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Manual

do Professor
Digital

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CATEGORIA 6
Ensino Médio

TEMAS
Diálogos com sociologia e antropologia

Cidadania

O jovem no mundo do trabalho

AUTORIA DAS ATIVIDADES:


MARTA MORAIS DA COSTA
Marta Morais da Costa é escritora, contadora de histórias e professora
aposentada de literatura da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e da
Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Entre os diversos livros
e artigos de sua autoria, publicou Mapa do Mundo: crônicas sobre leitura;
Sempreviva, a leitura; e Metodologia do ensino de literatura infantil, obra
singular que enfrenta os principais problemas encontrados por professores
das séries iniciais para a formação de leitores em literatura.
MARTA MORAIS DA COSTA

MANUAL DO PROFESSOR DIGITAL


Dados Internacionais para Catalogação na Publicação (CIP)
(Maria Teresa A. Gonzati / CRB 9-1584 / Curitiba, PR, Brasil)

C837 Costa, Marta Morais da.


Os trabalhos da mão : manual do professor digital /
Marta Morais da Costa. – Curitiba : Posigraf, 2018.
20 MB ; ePUB

ISBN 978-85-382-1239-3

1. Literatura – Manuais, guias, etc. I. Título.

CDD 800

© ilustrações: Nelson Cruz, 2017.


© texto: Alfredo Bosi, 2017.

Gerente Editorial: Júlio Röcker Neto


Gerente de Arte e Iconografia: Cláudio Espósito Godoy
Edição: Cristiane Mateus e Marcelo Del’Anhol
Revisão: Felipe Ramalho da Silva e Luiz Henrique Tobias
Supervisão de Arte: Elvira Fogaça Cilka
Edição de Arte: Daniel Cabral e Fabíola Castellar
Edição de Imagens: Pith Haiducki
Capa e Projeto Gráfico: Daniel Cabral
Engenharia de Produto: Solange Szabelski Druszcz

Manual do Professor Digital


© texto: Marta Morais da Costa, 2018.
Supervisão: Cassiano Novacki
Edição de Arte: Juliana Maria Salmon Franklin
Edição: Cristiane Mateus e Sue Ellen Halmenschlager
Projeto Gráfico: Daniel Cabral e Paula Rodrigues Bonardi Blaskowski
Diagramação: Éder Fujihara Martinez Cebrian e
Paula Rodrigues Bonardi Blaskowski
Revisão: Felipe Ramalho da Silva e Luiz Henrique Tobias
1 CONTEXTUALIZAÇÃO:
AUTOR E OBRA

2 MOTIVAÇÃO PARA
LEITURA E ESCUTA

3 TEMAS, CATEGORIA E
GÊNERO LITERÁRIO

ABORDAGEM DA OBRA LITERÁRIA:

4 ORIENTAÇÕES, SUBSÍDIOS E PROPOSTAS


DE ATIVIDADES DE LEITURA

5 ORIENTAÇÕES PARA AS AULAS DE


LÍNGUA PORTUGUESA

6 ABORDAGEM
INTERDISCIPLINAR
1 CONTEXTUALIZAÇÃO: AUTOR E OBRA
O AUTOR: ALFREDO BOSI
Alfredo Bosi é professor e escritor, formou-se em
Letras Neolatinas na Universidade de São Paulo (USP).
Cursou especialização em Literatura Brasileira, Filologia
Românica e Literatura Italiana. Estudou Estética e
Filosofia da Renascença na Universidade de Florença,
Itália. Fez doutorado e o concurso de livre-docência
na USP. Colaborou no Suplemento Literário do jornal
O Estado de S. Paulo de 1963 a 1970, um dos mais
importantes suplementos brasileiros. Em 1966, publicou
“O pré-Modernismo” e em 1970, “História concisa
da literatura brasileira”, dois livros clássicos sobre a
historiografia da literatura brasileira. Transfere-se para
a disciplina de Literatura Brasileira, de que se torna
professor titular em 1985. Tornou-se um dos nomes
mais respeitados no Brasil e no exterior na área da
literatura nacional e publicou muitas obras de grande
repercussão nos meios acadêmicos. Entre elas,
“O ser e a poesia” em 1977, que contém o ensaio
“Os trabalhos da mão”, origem deste livro. É membro
da Academia Brasileira de Letras desde 2003 e recebeu
o título de Professor Emérito da Faculdade de Filosofia,
Letras e Ciências Humanas da USP em 2009.

