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Aula 1 – 07/02/2024
1- Por que compramos?
2- Lentes para análise de consumo
Notícia: Aumento das vendas de discos de vinil.
O CD substituiu os discos de vinil, pois é menor, mais prático e mais fácil
de ser portado. Mas o Vinil tem qualidades que o CD não tem, como a
qualidade do som (vinil ≠ acrílico) e a estética (capas icônicas, experiência
estética e visual).
Depois do CD, veio o walkmen, mas não valia a pena. Por um tempo as
pessoas pararam de ter disco on the go. Com a criação do mp3, a música on
the go voltaram a existir.
Agora, com os smartphones, não possuímos mais as músicas. Não
compramos as músicas, assinamos as plataformas de streaming, que são as
distribuidoras e detém o poder de entregar a música para as pessoas. Elas
pegam nossas informações e ganham dinheiro com propaganda.
DIGITALIZAÇÃO DA CULTURA
Então por que as pessoas estão comprando vinis novamente?
Materialidade, retrô/nostalgia, moda, influência de grupo, herança de
família, apoiar o artista, colecionar e estética/visual/decoração. Uma
tentativa de fugir do futuro, que é indefinido, e do presente, que é volátil e
desconfortável. O passado é um lugar confortável pois...
Resultado da pesquisa do sociólogo Dominik Bartmanski:
1- Sound: o som é diferente (warm sond, rich sond)
2- Haptics (tato ativo) – object/ collectable/value
3- Visuality – cover art included/records impart materiality.
4- Buying experience – record stores, own culture, social places,
serendipity
Analog recor culture = slow food (não é prático e conveniente como
o fast food, mas não dá só para comer fast food)
Ristualistic engagement
Ritual de ouvir o disco
Quando você vai na loja comprar, você pode escolher e conhecer músicas
novas. Ao ouvir música no streaming, você está condenado ao ouvir as
músicas que eles acham que você vai gostar.
Potencial de crítica
Quando falamos dessa tendência estamos falando sobre o social, resultado
no sistema que a gente vive, fenômeno amplo (macro level).
SOCIAL
INDIVIDU CULTURA
AL L
ATIVIDADE 1
Por que as pessoas estocaram papel higiênico no início da pandemia
considerando as 3 lentes de análise que abordamos?
SOCIAL: doença que atingiu o mundo inteiro, incerteza sobre o futuro,
preocupação apurada em relação a doenças desconhecidas/saúde, efeito
manada
Cultural: cultura do excesso, comprar em grandes quantidades (prepers),
hábitos de higiene
Individual: características da personalidade de cada um. Pessoas mais
ansiosas, inquietas e até organizadas podem ter maior tendência de se
planejar para o que vai vir e/ou agir por impulso.
Aula 2- 20/02/2024
1- Um pouco de história: revolução industrial
2- Modernidade e capitalismo
3- A gênese da cultura do consumo
Consumir não é natural, isso foi trazido pelos europeus
Sociedade de consumo
Consumerismo = cultura do consumo → consumir para ser parte da
sociedade, consumir para ser feliz/aumentar bens (lógica que sustenta a
sociedade do consumo)
TRABALHO – DINHEIRO – COMPRA – PAGA OS
TRABALHADORES
Sem o consumo, esse ciclo não existe.
Como nasce a sociedade do consumo?
1- Revolução Industrial= transformação radical da estrutura econômica
de produção
2- Produção em massa = aumento da oferta de produtos mentalidade
calculativa da burguesia.
3- Estímulo para construir demanda
4- Sociedade de consumo como resposta cultural a uma fundamental
transformação econômica.
Premissa dessa visão
Primeiro produz, depois há o consumo.
Produção // consumo: separação distinta entre produção e consumo é
artificial no entendimento do que constitui o capitalismo e a sociedade de
consumo.
“Vamos pensar: quem produz o que o spotify vende? Mas pera... o que o
spotify vende?
Vende o acesso às musicas que já foram produzidas.
