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BACHAREL EM ENFERMAGEM

ANNA CAROLINA RODRIGUES SUTTER


RODRIGO PINHEIRO

DOENÇAS PARASITÁRIAS
Produção Textual Interdisciplinar

Petrópolis
2020
ANNA CAROLINA RODRIGUES SUTTER
RODRIGO PINHEIRO

DOENÇAS PARASITÁRIAS
Produção Textual Interdisciplinar

Trabalho de Doenças parasitárias apresentado como


requisito parcial para a obtenção de média semestral na
disciplina de Atividades interdisciplinares.

Orientador: Prof. Ana Paula Scaramal Ricietto


Prof. Cristiane Mota Leite
Prof. Dayane Scaramal

Petrópolis
2020
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................................3
2 DOENÇAS PARASITÁRIAS: TENÍASE E CISTICERCOSE................................4
2.1 SISTEMA DIGESTÓRIO – ComplicaçÕes........................................................4
2.1.1 SISTEMA NERVOSO – COMPLICAÇÕES...................................................5
2.1.1.1 RESPOSTA IMUNE INFLAMATÓRIA...........................................................6
2.1.1.1.1 ARTIGOS CIENTÍFICOS...........................................................................8
3 CONCLUSÃO.....................................................................................................12
4 REFERÊNCIAS.................................................................................................. 13
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1 INTRODUÇÃO

Este trabalho tem por finalidade dissertar sobre as Doenças


Parasitárias, bem como favorecer a aprendizagem, desenvolver conhecimentos
independentes e promover a aplicação da teoria para a solução de problemas
práticos relativos à profissão de Enfermagem.
Analisando os conceitos da situação geradora de aprendizagem com
os desafios propostos, pode-se compreender melhor as estruturas morfofuncionais e
fisiológicas dos sistemas envolvidos, garantindo a reflexão sobre os elementos
fundamentais desse cenário nas diversas áreas de atuação.
A primeira paciente em questão, que tem por nome Mariana, tem 13
anos de idade e foi diagnosticada com teníase e cisticercose, apresentando
sintomas como perda de peso, irritação, cansaço, enjôos, diarreia, dor abdominal,
dores de cabeça, confusão mental e convulsão. A outra paciente chamada Ana, é
irmã de Mariana, tem 9 anos de idade e apresentou igualmente os sintomas de
perda de peso, irritação, cansaço, enjôos, diarréia e dor abdominal.
Segundo Toledo et al (2018), as verminoses são doenças frequentes
causadas por diferentes tipos de vermes, e podem contaminar o homem por meio de
alimentos contaminados. A teníase e a cisticercose são verminoses transmitidas
pela Taenia.
Ainda no contexto, o termo interdisciplinaridade pressupõe um
trabalho coordenado e integrado entre diferentes saberes, o que para Fazenda
(2018) só é possível com o contato, a parceria e o diálogo-atitudes que permitem o
aprendizado e crescimento.
Pensando nisso, o presente estudo fora realizado promovendo a
interdisciplinaridade dos conceitos e conteúdos abordados pelas disciplinas de:
Ciências morfofuncionais dos sistemas Digestório, Endócrino, Renal, Nervoso,
Cardiorespiratório, Imune e Hematológico, além de Enfermagem e Ciência, bem
como, para possibilitar ao aluno o enriquecimento dos conteúdos estudados.
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2 DOENÇAS PARASITÁRIAS: TENÍASE E CISTICERCOSE

Segundo Toledo et al (2018), o complexo teníase / cisticercose é


causado pela mesma espécie de cestódeo, a Taenia, em fases diferentes do seu
ciclo de vida. Em humanos a Teníase é também conhecida como solitária e é
provocada pela presença da forma adulta da Taenia saginata ou Taenia Solium, que
se localizam no seu intestino delgado (TOLEDO ET AL, 2018).
Da mesma forma, a revisão citada explica que o homem pode se
infectar ao ingerir carne bovina e suína mal cozida contendo os cisticercos vivos, ou
pela ingestão de ovos da T. solium contaminados com fezes de humanos portadores
de teníase.
A partir da circunstância exposta pela temática, compreende-se que
a sintomatologia apresentada envolve tanto o sistema digestório quanto o sistema
nervoso, o que demanda amplo tratamento clínico em diferentes setores.