O ILUSTRADOR: NELSON CRUZ


Nelson Cruz nasceu em Belo Horizonte em 1957.
De família humilde, construiu uma carreira quase
autodidata – por um curto período frequentou o ateliê
de uma artista plástica mineira – e seguiu sua inclinação
para as artes visuais. Começou trabalhando em jornais,
como o Diário da Tarde, e participando de salões de
humor, em que a caricatura predomina. A partir de 1999,
seu trabalho como ilustrador de livros infantis recebeu
reconhecimento nacional e internacional em vários
prêmios. Em 1999, recebeu o prêmio Octogonal do
Centre International d’Études en littérature de Jeunesse,
de Paris, pela ilustração do livro Leonardo, sobre
Leonardo da Vinci. Com ele, ganhou também o prêmio

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de melhor livro de imagens pela Fundação Nacional
do Livro Infantil e Juvenil – FNLIJ, Seção brasileira do
IBBY, International Board on Books for Young People, da
Suíça. Em 2001, o livro Chica e João recebeu o Prêmio
Jabuti pelo texto e, da FNLIJ, o Prêmio de Melhor Livro
para Criança e de melhor ilustração. O mesmo livro
recebeu também o Octogonal em 2001. Em 2002, foi
indicado pela FNLIJ ao Prêmio Hans Christian Andersen
de ilustração e em 2004 para a Lista de Honra, ambos
promovidos pela IBBY. Até o presente, já recebeu cinco
prêmios Jabuti, além das premiações da Biblioteca
Nacional, da Academia Brasileira de Letras e da
Associação Paulista de Críticos de Arte. É autor de mais
de vinte livros de literatura para crianças e jovens.

A OBRA: OS TRABALHOS DA MÃO


O texto enumera exaustivamente as ações exercidas
pelas mãos na história da espécie humana e,
principalmente, nas atividades cotidianas e que lhe
permitiram e permitem a sobrevivência. São ações de
fazer, de escrever, de criar, de construir, de divertir-se,
de amar, de trabalhar. O texto enumera de modo
poético e elogioso as múltiplas ações deste fantástico
órgão do corpo humano. E os desenhos de Nelson Cruz
trazem o trabalho das mãos de pintores renomados para
os trabalhos das mãos de Alfredo Bosi.

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2 MOTIVAÇÃO PARA LEITURA E ESCUTA

“Como linguagem artisticamente organizada, a literatura enriquece nossa percepção


e nossa visão de mundo. Mediante arranjos especiais das palavras, ela cria um universo
que nos permite aumentar nossa capacidade de ver e sentir. Nesse sentido, a literatura
possibilita uma ampliação da nossa visão do mundo, ajuda-nos não só a ver mais, mas a
colocar em questão muito do que estamos vendo/ vivenciando” (BNCC/Ensino Médio).

O artista Nelson Cruz fez uma leitura singular do texto de Alfredo Bosi, buscando
na história da pintura universal imagens onde os trabalhos com a mão estivessem
em destaque. Então, o trabalho com a leitura deve contemplar essa dimensão
não textual. Para isso, selecione alguns trechos da obra e peça aos alunos que
se coloquem no lugar desse ilustrador, que precisa interpretar esse texto tão
importante. Será que esse artista se intimidou perante esse fato? Por que será que
Nelson Cruz escolheu fazer essa interpretação usando obras tão importantes?

HABILIDADES

(EM13LGG101) Compreender e analisar processos de produção e circulação de discursos, nas diferentes


linguagens, para fazer escolhas fundamentadas em função de interesses pessoais e coletivos.

(EM13LGG102) Analisar visões de mundo, conflitos de interesse, preconceitos e ideologias presentes nos
discursos veiculados nas diferentes mídias como forma de ampliar suas as possibilidades de explicação e
interpretação crítica da realidade.

(EM13LGG103) Analisar, de maneira cada vez mais aprofundada, o funcionamento das linguagens, para
interpretar e produzir criticamente discursos em textos de diversas semioses.

