Você está na página 1de 15

22

LEITE A2: ASPECTOS QUÍMICOS,


BIOQUÍMICOS, EFEITOS NA SAÚDE E
MERCADO

Augusto César Costa dos Santos


FEA -UNICAMP

Juliana Azevedo Lima Pallone

'10.37885/230212218
RESUMO

Leite e derivados lácteos são considerados matrizes ricas em proteínas de alto valor bio-
lógico, além de minerais essenciais como cálcio e fósforo. Esse capítulo buscou avaliar a
composição química, bioquímica e efeitos à saúde associados ao leite A2, além da avaliação
de produção e consumo. Neste contexto, a composição nutricional do leite é de extrema im-
portância para a regulação e o funcionamento do organismo de seu consumidor. O processo
digestivo das proteínas do leite é responsável por gerar diferentes moléculas com atividade
biológica como peptídeos bioativos, além de β-casomorfinas, conhecidas como peptídeos
opioides. O leite A2 é um produto recente no mercado consumidor, equivalente em compos-
tos majoritários ao produto tradicional, mas com um diferencial relacionado à possibilidade
de melhor digestibilidade e à produção de menores proporções de β-casomorfina 7 (BCM-
7). O estudo deste derivado metabólico já proporcionou diferentes hipóteses associando os
diferentes tipos de β-caseína do leite com comorbidades como diabetes mellitus e doenças
cardiovasculares. Entretanto, publicações oficiais recentes já esclareceram que ainda não é
possível estabelecer relações de causa e efeito entre a ingestão de BCM-7 e a prevalência
de comorbidades. Estudos de intervenção dietética têm mostrado resultados distintos em
função da regulação gastrointestinal e apontam que o leite A2 pode ser associado a melho-
res respostas no trânsito intestinal, na redução de sintomas de desconforto digestivo e de
intolerância à lactose, assim como menores índices de resposta alérgica e inflamatória em
indivíduos com certo grau de intolerância ao leite.

Palavras-chave: Leite Bovino, Digestibilidade, β-Caseína, Nutrição.


INTRODUÇÃO

Considerado um produto de alto consumo, rico em nutrientes essenciais e de extensa


versatilidade comercial, o leite bovino representa uma importante fonte de proteínas de
alto valor biológico, graças ao seu conteúdo de aminoácidos essenciais e à presença de
peptídeos bioativos derivados de sua digestão (O’ MAHONY; FOX, 2013). Dentre as pro-
teínas que constituem o produto, as caseínas representam cerca de 80% desta categoria
de macronutrientes, sendo formadas por todos os nove aminoácidos essenciais (SINGH;
KOUR; SHARMA, 2016).
Há cerca de 30 anos as variantes genéticas responsáveis pela estrutura química da
β-caseína do leite têm sido estudadas, no que diz respeito ao processo de hidrólise gastroin-
testinal e à produção de peptídeos opioides, conhecidos como betacasomorfinas (KOSTYRA
et al., 2004). Estes compostos, no organismo humano, já foram associados a diferentes
comorbidades, envolvendo desde a ocorrência de desconforto digestivo e de má absor-
ção de lactose (DANILOSKI et al., 2021) até a incidência de doença cardíaca coronariana
(MCLACHLAN, 2001) e diabetes mellitus tipo 1 (ELLIOTT et al., 1999), não confirmadas por
estudos mais recentes. Por meio das recentes descobertas sobre o metabolismo da β-caseí-
na A1, e dos benefícios associados ao consumo do tipo A2 da proteína, diferentes projetos
de incentivo à pesquisa e desenvolvimento de produtos A2 foram criados. Estes produtos,
por sua vez, ganharam espaço entre os consumidores, com destaque nos últimos anos de
pandemia, por conta da preocupação dos indivíduos em consumir alimentos seguros e sau-
dáveis, que possibilitem melhorar a imunidade, benefícios funcionais e promover a saúde.
O presente capítulo constitui uma revisão de literatura sobre a temática do leite A2,
abordando as principais características associadas à sua composição, seu contexto produtivo
e os aspectos relacionados à saúde dos consumidores. Esta revisão foi realizada por meio
de busca e seleção de trabalhos científicos em bases de dados (Science Direct, Google
Scholar, PubMed e Web of Science). Os critérios de seleção foram baseados em artigos e
publicações oficiais, disponíveis para acesso em idioma português, espanhol e inglês.

DESENVOLVIMENTO

Proteínas do leite bovino

As proteínas do leite são componentes que exercem diferentes funções, tanto biológi-
cas como tecnológicas (KORHONEN, 2009), sendo utilizadas como ingrediente essencial
na fabricação de diversos alimentos e produtos derivados nas indústrias farmacêutica e

Ciência e Tecnologia de Alimentos: o avanço da ciência no Brasil - ISBN 978-65-5360-291-5 - Vol. 3 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br
280
alimentícia (NGUYEN et al., 2015). A proteína do leite é dividida em duas frações, a caseína
(que compõe 80% do produto) e as proteínas do soro (que compõem 20%).

Figura 1. Disposição estrutural das frações de caseína no leite em estrutura coloidal de nanoclusters. Adaptado de
DALGLEISH; CORREDIG (2012).

