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Disciplina: Língua Portuguesa I Turma: Período: 2022.

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Prof.: Thaysa Cavalcante Prova: AV1 – 1ª Unidade – Data: ______/_______/2022
Prova 2

Aluno(a): Nota:
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Orientações:
 Utilize caneta AZUL ou PRETA;
 Marque apenas UMA alternativa nas questões objetivas (qualquer tipo de rasura anula a questão);
 É permitido o uso de corretivo APENAS nas questões discursivas;
 Responda às questões discursivas com letra LEGÍVEL.

1. Estojo escolar
Rio de Janeiro — Noite dessas, ciscando num desses canais a cabo, vi uns caras oferecendo maravilhas eletrônicas, bastava
telefonar e eu receberia um notebook capaz de me ajudar a fabricar um navio, uma estação espacial.
[…] Como pretendo viajar esses dias, habilitei-me a comprar aquilo que os caras anunciavam como o top do top em matéria de
computador portátil.
No sábado, recebi um embrulho complicado que necessitava de um manual de instruções para ser aberto.
[…] De repente, como vem acontecendo nos últimos tempos, houve um corte na memória e vi diante de mim o meu primeiro
estojo escolar. Tinha 5 anos e ia para o jardim de infância.
Era uma caixinha comprida, envernizada, com uma tampa que corria nas bordas do corpo principal. Dentro, arrumados em
divisões, havia lápis coloridos, um apontador, uma lapiseira cromada, uma régua de 20 cm e uma borracha para apagar meus
erros.
[…] Da caixinha vinha um cheiro gostoso, cheiro que nunca esqueci e que me tonteava de prazer. […]
O notebook que agora abro é negro e, em matéria de cheiro, é abominável. Cheira vilmente a telefone celular, a cabine de
avião, a aparelho de ultrassonografia onde outro dia uma moça veio ver como sou por dentro. Acho que piorei de estojo e de vida.
CONY, C. H. Crônicas para ler na escola. São Paulo: Objetiva, 2009 (adaptado).
No texto, há marcas da função da linguagem que nele predomina. Essas marcas são responsáveis por colocar em foco o(a) [0,5]
a) mensagem, elevando-a à categoria de objeto estético do mundo das artes.
b) código, transformando a linguagem utilizada no texto na própria temática abordada.
c) contexto, fazendo das informações presentes no texto seu aspecto essencial.
d) enunciador, buscando expressar sua atitude em relação ao conteúdo do enunciado.
e) interlocutor, considerando-o responsável pelo direcionamento dado à narrativa pelo enunciador.

2. Leia o seguinte texto, para atender ao que se pede:


Senado aprova projeto que obriga planos a cobrir tratamentos fora do rol da ANS
O Senado aprovou nesta segunda-feira (29) o projeto de lei que obriga os planos de saúde a arcar com procedimentos ou
tratamentos que não estejam na lista de referência básica da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), colocando fim ao
chamado rol taxativo. O texto vai à sanção presidencial.
A proposta resgata o rol exemplificativo e estabelece que a relação de procedimentos da ANS serve apenas de "referência
básica" para os planos de saúde. Desta forma, os beneficiários poderão pedir a cobertura de tratamentos que não estejam na lista,
desde que sejam reconhecidos por outras agências ou que haja comprovação científica.
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2022/08/senado-aprova-projeto-que-obriga-planos-a-cobrir-tratamentos-fora-do-rol-da-ans.shtml.

O trecho a seguir possui características da função referencial da linguagem. Indique duas características dessa função apontando
ao menos um trecho de exemplo do texto. [0,5]

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3. Leia o excerto abaixo, adaptado do ensaio Para que servem as humanidades?, de Leyla Perrone Moisés.
As humanidades servem para pensar a finalidade e a qualidade da existência humana, para além do simples alongamento de sua
duração ou do bem-estar baseado no consumo. Servem para estudar os problemas de nosso país e do mundo, para humanizar a
globalização. Tendo por objeto e objetivo o homem, a capacidade que este tem de entender, de imaginar e de criar, esses estudos
servem à vida tanto quanto a pesquisa sobre o genoma. Num mundo informatizado, servem para preservar, de forma articulada, o
saber acumulado por nossa cultura e por outras, estilhaçado no imediatismo da mídia e das redes. Em tempos de informação
excessiva e superficial, servem para produzir conhecimento; para “agregar valorˮ, como se diz no jargão mercadológico. Os
cursos de humanidades são um espaço de pensamento livre, de busca desinteressada do saber, de cultivo de valores, sem os
quais a própria ideia de universidade perde sentido. Por isso merecem o apoio firme das autoridades universitárias e da
sociedade, que eles estudam e à qual servem.
(Adaptado de Leyla Perrone-Moisés, Para que servem as humanidades? Folha de São Paulo, São Paulo, 30 jun. 2002, Caderno Mais!.)

