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IMERSÃO

O LUTO
na Visão Sistêmica

TERAPIA NO LUTO
NA VISÃO SISTÊMICA
Confira a programação da Imersão:

30/05 — Terça-feira

às 20 h

ATIVE O LEMBRETE

31/05 — Quarta-feira

às 20 h

ATIVE O LEMBRETE

01/06 — Quinta-feira

às 20 h

ATIVE O LEMBRETE
Sumário

01 Introdução

02 O que é Terapia Sistêmica Familiar?

03 O que trazem os momentos de pesar?

04 Aula 1 - Diagnóstico — Toda Terapia passa pelo luto

Aula 2 - Intervenção — O que fazer quando o luto


05 causa paralisação?

Aula 3 — Ritual de despedida na prática + o mapa


06 com o passo da primeira consulta da terapia no luto.

Mapa proposto para a primeira consulta da terapia no


07 luto na visão sistêmica.

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I. Introdução

Tem como objetivo usar a teoria sistêmica para


compreensão do luto para fazer a prevenção de
adoecimentos ligados à perda, diagnóstico e propor
intervenções.

O Luto é uma reação natural à perda. Um processo


complexo, individual e dinâmico que oscila entre reações,
emoções e comportamentos agradáveis e desagradáveis.

Com momentos e dias tranquilos de alegria e esperança e


outros dias pesados e tristes. Uma movimentação entre
estes dois momentos. O que causa a sensação de
esgotamento e confusão. Por isso, requer acolhimento,
compreensão e acompanhamento.

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2. O que é Terapia Sistêmica Familiar?
A Terapia Sistêmica Familiar é uma modalidade de terapia
realizada com os membros de uma família.

Os membros da Terapia Familiar podem ser os indivíduos da


família nuclear, mãe, pais, filhos, padrastos, madrastas e
enteados... Ou até mesmo os indivíduos da família extensa,
como avós, tios e cunhados.

A Terapia Familiar auxilia na resolução de problemas e


conflitos na família, com o objetivo de tornar as relações
entre os indivíduos mais saudáveis, funcionais e
harmoniosas.

Na Terapia Familiar, o Terapeuta tem dois papéis


principais:

O papel de mediador entre os integrantes da


família em busca da solução de problemas;

Reconhecer os papéis que cada integrante


possui na família, assim como, as fronteiras
existentes em cada papel.

Dentro do que estudamos e intervimos na terapia sistêmica


familiar, o vivenciar do luto é um dos temas mais
frequentes.
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3. O que trazem os momentos de pesar?
As lembranças;
As fotos;
Os pertences;
As questões burocráticas;
Raiva e culpa vividas nas relações perdidas.

É entrar em contato e viver a dor da perda que provoca


choro, tristeza, desânimo, falta de esperança quanto ao
futuro e outras reações vistas como comuns e normais.

O que influencia os momentos de


reorganização interna e externa
ligados à perda
Vivências diárias contextualizadas como: auto cuidado,
sono e alimentação;
Participação no dia a dia da família;
Produtividade em todas as áreas da vida;
Envolvimento emocional nas interações interpessoais,
Novos papéis que necessitam serem vividos após a
perda;
Planos para o futuro e abertura para novas experiências;
Dificuldade de emancipação familiar.
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Processo de adoecimento
decorrente de um luto
Não é o luto que adoece e, sim, a forma como está
sendo processado.

Aula 1 - Diagnóstico — Toda terapia


passa pelo luto
Fases do diagnóstico da terapia no luto na visão sistêmica:

1. Reconhecer 2. Validar 3. Cuidar

Fatores de risco para um adoecimento


decorrente do luto na Visão Sistêmica
Sentir-se obrigado a se mostrar para os outros que é
forte, colocando a dor embaixo do tapete. Um dia pode
tropeçar e cair;

A lealdade em seguir os padrões familiares diante das


perdas. São vozes familiares que ecoam nos ouvidos
exigindo obediência, por exemplo, frases ditas muitas
vezes: “levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima”.

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O que fazer na fase de avaliação e
diagnóstico?
I — Ouvir a pessoa enlutada. O luto é para ser falado e
repetido.

II — Detectar e detalhar as reações apresentadas pelo


enlutado categorizando de acordo com as duas
dimensões. Isto é, quais as reações esperadas e
“naturais” ou as reações disfuncionais? (listar aqui os
extremos: pesar demais ou neutralização da dor).

III — Fazer correlações entre as influências do processo


de luto:

Quem é a pessoa ou a situação perdida?

Qual o contexto social, cultural e religioso da perda?

