Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Prédio Minas - Rodovia Papa João Paulo II, 4143 - 10º e 11º andar
CEP: 31630-900
https://www2.educacao.mg.gov.br/
Conteudistas:
02
SUMÁRIO
3. GESTÃO DA SALA DE AULA/ ANOS INICIAIS
03
3. GESTÃO DA SALA DE AULA/ ANOS INICIAIS
Olá! Chegamos ao terceiro eixo do curso: Gestão da sala de aula.
Relembrando o que já foi discutido, iniciamos com a reflexão sobre o
Currículo e documentos norteadores. A seguir discutimos sobre o
planejamento, elementos que precisamos dominar para podermos
pensar em caminhos. E agora vamos ver tudo isso se concretizando no
cotidiano? Afinal, é no dia a dia que as ideias vão sendo desenvolvidas
(ou não) e o CRMG traz elementos que devem ser garantidos nos
espaços dos Anos Iniciais; por isso o tema desse eixo: gestão da sala de
aula.
04
Analisar e refletir sobre os principais conceitos que sustentam a área
de conhecimento e a proposta de organização por unidades.
Por isso, essa fase do curso inicia conversando sobre dois eixos
estruturantes do CRMG, a saber:
05
Equidade, diversidade e inclusão
A escolha desses eixos para essa etapa do curso se deu porque pensar
na gestão da sala de aula é lidar o tempo todo com essas concepções
nas nossas ações neste espaço: na escolha dos procedimentos, na
relação diária com os estudantes, na definição das atividades, na
seleção de conteúdos ou componentes curriculares a serem
priorizados, colocamos esses eixos em ação ou não. Você pode estar
pensando que são temas que já estão muito discutidos, que já fazem
parte do vocabulário do professor, no entanto, o que se propõe aqui é
passar para uma segunda etapa do processo de conhecimento: refletir
se temos vivido na prática pedagógica essas concepções, porque entre
o “compreender” e o “colocar em ação” existe uma grande distância.
Sendo assim, cabe refletir: eu trabalho na perspectiva da equidade?
Valorizo a diversidade ou privilégio algum grupo? São muitas as
questões que podem ser colocadas aqui.
Vamos em frente!
06
Não é questão de querer
Mas criança também tem
Direito de perguntar...
Filme que tenha robô,
Brincar de adivinhação.
Amarelinha, petecas,
Bola, bola, bola, bola!
Um passeio de canoa,
Ser alegre e tagarela
Um amigo inteligente,
Sentir o cheiro do mar.
quente.
Comer frutas no pomar,
Festejar o aniversário,
Noite de muito luar.
Um pouquinho de aventura...
E quando a noite chegar,
bombinha,
Pé-de-moleque e rojão,
Uma caminha macia,
bandeirinha.
07
Ruth Rocha
Podemos aproveitar essa forma sensível de escrita
sobre os direitos das crianças para refletir sobre
alguns conceitos importantes que orientam o
trabalho educativo proposto pelo CRMG e a
importância do cuidado com todas as dimensões
do sujeito: o emocional, o motor, o cognitivo, o
biológico, o social. Apesar de ser um texto poético,
ele foi construído à luz da Declaração Universal dos
Direitos da Criança.
SAIBA MAIS:
Link:https://www.sescrio.org.br/wp-content/uploads/2020/12/
Declaracao-Direitos-Crianca.pdf
Link: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/
d99710.htm
08
Criança tem que ter nome
09
[...] garanta a isonomia e igualdade, que consiga promover uma
educação de qualidade, nos preceitos estabelecidos no Plano
Nacional de Educação, reconhecendo e valorizando os atores
participantes do processo, bem como as múltiplas dimensões
da formação humana; uma educação que promova a inclusão e
o acesso; que reconheça e valorize as diversidades; que
reconheça seus sujeitos e tempos de vivência e estabeleça
laços com a comunidade e seu território (2019, p.13);
E ainda ressalta sobre a singularidade e complexidade do sujeito:
Como educador (a) você sabe bem que, para garantir tais
direitos, é preciso ainda pensar cada sujeito em sua
singularidade, considerando seu desenvolvimento
biopsicossocial, seus tempos de vivência, e ainda: Os diferentes
ritmos e características peculiares de aprendizagem, as
diferentes etapas e anos de escolaridade, numa perspectiva de
gradação das competências e habilidades a serem
desenvolvidas (CRMG, 2019, p.17).
Tornar concreta a proposta de educação para a diversidade, com o
olhar para as múltiplas dimensões do sujeito, garantindo a permanência
de TODOS na escola, exige pensar na necessidade de considerar as
diferenças para promover a igualdade. Não é possível falar de igualdade
se não investirmos na justiça social. O CRMG (2019, p. 20) define o
conceito de equidade: significa igualdade de oportunidades, redução
das desigualdades e lógica libertadora, que, se aplicadas, oportunizam
uma educação pública de qualidade para todos.
10
O maior objetivo é tornar a educação acessível a todos e que esses
sujeitos permaneçam na escola, e isso demanda trabalhar com as
diferenças, particularidades e especificidades. É uma perspectiva que
reconhece e valoriza diferenças e as considera como únicas, com
direitos a serem considerados e a terem igualdade de oportunidades.
Opa! Já falamos sobre equidade e inclusão, mas onde entra essa tal
diversidade? Ora, e tem como falar de inclusão sem a compreensão de
que a diversidade é riqueza? Diversidade se relaciona com nossa
individualidade e também a aspectos comuns de grupos:
11
A construção de ambientes escolares com estruturas
organizativas e metodológicas democráticas, capazes de respeitar
as diferenças geográficas e territoriais, de gênero, Igualdade
linguísticas, religiosas, as condições físicas, sensoriais, intelectuais
e mentais e de linguagens diferenciadas, dentre outras, permite
aos sujeitos do processo escolar uma nova perspectiva ao
introduzirmos nos espaços escolares novos objetos de estudo: o
pluralismo cultural, a liberdade, a justiça social, o respeito mútuo,
o senso de coletividade, a solidariedade e o reconhecimento das
diferentes modalidades educacionais como a Educação do Campo,
Educação Escolar Quilombola e Educação Escolar Indígena (CRMG,
2019, p. 20).