2.1 SISTEMA DIGESTÓRIO – COMPLICAÇÕES

Define-se Sistema Digestório como o sistema responsável por obter


dos alimentos ingeridos os nutrientes necessários às diferentes funções do
organismo, composto por um conjunto de órgãos que têm por função a realização da
digestão (GUYTON & HALL, 2017).
Segundo Lourenço et al (2017), a teniase é uma infecção intestinal
que leva à inflamação crônica da mucosa intestinal e, ao permanecer dentro do
organismo humano, os vermes se alimentam dos nutrientes que estão em processo
de digestão.
No que diz respeito a digestão, todas as fases mecânicas e
químicas, da boca ao intestino delgado, são dirigidas para transformar o alimento em
moléculas que sofrem absorção, sendo que aproximadamente 90% de toda a
absorção acontece no intestino delgado (TORTORA & GRABOWSKI, 2016).
Ainda de acordo com Lourenço et al (2017), a presença do verme
adulto de Taenia sp. no intestino delgado pode prejudicar a absorção dos nutrientes,
provocando perda de peso e anemia, por exemplo.
Ana e Mariana apresentaram os sintomas relacionados e tiveram o
diagnóstico de Teníase confirmado através dos exames. Lourenço et al (2017)
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afirmam que, além da dificuldade de ganhar peso, a presença da Taenia nas


crianças pode causar atraso no crescimento e no desenvolvimento, sendo
necessário tratamento com remédios antiparasitários.

2.1.1 SISTEMA NERVOSO – COMPLICAÇÕES

De acordo com Guyton & Hall (2017), o Sistema Nervoso é único em


relação a vasta complexidade dos processos cognitivos e das ações de controle que
pode executar, tendo como papel mais importante o de controlar as atividades do
corpo. Para compreender como a presença da parasitose pode progredir ao estado
de pressão intracraniana e hidrocefalia, é necessário resgatar os conceitos
fundamentais do Sistema Nervoso Central e da cisticercose.
Partindo do pressuposto que a cisticercose é uma infeccção
causada pela forma cística da tênia do porco, a Taenia Solium, a neurocisticercose é
quando ocorre o acometimento do Sistema Nervoso Central (SNC) e representa a
mais problemática forma dessa parasitose do ponto de vista anatomopatológico
(PEIXOTO, 2017).
Peixoto (2017) esclarece que os ovos ingeridos pelo homem
originam embriões hexacantos que caem na corrente sanguínea e iniciam a invasão
de diferentes órgãos: olhos, músculos, pele e SNC, e o tratamento tem como
objetivo a redução da resposta inflamatória.
Ainda nesse contexto, pode-se concluir que as formas mais graves
da doença são aquelas que evoluem com aumento da pressão intracraniana: dor de
cabeça forte, vômitos e alteração do nível de consciência. Esses sintomas podem
aparecer pois o cisto pode se comportar como um tumor, causando uma inflamação
muito grande e conseqüentemente inchaço cerebral (PEIXOTO, 2017).
Segundo Costa et al (2018) a hidrocefalia é caracterizada pelo
aumento do volume do líquido cefalorraquidiano (LCR) associado à dilatação dos
ventrículos cerebrais, sendo, muitas vezes, consequência de uma obstrução da
circulação liquórica.
Considerando que a cisticercose pode obstruir a circulação do LCR,
é possível afirmar que essa doença parasitária também pode evoluir para um quadro
de Hidrocefalia.
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Partindo do princípio que a paciente Mariana apresentou outros


sintomas como dores de cabeça, confusão mental e convulsão, é correto presumir
que ela também apresentava um diagnóstico de cisticercose, o que foi confirmado
através de exames. Essa condição exige abordagem e cuidado imediato, com o
objetivo de prevenir deformidades prejudiciais para a funcionalidade futura do
Sistema Nervoso.

