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POTENCIAL DE ASCENSÃO DO MERCADO DA BUBALINOCULTURA

DE CORTE NO CENÁRIO NACIONAL

KAUA HENRIQUE RODRIGUES DA SILVA*,


LENITA CAMARGO VERDURICO**

RESUMO
A bubalinocultura é estabelecida em território nacional desde de o século XIX quando
foram introduzidos segundo registros nacionais os primeiros bubalinos na Ilha de Marajó e
levando em consideração a flutuação sazonalidade no fornecimento de alimentos aos bovinos
além a baixa eficiência da sua conversão de alimentos em carne a criação bubalina surge como
uma opção de mercado a ser explorado, levando em consideração produção, mercado e pilares
para criação, nutrição o melhoramento genético dos animais ,suas raças e aptidões aceitação do
consumidor e até mesmo o atual cenário enfrentado pelo mercado de carne proveniente de
búfalos em nosso pais, o qual ainda não tem esse setor do mercado consolidado, e mesmo com
um potencial de crescimento expressivo devivo as propriedes ímpares da carne de búfalo mas
sem o auxílio de associações e campanhas para fomento ao consumo e conscientização dos
benefícios da carne bubalina certificações e padrões técnicos torna-se um entrave na produção e
comercialização rentável da carne.
PALAVRAS CHAVE: búfalo. carne. mercado. produção

POTENTIAL FOR RISE OF THE BUFFALO BEEF MARKET IN THE


NATIONAL SCENARIO

ABSTRACT
Buffalo breeding has been established in our country since the 19th century, according to
national records, with the introduction of the first buffaloes on Marajó Island. Considering the
seasonal fluctuation in food supply for cattle and their low feed conversion efficiency into meat,
buffalo rearing emerges as a market option to be explored. Taking into account production,
market pillars for breeding, nutrition, genetic improvement of animals, breeds and aptitudes,
consumer acceptance, and even the current scenario faced by the buffalo meat market in our
country, which is still not consolidated, despite its significant growth potential due to the unique
properties of buffalo meat. However, the lack of support from associations and campaigns to
promote consumption and raise awareness about the benefits of buffalo meat, along with
certifications and technical standards, becomes an obstacle to profitable production and
commercialization of the meat.
KEYWORDS: buffalo. meet. market. production
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1 INTRODUÇÃO

A bubalinocultura é estabelecida em território nacional desde de o século XIX quando foram


introduzidos segundo registros nacionais os primeiros bubalinos na Ilha de Marajó no estado do Pará
a qual tem esses animais como parte ímpar da economia da ilha na atualidade dado o tamanho do
rebanho e potencial produtivo dos animais (BERNARDES, 2006).
O Brasil após 1962 passou a ser considerado um país precursor na produção bubalina devido
ao tamanho do seu rebanho e desenvolvimento produtivo de produtos e serviços derivados dos
búfalos tais como carne de altíssima qualidade, couro e leite, sendo um mercado em ascensão o
mercado da bubalinocultura de corte por conta da rusticidade, adaptabilidade que os animais tiveram
em território nacional sendo assim uma ótima substituta para a carne bovina (SCielo, 2023).
Após a aprovação de fazendeiros locais, houve outra importação por volta de 1962, tornando
– se assim, o Brasil um percursor para a produção bubalina (SANDER, 2020).
Considerando a sazonalidade e dificuldades enfrentadas pelos produtores nacionais de carne,
como o externo instável o qual impacta diretamente nas produções bovinas nacionais devido as
flutuações de valor das dietas e insumos tal como períodos de seca os quais diminuem
consideravelmente a oferta e qualidade dos pastos nacionais torna a implantação e desenvolvimento
de um maior rebanho e cultura de consumo de carne bubalina como uma opção para suprir o
mercado nacional em períodos de maior exportação de carne bovina tendo como base que os búfalos
tem uma maior resistência a intemperes climáticas ,resistência à doenças e uma conversão superior
ao gado doméstico em relação a conversão de fibras de baixa qualidade vindas do pasto em carne de
qualidade.(Centro de Produções técnicos, 1996)
O objetivo desse trabalho foi revisar literaturas e destacar os pontos que fomentam o
crescimento da produção bubalina como uma opção de proteína animal saudável e funcional para
abastecer o mercado interno, abordando desde de as espécies adequadas para a criação para abate até
a aceitação pelo consumidor

1 REVISAO BIBLIOGRAFICA
2.1 Produção e Mercado

A carne proveniente de búfalo é considerada um alimento futurístico, se estabelecendo aos


poucos no mercado nacional, inclusive no de produtos saudáveis e gourmet. No resto do mundo,
principalmente na Europa e Ásia, já está instalado como alimento Premium (COELHO, 2019).