Tecnologicamente as caseínas são fosfoproteínas de estrutura terciária com alta ca-


pacidade de ligação com íons divalentes, como cálcio e magnésio (Figura 1), capazes
de precipitar em pH 4,6, a 20 °C (VILLA et al., 2018). Elas são comumente divididas em
quatro famílias: αs1- e αs2-caseínas, que representam cerca de 50% do total de caseínas
no leite; β-caseínas, que compõem 35% do total dessa classe de proteínas; e κ-caseínas,
que representam menos de 20% do total de caseínas no produto bovino (T. LIMA, 2014;
PEREIRA et al., 2016).
A composição de aminoácidos nos constituintes das proteínas do leite é muito varia-
da. A α-lactalbumina possui alto conteúdo de cisteína, enquanto a β-lactoglobulina é rica em
glutamina, embora as proteínas do soro sejam formadas, em sua maioria, por aminoácidos
de cadeia ramificada (BCAA). Dentre as caseínas, 22,4% do total de aminoácidos é carac-
terizado por glutamina, 11,3% por prolina, 8,2% por lisina e 7,1% por asparagina (FUQUAY;
FOX; MCSWEENEY, 2011).

Heterogeneidade e proteoformas da β-caseína

A heterogeneidade das caseínas do leite deriva do polimorfismo genético comum nos


animais, que é capaz de proporcionar modificações pós-translacionais. Desse modo, uma
mesma família de proteínas pode apresentar mais de uma variante genética. A β-caseína,
por exemplo, constitui-se de 209 aminoácidos, que se dividem em 13 variantes alélicos:
A1, A2, A3, B, C, D, E, F, G, H1, H2, I e J, sendo os alelos codominantes A1 e A2 os mais

Ciência e Tecnologia de Alimentos: o avanço da ciência no Brasil - ISBN 978-65-5360-291-5 - Vol. 3 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br
281
comuns (CHAUDHARY et al., 2018; SINGH et al., 2016; VERCESI FILHO, 2012). A com-
binação destes genes presentes nas vacas é o que determina a produção de cada tipo de
β-caseína no leite, havendo três genótipos possíveis: o genótipo A1/A1 determina que o
animal produza apenas a β-caseína A1; o genótipo A2/A2 determina a produção somente
do tipo A2; e vacas com o genótipo A1/A2 produzem os dois tipos.
As diferentes proteoformas A1 e A2 da β-caseína do leite são caracterizadas pela única
substituição do aminoácido da posição 67 da cadeia polipeptídica (CHAUDHARY et al., 2018;
SEMAGRO, 2019). Enquanto o tipo A2 possui uma molécula de Pro67, a β-caseína A1 é
constituída por His67, o que promove a mudança conformacional da cadeia desta proteína
(Figura 2). Este comportamento também impacta diretamente na resposta hidrolítica da
β-caseína, uma vez que a proteína A2 interage de modo distinto com as enzimas proteolíti-
cas, durante a digestão, gerando derivados peptídicos diferentes (DANILOSKI et al., 2021;
SUMMER et al., 2020).

Figura 2. Porção diferencial da cadeia polipeptídica das variantes A1 e A2 da β-caseína.

63 64 65 66 67
68 69
β-CASEÍNA
PRO GIY PRO ILE HIS ASN SER
A1

β-CASEÍNA
PRO GIY PRO ILE PRO ASN SER
A2
Adaptado de ALI et al. (2019).

Historicamente, o gene A2 é reconhecido como o gene original da β-caseína e, por


este motivo, todas as vacas domesticadas produziam leite contendo apenas este tipo de
proteína. Contudo, a partir de mutações genéticas no processo natural de evolução dos
animais, uma variante da proteína A2 apareceu, durante o período em que as criações
de gado eram levadas para o norte da Europa, e este polimorfismo gênico originou a pro-
teína A1 (CHAUDHARY et al., 2018; VERCESI FILHO, 2012). Os polimorfismos gênicos
podem se refletir em alterações na função do gene, contribuindo para variações fenotípicas
entre os animais. Alguns levantamentos mostram que a frequência do alelo que determina
a produção da β-caseína do tipo A2 é menor nas raças taurinas de bovinos (SEMAGRO,
2019). Neste contexto, a raça taurina Guernsey apresenta uma alta frequência do alelo A2,
seguida da raça Jersey, com 75% de expressividade do alelo (GARCIA, 2009).
No Brasil já foi observado que a população de animais das raças zebuínas apresenta
as maiores frequências do alelo A2. O estudo de T. Lima (2014), no Rio Grande no Norte,
sequenciou e identificou que a frequência do alelo A2 na raça Gir era de 98% e na raça
Guzerá era de 97%, e ambas as raças zebuínas se mostraram homozigotos para A2, isto

