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HISTÓRIA

DA ARTE

Hudson Nogueira
Revisão técnica:

Max Elisandro dos Santos Ribeiro


Licenciatura Plena em História
Especialista em Gestão e Tutoria EaD
Mestre em Educação

B277h Barroso, Priscila Farfan.


História da Arte / Priscila Farfan Barroso, Hudson de
Souza Nogueira ; [revisão técnica: Max Elisandro dos Santos
Ribeiro]. – Porto Alegre: SAGAH, 2018.
221 p. ; il. ; 22,5 cm.

ISBN 978-85-9502-297-3

1. Arte – História. I. Nogueira, Hudson de Souza.


II. Título.

CDU 7

Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB-10/2147

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Expressionismo alemão
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Analisar os contextos históricos e sociais da época em que o expres-


sionismo alemão está inserido.
„„ Identificar os principais artistas do expressionismo alemão e o legado
para os demais campos da arte.
„„ Relacionar a estética do expressionismo alemão ao período histórico.

Introdução
Ainda na metade final do século XIX, enquanto várias nações tornavam-se
Estados (o que conhecemos hoje como países) no Ocidente, a Alemanha
foi uma das últimas nações a passar por esse processo de formação
institucional. O que não significa que a Alemanha representasse um
“atraso” em relação aos seus vizinhos. Ao contrário disso, os estados
germânicos eram organizados e faziam parte da Prússia, que, pos-
teriormente, após algumas disputas e conflitos internos, foram unificados
por Otto Von Bismarck.
Neste texto, você estudará um movimento de vanguarda artística
que surgiu na Europa no início do século XX e que segue sendo re-
ferência no mundo da arte e na análise da história daquele período
conturbado.

Contexto histórico e social


Em conformidade com o historiador marxista Eric Hobsbawm (1988, p. 314),
“[...] de 1875 a 1914, a criação artística se tornou mais do que nunca internacio-
nalizada, devido às políticas imperialistas e à maior facilidade de deslocamento
de europeus através dos países da Europa e seus domínios coloniais.” Com
base nesse contexto político, é possível observar como o cenário dessa época

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serviu de inspiração para que artistas de diversas áreas pudessem expressar


suas perspectivas, percepções e visões de mundo sobre o momento vivido
por sua nova nação.
O termo expressionismo teve seu princípio na França, mas foi em terras
germânicas que o movimento ganhou contornos de vanguarda e teve sua
produção mais profícua. Parte essencial dessa produção cultural ocorreu no
começo do século XX. A partir desse momento, nasce um movimento de
vanguarda artística que virou referência na história da arte.
Quando às condições e ao cenário em que se desenvolveram as produções
artísticas do Expressionismo Alemão, você deve considerar os seguintes:

„„ Década de 1920 na Alemanha.


„„ Europa parcialmente destruída após a I Guerra Mundial.
„„ Cidades em ruínas (conforme representação da Figura 1), desemprego,
fome e miséria.
„„ Crise financeira e humilhação pelos vencedores após a guerra.
„„ Baixa estima do povo, insatisfação, frustração e pessimismo.

Figura 1. Cidade de Dresden destruída por bombardeios aéreos.


Fonte: Wikipédia (2017)

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A pintura, o teatro e, principalmente, o cinema, foram os campos de maior produção


e repercussão desse movimento artístico e cultural, não que o Expressionismo fosse
exclusivo dessas três áreas, mas seus artistas conquistaram maior reconhecimento do
que, por exemplo, a literatura, a música e a dança.

Na Europa, outros movimentos de vanguarda na arte também viviam seu


auge, como o Impressionismo, o Naturalismo e o Modernismo, contudo, o
Expressionismo teve um caráter universal mais significativo em tempos
de absoluta tensão no Velho Mundo (I e II Guerras Mundiais). No período
pós-guerra, o movimento seguiu em frente, passando por transformações
que acompanhavam o cenário histórico e artístico, porém, mantendo sua
identidade.

