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Microbiologia
e Imunologia
Curva de Crescimento e Mecanismos de
Produção de Doenças dos Microrganismos
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Sandra Regina Fonseca Moreira
Curva de Crescimento e
Mecanismos de Produção de
Doenças dos Microrganismos
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Estudar as diferenças morfológicas e funcionais dos micro-organismos, suas característi-
cas individuais e demonstrar a diversidade microbiana;
• Analisar bactérias, fungos e vírus considerados de importância prática, aqueles impor-
tantes para a área da saúde, ou aqueles que ilustram princípios biologicamente inco-
muns ou interessantes.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
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Os membros de uma espécie bacteriana são essencialmente similares entre si, e
distintos dos membros de outras espécies, em geral com base em várias características.
Proteobactérias
A primeira descrição do termo Proteobacteria, por Stackebrandt, Murray e
Truper, em 1988, referia o grupo como uma classe. Entretanto, na segunda edição
do Bergey’s Manual of Systematic Bacteriology, o termo foi classificado como um
filo. O filo Proteobacteria é um dos maiores filos do domínio Bactéria, incluindo
mais de duzentos gêneros.
O Filo das Proteobactérias, que inclui a maioria das bactérias gram-negativas qui-
mio-heterotróficas, presumidamente surgiu de um ancestral comum fotossintético.
Elas são agora o maior grupo taxonômico bacteriano. Contudo, poucas ainda
são fotossintéticas; outras capacidades metabólicas e nutricionais surgiram para
substituir essa característica. A relação filogenética nesses grupos é baseada em
estudos de rRNA.
O nome Proteobacteria vem do deus mitológico grego Proteus, que podia assu-
mir diversas formas. As proteobactérias são separadas em cinco classes designadas
por letras gregas: alfa-proteobactérias, beta-proteobactérias, gama-proteobactérias,
delta-proteobactérias e epsilon-proteobactérias.
Pelagibacter
Um dos mais abundantes micro-organismos na Terra, em particular em ocea-
nos, o Pelagibacter ubique é um dos microrganismos marinhos descobertos nos
oceanos, onde seu elevado número deve ser responsável por seu papel importante
no ciclo terrestre do carbono.
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Azospirillum
Os microbiologistas agrícolas têm se interessado por membros do gênero
Azospirillum, uma bactéria do solo que cresce em estreita associação com as raízes
de muitas plantas, especialmente gramíneas tropicais.
Rickettsia
As riquétsias são bactérias gram-negativas em forma de bastonetes ou cocoba-
cilos. Uma característica distintiva da maioria das riquetsias é que elas são trans-
mitidas aos humanos por picadas de insetos e carrapatos, como acontece com as
Coxiella (discutidas mais tarde com as gama-proteobactérias).
Ehrlichia
As Ehrlichiae são bactérias gram-negativas parecidas com riquetsias e vivem
obrigatoriamente dentro das células brancas do sangue.
Bartonella
O gênero Bartonella contém vários membros que são patogênicos para hu-
manos. O mais conhecido e o Bartonella henselae, um bacilo gram-negativo que
causa a doença da arranhadura de gato.
Brucella
As bactérias Brucella são pequenos cocobacilos imóveis. Todas as espécies de
Brucella são parasitas obrigatórios de mamíferos e causam a doença brucelose.
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A capacidade de sobreviver à fagocitose é de interesse médico, pois esse é um
importante elemento de defesa do corpo contra as bactérias.
Nitrobacter e Nitrosomonas
São gêneros de bactérias nitrificantes de grande importância para o meio ambien-
te e a agricultura. Eles são quimioautotróficos capazes de utilizar substâncias químicas
inorgânicas como fonte de energia e dióxido de carbono como fonte única de carbo-
no, a partir dos quais eles sintetizam toda a sua complexa maquinaria química.
Spirillum
O habitat do gênero Spirillum é essencialmente a água fresca. Uma diferença
morfológica importante em relação às espiroquetas helicoidais é que as bactérias
Spirillum são movidas por um flagelo polar convencional, em vez de filamentos axiais.
Burkholderia
O gênero Burkholderia foi inicialmente agrupado com o gênero Pseudomonas,
que agora é classificado como gama-proteobactéria. Como as Pseudomonas, quase
todas as espécies de Burkholderia são movidas por um único flagelo polar ou um
tufo de flagelos.
Pseudomonas
Consistem em bastonetes gram-negativos aeróbicos que se locomovem por um
único flagelo polar ou por meio de tufos.
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Shigella
As espécies de Shigella são responsáveis por uma doença chamada de disenteria
bacilar ou shigelose. Diferente das salmonelas, elas são encontradas em humanos.
Klebsiella
Os membros do gênero Klebsiella são comumente encontrados no solo e na
água. Muito isolados, são capazes de fixar o nitrogênio da atmosfera, o que foi
proposto como uma vantagem nutricional quando encontrados em populações hu-
manas com pouco nitrogênio proteico na dieta.
Serratia
Serratia marcescens é uma espécie bacteriana diferenciada por sua produção de
um pigmento vermelho.
Salmonella
Quase todos os membros do gênero Salmonella são potencialmente patogêni-
cos. Como consequência, existe uma grande quantidade de testes bioquímicos e
sorológicos para isolar e identificar as salmonelas.
Campylobacter
Uma espécie de Campylobacter, o C. fetus, causa aborto espontâneo em ani-
mais domésticos. Outra espécie, o C. jejuni, e a principal causa de surtos de doen-
ça intestinal de origem alimentar.
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Helicobacter
Membros do gênero Helicobacter são bastonetes curvos microaerofílicos com
flagelos múltiplos. A espécie Helicobacter pylori foi identificada como a causa
mais comum de úlceras pépticas nos seres humanos e uma das causas de câncer
do estômago.
Bactérias Gram-Negativas
não Proteobactérias
Além das proteobactérias, há um grupo de bactérias gram-negativas importantes
que não são relacionadas às proteobactérias gram-negativas.
Bactérias Gram-Positivas
As bactérias gram-positivas podem ser divididas em dois grupos: aquelas que
têm um alto índice das bases nitrogenadas guanina (G) + citosina (C) e aquelas que
têm um baixo índice de bases nitrogenadas guanina (G) + citosina (C).
Clostridium
As espécies do gênero Clostridium não necessitam de oxigênio, ou seja, são
anaeróbicos obrigatórios.
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O C. difficile é um habitante do trato intestinal que pode causar uma diarreia séria.
Isso ocorre somente quando uma terapia com antibiótico altera a microbiota intestinal
normal, permitindo o supercrescimento pela bactéria produtora de toxina C. difficile.
Bacillales
A ordem Bacillales inclui vários gêneros importantes de bastonetes e cocos
gram-positivos.
Bacillus
As bactérias do gênero Bacillus são tipicamente bastonetes que produzem en-
dósporos. Elas são comuns no solo, e somente algumas são patogênicas para hu-
manos. Várias espécies produzem antibióticos.
O Bacillus anthracis causa o antraz, uma doença que ataca gado, ovelhas e
cavalos e que pode ser transmitida a humanos, sendo frequentemente mencionado
como um possível agente em guerras biológicas.
Staphylococcus
Os estafilococos ocorrem, tipicamente, em agregados em forma de cacho de
uva. A espécie mais importante de estafilococos é Staphylococcus aureus, assim
denominada pela pigmentação amarelada das suas colônias. Os membros dessa
espécie são anaeróbicos facultativos.
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porque podem crescer e sobreviver nas secreções nasais (muitos de nós carregam
as bactérias no nariz) e na pele.