*Discente de Curso de Engenharia Agronômica do Centro Universitário Octávio Bastos – UNIFEOB


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O maior inimigo do crescimento da ampliação do consumo de tal produto no mercado é o


fato de mesmo a carne proveniente de búfalo apresentando características físico químicas e
morfológicas relativamente diferentes da carne bovina, ainda é comum encontrar-se no mercado de
consumo carnes de origem bubalina sendo identificada como carne bovina e sendo comercializada
sem que sejam enaltecidas suas propriedades impares e sem que seja agregado valor devido aos
cortes por conta de selo de identificação. A carne bubalina só é possível com a certificação por
meio de selo de garantia obtido após análise laboratorial acurada. A autenticidade e a garantia de
origem dos produtos alimentícios são critérios de qualidade de grande importância para os
consumidores e têm incentivado a adoção de políticas governamentais visando à proteção da
cadeia de produção de alimentos (TEIXEIRA et al., 2014).

No Brasil já existe uma valorização deste tipo de alimento por parte do público; mas
infelizmente muitos matadouros ainda pagam aos produtores preços inferiores para a carne de
búfalos, aos praticados com bovinos (OLIVEIRA et al.,2005)
Alguns criadores e marcas já investiram na utilização da identificação e assim acabam por
difundir a cultura e busca direta pela carne diferenciada que é a carne do búfalo, tendo seu
mercado alvo mais abrangente como os empórios de carnes exóticas e especiais, restaurantes que
utilizam o búfalo como matéria prima para pratos gourmets saudáveis e com características
sensoriais diferenciadas. No Brasil o órgão responsável por identificar nacionalmente as carnes
produzidas a partir de bubalinos é a ABCB (Associação Brasileira de Produtores de Búfalos)
fundada em 21 de abril de 1960, articulada pelo produtor Paulo Joaquim Monteiro Silva e pelo
Zootecnista Alberto Alves Santiago, a qual tem como finalidade reunir certificar além de distribuir
os próprios produtos de origem bubalina sendo os produtos comercializados cortes de carne e
produtos lácteos.
A expansão do mercado bubalino é uma alternativa para redução de gastos na produção de
proteína de origem animal para abastecimento do mercado interno com produto de qualidades
físico químicas atrativas para o mercado sabor suave maciez teores de gordura e calorias baixos
assim proporcionando sabor aliado a uma alimentação saudável. De acordo com (COELHO, 2019)
a carne mostra-se, sensorialmente semelhante à carne bovina dos zebuínos, porém, mantém-se
usualmente macia e suculenta pela precocidade de seu abate e, ainda, apresenta atributos de
composição que permitem sua inclusão na categoria de alimentos funcionais, com baixos teores de
gordura total e entremeada, composição de ácidos graxos.

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Segundo o IBGE realizando a comparação entre 2017 quando os dados começaram a ser
coletados observa-se o crescimento de aproximadamente 109% do rebanho nacional de bubalinos
em relação a 2021.

