Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Caso Prático I
Quid iuris?
Resolução:
(1º parágrafo)
- Denise fere-se com a seringa que Cândida lançou para o chão [art.º 144, c) e d)]
- Cândida vai ser punida com pena de prisão de 2 a 10 anos (art.º 144, d)
- Crime público
(2º parágrafo)
- ‘’Dados alterados’’ [art.º 256, b) com pena de prisão até 3 anos ou pena de multa
com agravação do art.º 11, n.º 2, a), a Cândida, enquanto CEO da empresa e o
contabilista enquanto funcionário, têm pena agravada segundo o art.º 256, n.º 4 com
pena de prisão de 1 a 5 anos
- A falsificação de documentos levou a burla qualificada [art.º 218, n.º 2, a)], pena de
prisão de 2 a 8 anos
(3º parágrafo)
- Ameaça (art.º 153 com pena de prisão de até 1 ano ou pena de multa de 120 dias)
de uma seringa infetada e exige que lhe entregue todas as joias
- Crime semipúblico
- Cândida espeta-lhe a seringa no braço [art.º 144, d) – ofensa à integridade física
grave com pena de prisão de 2 a 10 anos e art.º 283, n.º 1, a) – propagação de doença
infeciosa] – MESMOS BENS JURÍDICOS (VIDA E INTEGRIDADE FÍSICA)
- Francisca entrega a mala (art.º 210 – quem ‘’(...) por meio de violência contra uma
pessoa de ameaça ou perigo iminente para a vida (...) é punido com pena de prisão de
1 a 8 anos’’
- Tanto a pessoa singular (Cândida) como a pessoa coletiva (Ernesto) são condenadas
Caso Prático II
‘’Artigo 1.º
Alteração ao Código Penal
203.º Furto
Revogado.
Ao dia de hoje, Bento encontra-se a cumprir uma pena de prisão efetiva de 4 anos 2
meses pela prática do crime de furto qualificado, p. e p. pelo artigo 204.º, n.º 1, alínea
e) do CP, desde o dia 21 de janeiro de 2018, conquanto Carlos encontra-se a ser
julgado pela prática de crime de furto qualificado, p. e p. pelo artigo 204.º, n.º 2, alínea
c) do CP. Daniel encontra-se acusado pela prática do crime de furto, p. e p. pelo artigo
203.º do CP, e o seu primo encontra-se, desde 15 de setembro de 2021, a cumprir
pena efetiva de prisão de um ano pela prática de crime de furto, p. e p. pelo artigo
203.º do CP.
Quid iuris?
Resolução:
Segundo o art.º 2, n.º 2 do CP, ‘’O facto punível segundo a lei vigente no momento
da sua prática deixa de o ser se uma lei nova o eliminar do número de infrações; neste
caso, e se tiver havido condenação, ainda que transitada em julgado, cessam a
execução e os seus efeitos penais’’.
Deste modo, Carlos, Bento e o primo de Daniel beneficiam da alteração ao Código
Penal, da entrada em vigor desta nova lei. Tanto Bento como Daniel encontram-se a
cumprir prisão efetiva (condenação já transitou em julgado) e Carlos que se encontra a
ser julgado preenchem os pressupostos do art.º 2, n.º 2 do CP. O primo de Daniel não
beneficiará, uma vez que está a ser acusado e ainda nem foi condenado.
Bento foi condenado por furto qualificado, em 21 de janeiro de 2018, segundo o
art.º 204, e) do CP com pena de prisão de 5 anos ou com pena de multa até 600 dias,
pelo que se encontra a cumprir pena no momento em que a nova Lei Z entra em vigor.
A nova Lei Z, que implica uma pena de prisão até 3 anos ou pena de multa até 100
dias, é mais favorável ao arguido, do que aquela a que foi sujeito no momento da
prática do ato.
Carlos encontra-se a ser julgado por furto qualificado, segundo o art.º 204, n.º 2, c)
do CP com pena de prisão de 2 a 8 anos, contudo, a nova Lei Z, com entrada em vigor a
3 de dezembro de 2021, estipula uma pena de prisão até 5 anos ou pena de multa até
600 dias. A nova Lei Z favorece o arguido, tendo um intervalo menor e a possibilidade
de pena de multa, contudo, não há resposta relativamente aos anos de prisão que
Carlos teria sido condenado.
Se Carlos for considerado culpado pelo crime de furto, de acordo com o art.º 203
do CP, apenas terá de pagar uma coima.
Primo de Daniel encontra-se a cumprir pena efetiva de prisão por crime de furto (a
15 de setembro de 2021 - art.º 3), tendo em conta o art.º 203 do CP com pena de
prisão de 1 ano. A nova Lei Z entrou em vigor 3 meses depois do primo de Daniel ter
cometido o crime, aplicando-se, atualmente, uma coima de €250,00 a €2.500,00 que é
mais favorável à pena de prisão de 3 anos ou pena de multa à qual foi condenado.
Deste modo, de acordo com o art.º 2, n.º 4 do CP, a nova Lei Z favorece o arguido,
o primo de Daniel pode sair da prisão e pagar a coima.