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“Crítica e sociologia” onde o autor apresenta que o estudo de uma obra deve ser
realizado através da conciliação entre o texto e o contexto, por meio de uma
interpretação dialética entre ambos. Candido destaca que os fatores externos (sociais)
desempenham um papel na constituição da estrutura da obra, ou seja, eles tornam-se
fatores internos, uma vez que atuam em sua composição.
No tópico II intitulado “A literatura e a vida social”, o destaque está nos
aspectos sociais que envolvem a vida artística e literária nos seus diferentes momentos.
Nesse tópico, Antonio Candido explora como a produção literária é moldada e
influenciada pelos contextos sociais, ao passo que a literatura, por sua vez, pode refletir
e exercer influência sobre a sociedade em que é produzida.
Em "Estímulos da Criação Literária", tópico III da primeira parte do livro, o
autor lida com as diferenças entre a vida literária em sociedades que autor chama de
"primitivas" e "civilizadas". Candido realiza uma comparação entre a poesia primitiva e
civilizada apontando a presença do alimento, que para a sociedade primitiva manifesta-
se diretamente, em sua concretude, numa realidade nutritiva no plano da arte, enquanto
a civilizada realiza diversas mediações entre ambos, surgindo apenas como símbolo, ou
objeto estético.
Na segunda parte do livro, dividida em cinco tópicos, Candido aborda
primeiramente no texto "O Escritor e o Público", as condições da produção da literatura
no Brasil, especialmente a relação entre escritor e público. O autor apresenta que a
literatura não é algo fixo, mas sim “Um sistema vivo de obras”, que vive e age sobre os
leitores, num processo de circulação literária que assume uma posição social mutável ao
longo da nossa história.