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DO ATENDIMENTO
COM BONECOS
LEIDIANE NOGUEIRA- GUIA DE ATENDIMENTO SISTÊMICO
SUMÁRIO
AS ORDENS DO AMOR
AULA 1 – As ordens do amor e da ajuda
Anexos 2
3
| LEIDIANE NOGUEIRA - GUIA DE ATENDIMENTO SISTÊMICO
AS ORDENS DO AMOR
Muitas pessoas supõe que se nós amarmos bastante o amor triunfará e tudo se transformará em bem. A
experiência demonstra que isto não é verdade. Às vezes os pais veem desesperadamente como os seus
filhos, embora profundamente amados, tornam-se diferentes do que eles esperavam, por vezes ficando
doentes, viciados em drogas ou suicidas. Tais experiências mostram que, para além do amor, é
necessário algo mais para que o amor seja bem sucedido. O que o amor requer é que nós
compreendamos e sigamos as escondidas ordens do amor.
Todos tem igual direito de pertencer. Cada membro da família tem o mesmo direito de
pertinência , não importa o que o indivíduo fez ou faça de condenável, pecaminoso, reprovável
ou errado, ele continua tendo o direito de pertencer ao sistema familiar. Ninguém ou nada deve
ser excluído do sistema familiar. Isso não quer dizer que a pessoa irá ficar isenta de suas
restrições e até mesmo de punições legais, mas que no sistema familiar ela continua tendo o
mesmo direito de pertencer.
Hierarquia para o sistema familiar é: os mais antigos vem primeiro e os mais novos vem
depois. Quem vem primeiro tem precedência sobre os que vem depois. Os pais são os grandes e
os filhos são os pequenos. Quando o filho se sente maior, mais importante e mais capaz que os
pais e se comporta como se os pais fossem incapazes acreditando que tem o direito de mandar
na vida dos mesmos, esse filho passa a carregar um destino pesado, tornando sua vida turbulenta
e cheia de dor.
ensinado o seguinte: os filhos precisam dos pais, mas os pais não precisam dos filhos.
Estas são as três leis que Bert Hellinger foi descortinando ao longo de suas observações durante
os trabalhos terapêuticos práticos que ele desenvolveu ao longo dos anos. Esse processo se
desdobrou e sua percepção foi se aprofundando sobre o funcionamento de famílias,casais,
nações, empresas e sistemas, onde todo grupo funciona como um organismo vivo que se
auto regula para permitir que a vida aconteça ao longo do tempo.
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Há uma qualidade básica na ajuda: reconhecer no outro a capacidade de lidar com a sua própria
realidade e história. Aquele que oferece ajuda está sendo apenas uma lanterna, que traz luz para
momentos onde a visão está obstruída pela escuridão.
As ordens da ajuda: Ajudar, sem tomar para si
Ver-se como lanterna é reconhecer que o outro está no controle da sua vida, e que a ajuda vai ser
recebida até onde o outro a permitir. Um bom ajudador somente ilumina.
As ordens da ajuda dizem que somente quem recebe a ajuda é capaz de fazer algo com o que vê.
Há um limite claro de até onde um ajudador pode ir.
Também um bom ajudador não se enche de expectativa do resultado da sua ajuda. Ele deixa o
caminho livre para que os outros se movimentem do jeito que melhor cabe a cada um. Ao deixar o
outro livre, o ajudador também está livre, e se movimenta levemente na direção do seu próprio
destino.
Dessa forma permanece capaz e disponível de “clarear” o campo de visão de outras pessoas,
sendo uma ajuda que respeita o outro e seu destino.
Dar apenas o que se tem, e pegar para si somente o que se necessita. Dessa forma, quem ajuda
e quem é ajudado é beneficiado mutuamente nesta troca equilibrada. Quando isso não ocorre, as
desordens aparecem:
1-Querer dar o que não tem.
2-Querer tomar algo que não precisa.
As 5 Ordens da Ajuda
Bert Hellinger trouxe em “As ordens da ajuda”, algumas questões a se prestar atenção quando
nos colocamos como profissionais da ajuda.
“As ordens da ajuda das quais falo aqui têm a ver com a ajuda como profissão, não com a ajuda
interpessoal. Há uma diferença entre as duas. A ajuda como profissão é uma arte, uma habilidade
de saber como. Sobretudo, precisamos saber como fazer para não nos deixarmos ser envolvidos
em um relacionamento.” Bert Hellinger, livro “O amor do espírito”
A primeira ordem da ajuda consiste, portanto, em dar apenas o que temos, e tomar somente
aquilo de que necessitamos.
A primeira desordem da ajuda começa quando uma pessoa quer dar o que não tem, e a outra
quer tomar algo de que não precisa; ou quando uma espera e exige da outra algo que ela não
pode dar, porque não tem.
Há desordem também quando uma pessoa não tem o direito de dar algo, porque com isso tira da
outra pessoa algo que somente ela pode ou deve carregar, ou que somente ela tem a capacidade
e o direito de fazer. Assim, o dar e o tomar estão sujeitos a limites, e pertence à arte da ajuda
percebê-los e respeitá-los.
Colocar-se diante do cliente como outro adulto, reconhecendo nele as possibilidades que
ele têm para alterar seu destino e dificuldades, cria um campo onde ambos estão mais fortes para
avançar na direção de uma solução.
