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Pedro Tomé António Dias

Crimildo Nelsio Afonso


Nelia Nelio Ubisse
Abdul Razack
Valdimiro Ivo

Formulções de Pesticidas
(Licenciatura em Agropecuria, habilitações em Extensão)

Universidade Rovuma
ISDR~NIASSA
2024
Pedro Tomé António Dias
Crimildo Nelsio Afonso
Nelia Nelio Ubisse
Abdul Razack
Valdimiro Ivo

Formulções de Pesticidas
(Licenciatura em Agropecuria, habilitações em Extensão)

Trabalho de carácter avaliativo da cadeira de FPFT,


a ser entregue no departamento de ciências
alimentares e agrários, leccionado pelo docente:
Matis Baysse

Universidade Rovuma
ISDR~NIASSA
2024
Indice
1. INTRODUÇÃO...............................................................................................................4
2. OBJETIVOS....................................................................................................................4
2.1. Objetivo geral...............................................................................................................4
2.2. Objetivos específicos....................................................................................................4
2.3. Metodologias................................................................................................................4
3. REVISÃO DE LITERATURA.......................................................................................5
3.1. O QUE É A FORMULAÇÃO DOS PESTICIDAS?...................................................5
3.1.2. Formulação................................................................................................................5
4. PROPRIEDADES FÍSICAS, QUÍMICAS E BIOLÓGICAS DOS PESTICIDAS........7
4.1. Propriedades dos pesticidas..........................................................................................7
4.2. As propriedades físicas.................................................................................................8
4.3. Propriedades químicas dos pesticidas:.........................................................................8
4.4. Propriedades biológicas dos pesticidas:.......................................................................9
4.5.1. Vantagens de cada tipo de pesticida:.......................................................................10
5. TOXICOLOGIA LEI LD50..........................................................................................10
5.1. A Lei LD50................................................................................................................11
5.2. TOXIDADE...............................................................................................................11
5.2.1. Classificação de toxicidade.....................................................................................12
5.3. Persistência.................................................................................................................12
5.4. Transporte...................................................................................................................13
5.5. Degradação.................................................................................................................14
5.5.1. Na Agricultura.........................................................................................................15
5.5,2. Efeitos na Saúde Humana........................................................................................15
Conclusao..........................................................................................................................15
Referências bibliográfica...................................................................................................16
1. INTRODUÇÃO
A formulação de pesticidas é um processo complexo que envolve a mistura de ingredientes ativos
e inertes para aumentar a eficácia e a segurança do produto final. Os ingredientes ativos são os
responsáveispela ação pesticida, ou seja, são os componentes que combatem as pragas, doenças
ou plantas indesejadas. Já os ingredientes inertes têm funções como estabilização, dispersão e
adesão do produto. A formulação adequada dos pesticidas é de extrema importância para garantir
sua eficácia, minimizar riscos para a saúde humana e para o meio ambiente, além de garantir a
praticidade de uso.

2. OBJETIVOS
2.1. Objetivo geral
 Estudar os processos da formulaçao dos pesticidas

2.2. Objetivos específicos


 Determinar os efeitos dos pesticidas na saúde humana, considerando diferentes vias de
exposição
 Identificar os principais fatores que influenciam a persistência dos pesticidas
 Investigar os mecanismos de transporte dos pesticidas nas células vegetais e sua relação
com a eficácia no controle de doenças.