Direito de perguntar...
12
Como pôde ser visto, os eixos estruturantes do CRMG são aspectos
importantes que devem estar presentes nas pequenas atitudes e
relações que se estabelece com as crianças na gestão da sala de aula.
Compreender esses eixos e refletir sobre como investir neles será a
transformação (e desafio) a ser realizada na formação do professor.
Então vamos agora ver sobre a sala de aula Ensino Fundamental Anos
Iniciais, conversar sobre especificidades desse espaço e orientações
para a realização do trabalho pedagógico, para ajudar a definir o que
fazer em sala de aula, o que pode ser priorizado. Sigamos em frente!
Exemplo - 1
pensar na gestão da sala de aula é lidar o tempo todo com as
concepções nas nossas ações na prática diária: escolhendo os
procedimentos didáticos a serem implementados em sala, e lidar
diariamente com os estudantes, definindo as atividades, selecionando
os conteúdos ou componentes curriculares a serem priorizados,
colocamos esses eixos em ação ou não e podemos refletir se temos
vivido na prática pedagógica essas concepções.
Exemplo -2
pensar na gestão da sala de aula é ter como objetivo tornar a educação
acessível a todos e que esses sujeitos permaneçam na escola, e isso
demanda trabalhar com as diferenças, particularidades e
especificidades. É reconhecer e valorizar diferenças e as considerar
como únicas, com direitos a serem considerados e a terem igualdade de
oportunidades.
13
Reflita comigo: Equidade e inclusão implicam em investir na
própria história dos sujeitos que habitam a escola, suas
subjetividades, seus espaços, seus tempos, suas necessidades e
seus desejos. Pensar na gestão da sala de aula implica em ouvir
as crianças, investir na sua participação no cotidiano escolar.
Participar do espaço em que vive, perceber-se coletivo é
construção de cidadania. Ninguém nasce percebendo-se
coletivo. É uma aprendizagem que se dá nas relações que
estabelecemos com o outro.
Vamos nos deter aqui na discussão em torno dos anos iniciais: o que
caracteriza esse espaço? Abaixo você verá alguns aspectos que fazem
parte dessa etapa:
08
Os anos iniciais são um espaço de novas aprendizagens, de ampliação
do uso social da escrita e da matemática, de acesso a explicações
científicas. Nessa etapa haverá bastante investimento para que o
estudante participe do mundo letrado com mais efetividade e
autonomia, sendo assim, um importante objetivo a ser buscado será o
de domínio do sistema de escrita alfabético.
15
Nos anos iniciais, apesar dos componentes curriculares de todas as
áreas fazerem parte do currículo, cabe ressaltar que a principal
característica do trabalho deve ser a interdisciplinaridade. Os
componentes não devem ser trabalhados de forma estanque. Nas
discussões orientadoras de todas as áreas de conhecimento, sempre
estará presente o destaque para o trabalho Interdisciplinar. E de forma
geral, logo no início o CRMG destaca:
É preciso trazer para o currículo mineiro as capacidades que
envolvam repertório cultural, empatia, responsabilidade, cultura
digital e projeto de vida, portanto, é preciso desenvolver um currículo
integrado, interdisciplinar e interdimensional, no qual o estudante
atue como sujeito, construtor de aprendizagens integradas que façam
sentido para ele. (CRMG, pág.18)
O cuidado em garantir esse trabalho que não se concentra em um só
componente curricular, deve ser orientador da prática em todos os
anos das séries iniciais. Veja o relato de uma professora sobre uma
atividade de rotina realizada em turma de 2º ano:
16
E fizemos vários registros para mostrar que podemos ir por vários
caminhos para encontrar uma resposta. Além disso, fizemos muito
exercício de interpretação de informações e ao analisar o calendário
falamos de ciclos (tempo) e também pensamos em outros ciclos que
podemos perceber na natureza, na vida, como o ciclo de vida (porque
tem relação com os aniversários). Ufa! Quanta coisa trabalhada! Seria
só uma atividade para ver o dia do calendário, registrar quantos
estudantes estavam presentes, mas aproveitei para aprofundar vários
conceitos. Aí está a imagem de alguns registros que foram
acontecendo ao longo da exploração:”
17
(EF35LP04) Inferir informações implícitas nos textos lidos.
18
É importante lembrar e conhecer sobre o processo de
desenvolvimento da faixa etária a qual estamos tratando para não
abandonarmos a prática pedagógica adequada e necessária para a
faixa etária.
Veja esse infográfico que informa sobre como está organizada cada
área e o que você encontra no documento:
19
Observe que no CRMG, além das competências e habilidades de cada
componente curricular, você também encontra a organização por
unidades temáticas e orientações referentes ao trabalho pedagógico a
ser realizado. Dentre essas orientações, estão conceitos e princípios
que sustentam o trabalho específico da área, tanto para os anos iniciais
do Ensino Fundamental quanto dos anos finais. Ou seja, a orientação
teórica é única para a etapa do Ensino Fundamental, diferenciando nas
habilidades ao longo dos anos.
Exemplo - 1
: O CRMG destaca que é preciso desenvolver um currículo integrado,
interdisciplinar e interdimensional, no qual o estudante atue como
sujeito, construtor de aprendizagens integradas que façam sentido
para ele.
Exemplo -2
: O CRMG propõe que o conhecimento seja tratado de forma integral,
com várias áreas de conhecimento envolvidas, observando vários
aspectos do desenvolvimento (emocional, cognitivo e social), e
considerando os seus eixos estruturadores.
20
Para responder ao fórum vá ao Ambiente Virtual.
Alfabetização: o
que significa para
você?
21
Envolvimento em práticas diversificadas de letramento, é a
alfabetização realizada explorando diferentes portadores de
textos para que o estudante possa construir o significado do
registro e se apossar dele para usar da melhor forma que puder e
nos diferentes contextos. Afinal, precisamos de cidadãos que
leiam, compreendam, analisem, emitam opinião e produzam
textos de acordo com os contextos e necessidades. Não é
suficiente o decodificador de sinais (aquele que faz a leitura,
porém não interpreta o que lê), aquele que não se apropria do
sistema de escrita para uso com intencionalidade e que não
consegue emitir uma opinião a partir do que foi lido.