2.2 Pilares da Produção de Búfalos

Diante dos dados já apontados referentes aos benefícios qualitativos da carne de búfalo, para
que essas qualidades sejam intrínsecas a carne são necessários manejos e cuidados, assim como os
bovinos a tecnologia e manejo a campo tem ligação direta com a quantidade, qualidade precocidade
e oferta da carne, vários são os desafios a serem alcançados na bubalinocultura de corte, entre eles
está um melhor manejo nutricional para os animais, pois isso irá refletir diretamente na qualidade da
carcaça e da carne do animal (MELLO, 2017).
Estudos sobre o manejo nutricional, reprodutivo e um programa de melhoramento genético de
bubalinos. Busca, também, benefícios educacionais, econômicos e de divulgação da espécie
bubalina, no que tange à quantidade e qualidade eficiente da produção de leite e carne (OLIVEIRA,
2005).
Tendo em vista a produção para abastecimento mercadológico é necessário que o produtor
tenha capacidade de estabelecer padrões em sua propriedade baseando em alguns aspectos que tração
sustentação a sua criação, A pecuária brasileira se destaca mundialmente, se tornando cada vez mais
produtiva, eficiente e sustentável, muito devido à intensificação em quatro importantes pilares: a
alimentação, a genética, a sanidade e a reprodução (EMBRAPA, 2023).
O primeiro desses aspectos é a Genética ao estabelecer uma criação de búfalos primeiramente
é necessário definir qual será a finalidade Carne ou Leite e através da aptidão escolher qual raça de
búfalo melhor o atende para a produção a qual será destinado, para búfalos voltados para carne faz se
necessário uma escolha consciente permeando-se entre as raças Mediterrâneo e Jafarabadi que tem
aptidões mistas e a Carabao que é a mais indicada para produção de carne tendo machos com peso
adulto de 750 kg e peso ao nascimento de 35kg, o que ajuda na conversão alimentar dos
bubalinos,Segundo (MARQUES et al, 1988) para a produção de carne devem ser escolhidos os
animais que apresentam melhor performance nessa característica, ou seja, que demonstram maior
desenvolvimento ponderal, ou ainda que estão produzindo maior quantidade de carne por área, em
menor espaço de tempo (precocidade/velocidade de crescimento).
Utilização também de técnicas como controle de ciclo reprodutivo das fêmeas e inseminação
artificial das búfalas (IATF) com sêmen de origem conhecida com padrões de respostas alto com
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finalidade de manter a taxa de prenhes rentável, o uso da IA, possibilita melhorias qualitativas e
quantitativas dentro do rebanho bubalino. Desta forma, alcançando maior produção de
bezerros/reprodutor/ano com o uso de linhagens de reprodutores diferentes, por exemplo, evitando-se
a consangüinidade sem necessidade de manutenção de vários reprodutores na mesma propriedade.
Além disso, possibilita maior controle reprodutivo, acesso de pequenos e médios criadores a material
genético superior a custos menores e a preservação do sêmen mesmo após a morte do reprodutor
(Zootecnia Brasil, 2021).
Conforme descrito pelo Centro de Produções Técnicas resultados de pesquisas 65% das
búfalas são inseminadas12 horas após o início do cio e 35% são inseminadas 24,36 ou 46 horas após
o início do cio, isso demonstra que, a ovulação nessa espécie não está relacionada ao início, como
nos bovinos, mas sim, ao final do cio (BARUSSELI, 1996).
Adequar o sistema de criação dos animais garantir a nutrição adequada a qual fara a
conversão alimentar dos animais que irão para abate sem perdas e gastos, garantir a qualidade de
água que os animais estarão consumindo, além de garantir a sanidade tanto dos próprios animais
quanto do que lhes é oferecido através das vacinações e controle de fornecimentos, a alimentação
exerce grande influência na produção, melhoramento, sanidade e no rendimento econômico da
criação de búfalos (Embrapa, 1998).
Garantir o bem estar animal envolvendo todo processo de criação e manejo dos animais com
finalidade de mitigar o estresse e manter uma qualidade de vida boa para os animais os quais serão
refletidos em um produto final de maior qualidade, O estresse que os animais são submetidos no
manejo ante-mortem, tem um efeito direto na qualidade e na quantidade de carne produzida
(MARCHI, 2012).

2.2.1 Melhoramento genético no Brasil

No Brasil, os búfalos enviados para o abate, tanto em matadouros ou frigoríficos, são pagos
ao produtor com base no “peso no gancho”, “peso morto”, ou seja, o peso da carcaça quente, que é
obtido ao término da linha de abate. Essa remuneração desestimula os produtores a buscarem
investimentos para a melhoria genética de seu rebanho, nos aspectos ligados ao rendimento em
carne ou qualidade da carne, uma vez que a maior preocupação não é com a qualidade, mas sim
com a quantidade de peso obtido (OLIVEIRA et al., 2005).
O melhoramento genético no Brasil tem evoluído consideravelmente com o passar dos anos
porem carece de maior visibilidade investimentos e adesão dos produtores bubalinos as tecnologias

