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Curso: Farmácia

Disciplina: Farmacognosia Pura

Métodos de Extração
Vegetal

Profª. Monik Alves


Métodos de Extração Vegetal

INTRODUÇÃO

Plantas medicinais → principais componentes da medicina


tradicional.

Década de 90 → OMS: 60-85% da população dos países em


desenvolvimento dependiam das plantas medicinais como
única forma de acesso aos cuidados da saúde.
Métodos de Extração Vegetal

PROCESSAMENTO DO MATERIAL VEGETAL

Planta Tratamentos EXTRAÇÃO Solução


medicinal preliminares extrativa
solventes

Extrato seco Secagem Extrato bruto Concentração

Sem modificação
Diluição
Incorporação a uma
matriz

Formas farmacêuticas Formas farmacêuticas Formas farmacêuticas


líquidas semissólidas sólidas
Métodos de Extração Vegetal

Processo de retirada, da forma mais seletiva e


completa possível, das substâncias ou fração
ativa contida na droga vegetal.

Líquido ou mistura de líquidos


tecnologicamente apropriados e
toxicologicamente seguros - Solventes.
Métodos de Extração Vegetal

Como a composição química das plantas é


extremamente complexa, ocorre a extração
concomitante de vários tipos de substâncias,
farmacologicamente ativas ou não, por isso, deve-se
primeiramente definir, com a maior precisão, quando
possível, o que se deseja obter.
➢ Eficiência das substâncias extraídas.

➢ Estabilidade das substâncias extraídas.

➢ Disponibilidade do meio extrator.

➢ Custo do processo extrativo.

Considerando a finalidade do extrato que se quer preparar


Métodos de Extração Vegetal

1 Característica do material vegetal

2 Grau de divisão da droga vegetal

3 Meio extrator

4 Metodologia de extração
Métodos de Extração Vegetal

➢ Observações macroscópicas e microscópicas.

➢ A estrutura histológica das diversas partes que


compõem uma planta - Heterogênea.

RAÍZES E CAULES
Tecidos extremamentes
compactados.

FOLHAS E FLORES
Tecidos com textura
delicada.
Métodos de Extração Vegetal
Métodos de Extração Vegetal

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Métodos de Extração Vegetal

➢ Quanto maior o grau de divisão da droga,


maior será a superfície de contato com o meio
extrator.

➢ Quanto mais rígido for o material, menor


deve ser a sua granulometria.
Métodos de Extração Vegetal

➢ Características do meio extrator:

▪ O solvente deve ser o mais seletivo possível


(polaridade).
▪ pH;
▪ Toxicidade e/ou riscos que o manuseio
representa;
▪ Disponibilidade e custo.
Métodos de Extração Vegetal

➢ Exemplos de solventes em ordem crescente de


polaridade.

Solvente Tipos de substâncias extraídas


Hexano, éter de petróleo Lipídios, ceras, pigmentos,
furanocumarinas
Tolueno, diclorometano, Bases livres de alcaloides,
clorofórmio antraquinonas livres, óleos voláteis,
polaridade

heterosídeos cardiotônicos
Acetato de etila, n-butanol Flavonoides, cumarinas
Etanol, metanol Heterosídeos em geral
Misturas hidroalcoólicas, água Saponinas, taninos

Água acidificada Alcaloides


Água alcalinizada Saponinas
Métodos de Extração Vegetal
Métodos de Extração Vegetal

Quando não há o conhecimento prévio do


conteúdo do material em questão é comum que
o mesmo seja submetido a sucessivas
extrações com solventes distintos de
polaridade crescente.

EXTRAÇÃO FRACIONADA

Substâncias com diferentes características
químicas serão extraídas.
Métodos de Extração Vegetal

Agitação: a agitação pode abreviar consideravelmente a


duração de um processo extrativo.

Temperatura: o aumento da temperatura provoca um


aumento da solubilidade de qualquer substância, motivo
pelo quais os métodos de extração a quente são sempre
mais rápidos do que aqueles realizados à temperatura
ambiente.

Tempo: Varia em funcão da rigidez dos tecidos do


material vegetal, do seu estado de divisão, da natureza
da substância, do solvente e do emprego ou não de
temperatura e agitação.
Métodos de Extração Vegetal

Métodos de Extração
Sólido-Líquido

A Frio A Quente
Maceração Infusão
Percolação Decocção
Turbolização Em aparelho de Soxhlet
Enfloração Arraste por vapor d’água
Fluido supercrítico
Métodos de Extração a Frio

➢ A droga e o solvente são colocados em contato por


um determinado período de tempo (horas e/ou dias), à
temperatura ambiente, em um recipiente fechado.

➢ É um processo estático.

➢ Dá origem ao macerado.
Métodos de Extração a Frio

Algumas variações de termos dentro da maceração


- Aumento da eficiência de extração.

➢ Maceração dinâmica: feita sob agitação


mecânica constante.

➢ Remaceração: repete-se o processo


utilizando o mesmo material vegetal, renovando-
se apenas o líquido extrator.
Métodos de Extração a Frio

➢ VANTAGENS:
▪ Processo simples;
▪ Custo reduzido;
▪ Não degradação de princípios ativos termolábeis.

➢ DESVANTAGENS:
▪ Lentidão do processo;
▪ Dependência da permeabilidade do solvente na
droga;
▪ Dependência da solubilidade a frio;
▪ Saturação do solvente, podendo não haver
esgotamento total da droga;
▪ Possível proliferação microbiana.
Métodos de Extração a Frio

➢ Extração exaustiva das substâncias ativas. A droga


vegetal pulverizada (moída) é colocada em um
recipiente cônico ou cilíndrico (percolador), de vidro ou
metal, através do qual passa-se o líquido extrator,
levando ao esgotamento da planta através do
gotejamento lento do material.

➢ Processo dinâmico em Tamb.

➢ Indicada para extração de substâncias


farmacologicamente ativas, presentes em pequenas
quantidades ou pouco solúveis.

➢ Dá origem ao percolado.
Métodos de Extração a Frio
Métodos de Extração a Frio

➢ VANTAGENS:
▪ Não há saturação do solvente, podendo
extrair a droga até o esgotamento.
▪ Não degradação de princípios ativos
termolábeis.

➢ DESVANTAGENS:
▪ Dependência da permeabilidade do solvente
na droga.
▪ Dependência da solubilidade a frio.
▪ Gasto de muito solvente.
Métodos de Extração a Frio

➢ Sinônimos: turboextração; turbólise.

➢ Extração com simultânea redução do


tamanho da partícula, resultado da aplicação de
elevadas forças de cisalhamento.

➢ A redução drástica do tamanho da partícula e o


consequente rompimento das células favorecem a
rápida dissolução das substâncias ativas,
resultando em tempos de extração da ordem de
minutos e o quase esgotamento da droga.
Métodos de Extração a Frio
Métodos de Extração a Frio

➢ VANTAGENS:
▪ Processo rápido;
▪ Não há saturação do solvente, podendo extrair a
droga praticamente até o esgotamento.

➢ DESVANTAGENS:
▪ Difícil separação da solução extrativa por
filtração;
▪ Geração de calor no processo, limitando o uso de
solventes voláteis e a extração de substâncias
voláteis;
▪ Limitação para materiais vegetais com elevada
dureza (caules e raízes).
Métodos de Extração a Frio

➢ Sinônimo: ‘Enfleurage’; Expressão.

➢ Extração de substâncias voláteis (óleos


essenciais);

➢ Material acondicionado (flores) em bandejas


sobre uma camada de gordura;

➢ Ao chegar na saturação da gordura, a mesma é


removida utilizando álcool, pois o óleo torna-se
mais solúvel no álcool;

➢ Processo de destilação para ser obtido o óleo


essencial.
Métodos de Extração a Frio
Métodos de Extração a Quente

➢ Permanência, durante certo tempo, do material


vegetal em água fervente, num recipiente com tampa.

➢ As partes vegetais devem ser cortadas ou


pulverizadas, a fim de que possam ser mais facilmente
penetradas e extraídas pelo solvente.

➢ Normalmente utiliza-se as folhas e flores.

➢ Sistema aberto.

➢ Dá origem ao infuso, após filtração.


Métodos de Extração a Quente

➢ Mantém o material vegetal em contato, durante


certo tempo, com um solvente (normalmente água) em
ebulição.

➢ Emprego restrito – Diversas substâncias ativas são


alterados com um aquecimento prolongado.

➢ Normalmente utiliza-se de materiais vegetais duros


e de natureza lenhosa.

➢ Sistema aberto.

➢ Dá origem ao decocto, após filtração.


Métodos de Extração a Quente

➢ Condições para o processo:

▪ Droga seca.
▪ Água com T  90°C.
▪ Manter na Tamb por 15 – 30 minutos após ebulição.
▪ Filtrar para obter o decocto.
Métodos de Extração a Quente

➢ O material é colocado
em um recipiente
acoplado a um
condensador, de forma
que o solvente
evaporado durante o
processo condense,
entrando em contato
com a amostra.
Métodos de Extração a Quente

➢ Solvente evaporado é recuperado, retornando ao


processo – Refluxo da operação.

➢ Em cada refluxo da operação, o material entra em


contato com o solvente renovado possibilitando:
▪ Extração altamente eficiente;
▪ Quantidade reduzida de solvente, em comparação
a outros processos de extração.

➢ Sistema fechado com reaproveitamento do


solvente.
Métodos de Extração a Quente

➢ Sinônimo: hidrodestilação.

➢ Extração de substâncias voláteis – Óleos


essenciais de plantas frescas.

➢ Equipamento utilizado: aparelho de Clevenger.


Métodos de Extração a Quente

➢ Aparelho de Clevenger
Métodos de Extração a Quente

➢ Material vegetal em
contato com a água em
ebulição.

➢ Evaporação - Vapor
(óleo + água).

➢ Condensação
(Resfriamento) –
Separação de fases.
Métodos de Extração a Quente

➢ Adequado para extração de substâncias voláteis;

➢ Muito usado na indústria;

➢Tem como vantagem a não existência de traços


do solvente no produto extraído.
Métodos de Extração a Quente

➢ O CO2 é liquefeito
através de compressão e,
em seguida, aquecido a
uma temperatura de
31ºC, nessa temperatura
o CO2 atinge um quarto
estado, no qual a
viscosidade é a de um
gás, mas sua capacidade
de dissolução é como a
de um líquido. Uma vez
feita a extração faz-se o
CO2 retornar ao estado
gasoso, resultando na sua
total eliminação.
Informações adicionais

Rotaevaporador
➢ O aumento da temperatura facilita o processo de
extração sólido-líquido porque determina uma
diminuição da viscosidade do solvente e aumenta a
solubilidade dos sólidos em líquidos.

➢ Os métodos de extração são processos utilizados


para a transferência dos constituintes das plantas
nas quais estão dissolvidos ou dispersos para outra
fase, objetivando-se isolar e purificar tais
constituintes.

➢ Uma das importâncias de submeter a matéria prima


vegetal a um processo de extração é a concentração
e purificação dos princípios ativos.
kmonikfarma@gmail.com

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