Qual o motivo da perda?

Qual era o lugar que a situação ou pessoa perdida


ocupava na vida emocional e funcional?

Vários eventos acontecendo ao mesmo tempo da perda.

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Técnica indicada para a proposta do
diagnóstico do luto: Linha do tempo.

TÉCNICA: O que você perdeu?


Objetivo da técnica: rastrear o quanto o luto atual representa
o iceberg de um luto do passado. Como uma linha contínua,
uma perda passada pode não só paralisa a vida como amplia
a dor de perdas atuais.

Orientação e aplicação da técnica


Faça uma linha horizontal nesta folha, agora anote:

“Qual a perda pela qual você chora hoje?”

Pode ser uma perda física, de uma pessoa, ou a perda


emocional, de uma situação de vida como emprego,
casamento, dinheiro.

Coloque aí, na sua folha. Se possível, coloque o ano ou


um ponto sinalizando este acontecimento e pense em
seu contexto. Defina seu significado em um palavra.

Anote esta palavra e pense: “junto com ......, você perdeu.....?”

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2ª Parte

Seguindo a linha horizontal, como uma linha do tempo de


hoje para o ontem, continue anotando todas as perdas
significativas que você viveu. Em cada perda, pare e deixe
brotar o sentimento que o momento da perda provocou e
defina seu significado com uma palavra.

Anote esta palavra e pense: “junto com ......, você perdeu.....?”

3ª Parte

Faça isso com todas as perdas que lembrar até chegar à


perda mais significativa, mais forte. Você saberá quando
ela chegar. É com esta perda que o terapeuta deverá
trabalhar o processo de luto com despedida, honra e
gratidão.

Conclusão da técnica
De maneira imutável todos nós já tivemos e vamos ter perdas.
Muitas vezes, colocamos um grande peso na perda atual. E
sabe por que ela se agiganta? Por trazer à tona toda emoção
reprimida de alguma perda significativa da qual o luto não fluiu.
Sim, o luto que não se movimenta, paralisa a vida e faz
exacerbar a dor de outras perdas, leva a pessoa a se fusionar
emocionalmente com os parceiros da vida ou, ainda, não se
entregar a novas experiências por medo de perder de novo. É
a morte em plena vida.
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Aula 2 - Intervenção — O que fazer
quando o luto causa paralisação?

Objetivo das intervenções:

Possibilitar, com ações, vivenciar o luto, aceitando a


oscilação emocional que o luto traz e fechar pendências
para se despedir e sair da morte para a vida.

Existem técnicas que possibilitam a avaliação do


diagnóstico, mas por si só, já promovem reestruturação;

Existem técnicas curativas, usadas para fechar


pendências;

Existem técnicas de despedidas.

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Técnica indicada para fase da
intervenção: Como centrar-se no
passado para se deslocar para o futuro.

Objetivos da técnica:

1. Entender o significado da perda e diferentes tipos de


reações individuais e familiares;

2. Quais rituais fúnebres a família passa de geração em


geração;

3. Qual a maior pendência que aprisiona a família no tempo


emocional;

4. Observar o movimento de reorganização familiar ao viver


diferentes perdas ao longo dos anos e até de gerações;

5. Clarear o poder de resiliência da família ao longo das


perdas e motivação para prosseguir.

Orientação e aplicação da técnica

Com fotos, objetos metafóricos ou com a técnica


genograma familiar, rastrear a história familiar das perdas
vividas. Importante buscar até três ou quatro gerações
anteriores e como a família se reorganizou à perda.

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Para cada perda, aprofundar no seu significado.

Considerá-la em uma única palavra que demonstre seu


significado emocional e funcional para o indivíduo e família.

Como por exemplo: Junto com sua avó, foi embora o que?
Esta pergunta traz à tona o lugar emocional que a avó
ocupava e o vazio supostamente deixado por ela ao
morrer.

O que é Genograma?

É um mapa gráfico do sistema familiar, listando os


membros da família e seus relacionamentos um com o
outro. O genograma trabalha com significados e influências
que cada um traz em sua bagagem em áreas da vida:
perdas, relacionamento à dois, pais e filhos, relações entre
irmãos, profissão, finanças, bem como detectar o nó que
amarra a vida e intervir para desatar esse nó.

Conclusão da técnica
Zerar pendências do passado que provoca culpa e mágoa e
fazer acerto emocionais de situações ou conversas
inacabadas. Pode-se usar cartas para este acerto.

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Aula 3 — ritual de despedida na
prática + o mapa com o passo da
primeira consulta da terapia no luto.
Ritos: são uma série de atos e comportamentos
estritamente codificados na família, que se repetem no
tempo e dos quais participam todos ou uma parte dos
familiares.