Considerando a quantidade de textos que circulam na sociedade do
século XXI, o cidadão precisa ir além da decodificação, precisa
compreender os sentidos e finalidades dos textos, precisa fazer uso
desses textos, com autonomia e por iniciativa. E, nesse sentido, o
CRMG se refere quando fala sobre alfabetização:
Os primeiros anos dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental são
dedicados, especialmente, ao processo de “alfabetizar letrando”,
isto é, a possibilitar ao aluno que tenha acesso a práticas letradas
e participação nessas práticas, ao mesmo tempo em que a
estrutura e o funcionamento do sistema de escrita são explorados.
(pág. 224)
22
A sua função como professor nesse processo é muito importante. Cabe
a você, caro cursista, aproveitar as mudanças próprias do
desenvolvimento do estudante para desenvolvê-lo e estimulá-lo cada
vez mais. Não perca tempo! Invista nesse processo. Essas mudanças e
vivências significativas são destacadas no CRMG:
Nos anos iniciais do Ensino Fundamental, as crianças estão
vivendo mudanças importantes em seu processo de
desenvolvimento que repercutem em suas relações consigo
mesmas, com os outros e com o mundo (2019, p. 196).
23
Um aspecto importante nesse contexto é a compreensão de que o
estudante está em permanente processo de construção da sua
aprendizagem. Assim diz o CRMG:
Ao longo do Ensino Fundamental, a progressão do conhecimento
ocorre pela consolidação das aprendizagens anteriores, pela
ampliação das práticas de linguagem e pela experiência estética e
intercultural das crianças, considerando tanto seus interesses
quanto suas expectativas em relação ao que ainda precisam
aprender. Além do mais, desenvolve-se, nesta trajetória, a
autonomia intelectual, a compreensão de normas e os interesses
pela vida social, o que lhes possibilita lidar com sistemas mais
amplos, que dizem respeito às relações dos sujeitos entre si, com a
natureza, com a história, com a cultura, com as tecnologias e com
o ambiente (CRMG, 2019, p. 208).
O conceito de alfabetização que o CRMG institucionaliza para a rede
mineira tem uma historicidade. Os professores que têm mais tempo de
magistério devem lembrar de diferentes formações orientando sobre o
processo de alfabetização:
“Na década de 90 começou um tal de construtivismo, que a
criança é que mostrava o que queria aprender, que eu não podia
mais ensinar com sílabas, tinha que usar os nomes das crianças,
depois rótulos. Que confusão ficou na minha cabeça! Tudo que eu
tinha segurança em fazer, parecia que não servia mais. Me senti
perdida. Tive que estudar muito para entender o que queriam
dizer.”
Esse relato é só para ilustrar como é difícil viver uma mudança quando
você tem todo um referencial que sustenta sua prática e ter que
reelaborar. São muitos equívocos na tentativa de se encaixar no que
está sendo solicitado. Mas importa lembrar que as mudanças na forma
de ver o processo de alfabetização estão relacionadas com as
pesquisas desenvolvidas em educação.
24
08
Observando a trajetória evolutiva dos estudos e propostas
desenvolvidas na alfabetização ao longo da história no Brasil, quando
chegamos no ano de 2021 e nos deparamos estudando o CRMG
podemos perceber que esse documento traz em sua essência essa
história vivida e a força dos estudos realizados e desembocamos numa
proposta de alfabetização que se manifesta sob a influência da
perspectiva histórico-cultural e do letramento.
25
Nos anos iniciais, a apropriação do sistema de escrita alfabética alia-se
ao desenvolvimento de outras habilidades de leitura e de escrita,
sempre conectada aos mais variados repertórios culturais que cada
estudante carrega em sua bagagem, exigindo que a escola busque
estabelecer um diálogo com a diversidade. Nesse contexto, o processo
de alfabetização não se dá de forma isolada na decodificação de letras
e sílabas.
26
Fórum 3: Desafio de enriquecimento
Sabe-se que o sucesso na alfabetização no contexto
do letramento, contribui para o desenvolvimento do
estudante em todas as etapas da educação básica. O
que é importante ao fazer seu planejamento?
Exemplo - 1
Importa considerarmos tanto o que propõe o currículo quanto quem
são nossos estudantes, de onde vieram, como chegaram na escola,
porque vieram e o que esperam da escola.
Exemplo -2
A compreensão de que o estudante está em permanente processo de
construção da sua aprendizagem.
27
Exemplo - 1
Permitir que elas participem das decisões que dizem respeito a elas
mesmas e que organizam o cotidiano coletivo. Assim a aprendizagem
será mais efetiva e os conhecimentos serão construídos de maneira
conjunta.
Exemplo -2
Envolver as crianças em todas as etapas de um projeto ou de um
planejamento, permitindo que elas ajudem a decidir, observando o que
pode ser feito pelo professor e o que pode ser feito com elas.
28
Vamos lembrar que linguagem é comunicação, é
interação humana e pode se dar das diversas formas:
oral, verbal, de forma escrita e ainda há linguagem
corporal, a de sinais, a artística e tantas outras formas de
comunicar-se entre os seres humanos. Além disso, temos
vivido mudanças significativas nessa área: novos textos,
novas formas de se comunicar.
Você já deve ter ouvido que todo o trabalho com linguagem deve ser
realizado a partir de texto. Mas afinal, por que tanto investimento nessa
ideia? Mesmo com as crianças dos anos iniciais devo focar nos textos? E
outra coisa, a que nos referimos quando usamos a expressão:
Linguagem? Vamos conversar sobre isso?
29
A proposta é a centralidade do texto como unidade de trabalho e as
perspectivas enunciativo-discursivas na abordagem, de forma a
sempre relacionar os textos a seus contextos de produção e o
desenvolvimento de habilidades ao uso significativo da linguagem em
atividades de leitura, escuta e produção de textos em várias mídias e
semioses.