Ciência e Tecnologia de Alimentos: o avanço da ciência no Brasil - ISBN 978-65-5360-291-5 - Vol. 3 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br
282
é, apresentaram mais que 95% de expressão genotípica A2/A2. Um levantamento feito
no Rio Grande do Sul encontrou uma frequência do alelo A2 de 50% nos animais da raça
Holandês e de 92% no Gir (SEMAGRO, 2019). Em Minas Gerais também já foi observado
este perfil genotípico, onde 95% dos alelos apresentados entre os animais da raça Gir eram
do tipo A2 (SOUSA, 2019). As raças zebuínas são reconhecidas pela adaptabilidade ao
clima tropical e a sua facilidade de produzir leite a partir de consumo exclusivo de pastos,
sendo as raças Gir e Guzerá as mais bem avaliadas para produção leiteira (ARAÚJO et al.,
2018; MADALENA et al., 2012).
Na década de 1990, pesquisas epidemiológicas conduzidas por cientistas, inicialmente
na Nova Zelândia, levantaram uma discussão acerca das diferenças entre as caseínas, seus
efeitos e impactos na saúde humana (CHAUDHARY et al., 2018). A hidrólise de diferentes
porções proteicas, no leite, é conhecida por gerar peptídeos com características opioides, que
agem como interferentes agonistas ou antagonistas da atividade biológica (KOSTYRA et al.,
2004). As variantes da β-caseína do leite são digeridas de forma diferente e, para o tipo A2 da
proteína, a hidrólise enzimática ocorre em taxas muito baixas, gerando o peptídeo betaca-
somorfina-9 (BCM-9). Em contrapartida, a hidrólise gastrointestinal da β-caseína A1 pode
produzir um peptídeo opioide chamado betacasomorfina-7 (BCM-7), proveniente da quebra
da ligação peptídica entre a Ile66 e a His67 (BRANTL et al., 1979; JINSMAA & YOSHIKAWA,
1999; KOSTYRA et al., 2004; NGUYEN et al., 2015; ROGINSKY, 2003; SINGH et al., 2016).

Produtos de degradação da β-caseína A1 e A2

Atualmente, entende-se que o comportamento biológico de cada peptídeo nos recepto-


res opioides tem relação direta com a distribuição de sua cadeia primária e com a interação
dos aminoácidos componentes e o meio. Na estrutura da β-caseína, a presença de His67
é responsável por um sítio ativo menos resistente à clivagem do que a ligação realizada
pela Pro67, o que já mostrou favorecer a biossíntese de moléculas de betacasomorfina
BCM-7, nos primeiros minutos da etapa intestinal da digestão, em amostras de leite bovino
(EDWARDS et al., 2021).
O comportamento catalítico das proteínas do leite é bem característico, ao longo das
etapas da digestão. Sabe-se que a grande maioria das caseínas é hidrolisada nos primeiros
minutos da fase gástrica, por conta da expressiva interação com a pepsina (SOUSA et al.,
2020). A redução do pH no meio gástrico também favorece a solubilização do fosfato de cál-
cio coloidal, o que leva à consequente desintegração das micelas de caseína, à clivagem de
sua estrutura e à liberação de peptídeos de baixo peso molecular. As proteínas do soro, por
sua vez, apresentam maior resistência à pepsina, principalmente devido à sua compactação

Ciência e Tecnologia de Alimentos: o avanço da ciência no Brasil - ISBN 978-65-5360-291-5 - Vol. 3 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br
283
espacial e pela presença de pontes dissulfeto em sua cadeia polipeptídica (KOPF-BOLANZ
et al., 2014; PICARIELLO et al., 2010).
Estudos in vivo já quantificaram concentrações de BCM-7 (β-CN f[60-66]) após 30 mi-
nutos de digestão de amostras de proteína do leite, além de frações menores do peptídeo
terem se mostrado presentes no final da digestão (BOUTROU et al., 2013). Outros trabalhos
já evidenciaram que fosfopeptídeos derivados da β-caseína são mais resistentes à ação
enzimática, sobrevivendo até o final da etapa intestinal da digestão, na porção ileal dos ani-
mais (PICARIELLO et al., 2010). Peptídeos opioides (Quadro 1) são moléculas de proteínas
capazes de interagir com receptores de alcaloides no organismo, gerando ou inibindo deter-
minada atividade opioide. As betacasomorfinas possuem, em sua grande maioria, atividade
opioide agonista decorrente da presença de grupamentos aromáticos na cadeia polipeptídica
e da hidrofobicidade de suas moléculas (KOSTYRA et al., 2004). Com o descobrimento e
a associação das BCMs com respostas biológicas, diferentes hipóteses já questionaram o
papel dos derivados proteicos do leite como possíveis causadores de comorbidades.

Quadro 1. Peptídeos opioides derivados de proteínas do leite bovino.

Peptídeo opioide Precursor Sequência de aminoácidos


60 Tyr-Pro-Phe-Pro-Gly-Pro-Ile-[His]-Asn-Ser-Leu-Pro-Gln-Asn-Ile-Pro-
[His8]-β-Casomorfina-21
Pro-Leu-Thr-Gln-Thr 81
60 Tyr-Pro-Phe-Pro-Gly-Pro-Ile-[Pro]-Asn- Ser-Leu-Pro-Gln-Asn-Ile-Pro-
[Pro8]-β-Casomorfina-21
Pro-Leu-Thr-Gln-Thr 81
[His]-β-Casomorfina-21 60 Tyr-Pro-Phe-Pro-Gly-Pro-Ile-[His]-Asn- Ser-Leu-Pro-Gln 72

β-Casomorfina-11 60 Tyr-Pro-Phe-Pro-Ile-Pro-Asn-Ser-Leu 70

[His8]-β-Casomorfina-9 60 Tyr-Pro-Phe-Pro-Gly-Pro-Ile-[His]-Asn 68
β-Caseína
β-Casomorfina-8 60 Tyr-Pro-Phe-Pro-Gly-Pro-Ile-[Pro] 67

β-Casomorfina-7 60 Tyr-Pro-Phe-Pro-Gly-[Pro]-Ile 66

β-Casomorfina-5 60 Tyr-Pro-Phe-Pro-Gly 64

β-Casomorfina-4 60 Tyr-Pro-Phe-Pro 63

Exorfina α-Caseína 90 Arg-Tyr-Leu-Gly-Tyr-Leu-Glu 96

Exorfina α-Caseína 90 Arg-Tyr-Leu-Gly-Tyr-Leu 95

Serorfina Albumina sérica 399 Tyr-Gly-Phe-Gln-Asn-Ala 404

β-Lactotensina β-Lactoglobulina 146 His-Ile-Arg-Leu 149

Adaptado de KOSTYRA et al. (2004).