2.1.1.1 RESPOSTA IMUNE INFLAMATÓRIA

De acordo com Machado et al (2004), o conhecimento dos principais


mecanismos de defesa imune contra os diversos agentes infecciosos permite a
compreensão da patogênese das doenças infectoparasitárias e das várias
estratégias do hospedeiro e do parasita. O estudo citado explica que o sistema
imunológico atua numa rede de cooperação, envolvendo a participação de muitos
componentes estruturais, moleculares e celulares, tendo papel fundamental na
defesa contra agentes infecciosos.
Podemos entender que os mecanismos de resposta imune nas
infecções helmínticas são múltiplos devido ao tamanho e à diversidade metabólica
dos parasitas, que são antigenicamente complexos. Segundo Machado et al (2004),
embora o complemento e outros fatores da resposta imune natural possam contribuir
para a defesa contra a infecção por helmintos, a resposta imune específica com a
produção de anticorpos e citocinas é importante.
Como já citado por Lourenço et al (2017), a teníase é uma infecção
intestinal que leva à inflamação crônica da mucosa intestinal e manifesta-se por dor
abdominal, sensação de fome, astenia, perda de peso mesmo na vigência de bom
apetite, náuseas e diarreia. A infecção costuma ser mais grave em crianças e os
adultos apresentam sintomas gastrointestinais leves. Além disso, após o período de
três meses o parasita se torna adulto e os sinais e sintomas inflamatórios
desaparecem, o que dificulta o diagnóstico.
No que diz respeito a cisticercose, esta pode se tornar muito grave
pois desencadeia reações inflamatórias em diversos órgãos e apresenta tropismo
pelo sistema nervoso central, provocando a forma mais grave da doença, a
neurocisticercose (SOBREIRA, 2017).
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Muniz (2018) esclarece que a Neurocisticercose é uma doença


pleomórfica devido às variações em relação ao número, tamanho e localização das
lesões e gravidade da resposta imune do hospedeiro contra o parasito. Sua
classificação é realizada de acordo com o estágio de desenvolvimento do
metacestódeo, observado por exames de neuroimagem e associado à presença ou
ausência de resposta inflamatória (MUNIZ, 2018).
Ainda de acordo com esse artigo, o parasito pode ser encontrado em
três fases distintas: fase ativa, na qual está vivo e há elevada reação inflamatória no
tecido adjacente; a fase transicional, na qual começa a se degenerar e é combatido
pelo sistema imune do hospedeiro; e na fase inativa, em que há lesões calcificadas.
Entende-se que a infecção pode atingir o parênquima cerebral ou pode ser
extraparenquimal, ocorrendo nas cisternas, no espaço subaracnoideo ou nas áreas
intraventriculares. Muniz (2018) sugere que a localização mais frequente é nos
hemisférios cerebrais, onde as lesões são inicialmente circundadas por edema e
subsequentemente calcificam-se.
Segundo Sobreira (2017) há quatro fases de desenvolvimento do
cisticerco até completa calcificação da larva, são elas: fase vesicular na qual gera
pouca resposta inflamatória no hospedeiro e onde a cisticercose é viável; fase
coloidal que corresponde à necrose do parasita associada com um processo
inflamatório; fase granular onde o cisto encolhe e o seu conteúdo é mineralizado
com tendência a aparecer de forma granular; e fase calcificada onde o material
granulado da etapa anterior torna-se completamente mineralizados ou calcificado.
Por conseguinte, Muniz (2018) diz que a resposta imunológica à
neurocisticercose humana varia de baixa ou moderada à inflamatória grave. O artigo
citado afirma que a resposta inflamatória, provocada pela destruição do cisticerco
com a liberação de grandes quantidades de citocinas, é responsável pela atividade
epileptogênica e pelos e feitos patológicos. Os metacestódeos viáveis, geralmente,
apresentam tolerância imunológica e causam pouca ou nenhuma resposta
inflamatória, resultando nos casos assintomáticos. Nos casos sintomáticos há uma
intensa resposta inflamatória no tecido do hospedeiro, que é associada ao
metacestódeo coloidal ou em degeneração.
Por fim, quando o parasito involui e morre, ocorre a resposta
inflamatória com a presença de células plasmáticas, linfócitos, eosinófilos e
macrófagos. Os linfócitos T reguladores podem controlar a resposta imune,
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provavelmente por contato célula a célula com células dendríticas e liberação de