2.3. Metodologias
Na compilação deste trabalho de pesquisa foram utilizados alguns métodos e procedimentos,
concretamente o monográfico que tem como princípio de estudo de um caso em profundidade
que pode ser considerado representativo de muitos outros ou mesmo de todos os casos
semelhantes, este metodo consiste no estudo de determinados indivíduos, profissões, condições,
instituições, grupos ou comunidades, com a finalidade de obter generalizações de certas
pesquisas em causa, (LAKATOS E. M; MARCONI; 2003).
3. REVISÃO DE LITERATURA
3.1. O QUE É A FORMULAÇÃO DOS PESTICIDAS?
3.1.2. Formulação
É a arte de transformar um produto técnico numa forma adequada de uso, ou seja, através da
formulação, os fabricantes fornecem ao utilizador um pesticida numa forma conveniente para o
seu manuseamento, isto e, no rotulo do produto, e caso seja usado correctamente, pode não
constituir nenhum perigo tanto para o aplicador como para o ambiente, (PATUSSI &
BUNDCHEN 2005).
Normalmente reúne o ingrediente activo, isto é, o pesticida propriamente dito, o solvente, quando
necessário, e o produto inerte o talco, caulim, bentonica, etc. e ainda podem ser usados
adjuvantes como estabilizantes, agentes molhantes, dispersantes, emulsionantes, espalhantes,
adesivos, sinergistas etc.( VALENTE 2012 ) .
O desenvolvimento de uma formulação é um trabalho multidisciplinar, onde entram
conhecimentos de química, de física, de biologia, de toxicologia, de ecologia, de tecnologia e de
marketing, etc.
Na formulação, há que ter em conta aspectos tão variados como a acção biológica no duplo ponto
de vista eficácia e tolerância, as propriedades físicoquímicas (solubilidade, estabilidade, etc.) e
toxicológicas, os efeitos ambientais, as características da aplicação (distribuição), o grau de
aceitação por parte dos utilizadores finais, a disponibilidade dos formulantes (matéria prima), o
processo de fabrico, o embalamento e a vertente económica do projecto.
Cada um dos parâmetros por si só e todos no geral terão de ser tão positivos quanto possível.
A finalidade deste estudo é fornecer informações científicas e técnicas que possam embasar a
regulamentação, o uso adequado e a gestão dos pesticidas, garantindo a proteção dos recursos
naturais, a saúde pública e a produção agrícola. Além disso, a pesquisa na formulação de
pesticidas busca constantemente novas tecnologias e ingredientes mais seguros e eficazes,
contribuindo para o desenvolvimento sustentável do setor agrícola.

O modo como um produto fisicamente se apresenta, isto é a formulação, pode ter várias
designações, de que se apontam exemplos no quadro.1
FORMULAÇÕ ABRVIAÇO FORMULAÇÕ ABRVIAÇO OUTRAS ABRVIAÇ
ES ES ES ES FORMULAÇÕ OE
SÓLIDAS LÍQUIDAS ES
grânulos WG concentrado EC Microgrânulos MG
dispersíveis para emulsão
em água
grânulos GR emulsão água EO gel para GL
em óleo emulsão
pó molhável WP emulsão óleo EW isco CB
em água concentrado
pó polvilhável DP solução SL pasta PA
concentrada
pó solúvel SP suspensão SC pastilhas TB
concentrada
Uma substância activa pode originar mais de uma formulação, esta é aliás uma decisão ponderada
pelos responsáveis em fase relativamente precoce do processo de desenvolvimento de um
Produto fitofarmacêutico. Nos casos em que existem duas ou mais formulações duma mesma
substância activa, há entre elas certos parâmetros que são comuns e outros que o não são
conforme se mostra no quadro 2
Parâmetros comuns as propriedades físicas da substância activa
as propriedades químicas da substância
activa
o modo de acção biológico
Parâmetros variáveis o método de aplicação
o processo de fabrico
a compatibilidade nas misturas
a segurança durante o fabrico
o manuseamento e a aplicação
a segurança face ao ambiente
a preferência do utilizador final
considerações de natureza comercial
o custo
Assim, são os parâmetros variáveis que estabelecem as diferenças entre duas ou mais
formulações duma mesma substância activa. É com base neles que se torna possível criar, para
cada uma, um perfil definido por vantagens e por desvantagens, conforme o quadro 3.
VANTAGENS DESVANTAGENS
• baixa toxicidade • facilmente lavado pela chuva
• baixa inflamabilidade • instável a baixas temperaturas
• boa solubilidade e suspensão • processo de fabrico caro
• eficaz para as culturas
• segurança
Não há formulações que tenham apenas vantagens, mas há na realidade algumas com mais
vantagens que outras.
Os critérios de opção pelo desenvolvimento de uma formulação têm a ver com questões
fundamentais como:
 O perfil toxicológico e ambiental;
 A estabilidade física e química a longo prazo (condições de armazenamento Até 2 anos);
 A facilidade da produção e o seu custo;
 Eficácia e comportamento biológico consistentes;
 Ser fácil de manusear e de aplicar;
 Ser compatível com outros produtos em misturas extemporâneas no tanque.

4. PROPRIEDADES FÍSICAS, QUÍMICAS E BIOLÓGICAS DOS PESTICIDAS


4.1. Propriedades dos pesticidas
As principais propriedades relacionadas aos efeitos dos pesticidas no ambiente referem-se a
toxidade, a persistência, ao transporte e a degradação (FAO, 1996).
Toxidade medida por meio de variável DL50 (dose letal) que representa a concentração do
pesticida que é capaz de matar a 50% dos organismos testados.
Baixos valores de DL50 (0-10) são altamente tóxicos.
Os efeitos tóxicos podem ser agudos (morte dos organismos) ou crónico (doenças cancerígenas
tumores abortos, inibição de crescimento etc.).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou os efeitos tóxicos dos pesticidas em
quatro (4) classes (WHO, 2005):
 Classe I: extremamente tóxicos – faixa vermelha;
 Classe II: altamente tóxico – faixa amarela;
 Classe III: Mediamente tóxico . faixa azul;
 Classe IV: pouco ou muito pouco tóxico – faixa verde.
4.2. As propriedades físicas.
químicas e biológicas dos pesticidas influenciam o seu modo de ação, eficácia e toxicidade. Aqui
está uma breve descrição de cada uma dessas propriedades Propriedades físicas dos pesticidas:
As propriedades físicas dos pesticidas incluem características como solubilidade em água,
densidade, ponto de fusão e ponto de ebulição. Essas propriedades afetam a forma como o
pesticida é aplicado e se dispersa no ambiente. Por exemplo, pesticidas com alta solubilidade em
água podem ser mais facilmente lavados pela chuva, enquanto pesticidas com alta densidade
podem penetrar mais facilmente no solo, estes tambem envolvem a termoterapia (ar quente, água
quente e vapor de água) para destruição de vírus e tratamento de órgãos de propagação vegetal, a
solarização do solo contra fungos, nemátodos e orobancas, a exposição directa de certos
organismos à chama, até níveis térmicos de sensibilidade e o controlo de algumas doenças por
refrigeração.
4.3. Propriedades químicas dos pesticidas:
As propriedades químicas dos pesticidas incluem a sua estrutura molecular, reatividade química e
afinidade por alvos específicos. Essas propriedades determinam como o pesticida interage com o
alvo pretendido, como uma praga ou doença, e podem influenciar a sua seletividade e
persistência no ambiente. Por exemplo, pesticidas com alta especificidade por determinadas
espécies de pragas podem reduzir o impacto em organismos não alvo.

Estes pesticidas consistem no uso de substâncias naturais ou de síntese na protecção das


plantas, no sentido de as proteger da influência de factores bióticos. A base de suporte é fornecida
pelos Produtos fitofarmacêuticos.
Quando se fala de substâncias naturais, estão, normalmente, a referir-se produtos de origem
vegetal como o Pyretrum (Piretrina) proveniente de uma planta Crysanthemum spp. (pampilho)
ou a nicotina proveniente do Nicotiana tabacum (tabaco). Podem também ser considerados os
antibióticos, produzidos por fungos e usados contra bactérias. Todavia, o grande grupo que aqui
se inclui é o dos Produtos fitofarmacêuticos de síntese, obtidos portanto por via química.
4.4. Propriedades biológicas dos pesticidas:
As propriedades biológicas dos pesticidas estão relacionadas à sua interação com os organismos
vivos, incluindo organismos alvo, organismos não alvo e o meio ambiente. Estas propriedades
afetam a eficácia do pesticida no combate às pragas ou doenças, bem como o seu potencial
impacto na biodiversidade e na saúde humana. Por exemplo, pesticidas biológicos são derivados
de organismos vivos, como bactérias ou fungos, e podem ser uma alternativa mais sustentável e
menos tóxica aos pesticidas químicos. estes tambem baseiam-se na acção de organismos
antagonistas naturais, indígenas ou introduzidos que, actuando como predadores, parasitóides ou
parasitas, reduzem as populações de inimigos das culturas. Esta definição contempla apenas
certas classes de artrópodes, que são, de facto, o grupo mais relevante, mas pode também ser
devida a patogénios.