Leite A2 e a relação com a saúde

Doenças como diabetes mellitus tipo 1 (ELLIOTT et al., 1999), doença cardíaca coro-
nariana (MCLACHLAN, 2001), síndrome de morte súbita infantil (SUN et al., 2003), esquizo-
frenia e autismo (WOODFORD, 2008) já foram correlacionadas com a presença de BCM-7 e
o consumo de leite bovino contendo os tipos A1 e A2 da proteína. Entende-se, contudo, que

Ciência e Tecnologia de Alimentos: o avanço da ciência no Brasil - ISBN 978-65-5360-291-5 - Vol. 3 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br
284
a biossíntese de BCM-7 pode ocorrer a partir da hidrólise de qualquer variante da β-caseína
(A1 e/ou A2), embora a quantidade do peptídeo opioide derivado da digestão da β-caseí-
na A1 tenha se mostrado expressivamente maior que a da β-caseína A2 (ASLEDOTTIR
et al., 2017, 2019; LAMBERS et al., 2021). O documento de revisão mais recente publicado
pela Autoridade Europeia para Segurança dos alimentos (EFSA) esclareceu, por outro lado,
que ainda não é possível estabelecer relações de causa e efeito entre a ingestão de BCM-7
e a prevalência de comorbidades crônicas, por conta da falta de evidências científicas, da
ausência de modelos experimentais validados em humanos, assim como da existência de
mecanismos multifatoriais para o desenvolvimento e progressão das doenças (EFSA, 2009).
Nas últimas duas décadas, alguns trabalhos já correlacionaram efeitos biológicos com
o consumo de leite bovino, incluindo tipo A2, composto por diferentes proteoformas da β-ca-
seína (Quadro 2). Intervenções dietéticas com leite bovino A1/A1, em estudos in vivo com
animais e humanos, já evidenciaram retardo no trânsito intestinal, resposta inflamatória no
estômago, desconforto digestivo, dores abdominais e aumento nos sintomas de intolerância
à lactose, como desconforto e distensão abdominal, flatulência, frequência e consistência
da excreção fecal (DANILOSKI et al., 2021).

Quadro 2. Relação entre efeitos biológicos associados ao consumo de leite A2, relatados em estudos publicados entre
2002 e 2020.

Referência População de estudo Intervenção Resposta fisiológica


Animais em dietas formuladas com
pelo menos um tipo de β-caseína,
2 grupos com dieta sem caseína;
apresentaram menor frequência de
Camundongos e ratos com incidência 2 grupos com dieta A1/A2;
Diabetes tipo 1.
BEALES et al. (2002) média e alta para desenvolvimento de 2 grupos com dieta A1/A1;
Formulações com β-caseína A1
Diabetes tipo 1 2 grupos com dieta A2/A2;
mostraram efeito diabetogênico mais
1 grupo com dieta sem leite.
alto do que as dietas formuladas com
β-caseína A2.
Grupo 1 alimentado com 20% de
whey protein;
Grupo 2 alimentado com 10% de Consumo de dietas à base de β-case-
β-caseína A1; ína A2 foi associado à menores taxas
Grupo 3 alimentado com 10% de de formação de ateroma cardíaco, as-
TAILFORD et al. (2003) Coelhos de ambos os sexos
β-caseína A2; sim como à presença de placas menos
Grupos 4 a 10 alimentados com rações firmes, menores níveis de colesterol
compostas por 0,5% de colesterol e sérico e menor razão LDL/HDL
20% de whey + caseína em diferentes
proporções
Consumo de leite A2 foi associa-
do a menores tempos de trânsito
Ingestão diária de 250ml de leite A1/ intestinal, maiores concentrações de
A1 ou A2/A2, após duas refeições, por ácidos graxos de cadeia curta (efeito
um período de 14 dias. anti-inflamatório), baixos níveis de
JIANQIN et al. (2016) Indivíduos adultos de ambos os sexos
Dentre os 45 indivíduos participantes, inflamação no intestino delgado.
23 diagnosticados com intolerância à Em indivíduos intolerantes à lactose,
lactose. o consumo de leite A2 não alterou a
proporção de sintomas gastrointes-
tinais.

Ciência e Tecnologia de Alimentos: o avanço da ciência no Brasil - ISBN 978-65-5360-291-5 - Vol. 3 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br
285
Quadro 2. Continuação.