interleucina-10 (IL-10), promovendo imunomodulação, o que pode favorecer o
desenvolvimento e permanência do parasito no tecido hospedeiro. Nos tecidos que
circundam o metacestódeo, são encontradas citocinas dos perfis Th1 e Th2 (MUNIZ,
2018).

2.1.1.1.1 ARTIGOS CIENTÍFICOS

Síntese e análise do artigo científico dos autores: Rômulo Cesar


Clemente Toledo, Juliana Borges Franco, Lucimar Silva Freitas, Carla Katielli e
Amanda Rodrigues Franco de Freitas, sob o título de: Complexo teníase /
cisticercose: uma revisão / Complex teniasis / cysticercosis: a review

OBJETIVO: Este trabalho é uma revisão bibliográfica que teve como objetivo
discorrer sobre os agentes causadores da teníase e cisticercose, bem como as
características destas doenças e possíveis medidas para o seu controle. Realizou-se
um levantamento bibliográfico, buscando ressaltar as principais características
destas verminoses, sua epidemiologia, forma de diagnóstico e controle realizado
pela indústria de alimentos para segurança dos consumidores.

MATERIAIS E MÉTODOS: Este estudo trata-se de uma pesquisa de revisão


literária, descritiva e qualitativa realizada através de artigos publicados, livros e
manuais, referentes ao complexo Teníase e Cisticercose e seus aspectos clínicos e
epidemiológicos, pesquisados em meios eletrônicos, tais como: Biblioteca Virtual em
Saúde (BVS), Scientific Eletronic Librany Online (SCIELO), PUB MED e MEDLINE,
sendo utilizados os seguintes descritores: Teníase Cisticercose, Taenia solium e
Taenia saginata. As escolhas dos artigos fundamentaram-se nas avaliações dos
temas e resumos. O total de 28 artigos foram utilizados para a realização dessa
pesquisa.

RESULTADO: Concluiu-se, com este trabalho, que a cisticercose é um problema de


saúde pública que não pode ser desconsiderado pelos órgãos públicos
9

fiscalizadores e nem pela comunidade. Essa enfermidade também causa prejuízos


no âmbito econômico, devido ao número substancial de condenações das carcaças.
Para se prevenir a doença é necessário tanto a fiscalização correta dos
estabelecimentos de abate por parte de órgãos públicos competentes, como
também a realização de intervenções educativas junto ao consumidor e
principalmente aos produtores rurais responsáveis pela criação animal, para que
realizem o manejo correto dos animais.

Síntese e análise do artigo científico dos autores: PINTO, P. S. A;


SANTOS, W. L. M; LAERTE, P. A; ACEVEDO-NIETO, E. C; SANTOS, T. O e
DUARTE, C. T. D, sob o título de: Perfil epidemiológico da cisticercose bovina e
suína em três regiões do estado de Minas Gerais, Brasil

OBJETIVO: O objetivo desta pesquisa foi avaliar a situação epidemiológica da


cisticercose suína e bovina na zona rural de cinco municípios, distribuídos em três
distintas regiões do estado de Minas Gerais, por meio da determinação da
prevalência das cisticercoses bovina e suína nas suas respectivas propriedades
rurais, associada às condições sanitárias e socioeconômicas relacionadas ao padrão
de alimentação e criação animal, saneamento rural e higiene pessoal, que podem
favorecer a sua transmissão e manutenção nas referidas propriedades.