Escolas
O subjetivismo antinaturalista é o fator comum entre a maioria dos artistas
expressionistas, que tinham como objetivo central a crítica social por inter-
médio da arte. Pode-se afirmar que existem dois grupos distintos e informais
de artistas nos quais o Expressionismo Alemão é constituído: “Ponte” e “Ca-
valeiro Azul”.
A Ponte foi o grupo formado em 1905, por Ernst Luwig Kirchner, Erich
Heckel, Karl Schimidt-Rottliff e Fritz Bleyl, todos arquitetos, em Dresden.
Os jovens desse grupo não tinham teorias, tampouco intenções estilísticas,
deveres de obediência ou filiações, oferecendo apenas juventude e impaciência.
Kicrchner citou, em um manifesto, de 1906, “[...] estão conosco todos aqueles
que, diretamente e sem dissimulação, expressam aquilo que os impele a criar.”
O grande desejo doe grupo era agir energicamente e, assim, vislumbravam
conquistar um público avesso à arte dos acadêmicos. Posteriormente, Emil
Nolde e Otto Müller aderiram ao grupo.
O Cavaleiro Azul foi o nome do almanaque publicado em Munique, em
1912, por Wassily Kandinsky e Franz Marc. Os principais artistas desse grupo
eram Macke Javlensky, Paul Klee, Gabriele Münter e Marianne von Werefkin.
Os artistas do Cavaleiro Azul sentiam a necessidade de testar seus meios e
impulsos, modelando uma linguagem controlável na qual formulassem suas
mensagens pessoais.

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Segundo Jacques Aumont (1995, p. 279)

O apanhado dessas principais definições permite compreender por que a noção de


expressão é tão problemática: sua definição varia ao sabor dos valores estéticos
reconhecidos pela sociedade; como função simbolizante, está sempre conexa
à significação, sem no entanto confundir-se com ela; aparece sempre mais ou
menos como um suplemento relacionado a uma função primeira (de representa-
ção, sobretudo); está ao mesmo tempo na obra e fora da obra, eterna e histórica.

Manifestações artísticas
No Expressionismo, a expressão do sentimento tinha mais valor que a razão,
ou seja, algo que expressa e reflete de forma incisiva esse sentimento.

Música e literatura
Na arte da escrita, os temas proibidos eram enredo de histórias que retratavam
a sociedade e o contexto histórico do período; já os temas comuns nos livros
expressionistas eram a loucura, a paixão, a religião e a repressão familiar. Os
principais autores do movimento foram: Kurt Hilher, Georg Büchner, Frank
Wedekind, August Strindberg, Franz Werfel, Georg Trakl.
A música foi marcada pela dissonância. Cheia de emoções, as composições
eram feitas em harmonias cromáticas, o que faz a música expressionista ser
atonal, ou seja, sem um tom definido. O principal compositor (também pintor)
dessa área foi Arnold Schoenberg. O músico e seus alunos, Alban Berg e Anton
Webern, passaram a trabalhar juntos e levar a música expressionista adiante.

Pintura
As linhas e as cores na pintura expressionista demonstravam as emoções,
em vez de representar o mundo exterior. A linha é emocional, deformadora,
nervosa e angulosa; e a cor contém alto grau expressivo, com ênfase no uso de
cores contrastantes e puras, que se relacionam de maneira trágica à angústia
de nosso tempo.
Outras características marcantes nas obras eram os ângulos acentuados,
de contornos sombrios e as cores e tonalidades contrastantes como o verde, o
vermelho, o amarelo e o preto. Buscava-se expressar não o fato em si, e sim
o sentimento do artista em relação a este, logo, uma visualidade subjetiva,
mórbida e dramática.

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O Expressionismo Alemão é tão peculiar no mundo da arte que uma das obras
mais icônicas de seu tempo não é de um alemão, mas sim do pintor norueguês
Edvard Munchd. Datado de 1893, O Grito (veja Figura 2) é uma iconografia
ímpar, que expressa boa parte das principais características dessa vanguarda
artística, na figura de um(a) personagem andrógino(a) retratando um ar de
desespero com um pôr do sol ao fundo, em Oslojford, Oslo, capital da Noruega.

Figura 2. O Grito, Edvard Munchd.


Fonte: Wikimedia Commons (2015).

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O Grito está em entre as 10 obras de arte mais caras da história, tendo sido vendido por
119,9 milhões de dólares em 2 de maio de 2012 na Sotheby’s de Nova York.