Referência População de estudo Intervenção Resposta fisiológica


Consumo de leite A2 foi associado
Ingestão diária de 250ml de leite A1/ com maiores concentrações plasmá-
A1 ou A2/A2, após duas refeições, por ticas de GSH, independentemente do
um período de 14 dias. crossover, indicando potencial para
DETH et al. (2016) Indivíduos adultos de ambos os sexos Após consumo de ambos os tipos de capacidade antioxidante e equilíbrio
leite, foram realizadas coletas de san- oxirredutor.
gue para quantificação de Glutationa Concentrações de BCM-7 plasmático
(GSH) e BCM-7 foram significativamente menores
após consumo do leite A2/A2
Animais suplementados com leite A2/
A2 mostraram maiores concentrações
fecais de ácidos graxos de cadeia curta
Grupo 1 alimentado com dieta
e isobutirato, além de acúmulo de
controle;
linfócitos T e células NK em compar-
GUANTARIO et al. Camundongos de ambos os sexos, Grupo 2 alimentado com dieta con-
timentos intraepiteliais, associados
(2020) com idade avançada (20 meses) tento leite A2/A2;
com a resistência imunológica de
Grupo 3 alimentado com dieta con-
indivíduos idosos.
tento leite A1/A2
Não foi observada alteração nos níveis
de inflamação intestinal por conta da
intervenção dietética.
Intolerantes à lactose apresentaram
Intervenção cruzada de três tratamen-
redução dos sintomas de intolerância
tos (leite convencional integral, leite
e má absorção de lactose após inges-
sem lactose e leite A2).
tão de leite A2.
Realizados testes de tolerância à
Em contrapartida, após consumo de
MILAN et al. (2020) Indivíduos adultos do sexo feminino lactose e ao leite para separação dos
leite A2, indivíduos tolerantes ao leite
indivíduos em Grupo 1 (Intolerantes à
mostraram aumento na incidência de
lactose), Grupo 2 (Intolerantes ao leite
casos de diarreia, e intolerantes ao
não associado à lactose) e Grupo 3
leite apresentaram maior frequência
(Tolerantes ao leite)
de flatulência.
Camundongos alimentados com
leite A2/A2 não mostraram indução
Grupo 1 alimentado com água e à resposta inflamatória no tecido
ração; pulmonar.
Grupo 2 alimentado com solução de Animais alimentados com leite A1/A1
β-caseína A1/A1 e ração; apresentaram aumento na resposta
YADAV et al. (2020) Camundongos adultos machos
Grupo 3 alimentado com solução de alérgica do tecido pulmonar, com
β-caseína A1/A2 e ração; elevação nos níveis de citocinas
Grupo 4 alimentado com solução de inflamatórias IL-4 e IL-5, bem como
β-caseína A2/A2 e ração aumento significativo nos níveis de
IgE e IgG, característico de resposta
inflamatória localizada.

Um estudo de intervenção dietética com roedores, que possuíam diferentes incidên-


cias para o desenvolvimento de Diabetes tipo 1, já apresentou associação positiva entre a
presença de β-caseína A2 e menores frequências da comorbidade nos animais (BEALES
et al., 2002). Este trabalho também identificou que dietas constituídas exclusivamente pelo
tipo A1 da β-caseína favoreceram a incidência de Diabetes tipo 1 nos animais com média e
alta incidência da doença, mostrando um efeito diabetogênico relacionado com a proteína
na dieta. Outro trabalho, em 2003, demonstrou que coelhos alimentados com dietas à base
de β-caseína A2 possuíam menores taxas de colesterol sanguíneo, além de razões LDL/
HDL mais baixas e, como consequência, menores proporções na formação de ateromas
cardíacos (TAILFORD et al., 2003).
O estudo de (JIANQIN et al., 2016) identificou que o consumo de leite A2/A2 foi res-
ponsável por reduzir o tempo de trânsito intestinal, além de proporcionar menor resposta

Ciência e Tecnologia de Alimentos: o avanço da ciência no Brasil - ISBN 978-65-5360-291-5 - Vol. 3 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br
286
inflamatória no intestino e maiores concentrações de ácidos graxos de cadeia curta excre-
tado ao final da digestão, em indivíduos adultos, quando comparado ao produto tradicio-
nal. No mesmo ano, o consumo diário de leite A2/A2 também foi associado ao aumento nos
níveis de Glutationa plasmática, comumente indicativa de capacidade antioxidante no orga-
nismo humano (DETH et al., 2016), assim como com a redução de sintomas de intolerância
ao leite (MILAN et al., 2020) e ao efeito protetor contra a resposta inflamatória mediada por
linfócitos Th2, comuns em reações alérgicas (YADAV et al., 2020).
Altas concentrações de linfócitos CD4+, CD19+ e NK também já foram identificadas
em camundongos idosos, suplementados com leite A2/A2, a partir de formulações dietéti-
cas. Esta classe de células imunológicas é comumente reduzida com o envelhecimento do
organismo, servindo como marcadores de resistência imunológica comum na senescência
(GUANTARIO et al., 2020). Vale ressaltar, todavia, que os mesmos estudos que apresentam
efeitos benéficos do consumo de leite bovino com β-caseína A2 não mostram evidências de
efeitos inibitórios para distúrbios cardiovasculares ou crônicos associados ao seu consumo.