MATERIAIS E MÉTODOS: Foi realizada uma ampla pesquisa epidemiológica da


cisticercose animal (bovina e suína) abrangendo 388 propriedades rurais,
localizadas em 91 comunidades rurais, que estão distribuídas em três diferentes
regiões do estado de Minas Gerais, compreendendo os rebanhos representativos de
cinco municípios e apresentam características socioeconômicas e sanitárias
distintas, que podem influenciar na transmissão das cisticercoses bovina e suína. As
propriedades foram selecionadas aleatoriamente, partindo do total registrado em
cada município, por meio de informações extraídas dos arquivos dos órgãos
públicos correlacionados, sobretudo as secretarias de agricultura. O critério de
representatividade estabelecido para o cálculo do número mínimo de propriedades a
serem incluídas na pesquisa foi baseado em um levantamento preliminar (não
publicado), realizado numa comunidade rural do município de Tumiritinga, que
indicou uma prevalência estimada de 2% de propriedades positivas para a
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cisticercose suína, que geralmente é inferior à bovina no estado de Minas Gerais.


Esse valor foi o critério de inclusão, que foi utilizado na pesquisa como referência
para a determinação do tamanho da amostragem em cada um dos cinco municípios,
assumindo-se um erro aceitável de 1,99% e um intervalo de confiança de 95%
(Database..., 2008). Os suínos incluídos na pesquisa tinham idade acima de três
meses e compreendiam a todos os animais presentes nos pequenos criatórios rurais
artesanais, excluindo-se, portanto, os animais procedentes de suinoculturas
tecnificadas. Nos municípios de São João Evangelista e Salinas, não foram
coletadas amostras de suínos por dificuldades operacionais da pesquisa. Com
relação aos bovinos, o número de animais amostrados em cada propriedade rural foi
determinado pelo tamanho de cada propriedade. Em propriedades com até 20
cabeças, coletaram-se amostras de sangue de todos os animais; naquelas com 21 a
200 cabeças, coletaram-se 20 animais; e em propriedades com 201 a 500 cabeças,
entre 10 e 20% do total de animais presentes. Na amostragem, foram considerados
apenas os bovinos com idade superior a três meses. Nos cinco municípios
pesquisados, foram analisadas 1.792 amostras de sangue bovino e 554 de suíno,
coletadas em 388 propriedades rurais, pertencentes às 91 comunidades rurais. Além
da avaliação das referidas amostras laboratoriais, também foram analisados os
dados obtidos da aplicação de um questionário para cada propriedade, totalizando
388 exemplares, no qual constava as informações sobre as condições
socioeconômica, higiênico-sanitárias (hábito alimentar, procedência da água, destino
do esgoto e lixo) e as relacionadas ao sistema de criação animal. As amostras de
sangue foram dessoradas à temperatura ambiente e estocadas a -20 oC. Para o
diagnóstico sorológico da cisticercose animal, foi realizada triagem pelo teste ELISA,
e os resultados positivos nesse teste foram submetidos ao imunoblot para
confirmação. Para ambos os testes, foram empregadas metodologias padronizadas
por Pinto et al. (2000), Pinto et al. (2001) e Monteiro et al. (2006), utilizando-se como
ponto de corte para o teste ELISA a média da densidade óptica determinada nos
soros controle negativos, acrescida de três desvios-padrão. Os dados laboratoriais e
do questionário foram inicialmente armazenados em um banco de dados criado no
Programa Epi Info, versão 3.5.1 (Database..., 2008), por meio do qual as variáveis
em pesquisa foram analisadas. Foram calculadas as médias das variáveis
quantitativas, estimadas as frequências das variáveis qualitativas e, finalmente, a
prevalência das cisticercoses bovina e suína. Numa primeira etapa, a definição da
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associação entre a ocorrência da cisticercose bovina ou suína com as variáveis