Cinema
Por ser uma arte emergente no princípio do século XX, o cinema teve no
Expressionismo Alemão um dos seus principais expoentes ao longo de toda
história da sétima arte.
O filme O Gabinete do Dr. Caligari, que gerou um termo cunhado a partir
do seu conteúdo, o Caligarismo, influenciou diretamente os filmes posteriores.
Por ser o pioneiro da vanguarda expressionista, Caligari foi seguido, em maior
ou menor grau, por uma série de produções do período, entre elas Nosferatu
(1922), de F. W. Murnau, e Raskolnikow (1923), de Robert Wiene. Segundo
Cánepa (2006, p. 69):

Se nenhum deles se comprometeria tão cabalmente com o caráter formal


do estilo, a marca de Caligari persistiria na expressividade dos cenários,
no tratamento mágico da luz e na morbidez dos temas – características que
ganharam a qualificação genérica de “expressionistas” e começariam a entrar
em declínio por volta de 1924.

As principais características que formaram a identidade artística dos filmes


deste período foram:

„„ Muitos contrastes entre o claro e o escuro (essa talvez seja a maior re-
presentação do expressionismo em sua essência, já que esses contrastes
eram uma alegoria do pensamento da sociedade alemã nesse tempo),
enquadramentos enviesados.
„„ Exagero, maquiagem carregada dando um tom de obscurantismo às
obras.
„„ Cenografia mais importante do que a montagem (o processo de mon-
tagem fílmica é fundamental para a narrativa de uma história a ser
contada e compreendida).

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„„ Montagem acelerada, closes lentos, duplas exposições simples ou


múltiplas.
„„ Caligarismo, cenários estilizados e deformados.
„„ Realismo expressionista – ambiente natural.
„„ Predomínio da descontinuidade e do caos com inexistência de uma
narrativa mais transparente.
„„ Ausência da noção espaço-tempo.
„„ Figuras bizarras e mitológicas como monstros e vampiros.
„„ Questões psicológicas e sociais são abordadas com mais profundidade
a fim de externar o sentimento de uma nação arrasada em todos os
sentidos.
„„ Filmes com baixo orçamento.
„„ Gravações em estúdios com cenários tortos e deformados
(propositalmente).
„„ Construção de ambientes escuros e sombrios.
„„ Diálogo direto como o teatro e em tons que ressaltavam a bizarrice.

Figura 3. Contrastes entre em preto e branco aliados às expressões de medo e angústia


dos personagens eram recorrentes nos filmes do Expressionismo.
Fonte: Rubinato ([200-?]).

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Influências da estética expressionista


Como você pode perceber ao longo do capítulo, o Expressionismo Alemão
foi um movimento heterogêneo, ou seja, multifacetado. Não prezava por uma
unidade estética padrão, mas sim por sua diversificação, tendo como pauta
os sentimentos que a jovem Alemanha vivenciou durante décadas de tensão
políticas e sociais. Como consequência de sua criação e produção artística,
uma diversidade estilística foi gerada, criando, assim, correntes de vanguardas
distintas (Cubista, Futurista, Surrealista, Abstrata, Modernista e Fauvista).
Ainda engatinhando no processo de modernização urbana, o Brasil não
caminhava na mesma cadência dos demais países em que eclodiram vanguardas
artísticas. Obviamente, você deve considerar o contexto histórico e social do
nosso país, sobretudo considerar as enormes diferenças entre outras repúblicas
consolidadas há mais tempo. Era preciso que artistas de todas as áreas fossem
ao continente europeu para descobrir, vivenciar, estudar e trazer influências
para formar uma vanguarda, como o que ocorreu com o Modernismo Brasileiro.
Ao contrário do que o Expressionismo Alemão preconizava, no Brasil os
artistas buscavam, por meio do Nacionalismo, a formação de uma identidade
para o movimento artístico. Contudo, o fato de essa vanguarda ter sido tão
influente pode ser visto também no Brasil, em obras cujo o intuito era revelar
a subjetividade na realidade social, cultural e política do país. Entre os artistas
que se inspiraram nessa vanguarda, destacam-se Cândido Portinari, Anita
Malfatti e Lasar Segall.

1. Sobre a gênese do Expressionismo para a construção de uma


Alemão é correto afirmar que: nova identidade alemã.
a) atendeu à ideologia nacionalista e) foi rapidamente reconhecido
que serviu como referência pelo teor oficialista, ao
para a formação do III Reich. retratar um novo país que
b) foi marcado pelo alto grau de buscava a reconstrução
subversão criativa que gerou após a I Guerra Mundial.
censura às autoridades. 2. Em relação à pintura no
c) surgiu como um fator de Expressionismo Alemão,
crítica social e antinaturalista. assinale a alternativa correta.
d) teve seu auge a partir da a) As escolas do Cavaleiro
apropriação do Estado Azul e a Ponte foram as