E como dar conta de todas essas demandas advindas dos textos e seus
mais variados gêneros, da sistematização do ensino da língua materna?
Uma orientação prevista no CRMG e que todos os eixos/ práticas de
linguagens sejam trabalhados dentro dos Campos de Atuação.
30
Olhando esses campos de atuação pense em textos que podem fazer
parte de cada um e também em como as tão faladas práticas de
linguagens podem ser exploradas:
Oralidade
Leitura e escuta
Produção de texto
31
Você, professor, tinha pensado sobre isso? Essas ideias fazem parte de
sua prática ou você trabalha mais restrito aos textos verbais
(associados com a escrita, com a palavra)?
32
No capítulo sobre Linguagem no CRMG, a partir da página 205, apesar
de até agora estarmos nos referindo mais à Língua Portuguesa, você
encontrará a discussão sobre todos os componentes que fazem parte
da área. Todos esses componentes se referem a comunicação e
interação humana:
33
Atualmente, texto oral e escrito,
multimodal, multissemiótico (a partir da
página 250 do CRMG) torna-se o centro das
atividades de linguagem a serem
desenvolvidas, não como código a ser
decifrado e nem um mero sistema de regras
gramaticais, mas como manifestação da
linguagem. Não deixe de relembrar o
conceito de multissemiótico para que você
possa compreender melhor o que será
tratado aqui.
São muitos os textos que circulam na sociedade e que os estudantes
têm acesso. Além do mais, novos textos foram surgindo com a
ampliação do acesso e uso da internet.
34
ORALIDADE: Prática de linguagem que se refere às produções de
textos orais. Considera as diferenças entre língua falada e escrita e as
formas de discurso oral em situações formais e informais (dependendo
do espaço, usamos linguagens mais formais ou informais. Por exemplo,
entre amigos conversamos de um jeito e em reuniões de trabalho
conversamos com mais formalidade). O trabalho nesse contexto enfoca
a identificação de gêneros textuais discursivos orais que organizam
determinadas atividades: exposições orais como seminários, web
conferências, debates, entrevistas, por exemplo. Essas práticas em que
para expor um conteúdo de forma oral, há uma organização específica.
08
diversos gêneros textuais discursivos e terá a oportunidade de
perceber os sentidos que se produzem conscientemente.
35
ANÁLISE LINGUÍSTICA SEMIÓTICA: Essa prática está vinculada às
habilidades a serem desenvolvidas nos eixos: oralidade, leitura e
produção de textos focando nos dois primeiros anos. Para a
aprendizagem do sistema alfabético de escrita mantém-se no CRMG o
caminho do uso-reflexão-uso conforme indicavam os PCNs.
36
Ah! Não se esqueça que na linguagem oral realiza-se a análise
considerando também gestualidade, postura e expressão facial
(linguagem não- verbal).
Mas e tudo isso na hora da aula, como funciona? Vamos ver agora duas
abordagens que se relacionam às discussões tratadas aqui.
E para completar, vamos tomar o que diz ainda o CRMG (p. 209), quando
afirma que “é essencial explicitar nossa compreensão do que seja
linguagem, seu lugar na vida humana e, consequentemente, o sentido
do ensino do componente”.
Para que possamos organizar nossa fala sobre de que maneira a Língua
Portuguesa poda contribuir com a gestão de sua sala de aula,
comecemos pela escrita. Sabemos que ao longo das últimas décadas, a
escrita chegou até as salas de aula a partir de certas concepções de
língua, certas concepções ideológicas de língua. Escrever nada mais era
que a capacidade que o indivíduo tinha de segmentar palavras a partir
da consciência fonológica de grafemas e fonemas.
A partir daí, qualquer um estaria pronto para a escrita. Qual o espaço
da escrita na sua sala de aula? Qual a sua concepção de linguagem?
Lembra que apresentamos um infográfico que fala sobre isso? Se
preciso, volte e tente se localizar na concepção.
37
...para expandir as possibilidades de uso da língua, é necessário
trabalhar com textos orais e escritos representativos dos diversos
gêneros, inclusive e, em especial, textos produzidos em situações
de interação diferentes daquelas do universo imediato do aluno.
Contemplar a diversidade não significa, porém, pretender ensinar
todos os gêneros – até porque eles são praticamente em número
ilimitado, criam-se e recriam-se historicamente – nem ensinar
todos os gêneros de uma só vez. (Pág. 216)
Aponta ainda de onde se deve começar:
As práticas pedagógicas de compreensão e produção devem dar
preferência a textos reais dos gêneros em circulação na sociedade,
começando pelos mais familiares aos alunos e se encaminhando
para os mais distantes de sua experiência imediata. A função social
e a estrutura de determinados gêneros é mais facilmente
apreensível que a de outros, consideradas as possibilidades da
faixa etária e da etapa de desenvolvimento do aluno. Assim,
gêneros do domínio privado, como bilhetes, cartas, convites, são
de mais fácil leitura e produção que textos do domínio público,
especialmente aqueles produzidos em situações de comunicação
formal, como atas ou palestras. Pág. 216
A discussão que organiza essa orientação para que possamos pensar
nessa diversidade de gênero é a de campos de atuação. Foram
definidos quatro campos nos quais os textos podem ser incluídos:
38
Esses campos de atuação trazem consigo determinadas habilidades e
competências, ou seja, a partir de determinados conteúdos, vamos
desenvolver habilidades e competências para o uso desses conteúdos
em sociedade. Por exemplo: escrever um bilhete para os pais. Vamos
trabalhar o texto como gênero bilhete, que condiz com a maturidade de
um primeiro ano, que tem relação com a vida familiar e com o cotidiano
do aluno. Para cada gênero trabalhado, vamos desenvolver habilidades
e competências.
39
Essas habilidades, por mais importantes que sejam, se trabalhadas
isoladamente e não acrescidas de outras, não tornam o aluno um
sujeito competente na Língua Portuguesa. O aluno pode saber ler, pode
ter algumas habilidades de leitura, mas não será competente, se não
conseguir ler qualquer gênero textual. Essa é a ideia.