Tem a tarefa de transmitir valores ou atitudes peculiares, ou


modalidades comportamentais concernentes a situações
especificas, por exemplo, no luto.

Três funções dos rituais de despedida

Ajuda os enlutados com sua incerteza, fazendo-os


encarar que a perda de fato ocorreu, dando a
oportunidade de expressar publicamente seu pesar.

Oportunidade para introduzir os enlutados em novos


papéis que passam a ter que desempenhar.

Possibilita a expressão pública de sentimentos e


comportamentos emocionais por canais aceitáveis, como
as fortes emoções de medo e raiva, frequentemente
envolvidos nas perdas.

Para esta fase, ao perceber a movimentação do


processo de luto, propor rituais de despedidas.
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Quando o indivíduo é capaz de pensar na situação, ou na
pessoa que morreu, com saudade, sem comprometer sua
funcionalidade para si e seus relacionamentos, sem paralisar
a vida, é sinal de que a vida continua.

Por isso, indico sempre fechar o processo terapêutico do


luto oferecendo uma planta para o cliente ou família cuidar
como símbolo do que foi construído no set terapêutico.

Ressaltar que todos nós podemos chorar e sentir a dor da


perda; como também posso lembrar com saudades ou
reafirmar valores com as experiências aprendidas com as
perdas. Que pessoa me tornei em ter tido e perdido, traz
sentido e significado para o viver.

Olhar com outros olhos a experiência da perda e se


permitir viver.

A sociedade valoriza e reafirma com elogios e premiações


as pessoas que ficam 100% na chamada “superação” da
perda. Mas, para todos, é necessário se permitir sentir a dor
e o desconforto que a perda traz. Isso é humanização da
vida com tudo o que ela nos traz para vivermos. Mas, o
terapeuta é um guia, que ajuda a construir caminhos de
adaptabilidade da vida em meio às perdas com
funcionalidade e organização interna e externa.

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7. Mapa proposto para a
primeira consulta da terapia
no luto na visão sistêmica
Acolher a queixa

Correlacionar a queixa e fazer hipóteses diagnósticas:

Os acidentes naturais e não naturais que afetam a


família;

Uma questão de ciclo vital?

Crise de casamento?

Fechar a hipótese com o paciente e dar uma


conotação positiva para o tratamento.

Planejamentos das intervenções:

— Focar no tema central do sintoma: PERDAS.


— Ouvir a narrativa das perdas ao longo da história familiar;

— Técnicas:
1. A primeira experiência de separação;
2. Linha do tempo das perdas.

A cada intervenção, trabalhar com os significados


emocionais e funcionais da perda.

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IMERSÃO
O LUTO
na Visão Sistêmica

“Perder é o preço que pagamos para VIVER. É a


fonte de grande parte do nosso crescimento e
ganhos.”

Judith Viorst

Com amor,
Marizete Rodrigues.

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Referências bibliográficas
ANDOLFI, Maurízio. Tempo e Mito em Psicoterapia Familiar.
Porto Alegre: Artes Médicas, 1988.

BERGMAN, Joel. Pescando Barracudas: a pragmática da


terapia sistêmica breve. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999.

BOWLBY, John. Apego e Perda: perda, tristeza e depressão.


V.I, II e III. 2ª. Ed. São Paulo:Martins Fontes, 1998.

BOWLBY, John. Formação e rompimento dos laços afetivos.


São Paulo: Martins Fontes, 1982.

CERVENY, Ceneide Mª de Oliveira. A família como modelo.


São Paulo: Casa de Psicólogo, 2002.

ELKAIM, Mony. Terapia Familiar em Transformação. São


Paulo: Summus, 2000.

GROISMAN, Moisés. Terapia familiar no luto – Da morte à


vida. Rio de Janeiro: Núcleo Pesquisas, 2022.

MC DANIEL, Susan H. Terapia Familiar Médica: um enfoque


biopsicosocial às famílias com problemas de saúde. Porto
Alegre: Artes Médicas, 1994.

MC GOLDRICK, Mônica & B.Carter. As mudanças no ciclo de


vida familiar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
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VIORST, Judith. Perdas necessárias. 18ª Ed. Melhoramentos.
São Paulo, 1988.

WALSH, Froma & MC GOLDRICK, Mônica. Morte na Família:


sobrevivendo às perdas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.

WORDEN, J. Willian. Terapia do Luto: um manual para o


profissional de saúde mental. Porto Alegre: Artes Médicas,
1998.

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