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principais referências 4. Sobre a pintura O Grito, é


estéticas do movimento. correto afirmar que:
b) Tornou-se vanguarda a partir a) representava um pedido
da descoberta das obras de socorro à comunidade
do pintor Van Gogh. internacional antes do país
c) A literatura foi a principal fonte entrar na I Guerra Mundial.
de inspiração para os artistas b) representa a expressão de
produzirem na época. medo, de dor, de angústia
d) O sentimento de um futuro em relação ao período
mais próspero para a nação no qual foi concebida.
alemã era a tônica das obras. c) deu o devido reconhecimento
e) Seguiram o padrão das formas a Van Gogh como o principal
tradicionais de movimentos artista alemão de seu tempo.
que inspiraram seus artistas. d) o uso de contrastes veementes
3. No que se refere ao cinema no entre o claro e o escuro
Expressionismo Alemão, assinale a era uma alegoria daqueles
alternativa correta. tempos sombrios.
a) Foi a arte que melhor retratou e) sofreu influência direta do
o cenário de decadência da expressionismo francês, do
Alemanha após o III Reich. qual foi cunhado o termo.
b) Diretores como Robert 5. A estética do Expressionismo
Wiene, F.W. Murnau e Fritz Alemão foi marcada por:
Lang foram os principais a) sentimento de dor e
expoentes do movimento. vingança após a derrota
c) Utilizou formas simétricas na I Guerra Mundial.
e excesso de cores na b) colapso econômico,
fotografia de seus filmes. político e social pós-
d) Serviu como parte da máquina unificação da Alemanha.
de propaganda do Estado c) formas futuristas que
na reconstrução do país no projetavam um futuro mais
período entre guerras. equilibrado à nação.
e) Fez frente às produções d) figura do demônio no livro
hollywoodianas que se “Fausto”, de Goethe, que foi
espalhavam massivamente a síntese dessa vanguarda.
nos cinemas alemães como e) deformação de figuras e crítica
forma de dominação. à arte mais acadêmica.

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AUMONT, J. A imagem. 2. ed. Campinas: Papirus, 1995.


CÁNEPA, L. L. Expressionismo alemão. In: MASCARELLO, F. (Org.). História do cinema
mundial. São Paulo: Papirus, 2006. cap. 2.
HOBSBAWM, E. J.A era dos impérios (1875-1914). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.
RUBINATO, A. O despertar da besta: a alma do expressionismo alemão e sua tradução
estética no cinema. Revista Contracampo, n. 7, [200-?]. Disponível em: <http://www.
contracampo.com.br/01-10/expressionismoalemao.html>. Acesso em: 09 jan. 2018.
WIKIMEDIA COMMONS. File:Edvard Munch - The Scream - Google Art Project.jpg. [S.l.],
2015. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Edvard_Munch_-_
The_Scream_-_Google_Art_Project.jpg>. Acesso em: 09 jan. 2018.
WIKIPÉDIA. Bombardeamento de Dresden. [S.l.], 2017. Disponível em: <https://
pt.wikipedia.org/wiki/Bombardeamento_de_Dresden#/media/File:Bundesarchiv_
Bild_183-Z0309-310,_Zerst%C3%B6rtes_Dresden.jpg>. Acesso em: 10 jan. 2018.

Leituras recomendadas
EISNER, L. A tela demoníaca: as influências de Max Reinhardt e do expressionismo.
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985.
ENCICLÓPEDIA Itaú Cultural. São Paulo, c2018. Disponível em: <http://www.itau-
cultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm>. Acesso em: 09 jan. 2018.
GAMBA JUNIOR, N. G.; SENNA, M. G. S. De Caligari à rainha má: a influência do expres-
sionismo alemão no filme Branca de Neve e os sete anões. ALCEU, Rio de Janeiro, v.
17, n. 33, p. 125-137, jul./dez. 2016. Disponível em: <http://revistaalceu.com.puc-rio.
br/media/art%20125-137.pdf>. Acesso em: 09 jan. 2017.
GOMBRICH, E. H. A história da arte. 16. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1999.
LYNTON, N. Expressionismo. In: STANGOS, N. Conceitos da arte moderna. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar, 1993. p. 24-37.
MERTEN, L. C. Cinema: entre a realidade e o artifício. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 2005.
NAZÁRIO, L. As sombras móveis. Belo Horizonte: UFMG, 1999.

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Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
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da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
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