40
Ao propor essa atividade, a professora teria em mente apenas o que os
alunos falam e escrevem a lista, sem propor que escrevam o texto da
receita. Assim, ela oferece um espaço para troca de ideias entre as
crianças sobre o sistema de escrita e pode ir fazendo intervenções e
conduzindo sistematizações sobre o sistema de escrita alfabético.
E a leitura nessa sala de aula? A leitura também faz parte das práticas
de linguagem, não é? Na sala de aula, desenvolver o gosto pela leitura é
um desafio permanente, porque por mais que o professor seja um leitor
voraz, não pode transmitir isso aos seus alunos. Entretanto, ele pode
incentivar, criar a vontade de mergulhar em um texto ou livro. O
professor deve atuar como mediador dessa prática.
41
Visitas à biblioteca, leituras feitas pelo
professor, pelos alunos, leitura
compartilhada, ler para os outros. Ler e
apreciar um texto, atribuir sentido a ele,
reler, comparar com outras leituras, ouvir
o que as outras pessoas têm a dizer sobre
o mesmo livro são ações que você,
professor, pode implementar na sua sala
de aula. Uma dica é que a leitura precisa
ocupar o centro da aula, de forma diária,
para que as crianças compreendam a
importância dela.
Aproveitando essa discussão, vamos ver uma possibilidade de trabalho
com o texto com o foco na leitura. Como recomenda o Currículo
Referencial de Minas Gerais, veja que a carta é um gênero que nos é
bem familiar. Sabemos que a carta tem sido mais usada para fins
comerciais que pessoal, no entanto, apesar de ter mudado a forma de
envio, existe uma estrutura no texto que demanda análise e que
propiciará o desenvolvimento de habilidades para construções textuais
similares.
TEXTO 1
Como está?! Início essa carta com imensas saudades. Desde que você foi
estudar no Rio, eu e sua mãe sentimos um silêncio e uma falta constante
pela casa. Sabemos que falta uma parte essencial da nossa família.
Apesar disso, estamos tão orgulhosos de todo seu esforço e das
conquistas até aqui! Te amamos e torcemos por você!
Nesta semana iremos para o interior visitar sua avó. Ela se encontra um
pouco adoentada e queremos ajudá-la com os exames e remédios, além
do mais, nos ajuda a canalizar a tamanha saudade que estamos sentindo.
Estamos contando os dias para o Natal, prepararemos uma linda festa
para ouvir todas as suas lindas experiências.
08
Fonte: https://www.portugues.com.br/redacao/a-carta-pessoal-.html
TEXTO 2:
Cobras
Oi, pessoal da CHC! Eu me chamo Nilson Paulo. Tenho 11 anos e sou louco
pela revista.
Perguntamos:
Você já leu textos como estes? Eles são iguais? Tem semelhanças?
Quais? Você consegue supor quais são esses gêneros? Do que
será que estes textos tratam?
43
Para o que serve o primeiro texto? E o segundo?
44
Após sintetizarmos os dois textos para compreendermos os modos de
circulação, função/objetivo, estrutura, carta pessoal e carta ao leitor,
podemos dizer que esse gênero textual não oferece dificuldades para
nós adultos. Afinal, a carta nos acompanhada de longa data. Por
exemplo, se enveredarmos pela história desse gênero com as crianças,
poderemos dar notícia da primeira carta do Brasil a atravessar o
oceano para um destinatário muito importante: o rei de Portugal. E o
remetente, Pero Vaz de Caminha, dava notícias da nova terra. E nesse
processo o estudante vai percebendo a funcionalidade e importância
do texto e, mais ainda, a comunicação como construção histórico-
social.
Reparou, caro professor, que você pode trabalhar com o gênero carta
de várias formas? Por exemplo, contando a história delas. Como os
modos de circulação mudaram desde o pombo-correio, passando pelos
Correios, o carteiro e o e-mail.
45
Para manter uma conexão com a rotina da sala de aula é importante
que a carta ou qualquer outro gênero nasça de uma necessidade, ou
seja, para cumprir com seu papel social, os estudantes devem saber
para que, para quem, o que vão escrever e o modo de circulação, se a
carta em questão é de reclamação, de solicitação, de amor, e-mails de
reclamação, etc.
46
Vamos continuar nossa jornada? O gênero anterior e o seguinte servem
para ilustrar o trabalho com as práticas de linguagem, sem perder de
vista os direitos de aprendizagem.
TEXTO 1:
TEXTO 2: Meu cãozinho
O RELÓGIO
Vinicius de Moraes
Passa, tempo
Bem depressa
Não atrasa
Não demora
Que já estou
Muito cansado
Já perdi
Toda a alegria
De fazer
Meu tic-tac
Dia e noite
Noite e dia
Tic-tac
Tic-tac
Dia e noite
Noite e dia
47
É elaborado para despertar sensações no leitor através de brincadeiras
sonoras ou visuais com as palavras. A leitura de um poema, além de ser
uma fonte de informação, é realizada pelo prazer de refletir e descobrir
as ideias e sentimentos dos autores e perceber as emoções que
provocam no leitor.
48
Agora vamos ampliar um pouco mais a discussão sobre aspectos
importantes que caracterizam um poema. As crianças devem ser
instigadas a pensar, trocar ideias, tirar conclusões, buscar informações.
Seu papel é coordenar e aquecer o debate, professor.
Qual dos dois textos vocês mais gostaram de ler? Por quê?
49
É um ótimo exercício de escuta para as crianças. No poema em
questão, elas podem perceber o uso da onomatopeia (tic-tac) que
reproduz o som do relógio, dando ritmo e efeito sonoro ao poema. É um
recurso muito utilizado em poemas infantis e possibilita a ludicidade. Os
autores brincam com as palavras. Que as rimas das palavras “hora” e
“embora” podem ser destacadas. Expressões como “chega logo”, “vai-te
embora”, “dia e noite”, “noite e dia” marcam o movimento do tempo. O
uso das reticências deixa uma ideia inacabada.