Também não sair de seu próprio lugar como ajudador para ocupar o espaço trazido pelas queixas
do cliente, tentado suprir algo que parece estar vago, é outra característica da postura que um
verdadeiro ajudador pode ter.
As desordens aqui são:
1-Permitir reivindicações infantis
2-Tratar o cliente como uma criança
3-Poupar de algo que o cliente mesmo precisa carregar – a responsabilidade e as consequências.
Reconhecer o cliente como um adulto capaz é o primeiro passo para que o cliente tambem se
perceba como tal, e dessa forma se apodere das possibilidade de mudança. Dessa forma, ele
caminha adiante com sua própria força e capacidade.
As desordens são:
1-Desrespeitar ou ignorar outros membros da família.
2-Não olhar para aquele membro excluído da família que tem nas mãos a chave para a solução.
3- Não perceber as reivindicações infantis diante da dureza da empatia sistêmica necessária para
uma solução como liberação e fonte de força.
4-Deixar de olhar para algo maior, algo além do cliente e se curvar diante disso.
Somente na inclusão de todos que podem estar presentes ou não na queixa do cliente reside uma
boa maneira de olhar para uma solução.
para uma nova forma de olhar para aquele que busca ajuda, para lidar com suas dificuldades.
As desordens aqui são:
1-Julgamentos
2-Condenação
3-Indignação moral
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Pertencem a um sistema familiar, primeiramente, todos os que foram gerados por integrantes do
sistema ou que nasceram nele. Isso abarca os nascidos e também os filhos não nascidos, que
passam a pertencer ao sistema familiar a partir do momento de sua concepção.
Para além dos filhos, os pais e seus irmãos, também aqueles que nasceram ou que morreram
durante a gestação. As avós e bisavós, e todos aqueles que vieram antes, também fazem parte
deste sistema.
O que assegura o pertencimento é o vínculo que une todas estas pessoas no fluxo da vida.
Os filhos. Portanto, nós mesmos e nossos irmãos e irmãs. Não somente os que vivem,
mas também os natimortos, os abortados e frequentemente também os abortos
espontâneos. Justamente aqui existe muitas vezes a idéia de que podemos excluí-los. E é
claro que pertencem também à família os filhos que foram ocultados ou dados.
Para a consciência coletiva todos eles fazem parte completamente, são lembrados por
ela e trazidos de volta à família, são trazidos de volta cegamente, sem levar em
consideração justificativas e desejos.
2. O nível acima dos filhos. A este nível fazem parte os pais e seus irmãos biológicos.
Aqui também todos os irmãos e irmãs deles, como eu já enumerei antes para os filhos.
Também os parceiros anteriores dos pais fazem parte. Se são rejeitados e excluídos,
mesmo que estejam mortos, são representados por um dos filhos, até que sejam
lembrados e trazidos de volta à família, com amor.
Hellinger traz ainda algumas observações sobre o que nos influência e atua dentro do
sistema familiar. Por exemplo, relacionamentos anteriores dos pais, mesmo que não
concretizados por meios legais, podem gerar uma influência no sistema dos filhos de
relacionamentos posteriores.
Ou pessoas através das quais um integrante do sistema recebeu uma vantagem também
entram no campo de influência da rede familiar para todos aqueles que virão depois.
Todos estes movimentos geram vínculos que entrelaçam os destinos das pessoas
envolvidas e que podem influenciar a vida daqueles que virão depois.
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Também estão vinculados aqueles que passam por situações limites como guerras,
vínculos gerados entre companheiros de combates como também pelas vítimas e algozes
que existem em situações como esta.
A Constelação Familiar nas suas origens nasceu da experiência em grupo e não no atendimento
individual.
As pessoas que primeiro percebeu que era possível fazer constelação usando bonecos foi o casal
Jakob Schneider e Sieglinde Schneider, ele além de aluno era amigo pessoal de Bert
Hellinger. Não demorou muito para perceber que alí estava presente seu próprio método de
atendimento sem a necessidade obrigatória de representantes.
Na Constelação Familiar com bonecos o próprio facilitador é o representante.
Não são os bonecos que captam algo e sim o próprio facilitador.
Os bonecos servirão para configurar para o cliente o que está acontecendo no campo, o que o
facilitador está captando do campo com o seu corpo.
Âncoras
Folhas de papel sulfite, tapetinhos de borracha eva, sapatos, almofadas, bonecos ,tudo isso pode
ser usado para marcar espaços no chão ou em um espaço delimitado e perceber o campo.
Esse é um método muito usado por vários terapeutas e tem bons resultados porque olhamos as
âncoras umas em relação às outras.
Podemos capturar sensações a partir desses lugares marcados e assim extrairmos informações
valiosas para o cliente.
Olhamos para onde o Indivíduo está vinculado, ampliamos o olhar e olhamos para a família
inteira, para as histórias vividas que permanecem presentes no inconsciente do cliente, como uma
forma de fazer parte do seu clã familiar, uma maneira buscada pelo cliente para pertencer.
em função da completude e coerência do sistema. Dá-se ao cliente o tempo necessário para que
ele internalize profundamente a imagem organizada ou “imagem de solução”, transformando suas
conexões. Nesta imagem, as Ordens do Amor foram consideradas e as conexões amorosas dos
vínculos de pertencimento restabelecidas.
A questão real do cliente é frequentemente oculta no início da sessão individual, como esta,
também a força que deve ter um efeito positivo na solução.