(EM13LGG104) Utilizar as diferentes linguagens, levando em conta seus funcionamentos, para a compreensão
e produção de textos e discursos em diversos campos de atuação social.

(EM13LGG105) Analisar e experimentar diversos processos de remidiação de produções multissemióticas,


multimídia e transmídia, como forma de fomentar diferentes modos de participação e intervenção social.

Fonte: BNCC do Ensino Médio

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3 TEMAS, CATEGORIA
E GÊNERO LITERÁRIO

“Compreender o funcionamento das diferentes linguagens e práticas (artísticas,


corporais e verbais) e mobilizar esses conhecimentos na recepção e produção de
discursos nos diferentes campos de atuação social e nas diversas mídias, para ampliar
as formas de participação social, o entendimento e as possibilidades de explicação e
interpretação crítica da realidade e para continuar aprendendo” (BNCC / Ensino Médio).

TEMAS
Diálogos com sociologia e antropologia
Cidadania
O jovem no mundo do trabalho

CATEGORIA 6
Ensino Médio

GÊNERO
Crônica

JUSTIFICATIVA
A concretude dos acidentes de trabalho é abordada com qualidade estética singular
em um dos mais bonitos textos escritos em língua portuguesa sobre as diferentes
funções que a mão humana pode exercer, Os trabalhos da mão. É, portanto,
pertinente regressar ao poema em prosa de Bosi que configura uma ode à mão.
Essa homenagem sensibiliza o leitor a perceber outras dimensões e a ressignificar
interpretações já estabelecidas. Essa ampliação é ainda mais potencializada com a
ilustração de Nelson Cruz que abdicou do seu estilo de desenho pessoal para trazer
a este livro obras de pintores consagrados que retrataram o trabalho das mãos
humanas.

O elencar crescente dos diversos usos da mão de Alfredo Bosi é intencional na


medida em que denuncia uma mazela social: a imensa quantidade de acidentes
de trabalho ocorridos no Brasil no ano de 1975. Ano este que foi um dos mais
importantes para a história da segurança e proteção do trabalhador, já que esse
recorde em acidentes de trabalho (mundialmente falando) obrigou o governo (militar)
da época a criar novas regras e aumentar a fiscalização. Os impactos desse fato
ocorrido há tanto tempo são sentidos até os dias atuais, permitindo ao leitor observar
e traçar paralelos interessantes.

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ABORDAGEM DA OBRA LITERÁRIA:
4 ORIENTAÇÕES, SUBSÍDIOS E PROPOSTAS
DE ATIVIDADES DE LEITURA
4.1 ORIENTAÇÕES GERAIS: DIALOGANDO COM A BNCC

A obra literária não é um livro desenvolver competências que visam


didático, ou seja, não é escrita a à formação humana em suas múltiplas
partir de conteúdos didáticos e não dimensões.
tem o compromisso de ensinar
A BNCC aponta dez competências
disciplinas como matemática,
gerais que devem ser desenvolvidas
ciências, geografia. Se assim fosse,
pela educação básica. A leitura de
deixaria de ser literatura. Porém,
obras literárias pode ser uma ponte
muitos livros literários trazem – seja
valiosa para essas competências. O
em seu tema, enredo, narrativa ou
livro Os trabalhos da mão possibilita
imagens – rico e vasto manancial que
uma relação mais estreita com as
pode ser aproveitado pelo professor
competências 1, 2, 7 e 9.
em sala de aula para estimular e

COMPETÊNCIAS GERAIS DA
BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR
1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos
sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e ex-
plicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a cons-
trução de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria


das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica,
a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e
testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções
(inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferen-
tes áreas.

3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais,


das locais às mundiais, e também participar de práticas diversifi-
cadas da produção artístico-cultural.

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4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como
Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como
conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica,
para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e
sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que le-
vem ao entendimento mútuo.

5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e


comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas
diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comu-
nicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimen-
tos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida
pessoal e coletiva.

6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se


de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as
relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas
ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade,
autonomia, consciência crítica e responsabilidade.

7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis,


para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e deci-
sões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a
consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito
local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao
cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.

8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional,


compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas
emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar
com elas.

9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a coopera-


ção, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos
direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de
indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas
e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.

