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E TECNOLOGIA DE
MEDICAMENTOS
LÍQUIDOS E
SEMISSÓLIDOS
Introdução
Os medicamentos fitoterápicos são obtidos a partir de plantas medicinais, es-
tando disponíveis comercialmente em diversas formas farmacêuticas líquidas e
semissólidas, como tinturas, infusos, extratos, pomadas e géis. O Ministério da
Saúde, entendendo a aplicação clínica da fitoterapia na prevenção e tratamento
de doenças, fornece atualmente 12 medicamentos fitoterápicos por meio do
Sistema Único de Saúde (SUS).
A droga vegetal pulverizada pode ser utilizada diretamente como fitoterápico
nas formas de pó para encapsulação e pó dividido para a preparação de chás
e/ou adição a alimentos, ou pode passar pelo processo de extração, em que
são utilizados meios aquosos, alcoólicos ou hidroalcoólicos para dissolução de
componentes da droga vegetal. Os métodos mais comuns para a obtenção de
extratos incluem maceração e percolação, além dos métodos de pequena escala,
como infusão, decocção e digestão.
2 Medicamentos fitoterápicos líquidos e semissólidos
Obtenção de fitoterápicos
As plantas medicinais têm sido utilizadas desde a antiguidade como método de
cura; porém, o uso oficial de fitoterápicos só foi reconhecido mundialmente em
1978, pela Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, o Ministério da Saúde,
mediante a Portaria n0. 212, de 11 de setembro de 1981, passou a incentivar como
prioridade o estudo das plantas medicinais para aplicação clínica. Mais recente-
mente, em 2006, a fitoterapia foi inserida no SUS, mediante a Portaria 971/2006.
Atualmente, a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos é regulamen-
tada pelo decreto 5.813, de 22 de junho de 2006. De acordo com a Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (BRASIL, 2011, documento on-line), fitoterápico pode ser
definido como “[...] o produto obtido de planta medicinal, ou de seus derivados,
exceto substâncias isoladas, com finalidade profilática, curativa ou paliativa”.
O processo de obtenção de fitoterápicos inicia-se a partir da coleta, es-
tabilização (quando aplicável) e secagem da planta medicinal. Em seguida, a
droga vegetal é submetida a processos farmacotécnicos para se obter formas
farmacêuticas básicas ou intermediárias, que posteriormente são utilizadas na
preparação das formas finais a serem dispensadas ao consumidor. Vejamos uma
lista das formas farmacêuticas fitoterápicas e suas definições (BERMAR, 2014):
Após ter passado pela etapa de secagem, a droga vegetal pode ser uti-
lizada diretamente como fitoterápico nas formas de pó dividido para
a preparação de chás e/ou adição a alimentos, ou ainda como pó para
encapsulação. Além disso, a droga vegetal dessecada pode passar pelo
processo de extração, quando ocorre a dissolução parcial da droga em
um determinado solvente. Nesse processo, o solvente dissolve apenas
alguns constituintes da droga, e o restante indissoluto é chamado de
resíduo (FONSÊCA, 2005).
A extração de plantas medicinais é comumente aplicada na indústria
farmacêutica, na produção de perfumes e na área alimentícia e da nutrição
4 Medicamentos fitoterápicos líquidos e semissólidos
Mistura
Substância Água Etanol água–etanol
Formulações fitoterápicas
As formulações fitoterápicas são utilizadas na prevenção e tratamento de
diversas enfermidades, estando disponíveis comercialmente em formulações
para uso interno e externo. As preparações líquidas de uso interno incluem
apresentações nas formas farmacêuticas de tintura, extrato, xarope, solução e
suspensão oral, enquanto as apresentações semissólidas como géis, pomadas
12 Medicamentos fitoterápicos líquidos e semissólidos
[...] a forma farmacêutica aquosa caracterizada pela alta viscosidade, que apresenta,
no mínimo, 45% (p/p) de sacarose ou outros açúcares na sua composição. Os xaro-
pes geralmente contêm agentes flavorizantes. Quando não se destina ao consumo
imediato, deve ser adicionado de conservadores antimicrobianos autorizados.
[...] a forma farmacêutica semissólida que consiste de uma emulsão, formada por
uma fase lipofílica e uma fase hidrofílica. Contém um ou mais princípios ativos
dissolvidos ou dispersos em uma base apropriada e é utilizada, normalmente, para
aplicação externa na pele ou nas membranas mucosas.
Referências
BERMAR, K. C. O. Farmacotécnica: técnicas de manipulação de medicamentos. São
Paulo: Érica, 2014. (Série Eixos).
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Consolidado de normas de registro e
notificação de fitoterápicos. Brasília: Anvisa, 2018. Disponível em: http://portal.anvisa.
gov.br/documents/33836/2501251/Consolidado_fitoterapicos_2018.pdf/a2f53581-43e5-
47bb-8731-99d739114e10. Acesso em: 5 set. 2020.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de fitoterápicos da far-
macopeia brasileira. Brasília: Anvisa, 2011. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/
documents/33832/259456/Formulario_de_Fitoterapicos_da_Farmacopeia_Brasileira.
pdf/c76283eb-29f6-4b15-8755-2073e5b4c5bf. Acesso em: 5 set. 2020.
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