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Introdução:
Fronteira-de-contato:
“Eu sou eu, você é você. Eu faço as minhas coisas e você faz as suas coisas.
Eu sou eu, você é você. Não estou neste mundo para viver de acordo com as
suas expectativas. E nem você o está para viver de acordo com as minhas. Eu
sou eu, você é você. Se por acaso nos encontrarmos, é lindo. Se não, não há o
que fazer.” Fritz Perls.
Segundo Scherpp (conforme citado por Mendes; Baratieri, 2011) o contato ocorre em
três níveis de ação sendo estes emocionais, cognitivos e comportamentais. O contato
acontece no limite em que o homem e o meio externo se tocam, porém, este limite de
contato pode ser psíquico ou físico. De acordo com Mendes e Baratieri (2011) é na
fronteira de contato que a interatuação entre o organismo e o meio ambiente ocorre, é
onde há a troca simultânea e recíproca em que homem e mundo se transformam.
Na fronteira de contato, ocorre a interação entre organismo e ambiente. É nela que
ocorre a troca simultânea entre o mundo e o indivíduo, um processo contínuo de
reciprocidade buscando suprir necessidades, aproximando-se ou retraindo-se,
dependendo da necessidade que se faça presente (Perls; Hefferline; Goodman, 1997).
Para Yontef (1998) uma fronteira eficaz exige permeabilidade suficiente para permitir
que o indivíduo faça trocas satisfatórias com o ambiente e ter autonomia para não
absorver o que não lhe serve. Fronteiras eficazes são suficientemente flexíveis para
abrir-se e fechar-se de acordo com as necessidades do sujeito. “A fronteira é o lugar
privilegiado do encontro das diferenças. Quanto mais próxima à fronteira, mais se
concentram aí energias de proteção, mudança e transformação.” (Ribeiro, 1997, p.
34).
É importante, compreender que embora o contato sugira uma relação com o diferente,
também temos a capacidade de contatarmos com nós mesmos. Inclusive, é em função
de um contato genuíno com nós mesmos é que conseguimos obter um contato mais
autêntico
Polster e Polster (2001) sinalizam que o indivíduo estabelece contato através das
funções sensoriais e motoras, denominadas funções de contato. Correspondem a
essas funções que o contato pode ser bloqueado, interrompido ou evitado. De acordo
com Polster e Polster (2001), as fronteiras de contato referem-se às fronteiras do eu
de cada um, ou seja, é a fronteira daquilo que é permissível para cada indivíduo, até
onde o contato é permitido.
Quando nos referimos ao contato com o outro, ele é autêntico quando ocorre na
fronteira, ou seja, quando existe interesse e disponibilidade emocional de ambos, sem
que haja manipulações ou invasões. Não é necessário que haja esforço, não é
necessário que uma pessoa precise ajustar-se à outra para ser amada ou aceita.
Contato autêntico é aquele que inclui as duas partes, e todas as partes dessas duas
partes.
O conceito de contato é fundamental no arcabouço vocabular da Gestalt-terapia.
Contatar é sinônimo de vida, de existência plena. Assim, "contato é saúde, saúde é
contato. Qualquer interrupção do contato implica uma perda da saúde" (RIBEIRO,
2006, p.36).
Ribeiro (1997), ainda reforça que, por meio do contato, podemos pensar a nossa
existência e a do outro, nos ver de modo separado no mundo e como existimos e
funcionamos na relação com o outro.
Para o autor, pensar em contato é pensar em crescimento, e para que isso aconteça,
deve-se deixar levar pelo fluxo do encontro com o outro e permitir que isso seja um
gerador de mudanças. Em contraponto, o não fluir, o desajuste na relação é uma
interrupção de contato.
O contato será nutritivo quando o indivíduo diante do ‘novo' consegue realizar uma
boa assimilação com o meio (D'Acri, 2007).
Gostaria de citar um filme como exemplo de alguns aspectos citados neste trabalho é
“O Coringa”.
Este filme retrata a vida de um Assassino (que é doente psiquiátrico) e o caminho
percorrido ao longo de sua vida.
Referências bibliográficas: