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CENTRO UNIVERSITARIO MAURICIO DE NASSAU

FARMÁCIA

SÂMIA ALVES RIBEIRO

TECNOLOGIAS E METODOLOGIAS PARA SÍNTESE DE FÁRMACOS:


uso de microrreatores na síntese de fármacos

ARAPIRACA
2023
SÂMIA ALVES RIBEIRO

TECNOLOGIAS E METODOLOGIAS PARA SÍNTESE DE FÁRMACOS:


uso de microrreatores na síntese de fármacos

ARAPIRACA
2023
Uso de microrreatores na síntese de fármacos

A produção de novos fármacos leva um longo tempo até o medicamento ser


liberado e comercializado, pois antes disso existem etapas de pesquisa,
produção e testes. Diante disso, surgiu a necessidade de novas tecnologias para
acelerar, tornar mais eficaz a síntese de fármacos, sendo uma delas a tecnologia
de microrreatores (TRM), a qual apresenta diversas vantagens, porém também
expressa algumas desvantagens que serão detalhadas a seguir.
Dentre os objetivos e vantagens da TMR está a automoção, ou a busca pelo
afastamento da mão de obra humana no decorrer do tempo, amenizando erros
de processo humano. Outra característica que é imprescindível é a segurança,
ao realizar reações químicas explosivas como as de nitração, as TRM evitam
acidentes industriais e problemas ambientais. Além disso, ocupam pouco espaço
físico, como o próprio nome sugere, são reatores em tamanho de miniatura com
isso, promovem a redução dos custos de alugueis deixando o processo mais
barato, e sobretudo devido diâmetro interno de seus microcanais em escala de
micrometros (equivalentes a um fio de cabelo) possibilitam uma alta difusão, isto
é, geram uma proximidade molecular dentro do reator, em que os reagentes se
misturam, consequentemente há uma boa transferência de massa e calor e
aumento de rendimento ou geração de maiores quantidades de moléculas com
propriedades farmacológicas. Como também, mantém o escoamento laminar
para diminuir problemas nos regimes turbulentos. Por último, as TRM possuem
uma enorme aplicabilidade na indústria, como exemplo, temos a sua aplicação
na síntese completa do ibuprofeno, uso nas glitazonas, síntese do biodiesel e
reações enzimáticas tipo a biocatálise.
A glitazona é uma classe de fármacos agonistas PPAR-gama, que contém em
sua estrutura o 2,4-tiazollidinadiona, são sensibilizadores de insulina, atuam em
sua maior parte na resistência à insulina periférica nos adipócitos, hepatócitos e
músculo, induzindo a transcrição de genes relacionados ao metabolismo
glicídico, lipídico e a expressão de proteínas inflamatórias e endoteliais que estão
relacionadas a aterosclerose o que promove recuperação da função entotelial.
Essas produzem algumas reações possíveis no microrreator como reações de
oxidação onde está inserido o enxofre, reações de Mannich n-alquilação no lugar
que está contido o nitrogênio e no carbono 5 reação de condensação com
aldeídos aromáticos, o qual é bastante comum na produção de fármacos. Sendo
assim, esse composto tem uma função de “building blocks” ou seja, são
adicionados ramificações na molécula de TZD com a finalidade de atingir um
composto com atividade farmacológica.
Um dos derivados da TZD é a rosiglitazona, usada no tratamento do diabetes
mellitus tipo 2, um tipo de distúrbio metabólico crônico ocasionado pelo excesso
de glicose no sangue pela falta da secreção do hormônio insulina, esse atua no
transporte da glicose do sangue para a célula, dessa forma, age como um
antihiperglicêmico baixando os níveis de glicose no sangue. Ainda, é importante
explanar a sua rota sintética, uma delas é a síntese de 2R1 (segunda reação da
rota 1 da rosiglitazona), que ocorre a partir da condensação com aldeídos
arilícos, sendo uma reação entre carbonila do aldeído reagindo com carbono de
posição 5 da TZD tudo isso subtmetido a uma base, após isso, ocorre reação de
desidratação elaborando a molécula desejada. Importante destacar que esse
tipo de reação utiliza tecnologia da química verde, como etanol (tipo de solvente),
produzido a partir da cana de açúcar, e tem como produto secundário a água.
Ademais, a respeito das limitações das TRMS, pode ser citado as reações com
sólidos não ser recomendada, ou mesmo não poder produzir substâncias
sólidas, haja vista, os microconais, onde qualquer sólido maior que esses geram
o entupimento, sendo preferível reações gasosas, líquidas. Outrossim, um ponto
bastante considerável pelas indústrias do setor é a aquisição, já que não é um
sistema barato, e, portanto, muitas vezes são empregadas na química fina
visando recuperar o investimento aplicado nessa tecnologia.
Portanto, os microrreatores são equipamentos compostos por microcanais
interligados onde acontecem reações químicas, ou seja, onde reagentes são
manipulados e reagem por um tempo, possuem dois tipos, sendo estes tanque
e tubo, oferecem mistura rápida dos reagentes, tempo de reação rápido,
rendimentos aumentados e manipulação segura de compostos tóxicos e
explosivos, quantidade de compostos com potencial farmacológico, podem ser
realizados em industrias pequenas e compactas dado o seu tamanho, possuem
um custo alto e só são usados em reações com compostos gasosos e líquidos.
Referências:
https://www5.usp.br/noticias/tecnologia-2/microrreatores-aumentam-a-
eficiencia-da-reacoes-para-producao-de-
medicamentos/#:~:text=Uso%20de%20microrreatores%20aumenta%20efici%C
3%AAncia%20da%20produ%C3%A7%C3%A3o%20de%20medicamentos,-
19%2Fmaio%2F2015&text=Pesquisa%20determina%20as%20melhores%20co
ndi%C3%A7%C3%B5es,avan%C3%A7os%20na%20pesquisa%20sobre%20m
edicamentos
https://www.youtube.com/watch?v=Qi8yMxmnXSM&t=846s
https://repositorio.usp.br/directbitstream/5e0ddc27-7481-44af-95af-
5fd65629f0ad/3087647.pdf

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