Mercado de leite A2 no Brasil

O atual perfil de consumidores que busca por produtos lácteos com características
sensoriais e nutricionais de alta qualidade, e o interesse por produtos alternativos ao leite
convencional tem aumentado (O’CALLAGHAN et al., 2018; WILLER et al., 2021). Estima-
se que o mercado global de leite A2 alcance o rendimento de U$ 3,7 milhões até o ano de
2027, obtendo uma taxa de crescimento anual superior a 15% entre os anos de 2021 e 2027.
No Brasil, o incentivo e cooperação em projetos regionais de desenvolvimento agrícola e
pecuarista, assim como o apoio às novas tecnologias de produção e manejo, têm sido regidos
pelas diretrizes da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Em novembro de
2019, em conjunto com o programa independente #BEBAMAISLEITE, foi lançado o Protocolo
Vacas A2/A2, que propunha possibilitar a agregação de valor ao leite A2 comercializado no
país. A adesão ao protocolo nacional pode ser realizada por produtores rurais ou empre-
sas, e depende do cumprimento das regras estabelecidas em um regulamento aprovado
pela certificadora independente Brasil Certificação Ltda. (CNA BRASIL, 2019). Em outubro
do mesmo ano, o MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) já havia
confirmado a regulamentação da origem de vacas A2/A2 nos rótulos de produtos lácteos.
Recentemente, em 2021, também foi aprovada a inclusão de alegação da funcionalidade
do produto A2, relativa aos benefícios associados ao seu consumo frequente (FORBES
AGRO, 2021), embora o uso esteja restrito à “não formação de BCM-7” e não ao contexto
de alergias ou comorbidades alimentares.

Ciência e Tecnologia de Alimentos: o avanço da ciência no Brasil - ISBN 978-65-5360-291-5 - Vol. 3 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br
287
Os avanços operacionais e legais que envolvem a produção leiteira de vacas A2/A2
no Brasil é recente, porém, a seleção e investimento nas crias data de 2016, pela Fazenda
Agrindus (SP), tendo seu antecipado investimento garantido a primeira certificação de leite
A2/A2 do país (IDEAGRI, 2019). Em 2017, o Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos
Derivados do Estado do Rio Grande do Sul (SINDILAT) anunciou o desenvolvimento de
um projeto-piloto para pesquisa do leite A2 e futura aplicação nas criações de gado lo-
cais. No Estado de São Paulo, o Plano Mais Leite Mais Renda, desde 2017, busca coordenar
a cadeia produtiva do leite e aumentar a produtividade e a qualidade da produção para dois
bilhões de litros por ano, em dez anos. Desde o último ano, a iniciativa tem facilitado a articu-
lação de produtores que buscam adequação para produção certificada do leite A2 (AGÊNCIA
PAULISTA DE TECNOLOGIA DOS AGRONEGÓCIOS, 2019; PAGANI NETTO, 2017).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Mesmo sendo historicamente reconhecido como o genótipo original dos animais, o leite
A2/A2 é um produto recente no mercado consumidor, que apresenta poucas diferenças de
composição nutricional majoritária, em comparação com o produto tradicional. Todavia, a
distinção entre as proteoformas da β-caseína, em sua constituição, se mostra de extrema
importância, tanto na estrutura molecular quanto no processo digestivo do produto.
A partir dos avanços a respeito dos peptídeos bioativos provenientes da hidrólise
proteica do leite, uma gama de trabalhos buscou associar a presença dos derivados me-
tabólicos, como β-casomorfinas, com as diferentes respostas ocorridas após o consumo
de leite fluido pelos indivíduos. Porém, embora diferentes hipóteses tenham surgido para
relacionar as causas de doenças crônicas não-transmissíveis com a presença ou ausência
dos derivados proteicos do leite, poucos estudos comprovaram a influência destes peptídeos
no surgimento de comorbidades. Por outro lado, grande parte dos trabalhos publicados nos
últimos anos, têm mostrado evidências de que o genótipo A2/A2 do leite pode ser associado
a melhores respostas no trânsito intestinal, redução de sintomas de desconforto digestivo e
de intolerância à lactose, assim como menores índices de resposta alérgica e inflamatória
em indivíduos com certo grau de intolerância ao leite.
Portanto, dados que apontam para a saudabilidade do leite A2, em conjunto com o
estímulo à padronização genética dos animais, têm promovido a ampliação da produção,
com o surgimento de novas marcas e produtos derivados.

Ciência e Tecnologia de Alimentos: o avanço da ciência no Brasil - ISBN 978-65-5360-291-5 - Vol. 3 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br
288
REFERÊNCIAS

AGÊNCIA PAULISTA DE TECNOLOGIA DOS AGRONEGÓCIOS. Secretaria de Agri-


cultura e Abastecimento quer ampliar produção paulista de leite A2. Disponível em:
<http://www.apta.sp.gov.br/noticias/secretaria-de-agricultura-e-abastecimento-quer-am-
pliar-produção-paulista-de-leite-a2>. Acesso em: 21 jun. 2020.

ALI, W. R. et al. Genotyping Test Development and Genotyping Survey of Pakistani po-
pulation of Holstein Friesian imported from Different Origins for A1/A2 SNP in Beta-casein
Gene. bioRxiv, p. 1–16, 2019.

ARAÚJO, T. P. M. et al. Gir and guzerat cow milk production and composition according
to lactation stage, somatic cell count, physiological state and body condition. Acta Scien-
tiarum - Animal Sciences, v. 40, p. 1–7, 2018.

ASLEDOTTIR, T. et al. Identification of bioactive peptides and quantification of β-caso-


morphin-7 from bovine β-casein A1, A2 and I after ex vivo gastrointestinal digestion Tora.
International Dairy Journal, 2017.

ASLEDOTTIR, T. et al. Degradation of β-casomorphin-7 through in vitro gastrointestinal


and jejunal brush border membrane digestion. Journal of Dairy Science, v. 102, n. 10,
p. 8622–8629, 2019.

