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CONSTRUÇÃO PARTICIPATIVA DE INDICADORES PARA A AVALIAÇÃO DA

CAPACIDADE DE GESTÃO ESTADUAL DO COMPONENTE ESPECIALIZADO DA


ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA (CEAF)

Palavras Chave: Gestão em saúde, Assistência Farmacêutica, Componente Especializado da Assistência


Farmacêutica.

Introdução: O CEAF, em vigor a partir de 2009, visa à garantia da integralidade do tratamento


medicamentoso em nível ambulatorial. Dada sua recente implementação são poucos os estudos sobre
este, e é preciso analisar se os estados possuem condições de executar as ações, atingir os resultados e
sustenta-los. Neste contexto, a avaliação é uma alternativa ao detectar dificuldades e produzir
recomendações (DRAIBE, 2004). Considerou-se também que para uma avaliação contextualizada e
legítima é necessária à participação dos interessados em todas as etapas. Objetivo: Construção de
indicadores para a avaliação da capacidade de gestão do CEAF no âmbito estadual. Metodologia:
Baseado nestes preceitos realizou-se estudos exploratórios juntamente com os atores envolvidos, a saber:
farmacêuticos, usuários, médicos e gestores, para o desenvolvimento de uma primeira proposta de
indicadores. Estes foram validados por meio de uma oficina de consenso realizada em maio de 2015, com
uma etapa prévia realizada a distância. Participaram da oficina gestores do CEAF e representantes de 6
estados brasileiros, pesquisadores da área, farmacêuticos envolvidos com o CEAF e um representante do
Ministério da Saúde, totalizando 31 participantes. Foi utilizada a técnica do Comitê Tradicional (SOUZA
et al., 2005). Validaram-se os indicadores, medidas e parâmetros, os quais compõem a matriz avaliativa.
As discussões foram gravadas com consentimento para posterior análise e adaptação da matriz.
Resultados: Os estudos possibilitaram a elaboração da matriz de forma contextualizada. A oficina
propiciou além da validação deste instrumento, para aplicação nos estados brasileiros, ricas discussões
sobre o CEAF e sobre a gestão da assistência farmacêutica. Para Contandriopoulos e colaboradores
(1997), a avaliação favorece os processos de aprendizagem e permite um olhar crítico e reflexivo sobre a
ordem estabelecida. Além disso, a participação dos envolvidos possibilitou melhorar a imparcialidade do
processo, a extensão das informações coletadas e a adaptação às demandas dos participantes. Desta
forma, maiores serão as chances de que este instrumento possa contribuir para a qualificação da tomada
de decisão pelos gestores. Conclusão: A oficina permitiu ampliar o poder do instrumento, além de trocas
de experiências e reflexões sobre a prática dos serviços. Por fim, o elevado número de participantes indica
o interesse com a qualificação deste importante mecanismo de acesso a medicamentos.

Órgão financiador:

Referências:
CONTANDRIOPOULOS, A. P.; CHAMPAGNE, F.; DENIS, J. L.; PINEAULT, R. A Avaliação na Área
da Saúde: Conceitos e Métodos. In: HARTZ, Z. M. A. (org.). Avaliação em Saúde: dos modelos
conceituais à prática na análise da implantação de programas. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1997. p. 29-47.
DRAIBE, S. M. Avaliação de implementação: esboço de uma metodologia de trabalho em políticas
públicas, In: Tendências e perspectivas na avaliação de políticas e programas sociais. São Paulo,
Instituto de Estudos Especiais, 2004. p. 15– 42.
SOUZA, L. E. P. F.; VIEIRA-DA-SILVA, L. M.; HARTZ, Z. M. A. Conferência de consenso sobre a
imagem-objetivo da descentralização da Atenção à Saúde no Brasil. In: HARTZ, Z. M. A., VIEIRA-DA-
SILVA, L. M. (org.). Avaliação em saúde: dos modelos teóricos à prática na avaliação dos programas e
sistemas de saúde. Salvador: EDUFBA / Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2005. p. 65-102.

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