O spotify ganha dinheiro com assinaturas e anunciantes. Os anunciantes
querem ter acesso a quantidade de dados do Spotify.
Ou seja ele vende para nos o acesso a musica e para o anunciante o acesso
aos nossos dados.
Quem produz para o spotify? Nós. Nós somos produtores e consumidores
do spotify.
Quem produz também é o artista. Plataformas menores remuneram melhor.
Aula 4- 27/02/24
Vídeo sobre rotulação de embalagens de alimentos com altos teores de
certas substâncias como açúcar, sódio ou gordura. Título: a indústria de
alimentos entra de vez no jogo do consumo saudável.
O vídeo é dividido em:
1- Nova rotulagem de produtos
2- O que é comer saudável?
- Ultraprocessados
- Forma de preparo
- Orgânicos
- Comida inteligente
Como as pessoas chegaram à conclusão do que é saudável? Família,
internet, escola... Fontes de informações.
A noção do que é saudável nasceu com base no que?
Quem decide o que é saudável?
No google: pessoas fazendo exercícios físicos, vegetais, musculatura
aparente, pessoas magras, natureza, feliz, pessoa branca, corpo mensurável,
corpo feminino e jovem.
Por que essas fotos aparecem como principais no google? Porque essa é a
maneira como as pessoas pensam. Isso é o que sempre foi dito para as
pessoas.
O mercado da saudabilidade não estava pronto “dentro” dos consumidores,
apenas esperando ser atendido. Ele foi construído a partir das relações de
uma serie de instituições.
Teoria da performatividade
28/02/24
Filme: Homem – Absorvente
Exercício
Mature Glow
Gel creme para peles maduras.
Hidrata, revigora e protege áreas delicadas e expostas.
Ilumina a pele.
Enaltece sua beleza.
Tendências
Aula dia 06/03/24
Para você, o que é:
Tendência de educação – IA
Tendência das moradias – Studio
Tendência do entretenimento- Netflix
Tendência na Saúde – atendimento online
Tendência no mundo – sustentabilidade
Ler os relatórios das previsões das empresas e falar um pouco sobre elas.
Aula 12/03/24
Vocês acham que são promessas autorrealizáveis? Sim. Quando as
empresas falam de tendências em seus relatórios, elas estão projetando um
futuro, prevendo um futuro ou construindo um futuro. Elas acabam fazendo
outras empresas fazerem essas tendências, transformando-as em realidade.
Etimologia da palavra tendência
Originária da palavra nórdica trendr, cujo significado é virar, a palavra
tendência foi por muito tempo utilizada para descrever um rio ou corrente
(“o Mississipi tende para o oeste”) – uma coisa em movimento e que muda.
Quando as estatísticas ganharam popularidade no século...
Excel: adicionar tendência - Regressão linear
Tendência: movimento para o novo, para a transformação, para a
diferenciação. Um termo polissêmico. Onda, moda, macrotendência,
microtendência, etc
Tendência é um fenômeno de mais longo prazo, associado a mudanças
estruturais mais profundas culturais, sociais, políticas, regulatórias,
econômicas e tecnológicas.
Tendência ≠ Moda e Onda
Tendência – macrotendência e microtendência (movimentos de
transformações culturais)
Moda e onda: movimentos de ciclo curto, fenômenos passageiros
Onda: paleta mexicana, pop it
Moda: calça cintura baixa
Tendência: minimalismo
Exemplo: envelhecimento da população
1- Manifestação da tendência de micro mobilidade, mas o objeto em si
é uma onda.
2- Não é tendência, pois não pode ser produto.
Trickle down effect: vemos muito na moda. (de cima para baixo)
Tipping point (de baixo para cima ou até mais lateral)
Aula 6: faltei
Parte do texto “Marketing in the age of Alexa” – 2018
“O carro autônomo deixou Lori em sua casa e partiu para a revisão programada na concessionária.