Isso também explica como o S. aureus pode crescer em alguns alimentos com
alta pressão osmótica (como presunto e outras carnes curtidas) ou em alimentos
com baixa umidade, que tendem a inibir o crescimento de outros organismos.
O pigmento amarelo provavelmente confere alguma proteção para os efeitos
antimicrobianos do Sol.
O S. aureus produz muitas toxinas que contribuem para a patogenicidade da
bactéria, aumentando sua capacidade de invadir o corpo e danificar os tecidos.
A infecção de feridas cirúrgicas por S. aureus é um problema comum em hospi-
tais, e sua capacidade de desenvolver rapidamente resistência a antibióticos, como
a penicilina, contribui para seu perigo para pacientes em ambientes hospitalares.
O S. aureus produz a toxina responsável pela Síndrome do Choque Tóxico, uma
infecção grave caracterizada por febre alta, vômitos e, algumas vezes, morte. Tam-
bém produz uma enterotoxina que causa vômitos e náusea quando ingerida, uma
das causas mais comuns de intoxicação alimentar.
Lactobacillales
Diversos gêneros importantes são encontrados na ordem Lactobacillales. O gê-
nero Lactobacillus é representativo da importância das bactérias produtoras de
ácido lático para a Indústria.
A maioria não tem um Sistema de Citocromo e não é capaz de utilizar o oxigê-
nio como aceptor de elétrons. Contudo, diferentemente da maioria dos anaeróbicos
obrigatórios, elas são aerotolerantes e capazes de crescer na presença de oxigênio.
Entretanto, em comparação aos micro-organismos que utilizam o oxigênio, elas
crescem pouco. Porém, a produção de ácido lático a partir de carboidratos simples
inibe o crescimento de organismos competidores e permite que eles cresçam de
maneira competitiva, apesar de sua ineficiência metabólica.
O gênero Streptococcus possui as mesmas características metabólicas do gê-
nero Lactobacillus. Existem diversas espécies importantes industrialmente, mas os
estreptococos são os mais conhecidos, por sua patogenicidade.
Os gêneros Enterococcus e Listeria são mais convencionais metabolicamente.
Ambos são anaeróbicos, facultativos, e várias espécies são patógenos importantes.
Nos humanos, as bactérias do gênero Lactobacillus são localizadas na vagina,
no trato intestinal e na cavidade oral.
Streptococcus
Os membros do gênero Streptococcus são bactérias gram-positivas esféricas,
que aparecem, tipicamente, em cadeias.
Eles são um grupo complexo do ponto de vista taxonômico, provavelmente
responsáveis por mais infecções e causando uma variedade maior de doenças que
qualquer outro grupo de bactérias.
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Enterococcus
Os enterococos são adaptados a áreas do corpo ricas em nutrientes, mas pobres
em oxigênio, como o trato gastrintestinal, a vagina e a cavidade oral.
Eles também são encontrados em grandes quantidades nas fezes humanas.
Como são micro-organismos relativamente resistentes, persistem como contami-
nantes em ambientes hospitalares, mãos, jogos de cama e até nos gases fecais.
Nos anos recentes, eles se tornaram a principal causa de infecções nosocomiais,
especialmente por sua alta resistência à maioria dos antibióticos.
Duas espécies, Enterococcus faecalis e Enterococcus faecium, são responsáveis
pela maioria das infecções de feridas cirúrgicas e do trato urinário.
Em cenários médicos, eles frequentemente entram na corrente sanguínea por
meio de procedimentos invasivos, como os cateteres.
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Listeria
A espécie patogênica do gênero Listeria monocytogenes pode contaminar ali-
mentos, especialmente os laticínios.
Mycoplasmatales
Os micoplasmas são altamente pleomórficos, pois não têm parede celular e
podem produzir filamentos que parecem fungos, daí seu nome (mykes = fungos e
plasma = formado).
Como seu tamanho e plasticidade permitem que passem através dos filtros que re-
têm bactérias comuns, assim, esses organismos foram, inicialmente, considerados vírus.