50
3.2.3. O ensino de Arte no universo dos Anos
Iniciais
51
De acordo com o CRMG,
o componente curricular Arte deve ser trabalhado em toda sua
amplitude de forma que o estudante se situe no mundo e perceba as
diferenças humanas e culturais e suas inter-relações, conhecendo,
reconhecendo, interpretando, reinterpretando e apropriando-se delas
em aspectos das manifestações artísticas e estéticas (p. 531, 2019).
Dessa forma, entendemos que compreender esse processo faz parte
da reflexão acerca da postura que adotamos com os alunos em sala de
aula frente aos acontecimentos do mundo que os rodeia e o papel da
arte em tudo isso. Implica na forma como entendemos seus valores,
sabores e saberes e em como, no dia a dia da sala de aula, todos esses
conhecimentos anteriores impactam no processo ensino aprendizagem
de cada um. Mas você compreende o significado da expressão
“estética”? Experiência estética tem relação com nossos sentimentos
diante de algo que está sendo representado, tem relação com a
contemplação, com a busca de sentido em algo que foi representado.
52
Tanto na BNCC, como no CRMG, as competências e habilidades de
Arte, que são consideradas necessárias para essa formação integral do
estudante, são definidas como unidades temáticas.
53
De acordo com o CRMG,
54
Importa muito destacarmos que, considerar as peculiaridades das
quatro linguagens artísticas, nos leva ao entendimento de que as
experiências dos estudantes no seu relacionamento com a arte
acontecem de forma integrada, nunca de forma isolada. Dessa forma
considera-se o diálogo entre as linguagens artísticas e possibilita-se o
contato e a reflexão do estudante com as formas estéticas híbridas.
Assim sendo,
55
Estesia: diz respeito à experiência sensível dos sujeitos em
relação ao espaço, ao tempo, ao som, à ação, às imagens, ao
próprio corpo e aos diferentes materiais, onde é o corpo que
protagoniza a experiência;
56
Há que se pensar em temáticas ou até mesmo habilidades que são afins
entre os mais variados componentes curriculares que possam integrar
o PPP da escola, o planejamento dos professores e da escola de forma
integrada, interdisciplinarizando e oportunizando diversas experiências
aos estudantes. E assim questionamos:
57
No infográfico abaixo apresentamos,
sinteticamente, o que você encontra no
CRMG sobre a área de conhecimento
Matemática. A Base legal que sustenta a
discussão vem dos PCNs, DCN e BNCC. A
Matemática é vista como uma ciência viva, no
sentido que investe na interação, no
raciocínio e não apenas na memorização de
regras e algoritmos. O estudante será
protagonista do processo de ensino-
aprendizagem, sendo assim, seu pensamento,
seus registros, seus argumentos serão
considerados e analisados
O foco dessa discussão é investir no letramento matemático, na
significação do conhecimento e para isso existem alguns processos que
contribuem para o desenvolvimento dessa aprendizagem. A área de
conhecimento está organizada por unidades temáticas e os objetos de
conhecimentos associados. Na organização curricular estão
registradas as habilidades a serem investidas considerando os objetos
de conhecimento.
58
Vamos conversar sobre essas ideias? Iniciaremos o texto reforçando
que o Ensino Fundamental tem especial papel na Educação Básica:
nessa etapa o aluno deve desenvolver, de forma efetiva e significativa,
competências e habilidades para o exercício da cidadania. E o que tem a
matemática a ver com isso? Matemática e cidadania? Cidadania tem
relação com o sentido de ciência viva.
59
loja A esse tênis custa R$125,00 e parcela
em 4 vezes.
Para que o estudante exerça seu papel de cidadão, ou seja, atue com
autonomia em situações cotidianas em que se fazem necessários os
conhecimentos matemáticos, ele precisa ir além da capacidade de
recitar, escrever e operar com os números. Assim, temos o letramento
matemático que segundo a BNCC:
60
Para desenvolver um pensamento matemático mais elaborado, é
preciso que haja uma troca e uma ampliação do que se tem no dia a dia
com o conhecimento socialmente construído que é ensinado na escola.
Ou seja, não se trata nem de desprezar os conhecimentos matemáticos
que adquirimos na vida cotidiana, nem supervalorizar os conhecimentos
matemáticos da escola. Eles são um só, e esses dois espaços dialogam.
Mas será que isso é possível para todos? Como foi sua relação com a
Matemática quando estudante? Quantos dificuldades já vivenciamos ao
aprender Matemática? Quantas crianças ficaram de fora porque eram
incapazes de aprender Matemática?
61
As orientações que estão no Currículo Referencial de Minas Gerais
resultam de muitas pesquisas sobre o ensino e a aprendizagem da
Matemática. Essas pesquisas são intensas e no ano de 1997 com a
publicação dos primeiros cadernos dos Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCNs) se tornaram mais presentes nas discussões
pedagógicas. Bastante tempo, não é?
62
E nesse sentido, é importante estar entre as práticas
educativas para o ensino na Matemática: “dentre outras, a
utilização de atividades investigativas, o trabalho
colaborativo e o estudo sistemático a cada etapa de
ensino”. (CRMG,2017, p.665) Estudante em ação durante a
aula, interagindo com colegas e buscando respostas ao
testar hipóteses é estudante letrado na Matemática.
63
analisar distâncias ao estudar sobre a história do lugar,
1. Números;
2. Álgebra;
3. Geometria;
4. Grandezas e medidas;
5. Probabilidade e Estatística.
64
Apesar dessa organização, as unidades temáticas se
relacionam e orientarão a formulação de habilidades a
serem desenvolvidas ao longo do Ensino Fundamental.
Ao propor atividade para trabalhar a matemática não
será produtivo investir em apenas um objeto de
conhecimento ou uma só unidade temática. No sentido
proposto no CRMG essa prática deve ser abrangente
tendo em vista as finalidades da área do conhecimento
na formação da cidadania.
65
É importante que expliquem seu raciocínio para que fortaleçam a
capacidade de argumentar ao mesmo tempo que se conscientizam
cada vez mais dos caminhos possíveis para encontrar respostas.