BEALES, P. et al. A multi-centre, blinded international trial of the effect of A1 and A2 β-ca-
sein variants on diabetes incidence in two rodent models of spontaneous Type I diabetes.
Diabetologia, v. 45, n. 9, p. 1240–1246, 2002.

BOUTROU, R. et al. Sequential release of milk protein-derived bioactive peptides in the


jejunum in healthy humans. American Journal of Clinical Nutrition, v. 97, n. 6, p. 1314–
1323, 2013.

BRANTL, V. et al. Novel Opioid Peptides Derived from Casein (β -Casomorphins). I. Isolation
from Bovine Casein Peptone. Hoppe-Seyler´s Zeitschrift für physiologische Chemie,
v. 360, n. 2, p. 1211–1224, 1979.

CHAUDHARY, V.; RANI, M. R.; KHIRBAT, R. A1/A2 Milk. The Dairy Ice Cream & Bakery
Foods, p. 2–3, 2018.

CNA BRASIL. CNA e Beba Mais Leite lançam protocolo do A2A2. Disponível em: <ht-
tps://www.cnabrasil.org.br/noticias/cna-e-beba-mais-leite-lancam-protocolo-do-a2a2>.
Acesso em: 21 jun. 2020.

DALGLEISH, D. G.; CORREDIG, M. The structure of the casein micelle of milk and its
changes during processing. Annual Review of Food Science and Technology, v. 3, n.
1, p. 449–467, abr. 2012.

DANILOSKI, D. et al. Health-related outcomes of genetic polymorphism of bovine β-casein


variants: A systematic review of randomised controlled trials. Trends in Food Science
and Technology, v. 111, n. March, p. 233–248, 2021.

DETH, R. et al. Clinical evaluation of glutathione concentrations after consumption of milk


containing different subtypes of β-casein: Results from a randomized, cross-over clinical
trial. Nutrition Journal, v. 15, n. 1, p. 1–6, 2016.

Ciência e Tecnologia de Alimentos: o avanço da ciência no Brasil - ISBN 978-65-5360-291-5 - Vol. 3 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br
289
EDWARDS, T. S. et al. A simple method to generate β-casomorphin-7 by in vitro digestion
of casein from bovine milk. Journal of Functional Foods, v. 85, n. January, 2021.

EFSA. Review of the potential health impact of β-casomorphins and related peptides. EFSA
Journal, v. 7, n. 2, p. 231r, 2009.

ELLIOTT, R. B. et al. Type I (insulin-dependent) diabetes mellitus and cow milk: Casein
variant consumption. Diabetologia, v. 42, n. 3, p. 292–296, 1999.

FORBES AGRO. Leite A2, de fácil digestibilidade, agora poderá ser facilmente iden-
tificado pelo consumidor. Disponível em: <https://forbes.com.br/forbesagro/2021/10/lei-
te-a2-de-facil-digestibilidade-agora-podera-ser-facilmente-identificado-pelo-consumidor/>.
Acesso em: 12 ago. 2022.

FUQUAY, J. W.; FOX, P. F.; MCSWEENEY, P. L. H. Encyclopedia of Dairy Sciences.


2. ed. London, UK: Elsevier Ltd, 2011.

GARCIA, J. L. M. O Leite A. Disponível em: <http://girbrasilartigos.blogspot.com/2009/04/o-


-leite.html>. Acesso em: 23 jun. 2020.

GUANTARIO, B. et al. A comprehensive evaluation of the impact of bovine milk containing


different beta-casein profiles on gut health of ageing mice. Nutrients, v. 12, n. 7, p. 1–19,
2020.

IDEAGRI. Letti A2 é a primeira marca brasileira certificada para produção de leite


com vacas A2A2. Disponível em: <https://ideagri.com.br/posts/letti-a2-e-a-primeira-marca-
-brasileira-certificada-para-producao-de-leite-com-vacas-a2a2>. Acesso em: 22 jun. 2020.

JIANQIN, S. et al. Effects of milk containing only A2 beta casein versus milk containing both
A1 and A2 beta casein proteins on gastrointestinal physiology, symptoms of discomfort,
and cognitive behavior of people with self-reported intolerance to traditional cows’ milk.
Nutrition Journal, v. 15, n. 1, 2 abr. 2016.

JINSMAA, Y.; YOSHIKAWA, M. Enzymatic release of neocasomorphin and β-casomorphin


from bovine β-casein. Peptides, v. 20, n. 8, p. 957–962, 1999.

KOPF-BOLANZ, K. A. et al. Impact of milk processing on the generation of peptides during


digestion. International Dairy Journal, v. 35, n. 2, p. 130–138, 2014.

KORHONEN, H. Milk-derived bioactive peptides: From science to applications. Journal of


Functional Foods, v. 1, n. 2, p. 177–187, 2009.

KOSTYRA, E. et al. Opioid peptides derived from milk proteins. Polish Journal of Food
and Nutrition Sciences, v. 13, n. 1, p. 25–35, 2004.

LAMBERS, T. T. et al. Processing affects beta-casomorphin peptide formation during si-


mulated gastrointestinal digestion in both A1 and A2 milk. International Dairy Journal, v.
121, p. 105099, 2021.