Na última oração do texto, são utilizados dois elementos coesivos: “elesˮ e “à qualˮ. Aponte a que se referem, respectivamente,
cada um desses elementos. [0,5]

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4. Foi reproduzida abaixo a chamada de capa e a notícia publicadas em um jornal brasileiro que apresenta um estilo mais
informal.

a) Retire dos textos duas marcas que caracterizariam a informalidade pretendida pela publicação, explicitando de que tipo elas
são (sintáticas, morfológicas, fonológicas ou lexicais, isto é, de vocabulário). [1,0]

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b) Pode-se afirmar que certas expressões empregadas no texto, como “tá” e “botar”, se diferenciam de outras, como “galera” e
“grana”, quanto ao modo como funcionam na sociedade brasileira. Explique que diferença é essa. [1,0]

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5. A Amazônia em chamas, a censura voltando, a economia estagnada, e a pessoa quer falar de quê? Dos cafonas. Do império da
cafonice que nos domina. O cafona fala alto e se orgulha de ser grosseiro e sem compostura. Acha que pode tudo. Não há ética
que caiba a ele. Enganar é ok. Agredir é ok. Gentileza, educação, delicadeza, para um convicto e ruidoso cafona, é tudo coisa de
maricas. O cafona fura filas, canta pneus e passa sermões. Despreza a ciência, porque ninguém pode ser mais sabido que ele. O
cafona quer ser autoridade, para poder dar carteiradas. Quer bajular o poderoso e debochar do necessitado. Quer andar armado.
Quer tirar vantagem em tudo. Unidos, os cafonas fazem passeatas de apoio e protestos a favor. Atacam como hienas e se
escondem como ratos. Existe algo mais brega do que um rico roubando? Algo mais chique do que um pobre honesto? É sobre
isso que a pessoa quer falar, apesar de tudo que está acontecendo. Porque só o bom gosto pode salvar este país.
YOUNG, Fernanda. Bando de cafonas. Disponível em: https://oglobo.globo.com/cultura/em-sua-ultima-coluna-fernanda-young-sentencia-cafonice-detesta-arte-
23903168. Acesso em: 27 maio 2020. (adaptado)

Cafona: quem tem ou revela mau gosto (roupa cafona); que revela gosto ou atitude vulgares.
Disponível em: aulete.com.br. (adaptado).

Em relação aos recursos de coesão usados na construção do texto, é correto afirmar que: [0,5]
a) a “economia estagnada” é retomada no uso da expressão “dar carteiradas”.
b) o uso de isso, no final do texto, retoma as ideias de cafonice e honestidade.
c) “apesar de tudo”, na penúltima linha, retoma o que a autora denomina “império da cafonice”.
d) o porque, na última linha, explica que o país precisa do bom gosto dos cafonas.

6. Examine a capa e o texto extraídos de uma revista para responder à questão.

Fumar era normal. As pessoas acendiam o primeiro cigarro logo ao acordar, e repetiam o
gesto dezenas de vezes durante o dia, em absolutamente todos os lugares: lojas,
restaurantes, escritórios, consultórios, aviões (tinha gente que fumava até no chuveiro).
Ficar sem cigarro, nem pensar – tanto que ir sozinho comprar um maço para o pai ou a
mãe, na padaria da esquina, era um rito de passagem para muitas crianças. Olhamos para
trás e nos surpreendemos ao perceber como as pessoas se deixavam escravizar, aos
bilhões, por algo tão nocivo. Enquanto fazemos isso, porém, vamos sendo dominados por
um vício ainda mais onipresente: o smartphone. Vivemos grudados em nossos
smartphones porque eles são úteis e divertidos. Mas o que pouca gente sabe é o seguinte:
por trás dos ícones coloridos e apps de nomes engraçadinhos, as gigantes da tecnologia
fazem um esforço consciente para nos manipular, usando recursos da psicologia, da
neurologia e até dos cassinos. “O smartphone é tão viciante quanto uma máquina caça-ní-
queis”, diz o americano Tristan Harris. E o caça-níqueis, destaca ele, é o jogo que mais
causa dependência: vicia três a quatro vezes mais rápido que outros tipos de aposta.
“Quando desbloqueamos o celular e deslizamos o dedo para atualizar o nosso e-mail ou
ver a foto seguinte em nossa rede social, estamos jogando caça-níqueis com o
a) Explique, com base na leitura do
smartphone”, afirma Harris.
texto, por que o smartphone seria B. Garattonis E. Szklars, “Smartphone: o novo cigarro”. (adaptado) o
novo cigarro. [0,5]

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b) Como podemos interpretar a imagem da capa da revista? [0,5]

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Boa Prova!

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