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Aula 04 – Obtenção e processos

extrativos de drogas vegetais


Curso: Farmácia
Disciplina: Farmacognosia
Profa.: Dra. Renata Carvalho

2018.1
Obtenção de material vegetal

 Investigação fitoquímica:
 Verificar presença de grupos de metabólitos
secundários (MS).
 Caracterizar os constituintes químicos presentes em
espécies vegetais.

 Plantas medicinais são fontes ricas de metabólitos


secundários, com diversas funções ecológicas.
Obtenção de material vegetal

Autenticidade do material vegetal:


 Identidade botânica
 Ensaios macro e microscópicos

 Planta medicinal:
 Exsicata do material vegetal – evitar equívocos por
semelhanças morfológicas ou uso de nomes populares
ou regionais.
Obtenção de material vegetal

Investigação fitoquímica:

Material vegetal Material vegetal


fresco seco

Caracterização de Facilidade de
grupos de fragmentação ou
metabólitos, como estabilidade
peróxidos microbiológica
Processos extrativos

 Processos extrativos na caracterização de matérias-primas


de origem vegetal:

 Extração a frio
 Extração a quente

Princípios físico-químicos a difusão e/ou lavagem da matéria-prima a


ser extraída para obtenção de metabólitos de interesse, observando
a capacidade de dissolução desses metabólitos no líquido extrator.
Processos extrativos

 Processos extrativos na caracterização de matérias-primas


de origem vegetal:

 Extração a frio

Maceração Percolação

Turbolização
Processos extrativos

 Extração a frio:

 Maceração:
 Matéria-prima vegetal moída ou
rasurada em recipiente fechado
durante um período prolongado (horas
ou dias) sob agitação ocasional e sem
renovação do líquido extrator. Não
ocorre esgotamento do material
vegetal.
Processos extrativos

 Extração a frio:

 Percolação:
 Indicada para extração de substâncias
termossensíveis farmacologicamente
ativas e presentes em baixos teores na
droga vegetal. Ocorrendo o arraste dos
metabólitos pela passagem contínua
do líquido extrator no interior do
percolador. Há esgotamento do
material.
Processos extrativos

 Extração a frio:

 Turbo-extração ou turbolização:
 Utiliza um dispersor (Ultra Turrax).
Baseia-se na extração com redução
do tamanho das partículas da
matéria-prima, favorecendo a rápida
dissolução das substâncias pelo
rompimento das estruturas celulares
da droga vegetal. Técnica simples e
rápida. Entretanto, pode dificultar a
separação das partículas vegetais da
solução extrativa ao final do processo.
Processos extrativos

 Processos extrativos na caracterização de matérias-primas


de origem vegetal:

 Extração a quente – sistemas abertos:

Infusão Decocção
Processos extrativos

 Extração a quente – sistemas


abertos:

 Infusão:

 Extração ocorre pelo contato direto do material vegetal


com água fervente em recipiente coberto. Processo
simples, sem necessidade de utilização de equipamentos
ou vidrarias especiais. Indicado para partes vegetais com
estrutura mole, devendo ser rasuradas ou moídas para
otimizar a eficiência da operação.
Processos extrativos

 Extração a quente – sistemas


abertos:

 Decocção:

 O material vegetal fica em contato, durante certo tempo,


com um líquido extrator em ebulição. Indicado para
materiais duros, como rizomas e raízes, mas contraindicado
para substâncias termolábeis.
Processos extrativos

 Extração a quente – sistemas


fechados:
São extrações sob refluxo e em aparelho de Soxhlet.

 Extração sob refluxo:


 Líquido extrator e material a ser extraído são colocados no
mesmo recipiente e submetidos a aquecimento (semelhante à
decocção), mas necessariamente acoplado a condensadores.
Permite utilização de líquidos extratores voláteis, pois o
solvente evaporado condensa e retorna ao sistema para novo
ciclo.
Processos extrativos
 Extração a quente – sistemas
fechados:

 Extração em aparelho de Soxhlet:


 Princípios semelhantes aos da extração sob refluxo, mas neste
processo o material extraído e o líquido extrator ficam em
compartimentos distintos.
 A cada novo ciclo de extração, o solvente renovado entra em
contato com o material vegetal a ser extraído, possibilitando
uma extração eficiente com quantidade reduzida de solvente.
Processos extrativos

 Extração em aparelho de Soxhlet


Ações de transformação
 Ações de transformação preliminares:
 Incluem passos de processamento que tornam a matéria-prima
adequada para ser incluída como produto de partida para
obtenção do Produto Farmacêutico oriundo de Produtos Naturais
(PFPN).

 Limpeza

 Seleção

 Estabilização
 Criopreservação – manutenção do produto em ambientes
refrigerados com controle de temperatura e umidade, como
câmaras frias, refrigeradores, congeladores, recipientes com
gases liquefeitos como nitrogênio líquido ou CO2 (gelo seco).
Ações de transformação

 Estabilização
 Termoestabilização – o emprego do calor, seja seco ou
úmido, sob forma de vapores d’água ou etanol, sob pressão
normal ou elevada, conduzindo à perda de água e
desnaturação proteica, inviabilizando a microbiota
contaminante.
 Uperização – processo de ultrapasteurização por injeção de
vapor e imediato resfriamento, esterilização de produtos
líquidos.
Ações de transformação

 Cominuição – redução do material de partida a fragmentos


menores ou pós.

 Seleção granulométrica – conhecimento da granulometria de


matérias-primas , produtos intermediários e produtos finais é
fundamental para o desenvolvimento tecnológico de
qualquer produto
Ações de transformação

 Ações de transformação principais:

 Extração – retirar um mais constituintes a partir da matéria-


prima natural, sendo realizada frequentemente com auxílio
de solventes líquidos.

 Purificação – visa a eliminação de produtos indesejáveis,


resultantes do procedimento de extração. Inclui:
sedimentação, decantação, centrifugação e filtração.
Ações de transformação

 Ações de transformação principais:

 Concentração – visa eliminar parcial do líquido extrator ou


total de um dos seus componentes, caso haja uma mistura
de líquidos. Produto concentrado, com viscosidade e
consistência variáveis.

 Secagem – eliminação da fase líquida até valores residuais.


Ações de transformação

 Ações de transformação finais:

 Acondicionamento e embalagem – contenção ou abrigo em


recipientes de produtos (matérias-primas, produtos
intermediários e produtos finais), objetivando manter as
especificações técnicas e permitir seu transporte.
Fracionamento, isolamento e purificação
de metabólitos

Fracionamento de extratos vegetais:


 Isolamento e identificação de metabólitos primários
ou secundários
 Obtenção de frações enriquecidas em compostos
bioativos ou a redução dos teores de compostos com
potencial de toxicidade.

 Por processos cromatográficos e espectroscópicos


Fracionamento, isolamento e purificação
de metabólitos

Fracionamento de extratos vegetais

 Preparação dos extratos


 Investigação farmacológica ou cromatografia
analítica.
 Procedimento de partição com solventes (líquido-
líquido), líquidos imiscíveis. Separa compostos
considerando sua solubilidade e coeficiente de
partição em diferentes solventes.
Papaver somniferum L. – uma espécie de
papoula

Morfina – alcaloide constituinte do ópio. Sua utilização é descrita


desde a antiguidade, por reduzir a dor na maioria dos distúrbios, além
de outros efeitos no sistema nervoso central.
Questões sobre o assunto

1) Quais os objetivos da investigação fitoquímica?


2) Qual a importância da preparação de exsicatas de plantas
medicinais na investigação fitoquímica?
3) Quais as vantagens do material vegetal fresco e seco na
investigação fitoquímica?
4) Quais os processos extrativos a frio na caracterização de
matérias-primas de origem vegetal e em que consiste cada um
deles?
5) Diferencie os processos extrativos a quente, sob sistemas
abertos, infusão e decocção.
6) Diferencie os processos extrativos a quente, sob sistemas
abertos, sob refluxo e com aparelho de soxhlet.
7) Cite as ações de transformações preliminares, principais e finais.
8) Qual o objetivo e em que consiste o fracionamento de extratos
vegetais?

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