LIMA, T. Polimorfismo no gene da beta-caseina em Rebanhos Zebuínos leiteiros no


Estado do Rio Grande do Norte. [s.l: s.n.].

MADALENA, F. E.; PEIXOTO, M. G. C. D.; GIBSON, J. Dairy cattle genetics and its appli-
cations in Brazil. Livestock Research for Rural Development, v. 24, n. 6, p. 4, 2012.

Ciência e Tecnologia de Alimentos: o avanço da ciência no Brasil - ISBN 978-65-5360-291-5 - Vol. 3 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br
290
MCLACHLAN, C. N. S. β-casein A1, ischaemic heart disease mortality, and other illnesses.
Medical Hypotheses, v. 56, n. 2, p. 262–272, 2001.

MILAN, A. M. et al. Comparison of the impact of bovine milk β-casein variants on digestive
comfort in females self-reporting dairy intolerance: A randomized controlled trial. American
Journal of Clinical Nutrition, v. 111, n. 1, p. 149–160, 2020.

NGUYEN, D. D. et al. Formation and Degradation of Beta-casomorphins in Dairy Proces-


sing. Critical Reviews in Food Science and Nutrition, v. 55, n. 14, p. 1955–1967, 2015.

O’ MAHONY, J. A.; FOX, P. F. Milk proteins: Introduction and historical aspects. [s.l:
s.n.].

O’CALLAGHAN, T. F. et al. Nutritional aspects of raw milk: A beneficial or hazardous


food choice. [s.l.] Elsevier Inc., 2018.

PAGANI NETTO, C. Mais leite, mais renda - Plano de Desenvolvimento da Bovino-


cultura Leiteira Paulista. CampinasCATI, , 2017.

PATEL, S. et al. Understanding functional implication of β-casein gene variants in four


cattle breeds characterized using AmpliSeq approach. 3 Biotech, v. 10, n. 9, p. 1–8, 2020.

PEREIRA, D. et al. Proteínas. Em: Química, bioquímica, análise sensorial e nutrição


no processamento de leite e derivados. 1. ed. São Paulo: Elsevier, 2016.

PICARIELLO, G. et al. Peptides surviving the simulated gastrointestinal digestion of milk


proteins: Biological and toxicological implications. Journal of Chromatography B: Analyti-
cal Technologies in the Biomedical and Life Sciences, v. 878, n. 3–4, p. 295–308, 2010.

ROGINSKY, H. Encyclopedia of Dairy Sciences. [s.l.] Academic Press, 2003.

SEMAGRO. Tudo sobre leite A2A2. Disponível em: <http://www.semagro.ms.gov.br/


wp-content/uploads/2019/08/Tudo-sobre-Leite-A2.pdf>. Acesso em: 22 jun. 2020.

SINGH, N. K.; KOUR, S.; SHARMA, N. Impact of A1/A2 forms of Cow’s Milk on Human
Health-A review. Journal of Animal Research, v. 6, n. 6, p. 923, 2016.

SOUSA, N. F. M. S. Avaliação das frequências alélicas e genotípicas do polimorfis-


mo A1/A2 no gene da beta-caseína em animais da raça GIR leiteiro. VIII Seminário de
Iniciação Científica do IFMG. Anais...Minas Gerais: 2019.

SOUSA, R. et al. Protein digestion of different protein sources using the INFOGEST static
digestion model. Food Research International, v. 130, n. September 2019, p. 108996,
2020.

SUMMER, A. et al. Occurrence, biological properties and potential effects on human health
of β-casomorphin 7: Current knowledge and concerns. Critical Reviews in Food Science
and Nutrition, v. 60, n. 21, p. 3705–3723, 2020.

SUN, Z. et al. Relation of β-casomorphin to apnea in sudden infant death syndrome.


PeptidesElsevier Inc., , 1 jun. 2003. Acesso em: 8 out. 2020

TAILFORD, K. A. et al. A casein variant in cow’s milk is atherogenic. Atherosclerosis, v.


170, n. 1, p. 13–19, 1 set. 2003.

Ciência e Tecnologia de Alimentos: o avanço da ciência no Brasil - ISBN 978-65-5360-291-5 - Vol. 3 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br
291
VERCESI FILHO, A. E. Identificação de alelos A1 e A2 para o gene da beta-caseína na
raça Gir Leiteiro. IX Simpósio Brasileiro de Melhoramento Animal. Anais...João Pessoa:
2012.

VILLA, C. et al. Bovine Milk Allergens: A Comprehensive Review. Comprehensive Reviews


in Food Science and Food Safety, v. 17, n. 1, p. 137–164, 2018.

WILLER, H. et al. The World of Organic Agriculture Statistic and emerging trends
2021. [s.l: s.n.]. Disponível em: <https://shop.fibl.org/de/artikel/c/statistik/p/1663-organic-
-world-2015.html>.

WOODFORD, K. Open public forum A1 Beta-casein, Type 1 diabetes and links to other
new world illnesses. Diabetes Research and Clinical Practice, v. 79, p. S3, fev. 2008.

YADAV, S. et al. Oral Feeding of Cow Milk Containing A1 Variant of β Casein Induces Pul-
monary Inflammation in Male Balb/c Mice. Scientific Reports, v. 10, n. 1, p. 4–11, 2020.

Ciência e Tecnologia de Alimentos: o avanço da ciência no Brasil - ISBN 978-65-5360-291-5 - Vol. 3 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br
292

Você também pode gostar