Chegaria a tempo de levá-la ao aeroporto na manhã seguinte. No caminho para sua casa, Lori recolheu as
entregas de drones da caixa de encomendas em sua varanda. A voz familiar de Eve, uma assistente
inteligente da próxima geração como Alexa, cumprimentou-a no hall de entrada e gentilmente a lembrou
dos planos de viagem para sua próxima conferência em LA. Lori não se preocupou em saber dos detalhes,
já que Eve se encarregou de encontrar o melhor voo, assento e quarto de hotel que a política de despesas
de sua empresa permitiria. Ao desempacotar a entrega do supermercado, Lori viu que Eve ajustara suas
compras semanais, omitindo produtos perecíveis e adicionando produtos de toalete para viagem e protetor
solar. Calculando que Lori estava com pouco detergente (e ciente de que ela voltaria para casa com roupa
para lavar), a robô pediu mais, mas mudou para uma nova marca mais barata que estava recebendo boas
avaliações dos consumidores. E, sabendo que Lori não gostaria de cozinhar, providenciou para que sua
comida favorita fosse entregue quando ela voltasse. “Graças a Deus por Eve”, Lori pensou consigo
mesma. Além de gerenciar suas compras e viagens, a bot monitorava seus gastos e os mantinha baixos. A
cada trimestre, por exemplo, Eve verificava todos os planos de telecomunicações do mercado e os
comparava com o uso de dados projetado de Lori. Seu plano atual deu a ela o melhor preço para o uso
principalmente à noite e nos fins de semana, mas com o 40º aniversário de seu irmão se aproximando,
Eve previu muito tráfego de dados entre os amigos e familiares de Lori e encontrou um plano de uma
empresa nova que economizaria seu dinheiro. Essa oferta foi correspondida instantaneamente pelo
provedor atual de Lori, uma empresa que pagou para aparecer na Eve e ter o direito de atender aos preços
dos concorrentes. Lori confiou em Eve para obter ajuda semelhante para comprar seguros, serviços
bancários e de investimento também. Às vezes, ela tinha que instruir sua bot sobre seus critérios e as
compensações que estava disposta a fazer (por exemplo, abrir mão de retornos mais altos para um
portfólio de investimento mais verde), mas, mais recentemente, Eve começou a descobrir quais atributos
de produto ela estava procurando — mesmo os estéticos — sem ter que dizer. Lori não sabia como ela
faria sem Eve. Ela passou a confiar na bot não apenas para obter conselhos sobre compras complexas,
mas também para tomar muitas de suas decisões de rotina e apresentá-la a novos produtos e serviços que
ela nem sabia que queria.”
O quão distante é esse cenário para vocês? Não tão distante
Atividade 4
Vídeo sobre dados que as empresas têm de crianças.
Aula 6: 19/03/2024
O que podemos fazer em relação aos dados já que não existem
regulamentações sobre o assunto?
As pessoas têm que prestar atenção, não estarem conectadas o tempo todo,
desinstalar aplicativos que a pessoa não usa...
Mídias sociais
O virtual como uma dimensão do real (e esse virtual precisa de um real
material para existir – não há software sem hardware, sem energia
elétrica...).
A mistura do privado e do público.
A velocidade.
O esquecimento que as mídias sociais são empresas.
Efeito megafone
Antigamente a gente tinha noção do que estava acontecendo pelas revistas,
televisão, programas de rádio... Precisávamos da curadoria desses veículos
para termos acesso à informação.
Agora, os consumidores comuns passam a atingir audiência de massa sem a
mediação institucional dos veículos. Acumulação de capital cultural por
meio de demonstrações públicas de gosto. Esse exercício do gosto produz
recompensas econômicas e capital social.
*é a gênese dos influenciadores
Troca conteúdo por dinheiro e capital social.
Influenciadores digitais
Líderes de opinião que atuam profissionalmente nas redes sociais gerando
conteúdo para prospectar, construir e manter uma audiência.