10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade,


flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com
base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis
e solidários.

Fonte: BNCC

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4.2 PROPOSTAS DE ATIVIDADES DE LEITURA
1. Os alunos realizam uma leitura integral e silenciosa
da obra “Os trabalhos da mão”, de Alfredo Bosi.

2. Uma segunda leitura, orientada, atua na camada da


explicitação dos significados das palavras. Cada aluno
(a) organiza sua lista de palavras desconhecidas (mui-
tas serão verbos) e busca seu significado apropriado
em dicionários, impressos ou digitais.

3. Recomenda-se a leitura em voz alta do texto após


a pesquisa semântica. Um(a) voluntário(a) ou indica-
do(a) pelo(a) professor(a) lê expressivamente o texto.
Caso haja possibilidade, vários alunos podem lê-lo
em formato de jogral.

4. Se houver tempo, para ensaios prévios, a leitura em


voz alta pode ser complementada por slides com fo-
tos ilustrativas ou pequenos vídeos.

5. Se houver tempo, para ensaios preparatórios tam-


bém pode ser realizada a leitura em voz alta ilustrada
por mímicas correspondentes. Neste caso, recomen-
da-se a seleção prévia. Por exemplo, apenas uma das
profissões em cada página lida ou a cada duas pági-
nas lidas.

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5 ORIENTAÇÕES PARA AS AULAS
DE LÍNGUA PORTUGUESA
5.1 PRÉ-LEITURA
1. Divida a turma em grupos para realizar um projeto
a respeito de profissões atuais no Brasil. É possível
dividir, por exemplo, profissões do campo/da cidade;
profissões bem remuneradas/ mal remuneradas; pro-
fissões em espaços internos/ em espaços externos;
profissões com pouca tecnologia/ com muita tecno-
logia; profissões que dependem da leitura e escrita/
que não dependem da leitura e escrita.

a. Os alunos além de citar, devem descrever e de-


talhar as profissões encontradas (tipo de ações,
instrumentos utilizados, jornada de trabalho, for-
ma de remuneração, possível carreira com seus
cargos, etc.)

b. Realizar um fórum em que cada grupo apresen-


ta os resultados e a turma toda interage, sugere,
complementa.

2. Pesquisar em fotos, livros e representações plásticas


o trabalho no passado do Brasil. Sugestões: a obra de
Jean-Baptiste Debret, o conto “Teoria do medalhão”,
de Machado de Assis, fotos de imigrantes do século
XIX. O importante é que os alunos entrem em conta-
to, seja por meios digitais, seja por livros ou jornais,
seja por documentos de família, com profissões que
ou desapareceram (os carvoeiros ou leiteiros urba-
nos, por exemplo) ou se modificaram (agricultores,
editores, advogados). Em uma roda de conversa, es-
timular os alunos a comentarem as diferenças, expli-
cando-as.

a. Ler a lei da CLT, Decreto-Lei nº 5454 de 1º de maio


de 1943 e a proposta de alterações que constam
na Lei nº 13 467 de 13 de julho de 2017. Depois da
leitura, mesmo que não tenham entendido o que
leram, convide um pai de aluno(a) advogado(a)
ou um(a) especialista em Direito do Trabalho para
conversar com os alunos a respeito dessas leis.

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Lembrar que o Ensino Médio, profissionalizante ou
não, capacitará melhor os alunos para exercerem
profissões sujeitas a essa legislação. Os alunos
melhor entenderão o(a) convidado(a) se tiverem
alguma noção do que sejam essas leis. Fontes:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-
Lei/Del5452.htm ou http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13467.htm .

3. Estimule seus alunos a projetarem profissões do


futuro. Inicie o trabalho pela leitura de dois textos
instigantes: https://exame.abril.com.br/carreira/
saiba-quais-sao-as-profissoes-do-futuro/ e https://
www.guiadacarreira.com.br/profissao/profissoes-do-
futuro/. Após a leitura, reunidos em grupos, devem
escolher que profissões do futuro lhes são atraentes e
depois discutir em uma roda de conversa, escrevendo
um documento final, contendo suas conclusões.