Para uma boa compreensão convém definir alguns dos termos que são
aqui usados:
 Auxiliar: organismo antagonista, com actividade parasitóide, predadora ou patogénica,
sobre inimigos das culturas.
 Parasitóide: organismo, normalmente da classe Insecta, que se desenvolve total ou
parcialmente à custa de um indivíduo de outra espécie, acabando por provocar a sua morte
e tendo vida livre na forma adulta.
Exemplos:
Encarsia formosa vs mosca branca
Trichograma maidis vs pirale do milho
Aphelinus mali vs afídeos
Cales noacki vs mosca branca dos citrinos

 Predador: organismo que necessita do consumo de mais de um indivíduo, normalmente


capturado como presa, para completar o seu desenvolvimento, tendo vida livre em todas
as formas móveis.
Exemplos:
Chrysoperla carnea vs afídeos, mosca branca, trips
Coccinella spp. vs afídeos
Adalia bipunctata vs afídeos
Typhlodromus pyri vs aranhiço vermelho

 Patogénio: Fungos, bactérias e vírus responsáveis por provocar doenças específicas em


certas pragas
 Fungos: penetram na cutícula do insecto, produzem uma toxina que o paralisa e acaba
por matar.
Exemplos:
Beauveria spp. vs lepidópteros, coleópteros, dípteros
Enthomophtora spp. vs afídeos
 Bactérias e vírus: são ingeridos, provocam uma infecção, segue-
-se a paragem de alimentação e a morte por septicémia
Exemplos:
Bacillus thuringiensis vs vários lepidópteros (nóctuas, processionária, pirale, traças, etc.)
Baculovírus vs bichado da macieira
Para além dos casos assinalados lembra-se a possibilidade de existência na natureza de outras
espécies que podem também ter uma actividade útil neste processo. As aves insectívoras são um
exemplo.
4.5.1. Vantagens de cada tipo de pesticida:
- Pesticidas com propriedades físicas adequadas podem ser mais facilmente aplicados e
distribuídos de maneira uniforme na cultura, aumentando a sua eficácia no controle de pragas.

 Pesticidas com propriedades químicas específicas podem ser mais seletivos, ou seja,
atuarem apenas nas pragas-alvo, reduzindo o impacto nos organismos não alvo e no meio
ambiente.
 Pesticidas com propriedades biológicas benéficas podem ser menos tóxicos e mais
sustentáveis, contribuindo para a preservação da biodiversidade e reduzindo os riscos à
saúde humana e animal.

5. TOXICOLOGIA LEI LD50


A toxicologia é a ciência que estuda os efeitos adversos de substâncias químicas nos organismos
vivos. Ela desempenha um papel fundamental na proteção da saúde humana e ambiental,
bemcomo na avaliação e no desenvolvimento de medicamentos, cosméticos, produtos químicos
industriais, entre outros. A toxicologia é essencial para identificar os potenciais riscos associados
a diferentes substâncias e determinar as doses seguras para exposição.

DL50 (ou LD50), Dose Letal que mata 50% de indivíduos de uma população normal. Expressa-
se em mg por kg de peso vivo
5.1. A Lei LD50
É um método de avaliação de toxicidade aguda que determina a dose letal de uma substância que
causa a morte de 50% dos organismos de teste. Ou seja, a LD50 indica a quantidade de uma
substância necessária para causar morte em metade dos animais testados em um determinado
período de tempo. Esse parâmetro é muito utilizado na indústria e na pesquisa científica para
avaliar a toxicidade aguda de substâncias químicas e estabelecer limites seguros de exposição.

5.2. TOXIDADE
Toxidade é a qualidade de ser tóxico, ou seja, a capacidade de uma substância ou organismo
causar danos à saúde do ser vivo. Um material ou organismo tóxico é aquele que pode
causarDesde desconforto leve até problemas de saúde graves, dependendo da quantidade e forma
como é exposto ao ser vivo. A toxidade pode se manifestar de diversas maneiras, como irritações
na pele, dificuldades respiratórias, danos aos órgãos internos e até mesmo em casos extremos,
levar à morte. É importante conhecer os níveis de toxidade de substâncias para evitar acidentes e
proteger a saúde das pessoas e do meio ambiente.

Avaliação de toxicidade
 Conhecer as condições de uso seguro de substâncias químicas para a saúde humana e
ambiental.
 Manter as condições de exposição abaixo dos níveis considerados perigosos.
Os pesticidas são produtos químicos utilizados na agricultura para controlar pragas e doenças nas
plantações. No entanto, muitos pesticidas são altamente tóxicos e podem representar sérios riscos
paraa saúde humana, os animais e o meio ambiente. A exposição aos pesticidas pode ocorrer de
várias formas, como inalação, ingestão ou contato direto com a pele. Os pesticidas podem causar
uma variedade de efeitos adversos à saúde, incluindo irritações na pele e nos olhos, problemas
respiratórios, dores de cabeça, náuseas, vômitos, tonturas e até mesmo doenças mais graves,
como câncer, danos no sistema nervoso e problemas reprodutivos.
5.2.1. Classificação de toxicidade
Classificação de toxicidade DL50 oral em ratos (mg/kg)
Muito tóxica < 25
Tóxica 25 a 200
Nociva 200 a 2000

Toxicidade crônica (à longo prazo) Período deve ser superior a 3 meses.


Além disso, os pesticidas podem contaminar a água, o solo e os alimentos, tornando-se uma fonte
de contaminação ambiental e representando um risco para a biodiversidade e para a saúde dos
ecossistemas. A exposição crônica aos resíduos de pesticidas nos alimentos também levanta
preocupações sobre os possíveis efeitos a longo prazo na saúde das pessoas.
Por isso, é importante que os agricultores e os responsáveis pela aplicação de pesticidas sigam
todas as orientações de segurança e usem os equipamentos de proteção adequados. Além disso, é
fundamental investir em práticas agrícolas mais sustentáveis e na redução do uso de pesticidas,
promovendo assim a proteção da saúde humana e do meio ambiente.

5.3. Persistência
persistência biológica e largo espectro tornaram-se factores críticos porque persistência pode
significar poluição do Ambiente ou estímulo à resistência, enquanto largo espectro pode
significar agressividade ecotoxicológica indiferenciada, ou seja, falta de especificidade.
A persistência, na fitopatologia e fitofarmacologia, refere-se à capacidade de um pesticida,
fungicida ou herbicida de permanecer ativo no ambiente por um determinado período de tempo
após a aplicaçãoOs pesticidas persistentes têm a capacidade de manter sua eficácia por um
período prolongado, o que pode ser vantajoso em certos contextos, como no controle de pragas de
longa duração. No entanto, a persistência excessiva pode resultar em resíduos indesejados nos
alimentos, contaminação do solo e da água, e impactos negativos na saúde humana e no
ecossistema. Por isso, é importante considerar a persistência dos pesticidas ao escolher o método
de controle de pragas apropriado, levando em conta fatores como dose, frequência de aplicação e
tempo de intervalo entre a aplicação e a colheita.

Os pesticidas mais persistentes são geralmente compostos orgânicos clorados, como o DDT e o
lindano. Esses compostos são persistentes devido à sua estabilidade química e à capacidade de
sebioacumularem nos organismos e no meio ambiente, levando a uma degradação lenta e difícil.
Por outro lado, os pesticidas menos persistentes geralmente são compostos orgânicos de baixa
toxicidade e solubilidade, que se degradam rapidamente no ambiente, através de processos como
a fotodegradação, a degradação microbiológica e a volatilização. Além disso, alguns pesticidas
menos persistentes podem ter um tempo de vida curto devido a química mais simples e menor
resistência a fatores ambientais.

5.4. Transporte
O transporte em fitopatologia e fitofarmacologia refere-se à forma como os agentes patogênicos
(como fungos, bactérias e vírus) e os pesticidas são transportados dentro das plantas. Isimportante
entender o transporte desses agentes, pois influencia diretamente na eficácia do controle de
doenças e pragas das plantas. Por exemplo, alguns fungicidas precisam atingir determinadas
partes da planta afetadas pela doença, o que requer um transporte eficiente através dos tecidos
vegetais. Da mesma forma, os agentes patogênicos utilizam o transporte dentro da planta para se
espalharem e causarem danos. Compreender o transporte é fundamental para desenvolver
estratégias de controle eficazes, minimizando os impactos negativos sobre as culturas e o meio
ambiente.

