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Faculdade de Ciências de Saúde

Curso de Licenciatura em Farmácia

TECNOLOGIA FARMACÊUTICA III


Tema :
FORMAS FARMACÊUTICAS OBTIDAS POR DISOLUÇÃO E EVAPORAÇÃO DO
SEUS COMPONENTES

Docentes:
Enes Buck Xavier / BS Pharm
Conteúdo
• Extractos:
• Definição.
• Clasificação.
• Características.
• Factores a ter em conta no procedimento
de extracção.
• Preparação dos extractos
Objectivos
DESCREVER A FORMULACAO DOS
EXTRATOS
Introdução
• Solucoes: São formas farmacêuticas nas
quais as substância dissolvida atinge um alto
grau de dispersão, sendo de aspecto
homogêneo, límpido e transparente.

• Classificação quanto a Técnica de


preparo
– Dispersão
• Simples e extrativa
– Destilação
Extractos
• Preparações concentradas de drogas
vegetais ou animais obtidos através da
separação de PA com solventes
adequados e evaporação de quase todo
o solvente.

• Estes dissolventes são seleccionados


tendo em conta a solubilidade e
estabilidade do PA que será extraído.
Solução extractiva
• São as soluções que resultam da
dissolução parcial de uma droga de
composição heterogênea, num
determinado solvente; ou seja, o
solvente apenas dissolve, alguns
constituintes da droga, ficando a maior
parte desta por dissolver, a qual constitui
o que se designa por marco ou resíduo.
Soluções Extrativas
PLANTA

PÓ da Planta

Sol. EXTRATIVA

FORMA
Ginkgo biloba
FARMACÊUTICA
Classificação
• Criterios:
• Consistência
• Natureza do líquido extractivo.
CONSISTÊNCIA
1. Extratos Sólidos
 Extratos Moles (consistência de mel e a
105°C perdem 15 a 20% de seu peso)
 Extratos Firmes ou Pilulares
(consistência de massa pilular e a 105°C
perdem 10 a 15% de seu peso)
 Extratos Secos ou Puverulentos (forma
de pó e a105°C não perde mais do que
5%)
CONSISTÊNCIA
1. Extratos fluídos
 Soluções farmacêuticas líquidas obtida de
drogas vegetais ( 1mL de extrato fluido
corresponde a 1 g da droga seca)
CLASSIFICAÇÃO PELO TIPO DE VEÍCULO

• Extratos aquosos (maceração, infusão,


lixiviação, digestão);
• Extratos alcoólicos (maceração e
lixiviação);
• Extratos etéricos (lixiviação);
• Extratos acetonicos (maceração).
COMPOSIÇÃO DOS EXTRATOS

• Alcalóides
• Flavonóides
• Taninos
• Saponinas
• Heterosideos
• Outros
CARACTERÍSTICAS DO
EXTRACTO
• A cor dos extractos varia do acastanhado ao
castanho mais escuro. Também os extractos
são esverdeados provenientes de drogas com
clorofila.

• Em regra os extractos obtidos por


concentração no vazio apresentam cores mais
claras do que os resultaram de evaporação ao
ar livre.

• A aparência deve ser liso e homogénea


CARACTERÍSTICAS DO
EXTRACTO
• Sabor e odor dependem da materia prima
empregada em sua elaboração.

• Os extractos aquosos são solúveis em água e


os alcoólicos são quasi insolúveis em água
FATORES QUE INFLUENCIAM A
EXTRAÇÃO DOS PRINCÍPIOS ATIVOS
 Estado de divisão da droga
 Agitação
 Temperatura
 Tipo de substância que se quer extrair
 Natureza do solvente
 Influencia do pH
 Tempo de extração
 Custo do processo
Operações para a obtenção da
Solução Extrativa
1. Operações preliminares;
 Divisão e classificação
Operações para a obtenção
da Solução Extrativa
2. Operações de extração
 Infusão, decocção, garrafada ou vinho
medicinal, sucos.
 Maceração
 Percolação
 Turbo-extração
 Extração com fluido-supercrítico (SFE)
 Extração acelerada por solvente (ASE)
 Extração por microondas (MASE)
 Extração por ultrasom
Operações para a obtenção
da Solução Extrativa
3. Operação de purificação;
 Filtração
 Decantação
 Adsorção
 Pasteurização
Operações para a obtenção
da Solução Extrativa
• 4. Operação de concentração:
 Destilação sob pressão reduzida
 Filtração tangencial em membrana
 Crioconcentração

• 5. Operação de secagem
 Destilação sob pressão reduzida
 Liofilização
 Nebulização
uma etapa:
maceração
A temperatura
ambiente
várias etapas
dupla maceração e
Extracção
maceração em bateria
descontínua
De 50 - 60ºC: digestão

A temperatura
superior à ambiente A 100ºC ou muito
próximo: Infusão e
Extracção decocção
sólido-líquido
A pressão normal:
percolação
A temperatura Com ajuda de pressão:
ambiente diacolação
Com ajuda de vácuo:
evacolação