Uma orientação é necessária no trabalho com constelações e o processo na alma que apóia este
trabalho. Essa orientação deverá ser mais curta, levando imediatamente para fora de qualquer
questões ou distrações, evitando dispersar a atenção e energia em direção aos processos
familiares fundamentais e construindo confiança para um trabalho conjunto.
Se não temos a menor idéia de qual direção o trabalho seguirá, algumas vezes é útil oferecer uma
mistura de exemplos curtos e prestar atenção à reação do cliente.
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A base para um passo que resolve em uma constelação é construída a partir da informação
importante: os eventos mais relevantes na história da família, a família de
origem ou a família atual, os destinos daqueles da família ou do clã. Esta informação e o modo
como os clientes compartilham–na freqüentemente levam a um profundo movimento através das
relações do sistema e a primeira vista um amor que atua, a um respeito e a emaranhamentos.
Você pode sentir imediatamente qual informação tem força e qual não tem, Se algo importante
foi omitido ou se o cliente não tem uma informação crítica. Essa troca de informação é dialógica e
ambos, cliente e o terapeuta, precisam ter contato com a "alma do grupo familiar". O processo
reside no essencial e existe a serviço da solução.
O núcleo da orientação do trabalho sistêmico é a imagem da constelação em si mesma:
encontrar – permitindo a si mesmo ser tocado por – as dinâmicas das relações do sistema,
rearranjando as posições das figuras na "imagem de solução" e falando as sentenças apropriadas
de vínculo e liberação.
Os risco e erros que podem ser causados ao se fazer uma constelação com figuras são
basicamente os mesmos que se apresentam quando fazemos constelações em grupos:
- Que você trabalhe sem que o cliente esteja totalmente pronto para tal, portanto sem a força do
cliente; - Que você siga algum padrão pré-determinado que não permita que aquilo que é novo e
diferente surja.
- Que você trabalhe com excesso de informação ou perca informação crítica;
- Que você seja influenciado por padrões visuais e associações que não estão em harmonia com
a alma.
O terapeuta vê a solução através da compreensão do cliente. Compreensão significa ver
aquilo que emerge da profundidade oculta e que não está oculto à visão. As coisas que se
desemaranham e resolvem usualmente vem inesperadamente e calmamente. Elas tocam, servem
à paz e favorecem a ação. Elas honram todos e são benéficas a todos do sistema.
Papel do constelador:
O papel do facilitador no processo da constelação individual é muito importante, uma vez que as
figuras utilizadas para representar não podem falar ou mover-se por conta própria. E também o
cliente nem sempre está preparado para separar suas próprias percepções dos movimentos que
surgem na constelação. Dessa forma, se necessário, pode caber ao facilitador a movimentação
das peças, a sugestão de frases e o caminho para uma solução final, onde cada integrante
daquela alma familiar encontre seu lugar correto.
Esse caminho pode ser feito com o constelador sentindo os movimentos necessários (quando
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bem conectado ao cliente) ou fazendo questionamentos com o cliente e percebendo suas reações
no sentido de validar as suas observações.
O mais importante, assim como numa constelação em grupo, é o cliente ser tocado pelas frases
e movimentos que revelam vínculos profundos, o alívio e liberação de energias represadas em
movimentos interrompidos ou dos integrantes fora de seu lugar.
O objetivo também é o mesmo: permitir ao cliente perceber as dinâmicas que atuam, liberando-se
das amarras inconscientes e tomando o seu lugar e a força de seu campo familiar para seguir com
sua própria vida.
Tema da constelação
Dicas:
Investigação e Fatos
Campo da constelação
Posicionamento saudáveis
O terapeuta tem que prestar atenção: Como o cliente montou a imagem, no caso do online o
constelador é que posiciona o boneco conforme a intuição do cliente.
Veja quem está no centro(lugar de força) e quem gravita pela periferia. Quem está entrando, quem
está saindo, quem foi excluído ou colocado à parte.
Se a imagem agrega ou desagrega. Em que direção estão olhando. Existe uma direção comum ou
cada um olha para um lado?
Como está o cliente em relação ao todo, ele está dentro ou está fora? O cliente Em que posição está
o cliente? De filho ou de pai ou de mãe de alguém? De quem?
Se há posições de confronto, face a face ou eu só vejo você e nada mais. Se o terapeuta tiver
dúvidas, antes de afirmar o que está vendo pergunte: porque será que eles estão cara a cara?
Durante a leitura do campo, use os dados que você recolheu sobre a família. Use os fatos que foram
marcantes. Se tem dúvidas, pergunte novamente o que aconteceu e ligue os fatos com a imagem. É
só conectar o que está vendo com os dados e fatos.
Importante observar:
*Posicionamento
*Distância
*Direcionamento
*Significado
* Nível de consciência do cliente.
*verificar se as funções do sistema estão em ordem
* Referencias do cliente são saudáveis ou doentios
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Informações relevantes:
A meu ver não temos como entrar no sagrado de alguém (seu sistema ) e nos sentirmos
totalmente seguros.
A cada atendimento há sempre um frio na barriga.
Sempre confiamos na força do campo, na nossa intuição e na nossa coragem E AMOROSIDADE
EM AJUDAR.
Terminando a constelação
Iremos sentir o momento de terminar, a energia vai diminuindo depois de vir a luz ( ser revelado)
aquilo que estava oculto e que precisava ser visto.
Tire os elementos do campo, agradeça o cliente pela oportunidade que ele te concedeu e
entregue a ele aquilo que é dele e fique somente com o que é seu.
Gostaria de começar dizendo algo sobre as Ordens do Amor entre pais e filhos, partindo da
perspectiva do filho. Estas observações são tão fundamentais e óbvias que eu hesito
completamente em mencioná-las, mas não obstante são frequentemente esquecidas. Quando os
pais dão a vida, agem de acordo com o mais profundo da sua humanidade, e dão-se enquanto
pais aos seus filhos exatamente como são. Pai e mãe, consumando o seu amor um pelo outro,
dão aos seus filhos tudo o que são.
Assim, a primeira das Ordens do Amor é que filhos tomam a vida como ela lhes é dada. Uma
criança não pode deixar qualquer coisa de fora da vida que lhe é dada.
O Amor, para ter sucesso, requer que um filho aceite os pais tal como são, sem medo e sem
imaginar que poderia ter pais diferentes. Afinal de contas, pais diferentes teriam filhos diferentes.
Nossos pais são os únicos possíveis para nós. Imaginar que qualquer outra coisa seja possível é
uma ilusão. Aceitar a vida como ela é é a primeira ordem do amor entre pais e filhos
Mas sinta o que se passa na alma quando você imagina os filhos dizerem aos seus pais, “o que
vocês me deram, primeiro, não foi a coisa certa, e segundo, não foi suficiente”. O que é que os
filhos recebem dos seus pais quando sentem desta maneira? Nada. E o que é que os pais
recebem dos seus filhos? Também nada. Tais filhos não podem separar-se dos seus pais. Suas
acusações e pedidos amarram-nos aos seus pais de modo que, embora estejam limitados a eles,
não têm nenhum progenitor. Sentem-se então vazios, necessitados e fracos.
Esta é a segunda Ordem do Amor, que os filhos tomem o que seus pais lhes dão para além
da vida como ela é.
A terceira Ordem do Amor entre pais e filhos é que respeitamos o que pertence aos nossos
pais pessoalmente, e permitimos que façam o que somente eles, podem e devem fazer.
Quando filho se torna adulto, diz aos pais: "Recebi muito, e isso basta.Eu o levo comigo em minha
vida". Então ele se sente satisfeito e rico. E acrescenta: "O resto eu mesmo faço". Também essa é
uma bela frase. Ela nos torna independentes.
A quarta Ordem do Amor entre pais e filhos é que pais são grandes e os filhos são pequenos.
É apropriado que os filhos aceitem e os pais dêem.
Porque os filhos recebem tanto, têm necessidade de balancear a conta. Faze-nos sentir
incomodados quando aceitamos daqueles que amamos sem poder retribuir. Com os nossos pais
nunca podemos corrigir o desequilíbrio porque eles dão sempre mais do que nós podemos
retribuir.
Quando um filho insiste em sua exigência aos pais, não pode se tornar independente, pois sua
cobrança o prende a eles. Contudo, apesar dessa amarra, o filho não tem os seus pais, nem os
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pais têm o filho. O que é próprio dos pais além do que os pais são e dão, eles também têm coisas
que conquistaram por merecimento ou sofreram como perdas.Isso lhes pertence a título pessoal,
e os filhos só participam disso indiretamente.
Os pais não podem nem devem dar aos filhos o que lhes pertence pessoalmente, e os filhos não
podem nem devem tomá-lo dos pais. Pois cada um é o artífice da própria felicidade e da própria
desgraça.
Quando um filho se arroga o que é um bem ou direito pessoal dos pais, sem realização
própria e sem um destino e um sofrimento pessoal, ele reivindica o que não tem e cujo preço não
pagou. O dar e tomar que serve à vida e à família se inverte quando um mais novo assume algo
pesado em lugar de um mais velho, por exemplo, quando um filho assume, por um dos pais, uma
culpa, uma doença, um destino, uma obrigação ou uma injustiça que foi cometida contra ele.
Quando os pais querem tomar dos filhos, e os filhos querem dar aos pais o que estes não
tomaram dos próprios pais ou dos próprios parceiros. Então os pais querem tomar, como
se fossem filhos, e os filhos querem dar, como se fossem pais.(FILHO PARENTAL) Com
isso, o dar e tomar, em vez de fluir de cima para baixo, tem de fluir de baixo para cima, contra a
força natural.
Quando um filho infringe a hierarquia do dar e tomar, ele se pune com severidade,
frequentemente com o fracasso e o declínio, muitas vezes financeiro, sem tomar consciência
da culpa e da conexão. Isto porque, como é por amor que ele transgrede a ordem ao dar ou
tomar o que não lhe compete, não se dá conta da própria arrogância e julga que está agindo
bem. Porém, a ordem não se deixa suplantar pelo amor. Pois o sentido de equilíbrio que atua na
alma, anteriormente a qualquer amor, leva a ordem do amor a fazer justiça e compensação,
mesmo ao preço da felicidade e da vida.
Por essa razão, a luta do amor contra a ordem está no início e no fim de toda tragédia, e só
existe um caminho para escapar disso: compreender a ordem e segui-la com amor.
Compreender a ordem é sabedoria, segui-la com amor é humildade.