Quando uma droga entra no organismo, este começa imediatamente a processá-la: absorção,
distribuição, metabolismo e excreção. A absorção é a transferência do seu local de administração
para o local de ação. No caso de preparações sólidas, a absorção depende inicialmente da
dissolução do comprimido ou cápsula que então libera o fármaco. Após a absorção ou
administração sistêmica para a corrente sanguínea, o fármaco se distribui para os líquidos
intersticiais e intracelulares. A excreção ocorre eliminando os fármacos sem qualquer alteração
ou transformando este em um metabólito. O rim é o principal órgão para a eliminação do fármaco
e seus metabólitos. A excreção através das fezes se dá por fármacos ingeridos oralmente que não
foram absorvidos ou fármacos excretados pela bile. A excreção pulmonar é importante para a
eliminação de gases tóxicos.
Os fármacos são liberados em regiões que não são o seu alvo de ação, diminuindo a sua
biodisponibilidade tornando necessária a administração de uma quantidade maior do que a
suficiente da droga para manter a dose terapêutica.
Uma alternativa para contornar estes problemas é a utilização dos denominados sistemas de
liberação controlada. Diferentemente de sistemas de liberação imediata (comprimidos, cápsulas)
este sistema libera de forma gradual quantidades específicas de um fármaco por um maior
período de tempo(Pandit, 2008). Suas principais vantagens são:
 Menor freqüência de doses;
 Melhor eficácia e menor efeito colateral, por liberar o fármaco diretamente no local de
ação;
 Melhor adesão do paciente ao tratamento por este tomar um menor número de doses;
Transporte passivo – As moléculas neste tipo de transporte penetram na membrana seguindo um
gradiente de concentração, esta passagem ocorre até o momento do equilíbrio, isto é, a
concentração de uma determinada molécula é igual dos dois lados da membrana. No caso de
compostos iônicos, as concentrações no estado de equilíbrio dependem da diferença de pH
através da membrana que influência o estado de ionização das moléculas. (Pandit, 2008),
(Goodman, 2006)

Transporte ativo – Neste tipo de transporte através de membranas são necessárias certas proteínas
inseridas na dupla camada para efetuar o transporte (Rowland, 2009). A diferença é que
conseguem transportar moléculas contra o gradiente de concentração. Necessitam de energia
celular, conseguida através do ATP (Trifosfato de Adenosina).
5.5. Degradação
A degradação em fitopatologia se refere à perda de qualidade e saúde das plantas causada por
agentes patogênicos como fungos, bactérias, vírus, nematoides, entre outrosJá a fitofarmacologia
é o estudo dos efeitos de substâncias químicas em plantas, incluindo pesticidas e agrotóxicos. A
importância da degradação em fitopatologia e na fitofarmacologia nos pesticidas está relacionada
à necessidade de controlar e prevenir danos causados por pragas e doenças nas plantas,
garantindo assim a produtividade e a qualidade dos cultivos agrícolas. O entendimento desses
processos de degradação pode ajudar no desenvolvimento de pesticidas mais eficazes e seguros
para o meio ambiente e para a saúde humana.
5.5.1. Na Agricultura
Na agricultura a contaminação e degradaçao pode ocorrer pelas perdas na aplicação do produto
pela deriva ocasionada pelos ventos e pela evaporação atingindo a atmosfera e distribuindo os
contaminantes para outros compartimentos ambientais como solo ou águas superficiais.
Outra forma de contaminação pode ocorrer pela disposição inadequada das embalagens vazia
contendo resíduos de pesticidas possibilitando a contaminação do solo e das águas. Uma vez
presente no meio ambiente os pesticidas podem se distribuir, degradar ou acumular nos diversos
compartimentos do ambiente.
Os factores determinantes da dinâmica dos pesticidas no meio ambiente são a forma de uso dos
pesticidas, características ambientais e de suas propriedades físico-químicas do princípio activo
(LARA; BATISTA, 1992).
Segundo Mesquita (2005), uma fracção considerável dos pesticidas utilizados na agricultura,
acaba atingindo o solo e as águas de forma indesejável.
5.5,2. Efeitos na Saúde Humana
Os efeitos sobre a saúde podem ser de dois tipos:
 Efeitos agudos: ou aqueles que resultam da exposição à concentração de um ou mais
agentes tóxicos, capazes de causar dano efectivo aparente em um período de 24 horas;
 Efeitos crónicos: ou aqueles que resultam de uma exposição continuada a doses
relativamente baixas de um ou mais produtos.

Conclusao.
Chegado o fim deste trabalho constatamos que nos últimos 30 anos, o uso de pesticidas na
agricultura tornou-se bastante difundido, especialmente no Brasil, que passou a ser um dos
maiores consumidores de pesticidas, ficando atrás somente do Japão e dos EUA (Dams, 2006).
Contudo, o uso indiscriminado desses pesticidas - sem as devidas precauções e cuidados em
relação à manipulação, produção, estocagem e destino final - podem por em risco o ambiente e,
também a saúde das pessoas, que de alguma forma entram em contato com tais produtos.

Referências bibliográfica
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