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Professora Juliana Fonseca – Linguagens e Redação

Estrutura da Redação ENEM

Na emblemática obra “A República”, Platão expõe, em sua


utopia, o sonho de uma vida harmônica e fraterna em uma
sociedade ideal, a qual, por ser livre de conflitos e de
adversidades, consegue dominar para sempre o caos da
1º Parágrafo realidade. Todavia, distante das páginas literárias, constata-
se o problema do/da (Apresente o tema. Se o tema não for um
Introdução problema, encontre o problema dentro do tema e 2 causas
primárias desse problema). Logo, (Apresente sua tese sobre o
problema/tema, que é o seu ponto de vista, sua opinião sobre o
tema), situações que necessitam de intervenções para
serem solucionadas.

Em primeiro plano, nota-se que (contextualize o tema e


discuta a 1ª causa e suas consequências. Não se esqueça de
usar, no mínimo, 1 repertório temático).

Obs.: Situe o tema em um contexto histórico, literário, etc. (Por


que esse tema é um problema? Como e quando tudo
2º Parágrafo começou? Quais as consequências disso? Como isso
acontece? De quem é a culpa? O que posso constatar a partir
Desenvolvimento 1 disso?)

Em primeira análise, ressaltam-se os estudos do filósofo


Karl Marx, que destacam as influências do modelo capitalista na
sociedade. Nesse sentido, é fundamental compreender o
pensamento do estudioso para entender a persistência/ os
motivos/ os caminhos/ as causas/ as consequências do
(Tema), já que tal sistema gera …, agravando esse problema ...
Ademais …. Desse modo....

Em segundo plano, ressalta-se que [Problematize o


tema (na atualidade) e discuta a 2ª causa e suas
consequências. Não se esqueça de usar, no mínimo, 1
repertório temático].
3º Parágrafo (Por que esse tema é um problema? Como e quando tudo
começou? Quais as consequências disso? Como isso
Desenvolvimento 2 acontece? De quem é a culpa? O que posso constatar a partir
disso?)

Em segunda análise, destaca-se que Constituição


Cidadã de 1988 garante (...), todavia o Poder Executivo não efetiva
esse direito. Nessa perspectiva, o descaso estatal com a ... mostra-
se como um dos desafios à consolidação ... . Isso acontece porque

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poucos recursos são destinados pelo Estado a ... . Ademais, ... .


Dessa forma, a negligência do Estado, ao investir minimante na ...,
dificulta a universalização desse direito social tão importante,
fazendo-o permanecer no papel.

Torna-se evidente, portanto, que (Apresente a frase de


retomada do tema.). Assim, é necessário que o Governo
Federal, em parceria com a mídia, dissemine campanhas
4º Parágrafo impactantes sobre (Apresente recortes do tema por meio de
sinônimos.), por meio das redes sociais, como Facebook,
Instagram, Whatsapp e na televisão aberta, a fim de (Apresente
Conclusão recortes do tema por meio de sinônimos). Além disso, é dever
da escola, como potencial formadora opinativa, conscientizar
os estudantes a respeito do/da (Apresente recortes do tema por
meio de sinônimos.), por intermédio de palestras, seminários e
vídeos informativos, objetivando formar uma nação de adultos
críticos, mais prevenidos e à frente de seu tempo. Dessa forma,
será possível aproximar a pátria do lugar utópico descrito por
Platão e (recortes do tema).

Redação Nota 1000

Na obra “Eichmann em Jerusalém”, a filósofa Hannah Arendt desenvolve


“as banalidades do mal”, termo que aponta a passividade das pessoas frente aos
impasses que assolam a sociedade. De maneira análoga, o preconceito de parte
significativa da população em relação aos surdos e à falta de preparo e de
infraestrutura adequada na maioria das instituições de ensino para recebê-los
enquadram-se nesse conceito filosófico, uma vez que se constituem como
desafios para a formação educacional dos indivíduos portadores de surdez.
Dessa forma, é necessário discutir os aspectos sociais e políticos inerentes à
questão no Brasil, em prol da promoção do bem coletivo, proposto por Rousseau.
Em primeira análise, é válido ressaltar que a discriminação em relação às
pessoas surdas ainda é latente no Brasil hodierno. Nesse contexto, não obstante
a isonomia ser assegurada pelo quinto artigo da “Constituição Cidadã” —
promulgada em 1988, no Governo de Sarney —, esse grupo continua
marginalizado na contemporaneidade, posto que são alvos comuns de injúrias e
de ações preconceituosas, a exemplo do bullying sofrido por crianças com
deficiência auditiva nas escolas. Ademais, tal preconceito estende-se aos
ambientes de trabalho, uma vez que muitas empresas deixam de contratar
candidatos portadores de surdez, ainda que estes possuam a qualificação
requerida. Essa realidade evidencia e ratifica o pensamento do historiador
Maquiavel, de que os preconceitos têm raízes mais profundas que os princípios,
posto que são persistentes ainda no século XXI e dificultam a consolidação de
uma formação educacional de qualidade a essa parcela social.

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Em segunda análise, infere-se que a falta de preparo dos professores e


de uma infraestrutura adequada aos surdos são inegáveis. Nesse prisma, muitas
escolas não possuem educadores preparados academicamente para instruir as
pessoas portadoras de surdez, uma vez que estes devem ser auxiliados por meio
de Libras durante todo o processo formacional. Além disso, poucas instituições
têm infraestrutura adequada para fornecer a completa assistência aos alunos
surdos, devido aos baixos investimentos governamentais quanto aos recursos
necessários, o que prejudica a formação e a integração desses indivíduos
futuramente no mercado de trabalho, o qual já apresenta pouca abertura para as
pessoas portadoras de deficiência. Tal conjuntura enquadra-se no estado
anômico de Durkheim, o qual caracteriza uma sociedade ausente de valores
coletivos, logo, desorganizada, demonstrando a imprescindibilidade de politicas
públicas mais efetivas quanto à educação dos surdos no Brasil.
Evidencia-se, portanto, a necessidade de que os desafios inerentes à
formação educacional dos surdos sejam enfrentados com urgência no Brasil.
Para isso, é substancial que o Ministério da Educação invista mais vultosamente
na capacitação dos professores e na infraestrutura das instituições de ensino,
por meio de cursos qualificativos para os educadores sobre técnicas didáticas
voltadas aos alunos portadores de deficiência auditiva e pela melhoria dos
recursos em sala — material didático e meios assistivos —, com o intuito de
assegurar uma instrução educacional efetiva a essas pessoas. Outrossim, é
mister que a escola, como potencial formadora opinativa, insira o ensino de
Libras a todos os estudantes e realize palestras nas salas de aula sobre a
importância da inclusão dos surdos com profissionais da área — psicólogos e
sociólogos —, a fim de coibir o preconceito e formar futuros cidadãos mais
inclusivos. Dessa maneira, o corpo-social tornar-se-á mais próximo do bem
coletivo de Rousseau, mitigando, assim, “as banalidades do mal”, discorridas por
Hannah Arendt.
Fonte: https://g1.globo.com/mg/vales-mg/noticia/sempre-me-esforcei-ao-maximo- diz-aluna-de-
ipatinga-que-conquistou-nota-mil-na-redacao-do-enem.ghtml.

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