“Com 200, posso tirar 100, sobra 100. Do 100 que sobrou tiro 80, sobra
20, e tiro do 20 o 2. Sobrou 18. 18 +35 (que eu não usei), 10 + 30= 40 e 8
+ 5= 13; 40 + 13= 53 . Total: 53”
Parece um longo caminho, mas pense em como você resolveria essa
operação se estivesse em uma loja e precisasse fazer esse cálculo para
pensar em um troco que receberia. Opa!! Não vale dizer que usaria o
celular!
2. Álgebra
1.Pinte o
quadradinho com o
número 8.
2.Adicione sempre
10 e descubra os
próximos números
que serão pintados
no quadro.
3.Preencher a
tabela:
8+10= 18
18+10=
28+10=
38+10=
48+10=
58+10=
68+10=
78+10=
88+10=
66
Parece uma atividade simples, mas fazer tabelas é necessário, para
registrar fenômenos observados e inferir uma regra. Álgebra tem
relação com a abstração do pensamento. Sabe quando há tempos
usávamos o quadradinho para representar um valor que ainda iríamos
descobrir? Então, o quadradinho representa o X que mais a frente será
utilizado, nos anos finais, para representar uma incógnita.
3. Geometria
Escreva a primeira palavra que você associa à geometria:
É muito comum associar geometria com as formas geométricas. E
muitas vezes o trabalho dessa unidade fica restrito à essa ideia. No
entanto, a unidade geometria envolve percepção do espaço,
deslocamentos, pensar em itinerários e também em
representações geométricas, as formas. Os conceitos dessa
unidade serão fundamentais para trabalhar com plano cartesiano
mais à frente nos anos finais. Já brincou de batalha naval com as
crianças? Pense nessa possibilidade. E nas aulas de educação
física, brinque com deslocamentos, seguir comandos, fazer caça ao
tesouro, são muitas as possibilidades!
4. Grandezas e medidas
67
Essa unidade envolve as quantificações de grandezas contínuas, o que
não pode ser medido com a contagem um-a-um. A medida é realizada
por comparação de grandezas. Quantos passos de um lado ao outro
da sala, comparar pesos, quantos copos em uma garrafa de
refrigerante, quanto tempo para cada atividade da rotina, por exemplo.
5. Probabilidade e estatística
Essa é a unidade que vamos investir no tratamento de informações
coletadas, nas incertezas: qual a possibilidade que tenho de tirar 6
pontos ao jogar um dado com 6 faces (cubo)? Vamos ajudar as
crianças a aprenderem a coletar, organizar, representar, interpretar e
analisar dados? Vamos estimulá-las a compartilharem as decisões
tomadas ou resultados encontrados? Essa unidade nos possibilita
investir nesses pensamentos.
68
Compreendendo as Unidades temáticas, podemos passar para os
objetos de conhecimento, que nos ajudarão a decidir e escolher sobre
as práticas de ensino. Há objetos de conhecimento previstos para cada
unidade temática, e que são os conteúdos, conceitos e processos
abordados nas habilidades. Observe na página 679 do CRMG.
69
Portanto, a BNCC orienta-se pelo pressuposto de que a
aprendizagem em Matemática está intrinsecamente relacionada à
compreensão, ou seja, à apreensão de significados dos objetos
matemáticos, sem deixar de lado suas aplicações. Os significados
desses objetos resultam das conexões que os estudantes
estabelecem entre eles e os demais componentes, entre eles e seu
cotidiano e entre os diferentes temas matemáticos. Desse modo,
recursos didáticos como malhas quadriculadas, ábacos, jogos,
livros, vídeos, calculadoras, planilhas eletrônicas e softwares de
geometria dinâmica têm um papel essencial para a compreensão e
utilização das noções matemáticas. Entretanto, esses materiais
precisam estar integrados a situações que levem à reflexão e à
sistematização, para que se inicie um processo de formalização.
(BNCC,2017, p. 274)
70
O CRMG orienta sobre os processos a serem desenvolvidos em sala de
aula para que o trabalho caminhe na direção proposta do letramento
matemática:
Vale ressaltar, que para o desenvolvimento de competências
fundamentais para o desenvolvimento do letramento matemático
e para o desenvolvimento computacional pode-se utilizar os
processos matemáticos de Resolução de Problemas, Modelagem,
História da Matemática, Etnomatemática, Tecnologias Digitais e
Interdisciplinaridade. (pág. 657)
Os processos matemáticos citados devem ser vistos como caminhos
para propor o trabalho com a matemática na sala de aula. São
processos que investem no desenvolvimento de estratégias do
pensamento, lidam com a linguagem formal e verbal, valorizam a
capacidade de argumentar e comunicar uma forma de pensar,
envolvem conceitos de diferentes unidades temáticas em uma única
situação, propiciando relacionar ideias e conceitos. São práticas
intencionais que possibilitam mais conhecimento sobre o processo de
ensino e aprendizagem que ocorre no espaço escolar.
71
Que cada estudante entenda a razão e aplicação do que aprendeu e
perceba a matemática como uma produção humana, histórica e
acessível. E dessa forma, seja capaz de analisar sem medos,
informações que são disponibilizadas na sociedade, de forma mais
crítica.
Joãozinho da Maré
Link:
http://www.grugratulinofreitas.seed.pr.gov.br/redeescola/
escolas/
21/970/26/arquivos/File/materialdidatico/
formacaodocentes/
metodologiaensinop/Joaozinho_da_Mare.pdf
72
Por que será que acontece isso? Não iremos tão fundo nessa área de
conhecimento, aqui no curso, porque foi priorizado discutir sobre a
questão da alfabetização e do letramento, porém, vamos conhecer um
pouco do que o CRMG propõe para os pequenos em ciências.
73
O CRMG apresenta, então, 04 unidades Temáticas, a saber:
• Na área Terra e Universo, vamos lembrar do
encantamento dos estudantes com o Universo, Sol,
Lua e Terra e todos os outros corpos celestes. Sempre
que têm oportunidade, as crianças mostram uma
curiosidade para saber como tudo funciona na
imensidão que nos rodeia.
74
As Unidades temáticas, trazem os respectivos objetos do
conhecimento e um grupo de habilidades que ajudarão você, professor,
a encontrar formas de consolidar as aprendizagens e ampliar as
práticas vivenciadas pelos estudantes desde a Educação Infantil.