Quando os filhos exigem, “vocês devem dar-me mais,” então os corações dos pais fecham-se.
Porque os filhos exigem, os pais não podem mais inundá-los voluntariamente de amor. É tudo o
que essas exigências conseguem, elas proíbem o fluxo natural do amor. E os filhos exigindo,
mesmo quando conseguem algo, não lhe dão valor.
Quando os pais não liberam o filho para ir para a vida: esse filho se torna o projeto de vida dos
pais ou de um deles e não tem permissão para seguir sua vida, pois se o fizer se sentirá de má
consciência com o sistema de origem.
Pais que jogam as expectativas infantis deles nos filhos(Pais infantilizados que vivem doentes e
na depedência dos filhos).
Filhos que por amor se une a um dos genitores entrando no triangulo dramático: vítima,
perpetudor e salvador.Muitas vezes se envolvendo em dinâmicas de filhinho da mamãe e filhinha
do papai, tais dinâmicas poderá impedir os filhos de seguir para a vida, casar ter filhos, pois o
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Se os pais têm doenças que os impedem de ter cuidados consigo, com as finanças, com a saúde,
o filho deve fazer isso como filho, não deve fazer isso se sentindo maior que eles e sim menor.
Não devem fazer por dó, nem para aliviar, mas sim olhar com respeito para a força que os pais
têm para cuidar dos seus destinos, sem que os filhos se sintam grandes, vendo o quanto a pessoa
é forte e tem dignidade para poder receber cuidados.
Não devem tratar do pai ou mãe como se fossem seus filhos, precisam manter o respeito, não se
sentido responsável ou querendo salvar a vida dos pais.
Quando um filho cuida muito dos pais e se intromete na vida deles, o melhor é parar, agradecer e
respeitar. Esta atitude traz de volta a dignidade dos pais, assim volta à ordem da hierarquia.
Identificação inconsciente com antigos parceiros de um dos pais que podem levar a sérios
problemas de relacionamento materno e paterno
Não poder criar uma nova família.
Estar amaranhada na família de origem. O que levam a muitos rompimentos
Sentir culpa inconsciente que pode gerar doenças.
Dificuldades no universo profissional.
Depressão.
O amor cego
Os filhos são ilimitados no amor mas limitados na experiência de vida, de modo que para eles é
grande a tentação de comungar com a infelicidade dos pais. Se a mãe está deprimida, os filhos se
sentem tentados a imitá-la. Se o pai bebe demais, os filhos se sentem pressionados a encontrar
alguma maneira de igualá-lo no sofrimento, talvez impedindo-se de vencer na vida. O amor
maduro, porém, exige que as crianças renunciem pouco a pouco ao amor cego da infância e
aprendam a amar como adultos. Em vez da repetição do que é prejudicial, o amor maduro quer
que elas se livrem dos embaraços familiares. E assim que elas preenchem as expectativas e
esperanças mais profundas de seus pais.
Mesmo querendo ser como os pais, os filhos temem o destino deles. Por isso, exteriormente,
podem rejeitar os pais e tentar ser diferentes, ainda que às ocultas procurem imitá-los. Esses
filhos, embora alardeiem suas diferenças, continuam a agir inconscientemente como os pais e
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atraem ou repelem situações de vida em que experimentam praticamente o mesmo que eles
experimentaram. Quando os filhos dizem aos pais: “Em nenhuma circunstância hei de ser como
vocês”, continuam a amá-los cegamente e estão atados a eles. A despeito de si mesmos,
empenham-se em seguir o exemplo paterno e tornam- se exatamente iguais. Quando os filhos
temem ser iguais aos pais, vivem a observá-los, pois têm de aprender constantemente a não sê-
lo; não é de admirar, pois, que acabem sendo.
Se um dos pais passar, direta ou indiretamente, esta mensagem ao filho: “Não seja como seu
pai/mãe”, a lealdade dele exigirá que ele se torne igual ao genitor proibido.
Texto extraído do livro A Simetria Oculta do Amor - Bert Hellinger
Alguém imita (destino, fracasso, vícios etc...) o comportamento de algum excluído do sistema.
Identificação inconsciente com antigos parceiros de um dos pais que podem levar a sérios
problemas de relacionamento materno e paterno
Não poder criar uma nova família.
Estar emaranhado na família de origem. O que levam a muitos rompimentos
Sentir culpa inconsciente que pode gerar doenças.
Dificuldades no universo profissional.
Depressão.
Homem e mulher chegam juntos na construção da família, têm funções diferentes, mas não há
diferença de hierarquia.
Dentro do casamento ambos devem respeitar-se mutuamente, porque chegaram ao sistema
juntos.
Relacionamentos anteriores (ex-maridos, ex-esposas ou ex-relacionamentos significativos),
possuem precedência, enquanto que os novos sistemas formados (novos casamentos)
possuem prioridade.
Para ter relações saudáveis, é preciso se libertar de padrões pessoais e
de gerações passadas.
*Não respeitar o equilíbrio de troca o que significa dar e receber na mesma proporção
*Colocar os filhos acima do cônjuge. Numa família, os pais já lá estavam antes dos filhos. O
seu amor um pelo outro enquanto homem e mulher, fundaram a família, e vem antes do seu amor
para com os seus filhos, como pais. Em tais famílias, os pais já não são principalmente um casal,
mas sim fundamentalmente pais, e os seus filhos geralmente sofrem com isso.
*Se colocar na postura infantil reivindicando do cônjuge o que os pais deveriam ter dado (ao
ver do cliente) damos a isso damos o nome de criança interior que precisa de acolhimento.
As pessoas que estabelecem relacionamento na esperança reconhecida ou não de que ganharão
algo que não recebem do pai ou da mãe, na verdade estão procurando pelos pais. O apego que
se desenvolve é o apego entre filhos e pais. Sucede às vezes que um homem em busca da mãe
encontra alguém em busca de um filho, ou que uma mulher em busca de um pai encontra alguém
em busca de uma filha. Esses casais podem ser muitos felizes durante algum tempo, mas se
tiverem filhos, cônjuges e filhos encontram dificuldades para ajustar a parceria.
Nos meus atendimentos, por exemplo, é muito comum mulheres que chegam com dificuldades
para se relacionar terem crenças do tipo: “os homens não são confiáveis” ou “os homens são
fracos”. São mulheres que na infância ou adolescência testemunharam suas mães ou avós
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sofrerem devido à infidelidade de maridos, ou passaram a vida ouvindo essas mulheres criticarem
seus companheiros. Quando adultas, se comportam como se dissessem: “se minha mãe sofre por
não ter tido sorte nos relacionamentos, ou por ter sido traída pelo meu pai, então eu também não
posso ser feliz. Preciso segui-la no sofrimento e na infelicidade”. Assim, ao repetirem o mesmo
destino de suas mães ou avós, ou seja, atraindo muitas vezes homens que as abandonam
ou as traem, essas filhas e netas se sentem infelizes, porém, de boa consciência.
O amor interrompido
Trauma é tudo aquilo que aconteceu cedo demais, rápido demais ou forte demais.
Peter Levine
Porém, para uma pessoa (ou criança) que ainda não estava preparada para enfrentar
certo acontecimento, como por exemplo uma ausência prolongada da mãe e que fez
surgir nela a sensação de abandono, isso se torna uma marca interna que pode
acompanhar todos os seu movimentos durante a vida, em relação à sua família, seus
relacionamentos, seu trabalho e a vida em si.
Ele orienta como podemos restabelecer este contato quando houve um movimento
interrompido:
“Com crianças pequenas a mãe ainda consegue isso facilmente. Ela toma o filho nos
braços, aperta-o amorosamente contra si e o mantêm pelo tempo necessário, até que
esse amor, que tinha se transformado em raiva e tristeza, flua de novo abertamente para
ela.” Bert Hellinger.
Com filhos adultos, Hellinger diz que também é possível uma mãe ajudar seu filho,
porém é necessário que se regrida em suas sensações e emoções à época onde a
interrupção do movimento aconteceu. Esta é uma sutileza que exige de ambos que se
permitam retornar a um momento que para a criança foi doloroso, e que ainda reside no
adulto que ele se tornou.
Mais tarde quando essas crianças querem ir em direção a alguém, por exemplo, a um
parceiro, seu corpo se lembra do trauma da separação precoce. Então se detêm
internamente em seu movimento em direção a ele. Ao invés de se dirigirem ao parceiro,
ficam esperando que ele venha em sua direção. Quando ele realmente se aproxima,
frequentemente têm dificuldade de suportar sua aproximação. Rejeitam-no de uma ou de
outra forma, ao invés de receberem-no felizes e tomá-lo. Sofrem com isso e mesmo assim
só podem se abrir para ele hesitantes e, quando fazem isso, muitas vezes o fazem só por
um curto espaço de tempo. Algo parecido ocorre em relação ao seu próprio filho. Algumas
vezes também suportam com dificuldade a sua proximidade.
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Às vezes, o filho já adulto interrompe seu movimento para os pais porque os despreza
ou os reprova, pois tem a impressão de ser melhor ou de querer ser melhor, ou porque
espera deles mais do que podem dar. Nestes casos, o movimento deve ser precedido por
uma reverência. Esta reverência corresponde, em primeiro lugar, a uma evolução interior.
Mas dá mais força se é visível e audível. Isso pode ser feito num grupo de apoio no qual
“o filho” posiciona a sua família de origem, se inclina perante os representantes dos seus
pais até tocar o chão, com as palmas das mãos para cima, e permanece nesta posição
até o momento em que é capaz de dizer a um deles ou aos dois: “Eu honro vocês”. Às
vezes acrescenta: “Sinto muito”, “Eu não sabia”, “Senti muita falta de vocês” ou,
simplesmente, “Por favor”.
O dinheiro deve ser empregado a serviço da vida, pois o dinheiro é uma imagem da vida e quem
desrespeita o dinheiro desrespeita a vida. O dinheiro é sempre representado nas Constelações
por uma mulher - por quê? Porque o dinheiro é fértil. Dinheiro é energia e está a serviço da vida.
O sucesso dos negócios e na profissão vem com a bênção da mãe. Sem isso só há fracassos,
pois o dinheiro tem a imagem da mãe; quem rejeita a mãe permanece pobre. Mas não podemos
esquecer o pai - ele sustenta a mãe, ampara a mãe. A partir do respeito e do amor pela mãe, o
dinheiro vem abundante.