Para ter acesso a mais imagens de bactérias, explore o site a seguir: http://bit.ly/2KX5n0g
Fungos
Micologia é o estudo dos fungos, que são seres eucariotos que compõem o reino
Fungi e tem valor econômico considerável.
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Todavia, os fungos diferem das bactérias em determinadas necessidades ambien-
tais e nas características nutricionais apresentadas a seguir:
• Os fungos, normalmente, crescem melhor em ambientes em que o pH é próxi-
mo a 5, que é muito ácido para o crescimento da maioria das bactérias comuns;
• Quase todos os fungos são aeróbicos e a maioria das leveduras é anaeróbi-
ca facultativa;
• A maioria dos fungos é mais resistente à pressão osmótica que as bactérias;
muitos, consequentemente, podem crescer em concentrações relativamente
altas de açúcar ou sal;
• Os fungos podem crescer em substâncias com baixo grau de umidade, em
geral tão baixo, que impede o crescimento de bactérias;
• Os fungos necessitam de menos nitrogênio para um crescimento equivalente
ao das bactérias;
• Os fungos, com frequência, são capazes de metabolizar carboidratos com-
plexos, como a lignina (um dos componentes da madeira), que a maioria das
bactérias não pode utilizar como nutriente.
Algas
As algas são organismos eucariotos fotoautotróficos relativamente simples que
não possuem os tecidos (raízes, caules e folhas) típicos de plantas.
As algas são conhecidas como as grandes placas marrons nas águas costeiras, a
espuma verde em uma poça e as manchas verdes no solo ou sobre rochas.
Protozoários
O termo protozoan significa “primeiro animal” que, geralmente, descreve sua
nutrição semelhante à nutrição dos animais.
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Um cisto também permite que uma espécie parasita seja capaz de sobreviver
fora de um hospedeiro. Isso é importante, pois os protozoários parasitas podem
precisar ser excretados de um hospedeiro para precisar chegar a um novo.
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Essas doenças envolvem, em seu ciclo, hospedeiros, isto é, organismos vivos em
que os parasitas se desenvolvem.
Caso o agente parasitário utilize dois hospedeiros para completar o seu ciclo
de vida, considera-se hospedeiro definitivo aquele local no qual o parasita se re-
produz sexuadamente. Hospedeiro intermediário é aquele no qual o parasita se
reproduz assexuadamente.
Helmintos
Muitos animais parasitas passam a vida inteira, ou parte dela, em humanos. A maior
parte desses animais pertence a dois filos: Platelmintos (vermes achatados) e Nematoda
(vermes redondos).
Artrópodes
Os artrópodes são animais caracterizados por possuir corpos segmentados, es-
queletos externos rígidos e patas articuladas. Com aproximadamente um milhão de
espécies, esse é o maior filo do reino animal.
A sarna e a pediculose são doenças causadas por artrópodes. São eles: Aracní-
dea (oito patas): aranhas, ácaros, carrapatos; Crustácea (quatro antenas): carangue-
jos, lagostim; Insecta (seis patas): abelhas, moscas, piolhos.
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Quando ele injetou o fluido filtrado em plantas sadias, elas contraíram a doença.
A primeira doença humana associada com um agente filtrável foi a febre amarela.
Esse novo vírus foi identificado pela primeira vez em Israel, em 2002, e parece
circular nos Estados Unidos desde então.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Biologia - Reino Protista: Protozoários
https://youtu.be/810GJyW6PMI
Leitura
Manual de Microbiologia Clínica para o Controle de Infecção em Serviços de Saúde
http://bit.ly/2L8PWCi
Vírus
http://bit.ly/2L8Q30G
Reino Protista
http://bit.ly/2KZHHIQ
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Referências
BROOKS, G. F. et. al. Microbiologia Médica. 25.ed. Porto Alegre: AMGH,
2012. (e-book)
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