responder a esta necessidade de comprovar quais os benefícios do tratamento manipulativo
osteopático e consequentemente considerá-lo como um método alternativo para a OMA.

Todos os artigos consideraram que as técnicas manipulativas osteopáticas


apresentam-se valiosas para o tratamento de pacientes com otites, podendo estas fornecer
benefícios durante a janela de risco para evitar recurso a uma posterior cirurgia, sendo que
os grupos de estudo sujeitos a estas técnicas apresentaram diferenças estatisticamente
significativas quando comparados com os outros grupos não sujeitos a TOM.

É de relativa importância referir que foi identificada pela primeira vez, a restrição
severa da sutura do osso temporal, empiricamente considerado como um fator de risco para
otite média aguda em lactentes com idades entre os 6 e 30 meses. Esta demonstração
empírica, segundo Morin, está de acordo com as relações anatómicas e fisiológicas referidas
anteriormente em relação ao osso temporal e à trompa de Eustáquio e consequente OMA.11
Até este ponto da discrição salientamos a importância dos benefícios do tratamento
manipulativo osteopatico. No entanto, encontramos um factor comum nos três artigos, que
apontada para uma necessidade de mais estudos e pesquisas que comprovem a eficácia do
TOM, através de grupos de estudo e maior assertevidade.

9
Holton Brown, M., Pohlman, K., 2012)
10
Morin, C. et al, 2012
11
Morin, C. et al, 2012

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Efeito positivo do tratamento manipulativo osteopático na Otite Média Aguda em bebes e
crianças

Conclusão

Os estudos e práticas na intervenção osteopática em pacientes com otite média


recorrente vêm demonstrando a possibilidade de redução da dor e da simultaneamente a
minimização a perda auditiva, a redução do custo de consultas médicas, cirurgias e da
medicação reduzindo a ansiedade do paciente e dos pais, bem como prevenir sequelas de
longo prazo.
Inicialmente as questões demográficas levaram a desistências que limitaram um
estudo mais alargado do que prevíramos, As generalizações dos resultados dos estudos
deveriam ter sido conformadas e validadas em outros ambientes e populações.
As diretrizes atuais de tratamento para as otites recorrentes fornecem pouca orientação sobre
como evitar uso potencialmente desnecessário de antibióticos ou cirurgia. As abordagens de
medicina alternativa e complementar comprovam a sua eficácia, mas os resultados obtidos
não surge devidamente comprovados .
A partir dos artigos foi possível concluir a necessidade de mais estudos
com incidência numa maior população, de forma a determinar a eficácia dessa modalidade
de tratamento em pacientes pediátricos com Otite média.
Por ultimo verificámos na nossa pesquisa a mais valia de uma avaliação e identificação das
restrições cranianas clinicamente importantes. Uma vez, que estas podem levar a resultados
positivos e a opções de tratamentos não invasivos. As correções por manipulações cranianas
em crianças pequenas antes da idade de ossificação da base do crânio vêm demostrando
éficacia.

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Efeito positivo do tratamento manipulativo osteopático na Otite Média Aguda em bebes e
crianças

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