75
Neste percurso, as vivências, o conhecimento prévio e interesses dos
estudantes sobre o mundo devem ser valorizados. Por isso a
abordagem investigativa será elemento central da formação, será
possível observar, perguntar, propor hipóteses, elaborar soluções para
resolver problemas cotidianos.
76
No espaço dessa área de conhecimento é importante valorizar
experiências para desenvolver procedimentos e atitudes diante do
conhecimento científico: observação, investigação, levantamento de
hipótese, debates, leitura e produção de textos informativos etc.
https://www.academia.org.br/academicos/
joao-guimaraes-rosa/biografia
Por que lembrar de Guimarães Rosa e um pouco de sua obra para falar
de Ciências Humanas? Pensar nele é apostar e acreditar que ao colocar
em prática em sua sala de aula, o que diz o CRMG de Geografia e
História, todo estudante mineiro vai conversar sobre a história de
Minas, dos inúmeros municípios mineiros, das ruas e avenidas onde
moram pessoas especiais. Vão descobrir que cada morador,
independentemente de onde veio, escreve também uma história e
interfere em outras.
77
Nessa perspectiva torna-se importante aprofundar o estudo sobre
o Estado de Minas Gerais e suas especificidades contribuindo para
a formação de atitudes de respeito, valorização e atuação
consciente dos sujeitos históricos em sua realidade. (CRMG, p.791)
Na escola e na vida nos deparamos com uma diversidade de sujeitos e
modos de viver, pensar e ser. Em Minas Gerais não seria diferente! No
emaranhado dessa fascinante cultura mineira encontramos marcas e
atributos que nos identificam como sujeitos que pertencem a um
tempo histórico, a um espaço geográfico mineiro e a todos os aspectos
que nos conectam.
Dessa forma podemos dizer que não somos sujeitos nômades, somos
sujeitos culturais: criamos vínculos, nos conectamos, temos
sentimentos, compartilhamos receitas da culinária mineira e seus
sabores. Escrevemos histórias que definem as faces, os sabores,
emoções e o espaço do povo que habita Minas Gerais. Escrevemos
teorias, fatos, brincamos, filosofamos, jogamos, somos artistas,
criamos e adaptamos máquinas, inventamos e inovamos e tudo isso se
enreda na trama das histórias de vida de cada estudante que habita
nossa sala de aula. Em síntese queremos dizer que tudo isso influencia
nosso jeito de ser, aprender, ensinar e atuar no meio que vivemos.
78
A área de Ciências Humanas no Ensino
Fundamental integra os componentes
curriculares de Geografia e História e o
ensino deverá ser baseado na noção de
tempo, espaço e movimento,
conhecimentos essenciais que
estimularão a criticidade diante da ação
humana, a reflexão sobre as relações
sociais e de poder que culminarão,
consequentemente, com a produção de
conhecimentos e saberes diante das
peculiaridades e diversidade
principalmente do povo mineiro.
Nesse sentido, mais uma vez, como vimos nos outros componentes
curriculares a formação integral também fundamentará a área de
Ciências Humanas, promovendo o desenvolvimento pleno do estudante
baseado nos princípios da equidade e da inclusão.
79
Você acha que a experiência que você viveu com os objetos de
conhecimento dessa área, quando estudante, te possibilitou a
desenvolver esse olhar crítico para o espaço e o tempo, para a história
do lugar, para a história das pessoas?
80
Assim, mais tarde, esse estudante fará conexões mais complexas, ele
conseguirá pensar em lugares e fatos além do que vive, conectará sua
realidade com lugares e culturas diferentes. Percebe que as disciplinas
História e Geografia são trabalhadas de forma integrada? Vamos
refletir: qual significado terá saber o tipo de relevo da região em que
vive se não relacionar com a história do lugar? Afinal, uma comunidade
se desenvolve em um lugar por questões de trabalho, agricultura,
desenvolvimento de cidades vizinhas, e isso tem relação com as
condições físicas do lugar. Percebe a diferença?
81
Importante saber que para construção desse sujeito que
estamos falando, há que se perceber localizado no tempo.
82
E aí? Conectou o seu passado com o ensino proposto para os dias
atuais? Já pensou no que interfere no lugar que você mora? Será que
você pode contribuir para alguma mudança no seu lugar de viver e
trabalhar?
Exemplo - 1
O cuidado em garantir um trabalho que não se concentra em um só
componente curricular, deve ser orientador da prática em todos os
anos das séries iniciais.
84
(EF02HI03) Selecionar situações cotidianas que remetam à
percepção de mudança, pertencimento e memória, levando em
conta fatos comuns da vida da criança e daqueles que estão à sua
volta.
Exemplo - 2
[...] é preciso desenvolver um currículo integrado, interdisciplinar
e interdimensional, no qual o estudante atue como sujeito,
construtor de aprendizagens integradas que façam sentido para
ele. (CRMG, pág.18)
85
(EF01GE05) Observar e descrever ritmos naturais (dia e noite,
variação de temperatura e umidade etc.) em diferentes escalas
espaciais e temporais, comparando a sua realidade com outras.
Atividade individual
Exemplo - 1
A leitura precisa ocupar o centro da aula, de forma diária, para que as
crianças compreendam a importância dela.
O ensino da língua não pode ser apenas transmissivo, que oferece aos
estudantes conceitos e regras prontos ou centrado em reproduções
87
mecânicas.
Exemplo - 2
Na sala de aula e na gestão das atividades com o texto, há lugar para
muitos tipos de leitura: silenciosa, compartilhada, autônoma e
protocolada. Esses são aspectos que contribuem para que o
estudante possa construir os sentidos de diferentes textos, levando-o
a se constituir, progressivamente, como leitor competente. Isso
garantirá a progressão de suas aprendizagens, de tal maneira que ele
se sinta desafiado a aprender, mais e melhor, determinadas práticas
de linguagem.
88
A Seguir uma Matriz, que você pode baixar e preencher (Ela estará no
seu AVA em arquivo editável). No seu planejamento, lembre-se use e
abuse de sua criatividade.
89