BLOGGER (2000) – escrita no blog (demanda mais ação)
VLOGGER/YOUTUBE (2005) – vídeo se populariza, conexão mais fácil
INFLUENCIADOR DIGITAL (2015) – ou “criadores de conteúdo”
Influenciadores – além de humanos
Ilustrações também podem ser influencers.
Exemplo: Nobady sausage
Tipos de influenciadores
Distinção Social
Por Bourdieu
A distinção social não se dá somente pelo capital econômico.
CAPITAL ECONÔMICO
Salário, bens, investimentos, rendimentos (indicadores)
CAPITAL SOCIAL
Patrimônio intangível derivado das redes de contato, das amizades e
das influências que a pessoa dispõe.
Exemplo: Você não é o melhor aluno da sala, mas como seus pais
têm contatos você acaba ganhando um estágio. Uma pessoa mais
esforçada do que você talvez não consiga um estágio como você pela
falta de contatos como os seus.
CAPITAL CULTURAL
Patrimônio intangível possuído por aqueles que absorvem a cultura
dominante em termos de conhecimento, jeito de falar, maneiras e
modos de consumo.
Exemplo: Saber andar de avião, dominar códigos culturais
CAPITAL SIMBÓLICO
Prestígio social do indivíduo considerado como uma mercadoria que
pode ser trocada por reconhecimento ou benefícios tangíveis.
Variedade de papéis
Quando você viaja com sua família, você faz coisas que não faria com seus
amigos e vice-versa. O mesmo acontece em relação ao consumo.
Quando atuamos como consumidores, implantamos arcabouços cognitivos
e normativos que desenvolvemos ao longo de nossas vidas, partindo da
posição particular que ocupamos na estrutura social, negociando com uma
variedade de papéis que não são redutíveis às nossas experiências como
consumidores.
Exemplo: para uma entrevista de emprego, provavelmente, não nos
vestiríamos como viemos para a faculdade.
Nossa identidade como consumidor interage com outras identidades e
relações sociais. Por meio de nossas decisões de compra e pela forma como
usamos os bens, não apenas nos moldamos como consumidores
específicos, mas também expressamos e estabilizamos nossas diferentes
identidades e orientações culturais ligadas ao gênero, à sexualidade, à
idade, à etnia e à classe e à educação.
Práticas
A prática é uma maneira A prática é entendida como uma
rotinizada (automática) pela qual interação entre ideias, modos de
os corpos são movidos, os objetos fazer e o material, uma tríade com
são manuseados, os assuntos são relação inseparável entre objetos,
tratados, as coisas são descritas e ações e significados.
o mundo é compreendido.
Regime de gosto
Fonte: Arsel & Bean, 2013
Um sistema normativo (diz para você o que você te que fazer) construído
discursivamente que orquestra a prática em uma cultura de consumo
orientada esteticamente.
São perpetuados por instituições de mercado, como revistas, sites e marcas
trans mídia.
Um regime de gosto molda as preferências por objetos, as ações realizadas
com os objetos e quais significados estão associados aos objetos.
Significado dos
objetos
Aula: 02/04/2024
Video: Bebê reborn – UOL prime
O que significam esses objetos na vida dessas pessoas?
Recuperar de um aborto, da perda de um filho, lidar com uma falta,
tentativa de adotar que não deu certo, reforço de uma rotina familiar...
Prazer em cuidar é comum em todos eles. Mas a gente cuida só de bonecos
assim? Tem gente que cuida do carro, de plantas, da casa, de animais...
Gostamos de cuidar e de sermos cuidados.
O fato dessas bonecas serem realistas faz diferença? Se fossem bonecas
normais, elas teriam o mesmo tratamento? Não teriam o mesmo tratamento.
A relevância da materialidade
Por que se consomem objetos de luxo?
Muitas pessoas acham que é supérfluo, mas muita gente gosta.
Se pensarmos em frivolidade X necessidade, é uma análise simplista.
O uso principal desses produtos de luxo é retórico e social.
Produtos de luxo são “signos encarnados”
Objetos mágicos
Brandino – Pompeo & Santana, 2022