Extracção contínua Extracção por soxhlet


A temperatura
superior à ambiente
20
Extração sob refluxo
PROCESSOS DE EXTRAÇÃO
• MACERAÇÃO: do latim macerare, que
significa “encharcar
• Processo de maceração:
 Droga x recipiente
 Agitação
 Tempo: 2 a 14 dias (3 dias)
 Temperatura: 15 e 20 °C
 Partículas diminutas
 Solventes
 Amolecimento da estrutura celular
 Penetração do solvente
 Extração dos componentes solúveis
Maceração
• É o método de eleição quando os PA podem
sofrer alterações por o calor ou por o ar ou
são solúveis a temperatura ambiente.
Maceração

MACERADOR (Tipo baril


MACERAÇÃO- TIPOS
 Simple;
 Fraccionada.
Maceração- vantagens
Não precisa que a matéria vegetal seja
finamente pulverizada.
 Não precisa muita habilidade em sua
operação.
Maceração- desvantagens
• Precisa mais tempo que outros métodos
de extracção.
• Pode ter um rendimento menor se o
resíduo vegetal não se exprime bem.
PERCOLAÇÃO
• do latim per, que significa “através”, e colare,
que significa “coar”.
• Processo de percolação:
 Droga x Percolador
 Partículas diminutas
 fluxo de solvente (constante)
 força da gravidade (pressão ou vácuo)
 Tempo: 2 a 24 horas
 Temperatura: 15 e 20 °C
 Solvatação
 Lei de Fick (não atinge o equilibrio)
Percolação
Líquido extrator
-

Droga

septo poroso
-
Percolação
1- A droga moída é colocada em um recipiente e
é humedecida com uma quantidade de liquido
e se deixa em repouso por o tempo adequado
(15 min-4h) .

2- Se adiciona esta massa ao percolador (não


deve cobrir mais das ¾ partes de seu volume)
e logo se adiciona liquido com a chave de
saída aberta até que gotee líquido.

3- Se dexa macerar o tempo estabelecido, se


não se especifica macera-se por 24h.
Percolação
4- Se abre a saída para permitir o gotejo lento
do líquido. A medida que sai o percolado se
repõe o volume de líquido do percolador com
mais liquido.

A primeira porção do percolado é a mais densa e


de cor mais intenso porque apresenta maior
concentração de PA.
DIGESTÃO
• É um método semelhante à maceração
ma com a aplicação de calor moderado
(40-50 graus) durante o processo para
acelerar a extracção de PA extraíbles.
• É usado para PA que são pouco solúveis
em frío e quando o solvente a ebullição
pode alterarlos ou dissolver outras
substâncias inativas.
INFUSÃO E DECOCÇÃO
• Ambos os métodos utilizam água como
solvente, a infusão colocando a droga em
contacto com a água quente durante 15min
(aplicável a partes vegetais moles) e a
decocção fervendo a droga conjuntamente
com a água durante 30min (se emprega com
materiais vegetais duros e de natureza
lenhosa).
Infusão- procedimentos
1- Adiciona-se a água a ebulição sobre a droga
dividida.

2-Se tapa o recipiente preferentemente de


fechamento perfeito.

3- Se macera por um tempo de 15-20 min

4- Logo a solução obtida é filtrada para clarificar-


la.
Decocção- procedimentos
1- A droga é colocada num recipiente adequado.

2- Se adiciona água destilada e se fecha o


recipiente.

3- Se aquece até ebulição e se mantêm a


ebulição lenta durante 20 min.

4- Logo deixa-se arrefecer.

5- Filtrar ou colar exprimindo o resíduo, o qual se


lava com água destilada até completar volume.
EXTRAÇÃO COM FLUIDO
SUPERCRÍTICO
EXTRAÇÃO COM FLUIDO
SUPERCRÍTICO
EXTRAÇÃO COM FLUIDO
SUPERCRÍTICO
10
5
6

11
5 8
4
1

2 2
7
100
12
9

1. Vaso de pressurização 2. Criogênia 3. CO2


4. Nitrogênio 5. Válvula 6. Manômetro
7. Cela de extração 8. Forno 9. Aquecimento
10. Filtro 11. Restritor 12. Coletores
CONCENTRAÇÃO E SECAGEM
DA SOLUÇÃO EXTRATIVA
 Baixa temperatura
Liofilização
 Calor
Secagem em estufas
Secagem em túmel
Secagem em cilindro
Rota evaporador
Nebulização ou aspersão (spray-drying)
SECAGEM POR LIOFILIZAÇÃO
• A liofilização é uma técnica de secagem
por sublimação da água, a pressão
reduzida e baixa temperatura, que é
recomendada para produtos sensíveis às
técnicas habituais de secagem.
SECAGEM POR NEBULIZAÇÃO OU
ASPERSÃO (SPRAY-DRYING)
• É uma técnica de secagem por dispersão,
onde o líquido a secar (solução, suspensão ou
emulsão) é finamente dividido em uma
corrente de ar quente, com a produção de um
pó.
ENSAIOS DOS EXTRATOS
Cor
Densidade
Solubilidade
Cinzas
Umidade
Identificação dos extratos
Dosagem do princípio activo
Fim
• Próxima aula:
• Extractos fluidos e tinturas:
• Definição.
• Generalidades.
• Preparação dos extractos fluidos e
tinturas.
• Depuração.
• Ensaio dos extractos fluidos e tinturas.
• Conservação.

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