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implementadas assim como são os produtores de pecuária bovina, com finalidade de sanar estes
entraves produtivos encontrados.
Segundo (OLIVEIRA et al., 2005) Assim, um dos maiores objetivos da pesquisa relacionada
à produção do búfalo é a busca de novas tecnologias para aumentar os rendimentos da porção
comercializável e a sua qualidade. Isto pode ser conseguido se, na cadeia da carne bubalina, for
feito um completo entrosamento entre os geneticistas, melhoristas, produtores, frigoríficos e
especialistas em qualidade de carcaça e de carne, além de pessoal de divulgação e marketing.
Especialmente quanto à carcaça e à carne do búfalo deverá haver uma adequada identificação do
produto, não só pela marca de um determinado produtor ou frigorífico, mas também pela
rastreabilidade.

2.2.1.1 Principais Raças

Assim como os demais animais de produção que tem suas raças com aptidões especificas
para cada tipo de produto o búfalo também, assim contando com algumas raças principais as quais
mantem suas especificidades.
Dentre as principais raças catalogadas no país as encontradas são quatro Murrah, Jafarabadi,
Mediterrâneo e Carabao, porem vale destacar que por conta de existirem alguns animais soltos na
natureza existem búfalos os quais são cruzamentos entre essas quatro raças que não possuem uma
identificação característica.
No Brasil as principais raças são a raça Murrah de origem indiana e que se adaptou ao norte
do país com peso médio para fêmeas de 550kg e 750kg para os machos destaca-se como a melhor
raças produtoras de leite entre as raças bubalinas , também de origem indiana a Jafarabadi que foi
trazida primeiramente para Minas possui peso médio de 454kg para fêmeas e 590kg para machos e
tem aptidão mista para leite e carne sendo importante mais aprofundado de sua aptidão para carne ,
assim como a Jafarabadi a Raça Mediterrâneo tem mista aptidão ou seja produz leite e também
carne de corte devido ao seu porte suas fêmeas contam com peso de 550kg e os machos mais
indicados para a produção de carne com peso de 750kg , de origem italiana e traz várias
características tanto da raça Murrah quanto da Jafarabadi. (ANDRADE et al, 2005).
A raça Carabao ou Rosilho que foi introduzido e se adaptou melhor as condições alagadas
tem pelagem mais clara e aptidão para corte devido aos seus membros forte e robustos a raça mais
rustica entre as demais com peso de fêmeas entre 500 e 600kg e de machos adultos podendo chegar
até mesmo a 800kg (ANDRADE et al, 2005).

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2.2.2Nutrição de búfalos

O Búfalo mesmo sendo um animal rustico necessita de nutrição para que sua conversão de
carne seja melhor aproveitada.
Segundo (MARAFON et al, 2022) bubalinos são altamente adaptáveis a diversos tipos de
alimentação, sendo a mais comum as gramíneas nativas de várzea ou de solos sujeitos a inundações
periódicas por rios de águas barrentas, que têm elevado potencial produtivo e bom valor nutritivo que
proporcionam níveis satisfatórios de produtividade, muitas vezes, sem necessidade de nenhuma
suplementação alimentar.
Como os búfalos tem habito de terras alagadas nessas condições em criação extensiva é
cultivado Canarana-erecta-lisa (Echinochloa pyramidalisl), colônia (Brachiaria mutica) e
braquiária-do-brejo (Brachiaria radicans) e também capins colonião (Panicum maximum), quicuio –
da -Amazônia (Brachiaria humidicolal. Braquiarão ou marandu (Brachiaria brizantha) e elefante
(Pennisetum purpureum) (MARAFON, 2022).
Porem quando o objetivo é alto nível de eficiência e produtividade de seus animais somente o
volumoso não é indicado para a produção pois é considerada uma dieta pobre em alguns nutrientes
essenciais para maior eficiência, os animais devem receber alimentação adequada para cada faze
produtiva em que estiverem com finalidade de atingir seu teto produtivo em cada uma das mesmas
sejam elas cria recria ou engorda além do fato de que fêmeas e machos tem necessidades nutricionais
diferentes e principalmente em regiões tropicais.
Conforme disse (MARQUES et al., 1988, p. 72) Para que seja feita uma alimentação de
qualidade necessita-se que a formulação do suplemento seja eficiente e econômica com alimentos
produzidos localmente e que vão de encontro com a necessidade nutritiva dos animais e potencial
produtivo e de ganho de peso.
Destacando que a suplementação com ração e demais nutrientes é uma complementação da
matéria seca e não uma substituta dada as proporções em épocas que há volumoso de qualidade não
sera necessário suplementar, mas sim na época da seca quando o pasto é de baixa qualidade se utiliza
a suplementação com finalidade de se manter o ganho de peso dos animais.