A Ordem de Riqueza é essa: o filho vai até a mãe e se curva homenageando e aceitando a mãe,
que é sustentada e amparada pelo pai, que também deve ser reverenciado pelo filho. A maioria
das pessoas trabalha para ter dinheiro, trabalham se afastando da vida. Então, a dinâmica do
dinheiro jamais poderá se desdobrar em riqueza.
O dinheiro nunca pode ser o objetivo de vida. Para enriquecer, o único trabalho a ser feito é
mudar a postura interna. O dinheiro é adquirido através de algo que fazemos; dinheiro vindo pelo
nosso empenho nos faz feliz e serve a vida, mas, como a vida, o dinheiro quer ser gasto a serviço
da vida. O dinheiro herdado não foi por empenho ou trabalho - por isso acontecem falências. É
mais fácil de gastar. Por isso, despedir-se do campo da pobreza e movimentar-se em direção ao
campo da riqueza é uma conquista espiritual.
Como ganhar muito dinheiro: sentir a agitação e motivação que me levam para uma ideia. Eu
tenho uma ideia e ela toma conta de mim. A paixão vem e toma conta de mim. Ali nasce a
riqueza. Ninguém pode procurar uma paixão. O dinheiro é resultado de um objetivo, de uma
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paixão. Se o dinheiro é um meio para o meu objetivo, primeiro perderei o dinheiro, depois a saúde
e depois a família.
Não podemos esquecer das lealdades que nos empobrecem: se a família foi pobre, a filha (O) tem
que permanecer pobre.
Necessitamos aceitar e reverenciar a pobreza dos antepassados, mas trazer a prosperidade como
um novo olhar e uma nova possibilidade a todo sistema."
Bert Hellinger
Carregamos em nós memórias de padrões dos nossos pais, avós, bisavós. E na minha prática de
constelação familiar, vejo o quanto que estas memórias estão impregnadas de enganação,
perdas, descasos, opressão, mau uso do dinheiro, e assim por diante. Por exemplo: Quantos pais
e mães deixaram de cumprir suas funções de provedor, no passado? Quantos filhos bastardos
não tiveram direito a nada? Nem as respectivas mães? Quantas brigas, por causa de dinheiro,
demoliram a convivência do casal? Isso e muitos outros fatores, sem que saibamos
conscientemente, estão afetando a nossa forma de se comportar em relação às finanças.
Estas perguntas podem ajudar você a entender alguns aspectos internos da sua relação
com o dinheiro.
No campo perceba:
Quem está mais próximo do dinheiro?
O cliente olha para ele ?
O interessante seria colocar também projeto de vida e profissão.
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E a doença na visão sistêmica, vem nos contar algo, sobre nós, sobre nosso sistema familiar. Algo
que precisa ser olhado, integrado, equilibrado, respeitado, concordado, amado…
Algo que pode ter sido violado em gerações anteriores, considerando todos os acontecimentos
que aconteceram. E nós podemos através da identificação, lealdade sistêmica, repetição de uma
situação ou padrão, exclusão ou dificuldades vividas estar a serviço e olhando para isto, de
maneira inconsciente.
Entendo que vamos somatizando, desenvolvendo, adoecendo, sendo tomados a serviço pelo
nosso sistema familiar, quando não olhamos para o que precisa ser olhado, ordenado, incluído,
equilibrado e amado.
E no meu entendimento, a constelação é revolucionária neste sentido e traz consigo uma
oportunidade de percepção dentro das Forças do Amor, estudadas por Hellinger, que podem ter
sido transgredidas.
Nossa lealdade e nosso amor nesse caso, são cegos. Através da constelação, vemos realmente
esses destinos sofridos e os honramos, como adultos que reconhecem seus lugares e seus reais
papéis dentro da rede familiar.
Ao decidirmos olhar para a questão de forma mais ampla, muitas doenças podem ser entendidas
e curadas, honrando e respeitando o destino dos nossos antepassados, o que se observa é o
enfraquecimento ou até a diluição total da dinâmica nas gerações posteriores.
Investigar quando a doença começa e observar se houve mortes trágicas no sistema que
antecederam a doença.
Expiação de culpa
Doenças como câncer de útero e mama, observar dinâmicas com a maternagem.
Lealdades familiares a doenças ditas hereditárias.
Se atentar para se aniversário de morte de alguém querido coincide com a doença do cliente.
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(síndrome do aniversário).
Referências bibliográficas
HELLINGER, Bert.Ordens da ajuda / Bert Heliinger; tradução de Tsuyuko Jinno-Spelter — Patos de Minas:
Atman, 2005.
HELLINGER, Bert.O Amor do Espírito na Hellinger Sciencia /Bert Hellinger; tradução Filipa Richter,
Lorena Richter, Tsuyuko Jinno-Spelter. Patos de Minas: Atman, 2009. 216 p.
31988782749
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Anexo
Elas também são chamadas de ‘ordens da ajuda’. Ao perceber algo que no sistema familiar
do cliente se encontra bloqueado, como o relacionamento entre duas pessoas por exemplo, o
facilitador sugere uma frase que ajuda a trazer à tona a questão principal da dificuldade.
Com o uso destas palavras, é possível que novos movimentos surjam a partir do momento
em que elas foram ditas.
Em nossa experiência, vivenciamos que são frases que tocam em questões profundas da
vida e que trazem para todos os participantes o que é realmente essencial.
A frase também serve como uma forma que cliente que trouxe o tema tem de vivenciar
pontos que ele prontamente reconhece como fazendo parte de sua dificuldade, mas que ele
não conseguia identificar anteriormente.