4. Oriente seus alunos na formulação de um pequeno


questionário a respeito de profissões a ser aplicado
aos familiares e amigos deles. Determine um núme-
ro de entrevistados, a partir de cinco. Podem ser per-
guntas – além da identificação de quem é o entrevis-
tado, sua profissão e tempo em que a exerce – sobre
vantagens e desvantagens da profissão, reconheci-
mento social, o que poderia melhorar, perspectivas
de carreira para melhor e outros. Os alunos podem
trazer esses relatos para um fórum, ou um grupo de
conversa, ou uma exposição na escola.

5.2 PÓS-LEITURA
1. O caráter excepcional desta obra deve-se ao trabalho
do ilustrador e à associação ilustração-artes plásticas.
Uma primeira atividade pode ser a de, com base na
identificação dos quadros na parte final do volume,
pesquisar e reproduzir as pinturas originais e transfor-
mar a sala de aula em uma pequena galeria de arte.
Expor as reproduções com legendas que as identifi-
que no mural da sala.

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2. Em uma roda de conversa, os alunos podem discutir
as escolhas do ilustrador para o fragmento do texto
ao qual o quadro se refere. Por exemplo, à obra Doge
Niccolo Marcello, por que a figura de um religioso?
À obra A criação de Adão, por que a escolha de uma
figura que representa o sagrado e não a do padrinho
tocando o ombro do afilhado? Permita que os alunos
tenham a liberdade de encontrar as mais variadas ex-
plicações. A arte não tem respostas únicas.

3. Depois de pesquisas anteriores sobre profissões,


oriente seus alunos a encontrar profissões que não
tenham sido contempladas pelo texto e peça que os
alunos, seguindo o exemplo de Alfredo Bosi, escre-
vam sobre as ações (verbos, portanto) que a mão
desempenha nesse novo trabalho. Os alunos podem
ilustrar com outros quadros ou desenhar. O resultado
deste trabalho pode ir para uma antologia do projeto
de leitura de “Os trabalhos da mão” e/ou para a pági-
na digital da turma.

4. Ao final do livro há uma “Nota do ilustrador”. Após


a leitura do pequeno texto, peça aos alunos que co-
mentem as ideias e comparem com a realização con-
creta ao longo do livro. Os alunos devem verificar se
há harmonia entre elas, ou não, e fazerem a crítica es-
crita desta análise. O trabalho pode ser individual ou
em grupo. Ele pode ser exposto na página digital da
turma ou na antologia dos trabalhos relativos a esta
obra literária.

5. Em trabalho individual, os alunos devem escrever um


pequeno texto que, seguindo o exemplo de Alfredo
Bosi, descreva em ações o que é o trabalho das mãos
de um pintor de quadros artísticos. Depois, crie uma
página digital para divulgar esses textos. Ou organize
uma antologia para a biblioteca da sala ou do colégio.

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6 ABORDAGEM INTERDISCIPLINAR

“Por ser um período de vida caracterizado por mais


autonomia e maior capacidade de abstração e reflexão
sobre o mundo, os jovens, gradativamente, ampliam
também suas possibilidades de participação na vida pública
e na produção cultural. Eles fazem isso por meio da autoria
de diversas produções que constituem as culturas juvenis
manifestadas em músicas, danças, manifestações da cultura
corporal do movimento, vídeos, marcas corporais, moda,
rádios comunitárias, redes de mídia da internet, gírias e
demais produções e práticas socioculturais que combinam
linguagens e diferentes modos de estar juntos”
(BNCC/Ensino Médio).

Em colaboração com o professor de Artes do colégio, é


possível levar os alunos a pesquisar sobre os pintores
e os quadros citados pelo ilustrador Nelson Cruz,
ressaltando a técnica do pintor, a tendência artística de
sua obra (Classicismo, Romantismo, Impressionismo,
etc.), sua importância artística e outros atributos.

A disciplina de História pode ajudar na interpretação


do clássico do cinema Tempos Modernos, de Charles
Chaplin (1936), que trata de maneira ainda atual do
surgimento de profissões que desumanizam os
trabalhadores e que os automatizam a partir da chegada
de máquinas cada vez mais exigentes. As relações de
trabalho e humanas dentro desse universo de mudança
de concepções de trabalho são vistas, sob o ângulo do
riso, de forma crítica e verdadeira.

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