2.2.3 Manejo
O manejo de criação é muito comum dentre a produção de animais para abate assim
adequando o método de criação ao tipo condição financeira e até mesmo tecnificação dos produtores

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Dentre os manejos de criação já conhecidos o mais utilizado atualmente para a criação de


bubalinos no país é o manejo extensivo de criação o qual o animal fica solto a pasto e se alimenta das
pastagens locais.
A melhor maneira de criar búfalos é mantê-los no pasto, evitando expô-los à ambientes
fechados superlotados, assim evita-se stress e reduz a possibilidade de disseminação de doenças
(MARAFON, 2022).
A pecuária extensiva possui vantagens como baixos investimentos e gastos variáveis com
reposição mineral e suplementação, dependendo do tipo de animal. Por outro lado, apresenta
desvantagens como ocupação de grandes áreas, o que pode resultar em problemas ambientais, além
da disponibilidade limitada de pasto e carência na alimentação do gado.
Conforme (RODRIGUES, 2014) Em geral, os animais são mantidos no estábulo durante
algumas horas, para receberem ração e outros alimentos e, após, são soltos em piquetes com boa
pastagem e água. É um sistema também muito usual, principalmente em zonas suburbanas, ao redor
de grandes centros, onde as áreas disponíveis são reduzidas, ou mesmo nas regiões coloniais, onde as
terras em sua maior proporção são utilizadas para a agricultura.
Mesmo com o sistema de criação extensivo destaca-se que não pode se deixar o manejo
sanitário dos animais, búfalos são animais rústicos porem necessitam de vacinação contra brucelose e
febre aftosa que são as principais preocupações do produtor.

2.3 Qualidade e consumo


Considerando que atualmente vivemos em uma sociedade muito dinâmica, altamente
globalizada, com novas exigências para alimentação saudável, que certamente influenciam no
consumo de produtos alimentícios, o consumidor possui papel fundamental para o setor, pois
cabe a ele o poder de decisão ao final da cadeia produtiva (LINDSTROM, 2018, OLIVEIRA et
al 2021).
A carne de origem bubalina é uma proteína de ótima qualidade e de características
desejáveis ao público devido seus diferencias em relação a gordura, colesterol e ácidos graxos.
A carne de búfalo possui características nutritivas e particularidades que a tornam
superior à carne bovina. Ela apresenta 40% menos de colesterol, 12 vezes menos de gordura,
55% menos calorias, 11% a mais de proteínas e 10% a mais de minerais (ABCB, 2023).
A carne bubalina tornou-se atrativa em virtude de suas proteínas de alto valor biológico.
A quantidade de proteína, especialmente nas frações miofibrilares, é o elemento básico que age
como suporte, do qual a carne é formada. Além do mais, o teor de proteína da carne é altamente

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relacionado à capacidade de retenção de água, capacidade de emulsificação e melhor qualidade


