UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY RIBEIRO

LABORATÓRIO DE ESTUDOS DE EDUCAÇÃO E LINGUAGEM

DISCIPLINA: HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
ALUNO(A): Adrielly Oliveira dos Santos CURSO: Pedagogia

FICHAMENTO

O nascimento da escola na idade média. Segundo capitulo.

GAUTHIER;
TARDIFF. A Pedagogia. Petrópolis, Vozes, 2010, p.63-86.
Página 63 “[...] veremos que na Idade Média, e sob a influência do cristianismo, um
novo modelo de homem educado aparece, uma nova visão do mundo emerge,
visão que provoca a criação de uma instituição cultural nova, a escola”.
Página 64 “Pouco depois da morte de Alexandre, no século III a.C., a conquista romana
se inicia (282 a 146 a.C.) e, em 146 a.C., a Grécia se torna uma província
romana”.
Página 65 “[...] os romanos não procuram unificar os países conquistados negando suas
diferenças. Ao contrário, deixam esses povos praticarem a sua religião e seus
rituais à vontade. Isso tem a sua importância, pois o Império reagrupa mais de
vinte povos com religiões, costumes, hábitos muito diferentes”.
Página 65 “[...] essa forma de respeito às tradições e de espírito pragmático permite aos
romanos conservar a maior cultura intelectual da época, a cultura grega, e não
cortar-se brutalmente dos tesouros de inteligência e de refinamento que ela
encerra”.
Página 65 “[...] Ainda que exista em Roma uma tradição educativa original, ela evolui
muito sob a influência grega, em razão das conquistas romanas que resultam
na anexação da Grécia em 146 a.C.”.
Página 66 “[...] Entretanto, apesar desse gosto pela cultura grega, os romanos conservam
uma identidade distinta; sabem adaptar e reformar a escola em função da sua
própria cultura e das suas necessidades”.
Página 66 “[...] os romanos sabem unificar o seu império; instalam uma espécie de
romanidade, de espírito romano. O cristianismo incipiente vai recuperar mais
 tarde essa herança”.
Página 66 “[...] o cristianismo é o resultado do encontro das três grandes culturas: grega,
romana e judaica”.
Página 69 “O cristianismo se inscreve na continuidade da cultura judaica. Como
sabemos, o judaísmo supõe o conhecimento da Lei revelada e escrita. A
educação religiosa judaica é fundamental no estudo dos textos sagrados do
Antigo Testamento”.
Página 69 “Por conseguinte, encontra-se no cristianismo uma insistência no
conhecimento das Sagradas Escrituras, e logo na necessidade de ser letrado”.
Página 69 “A igreja primitiva, perfeitamente consciente do caráter “erudito”, letrado, da
religião cristã, deixa a juventude se formar nas escolas de tipo pagão, isto é,
as escolas gregas e romanas”.
Página 70 “A igreja é assim progressivamente levada a abrir escolas. Isso nos conduz à
nossa segunda parte: o cristianismo dá nascimento à escola da Idade Média”.
Página 72 “Quando o Império se extingue em 476, a igreja permanece como a única
força organizada capaz de transmitir a herança greco-romana (LANGLOIS &
VILLEMURE, 1922: 94). Não há mais então escolas pagãs”.
Página 72 “Por conseguinte, a igreja garante a continuidade cultural, criando três tipos
de escolas: as escolas monacais, episcopais e presbiterais”.
Página 74 “A educação compartimentada da Antiguidade é substituída na Idade Média
por uma educação integrada, completa, total, que enquadra completamente o
indivíduo”.
Página 75 “Ao contrário, pensamos que a Idade Média foi inovadora ao criar a escola,
não fez necessariamente uma revolução nos métodos de ensino. Efetivamente
defendemos a opinião de que, exatamente como entre os gregos e os romanos,
não havia preocupação propriamente pedagógica na Idade Média”.
Página 77 “No conjunto das transformações que ocorrem posteriormente, durante a
Idade Média, convém citar dois fatores estruturais particulares: o
renascimento carolíngio e o renascimento escolástico”.
Página 77 “Carlos Magno, rei dos francos e depois imperador do Ocidente, opera a
unidade cristã; com ele, a Europa cristã se torna um Estado”.
Página 77 “Carlos Magno se apoia na igreja porque ela é a única instituição que permite
 a todas essas sociedades comunicarem-se entre si”.
Página 78 “[...] os monges escrevem em latim de baixa qualidade e que Carlos Magno
teme que eles não possam compreender as Escrituras, pois sua cultura
literária é muito limitada (RICHÉ, 1979: 71)”.
Página 78 “Carlos Magno corrige a situação, criando um centro intelectual: a escola do
Palácio”.
Página 79 “O programa da escola do Palácio é enciclopédico. Visa transmitir a
totalidade dos conhecimentos humanos. Estes são agrupados nas artes
liberais”.
Página 79 “As sete artes liberais são divididas em duas grandes partes: as artes trivium e
as artes do quadrivium. O trivium ensina as regras do espírito, as formas de
raciocínio. [...] ao quadrivium, este agrupa os conhecimentos relativos às
coisas, as leis dos números (aritmética), as leis dos astros (astronomia), as leis
dos sons (música) e as leis do espaço (geometria)”.
Página 80 “O império de Carlos Magno não se mantém, mas causa repercussões
importantes no plano intelectual. [...] Mas ainda pela insistência no trivium, e
assim nos estudos formais, ele prepara a época que segue a escolástica, “que
se pode caracterizar chamando-a de idade da lógica” (DURKHEIM, 1969:
77)”.
Página 80 “[...] a escolástica é um método de pensar; “pensar é um oficio cujas leis são
minuciosamente fixadas” (CHENU, apud LE GOFF, 1985: 97)”.
Página 82 “[...] Carlos Magno não torna a escola obrigatória, mas tenta – sem muito
sucesso, aliás-obrigar os bispos a abrirem escolas. [...] O programa da escola
elementar se parece em geral, com o de qualquer escola da Antiguidade”.
Página 83 “Aliás, quanto aos métodos pedagógicos, também não há mudanças notáveis.
[...] o método de leitura é o mesmo desde a Antiguidade”.

Em síntese, é perceptível que a igreja teve um grande papel na criação da escola na Idade média
e para a cultura intelectual. A idade média se iniciou com Carlos Magno, que instalou um
sistema escolar, mas ainda sem muita eficácia. Em relação aos processos pedagógicos, não
houve uma grande evolução, o modelo tradicional da escola continuava e não tinha um projeto
que focasse somente no aluno.