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um terceiro de boa-fé, ele se desvincula completamente do negócio jurídico que lhe originou

(abstração), de forma a afastar quaisquer exceções pessoais a terceiros que, de boa-fé, portem aquele
título de crédito (inoponibilidade de exceções pessoais).

A necessária conformação do título de crédito a essas características garantem, portanto, a plena


realização de seu desiderato, a saber, a circulação da riqueza com efetividade e segurança jurídica.
Afinal, a proteção da confiança é essencial para a organização do mercado.

1. A
2. A eficácia horizontal das normas constitucionais é um pressuposto do paradigma da
constitucionalização do direito privado. Nesse contexto, o princípio da dignidade humana se torna um
vetor nas relações obrigacionais, colocando o sujeito de direitos sobre qualquer objeto que o circunde.

No âmbito do direito empresarial, não raro a certeza e a segurança jurídica, fundamentais à


economia e aos negócios jurídicos, se sobrepõem a equidade na sociedade de massas, valor inafastável
do núcleo da dignidade humana. Entretanto, o equilíbrio entre esses valores é medida que se impõe
dentro do estado democrático de direito.

Em se tratando do mercado imobiliário, nota-se o crescente investimento em CCI (Cédula de


Crédito Imobiliário) e LCI (Letra de Crédito Imobiliário), tais ativos financeiros usam crédito
emprestado dos bancos para financiar, construir ou reformar imóveis. Entretanto, enquanto títulos de
crédito causais, ou sui generis, lhes faltam alguns dos aspectos formais que revestem os títulos de
crédito, como a autonomia e a literalidade.

Em razão do grande montante de crédito envolvido nesse setor de investimento, é comum a


busca de imóveis cada vez mais rentáveis e competitivos, independentemente da situação destes, isto é,
se pessoas constituem residência no local. Melhor explicando, o lucro é privilegiado em detrimento do
direito à moradia.

Portanto, são em situações como a ilustrada acima que o mercado de crédito avança sobre a
dignidade humana, na tentativa de indenizar tais violações a partir da própria emissão de títulos de
crédito ou a partir do dinheiro em si a título de retribuição. Eis que, por mais que os títulos de crédito
emanem certeza e segurança jurídica, estes não recuperam as histórias perdidas nos locais alvos de
investimento.

3. A nota promissória é um título de crédito que inscreve uma promessa de pagamento, ou seja,
cartulariza a existência de um crédito líquido, certo e exigível a partir do seu vencimento, sob pena de
protesto ou cobrança judicial. O mencionado título tem como requisitos de validade : (i) a denominação
“nota promissória” constante no título da cártula; (ii) a promessa de pagar uma quantia determinada;
(iii) a época do pagamento, sob pena do vencimento ser considerado a vista; (iv) o lugar do pagamento,
sob pena de ser considerado o domicílio do subscritor; (v) o nome da pessoa a quem, ou à ordem de
quem, deve ser paga a promissória; (vi) a data e o lugar onde a promissória é passada; (vii) a
assinatura do subscritor.

A duplicata mercantil, ou simplesmente duplicata, é um título de crédito que atesta um


contrato de compra e venda ou de prestação de serviços, ou seja, declara existir um crédito de
determinado valor, decorrente de um negócio jurídico subjacente de compra e venda de mercadorias
ou de prestação de serviços, cujo pagamento é devido em determinada data. São os requisitos para a
validade da duplicata: (i) expressão “duplicata”; (ii) nome, domicílio e outros dados (CNPJ,
inscrição estadual, telefone) do credor/emitente e do comprador/sacado/devedor; (iii) data da
emissão, que coincide com a data da fatura; (iv) número da fatura e da duplicata; (v) data do
vencimento da duplicada; (vi) assinatura do sacador e do sacado; (vii) local do pagamento; (viii)
valor a ser pago, por extenso; (ix) cláusula a ordem, o que possibilita a circulação via endosso; (x)
data e local do aceite.

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