Essa compreensão acontece em um nível corporal e racional e auxilia o cliente no
movimento para a resolução de uma questão que atrapalha sua vida.
Vamos colocar algumas frases que aparecem com certa frequência na constelação e
explicar brevemente sobre dinâmicas possíveis que elas podem demonstrar.
Lembramos novamente que esse artigo de forma alguma tenta esgotar as explicações e
utilizações de cada frase, mas somente é uma forma de ampliar o conhecimento das
pessoas sobre Constelação Familiar de Bert Hellinger.
“Por Favor”: Muitas frases utilizadas nas Constelações iniciam-se com um “Por favor”. A
utilização dessa frase permite primeiro ao cliente reconhecer a sua subordinação ao sistema
familiar como um todo.
Compreender este fato é uma chance de reconhecer a realidade própria e dos familiares,
inclusive naquilo que é difícil. Os conhecimentos trazidos por Hellinger e outros estudiosos
das relações familiares mostram que nossa liberdade perante acontecimentos da vida é
limitada.
Isso não nos retira a responsabilidade pelos nossos atos, porém nos cede a compreensão
maior de tudo que nos influencia.
“Você é o pai/mãe certo(a) pra mim”: Na continuidade do exemplo anterior, a frase “Você
é o pai/mãe certo(a) pra mim” complementa a noção de que aquele filho só existe com
aquele pai e aquela mãe.
A mudança de qualquer um dos dois resultaria em um indivíduo diferente. Assim, se há amor
pelo filho, é porque há amor por aquele que permitiu que ele fosse gerado. Quando se fala
em amor entre casais separados, é disso que se fala.
O reconhecimento de que aquele filho só pode ser gerado no encontro e no amor de um
homem e uma mulher especificamente. O fato de o relacionamento não continuar
posteriormente não encerra com este encontro profundo.
“Sinto muito, eu fui muito arrogante”: Essa frase é bastante dita em situações onde a
identificação entre familiares é tão extrema, que um deles (geralmente o de uma geração
posterior) adota dificuldades de outros como forma de “aliviar” ou “ajudar”.
A constelação vê isso como arrogância pois é uma visão fantasiosa do problema. O resultado
prático dessa postura é geralmente o sofrimento de duas ou mais pessoas, sem que nada
seja efetivamente resolvido. A frase “Sinto muito” também é percebida diferente da “me
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desculpe”.
Com a frase “Agora deixo isso com você, com amor”, é possível perceber como essa nova
postura emana muito mais força e permite ainda um vínculo saudável entre essas duas
gerações que antes estavam conectadas através do sofrimento.
“Você também faz parte”: Em sistemas com exclusões, como por exemplo o aborto, é
comum que esse movimento atue em todos os seus integrantes. Muitas vezes os clientes
com essa característica chegam nas constelações com o sentimento de “falta algo” em suas
vidas.
A exclusão se faz clara numa constelação, e a frase que traz APROXIMAÇÃO é “você
também faz parte”. Isso é uma forma de convidar para a alma da família aquele integrante
que por algum motivo foi expulso. Essa frase está ligada a uma das leis da vida de Bert
Hellinger, o pertencimento.
Essa lei fala que todos aqueles que nasceram em um sistema farão falta se forem excluídos
(através de expulsão, abortos, segredos…). Ao falar essa frase, atua no cliente e no sistema
esse reconhecimento do pertencer que foi negado à alguém.
Recebi muito, e isso basta. Eu o levo comigo em minha vida". Então ele se sente satisfeito e
rico. E acrescenta: "O resto eu mesmo faço".
Agradeço pela minha vida e faço dela algo de bom.
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Vocês são os pais certos para mim e eu sou o filho certo para vocês”.
“Eu respeito as suas escolhas e peço permissão para fazer um pouco diferente.”
“Eu amo seu pai/mãe em você”: Em relacionamentos entre casais com filhos e que se
separam, é possível que as mágoas entre o casal invada o papel de cada um como pai e
mãe. Nesse movimento, o filho encontra-se em terreno perigoso, pois em sua alma ele serve
com lealdade a seus pais.
A frase “eu amo seu pai/mãe em você” traz tanto pai/mãe para seu lugar, como libera o filho
de qualquer necessidade de compensação do papel de um dos seus pais que esteja sendo
excluído.
Isso libera a criança para seu desenvolvimento, ao mesmo tempo que traz clareza aos pais
quanto a seus papéis como os únicos possíveis para que aquela criança exista.
Eu te libero de toda minha expectativa infantil de ter que cuidar de mim, segue seu caminho
sendo feliz.
Eu te libero meu filho para você ser que você é.
Frases diversas
Se eu, ou meus ancestrais te causamos algum mal, eu sinto muito,
Teve que ser como foi.
Eu faço algo bom com isso.
Por favor...
SIM, para tudo como foi.
Eu respeito o seu destino.
Eu respeito as suas escolhas.
Está tudo bem.
Eu permito que você me veja.
Dinheiro
Você é meu amigo, agora eu te vejo e pode me ver também.
Não se preocupem em decorar frases, o próprio campo e a sua necessidade fará com
que você saiba o que dizer.
Gosto de trabalhar com frases na forma de meditações, levando o cliente a puxar na
sua tela mental as imagens e emoções do momento.
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