nutricional da carne (JACOB, 2021).
O conceito de qualidade de carne é bem abrangente, entre eles estão: atributos sensoriais
(cor, textura, suculência, sabor, odor, maciez), tecnológicos (pH, capacidade de retenção de
água), nutricionais (quantidade de gordura, perfil dos ácidos graxos, grau 26 de oxidação,
porcentagem de proteínas, vitaminas e minerais), sanitários (ausência de agentes contagiosos
como tuberculose, encefalopatia espongiforme bovina, salmoneloses), ausência de resíduos
químicos e físicos (antibióticos, hormônios, dioxina ou outras substâncias contaminantes),
éticos (bem-estar do homem e do animal) e preservação ambiental (se o modo de produção não
afeta a sustentabilidade do sistema ou provoca poluição ambiental) (BRIDI, 2004 apud Jacob,
2021).
Durante um experimento sensorial de mercado realizado em 2022 foi possível traçar que
o consumidor comum se importa muito mais com os preços relacionados as carnes que
propriamente com a sensoriamento e qualidades nutricionais do alimento já os consumidores
com mais de 50 anos já tem uma tendencia de consumo voltada a alimentação mais saudável
assim valorizando os diferenciais da carne de búfalo.
Na análise conjunta dos fatores extrínsecos, o menor preço mostrou ser mais importante
do que a presença de informações nutricionais para a maioria dos entrevistados, porém as
informações nutricionais foram valorizadas pelos consumidores com mais de 50 anos
(SCIelo ,2023)
Segundo SILVA (2014) em testes realizados com hamburgueres de origem bovina e
bubalina não ouve rejeição aos hamburguês bubalinos porem é apontada uma menor suculência
no mesmo devido a baixa quantidade de gordura presente na carne de origem bubalina.

2.4 Mercado atual de carne de búfalo


Entendemos que o mercado de búfalos deveria ser bem mais valorizado, por suas amplas
qualidades, e poderia ter uma maior visibilidade. Oliveira (2005) acredita que para tal, a carne
bubalina deve ser associada à de uma carne saudável, por meio de campanhas publicitárias, que
atinjam tanto o grande público quanto os responsáveis pela cadeia de distribuição (MARAFON,
2022).

O atual cenário para a carne de búfalo no Brasil se encontra com ascensão no país com o
aumento do consumo da carne devido suas propriedades saudáveis e similaridade com a carne
bovina.

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Como no Rio Grande do Sul que através de campanhas tem se observado a respostas
positivas do mercado com relação a aceitação da carne e diretamente ligados ao aumento do
consumo.
Os criadores de búfalos do Rio Grande do Sul estão trabalhando em campanhas de
valorização da carne junto ao consumidor. Em diversos pontos de venda, já é possível identificar por
meio de selo o produto nas prateleiras.
E o consumidor tem aprovado. Segundo o gestor do Búfalo Gaúcho, Guilherme
Giambastiani, há uma boa aceitação da carne de búfalo nos pontos de venda. “Ao mesmo tempo que
estamos divulgando a carne e seus cortes com a identificação visual em alguns estabelecimentos
como carne selecionada do búfalo gaúcho, começamos a ter uma demanda maior. (Assessoria de
Comunicação da Associação Sulina de Criadores de Búfalos, 2022).

CONCLUSÃO
Levando em consideração o estado atual político e socioeconômico enfrentados e os
aspectos abordados, constatamos que o mercado atual da bubalino cultura voltada a corte é
viavelmente abrangente e imprescindível de expansão, principalmente como uma alternativa a
criação de bovídeos em áreas as quais os bovinos não tem fácil adaptabilidade e os mercados
potenciais já discutidos, tais como o mercado gourmet, mercado de carnes especiais e restaurantes e
como uma alternativa a locais os quais carecem de abastecimento de carne, como o manejo do
búfalo é mais rustico e de alta adaptação, provem de uma capacidade impar para abastecer
mercados menos favorecidos de condições de clima e pastagem.

O cenário de mercadológico para os cortes provenientes de búfalos se encontra aquecido em


vários lugares do mundo devido as propriedades organolépticas especiais encontradas nos cortes,
assim gerando uma demanda recorrente especifica a qual o Brasil como produtor tem potencial de
manter abastecidos.

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*Discente de Curso de Engenharia Agronômica do Centro Universitário Octávio Bastos – UNIFEOB
** Docente do Curso de Engenharia Agronômica do Centro Universitário Octávio Bastos - UNIFEOB
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animal#:~:text=A%20pecu%C3%A1ria%20brasileira%20se%20destaca,a%20sanidade%20e%20a
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*Discente de Curso de Engenharia Agronômica do Centro Universitário Octávio Bastos – UNIFEOB


** Docente do Curso de Engenharia Agronômica do Centro Universitário Octávio Bastos - UNIFEOB

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