categóricas do questionário foi determinada pelo teste do qui-quadrado (χ 2) ou teste
exato de Fisher, quando apropriado. Na sequência, foi realizada a análise estatística
multivariada (considerando P<0,2) como base para o cálculo da razão de chances
(Odds Ratio, OR). Posteriormente, as variáveis que apresentaram significância
estatística (P<0,2) foram submetidas ao teste do χ 2 por tendência. Assim, a força de
associação entre as variáveis dependente e independente foi estimada pelo cálculo
da razão de chances (OR ajustada), que foram derivadas diretamente das
estimativas do teste do χ2 por tendência, considerando-se significantes as que
apresentaram P<0,05.

RESULTADO: A prevalência da cisticercose variou de 0,42 a 8,86% nos bovinos e


de 0,00 a 5,26% nos suínos criados artesanalmente nos cinco municípios das três
regiões do estado de Minas Gerais incluídas na pesquisa. Entre os principais fatores
de risco de transmissão da cisticercose bovina, destacaram-se a fonte de água
consumida, a origem da carne, a natureza do município e da região. Com relação
aos suínos, foram identificados como fatores de risco: o destino do esgoto e o
sistema de criação. A pesquisa mostrou que existe diferença significativa na
prevalência da cisticercose entre as diferentes regiões no estado de Minas Gerais.
Os municípios das regiões do Vale do Rio Doce e do Norte de Minas foram os que
apresentaram as maiores prevalências para as cisticercoses bovina e suína, o que
coincide com a ocorrência dos maiores problemas socioeconômicos e ambientais
manifestados nas criações dessas regiões. Por outro lado, a Zona da Mata
apresentou as menores prevalências, acompanhadas de menos fatores de risco.
Nesta pesquisa, destacou-se a necessidade de maior atenção à população rural de
baixa renda residente nas regiões com deficiências de educação sanitária e
desprovidas de infraestruturas adequadas do saneamento, da higiene pessoal e da
criação animal, que estão mais sujeitas à transmissão da cisticercose animal e às
consequentes perdas econômicas e sanitárias. Constatou-se também a necessidade
do controle sanitário da cisticercose animal diante do consumo inadequado da
carne, sobretudo quanto ao emprego do recurso da inspeção de carnes na sua
aquisição e ao padrão de seu tratamento térmico no seu preparo.
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3 CONCLUSÃO

A situação problema referida se mostra como ferramenta funcional


de apoio educacional e aborda temas relativos às ciências morfofuncionais do
Sistema Nervoso, Digestivo e Imune, bem como, enfermagem e ciência.
As Doenças Parasitárias mostraram ser um problema continuado, as
quais merecem atenção e planejamento de todos os elementos que devem integrar
as demandas da área da saúde pública.
A Teníase mostrou ser uma infecção intestinal que leva à inflamação
crônica da mucosa intestinal e que pode prejudicar a absorção dos nutrientes,
provocando perda de peso e anemia.
Percebemos que a Cisticercose pode se tornar muito grave pois
desencadeia reações inflamatórias em diversos órgãos, inclusive, no sistema
nervoso central, provocando a forma mais grave da doença, a neurocisticercose.
Pode-se concluir que pesquisas científicas na área das Doenças
parasitárias podem ser fundamentais para a ampliação do conhecimento, bem
como, na atualização visando novas descobertas e contribuindo, dessa forma, para
a qualidade de vida intelectual e profissional.
Nesta conjuntura, a atuação correta da Enfermagem seria
determinante para o tratamento da Teníase e Cisticercose das pacientes,
favorecendo a recuperação e redução das complicações associadas ao quadro
clínico.
13

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