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Drobner, Humbertus R., Manual de Patrologia, Petrópolis, Vozes,2003, p.133-134.
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escola filosófica profana reuniam em torno de si discípulos cristãos ou não
cristãos, em parte com a intenção de convertê-los, em parte para aprofundar
a compreensão da fé, mas sempre para refletir sobre o sentido e a prática do
mundo e da vida. Não podemos nos esquecer que para os homens da
antiguidade uma religião racional como o cristianismo era considerada uma
“filosofia”, um sistema de interpretação do mundo e de conduta de vida2.
2
Idem.
3
VvAA. Patrística caminho da tradição cristã, São Paulo, Paulus, 2008, p.117.
2
os concílios e se tornavam importantes quando surgiram questões complexas
a serem elucidadas no tocante à fé e à doutrina. Prosperaram particularmente
no Oriente: Em Cesaréia (Palestina), em Edessa (Síria), Alexandria (Egito)
e Antioquia (Síria). Estas duas últimas foram as mais importantes, e as
Conheceremos mais profundamente em seu ambiente sociocultural, suas
características e seus principais representantes4.
4
Idem. P. 119.
5
Mckenzie, John l., Alexandria, in Dicionário Bíblico, São Paulo, Paulinas, 1984, p.22.
3
durante o de seu filho Ptolomeu II. Plutarco (46 d.C.–120) escreveu que,
durante sua visita a Alexandria em 48 a.C., Júlio César queimou
acidentalmente a biblioteca quando ele incendiou seus próprios navios para
frustrar a tentativa de Achillas de limitar a sua capacidade de comunicação
por via marítima. De acordo com Plutarco, o incêndio se espalhou para as
docas e daí à biblioteca.
No entanto, esta versão dos acontecimentos não é confirmada na
contemporaneidade. Atualmente, tem sido estabelecido que a biblioteca, ou
pelo menos segmentos de sua coleção, foram destruídos em várias ocasiões,
antes e após o século I a.C6.
6
Em http://pt.wikipedia.org/wiki/Alexandria. Acesso 06/10/2009 11h.
7
Idem.
4
Os romanos, que antes do Império tinham sido aliados dos judeus,
outorgaram-lhes mais alguns privilégios, como a celebração do shabat. No
entanto, o sentimento antijudaico foi alentado pelos escritores gregos
alexandrinos, que os acusavam de exclusivismo, grosseria e deslealdade.
Muitos judeus, helenizados na época macedónia, tiveram uma grande
influência sobre os seus correlegionários na época dos selêucidas e
asmoneus. Traduziram para grego a Bíblia hebraica , a chamada versão dos
Setenta ou Septuaginta nos séculos III e II a. C., além de produzir uma
abundante literatura hebraica em língua grega: epopéias, dramas, obras
moralizantes. As mais conhecidas são a Carta de Aristeia, os Oráculos
sibilinos, e o Livro da Sabedoria de Salomão. Entre os autores conhecidos,
pode citar-se Eupolemo, Artipon Demétrio, Aristeu e sobretudo Fílon de
Alexandria8.
8
Orlandi, T. Alexandria – cidade em DPAC, São Paulo, Pulus, 2002, p.72
9
Idem.
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herdeiros. Assim como Antioquia, Alexandria queria dominar a igreja de
Constantinopla, pois quem tivesse influência junto ao bispo de
Constantinopla teria influência sobre toda a cristandade em virtude da corte
imperial. Daí a intenção de fazer com que seus “filhos prediletos” subissem
a altos cargos a fim de promover seu estilo de teologia. Portanto muito antes
das tensões teológicas os líderes cristãos já se olhavam com desconfianças
por questões políticas.
10
Cf. M. Simonetti, “Alexandria – Escola”, in DPAC, 72.
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Forma de hermenêutica dos textos sagrados que permite apreender o seu sentido místico.
6
dogmático, a Escola alexandrina acentua de preferência a unidade das três
pessoas em Deus e das duas naturezas em Cristo12.
12
“cristologia da unidade”) (H.R. Drobner, Manual de Patrologia, 135.
13
Cf. Alexandre Tochetto, Perspectivas e meditações, a escola telógica de Alexandria, cap. IX, em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Antioquia. acesso; 11/10/2009.
7
outros alexandrinos falarem a respeito da encarnação e da união entre Deus
e a humanidade em Cristo é chamado, às vezes, cristologia da Palavra-carne.
Isto é, o Logos (Palavra-Verbo) de Deus assumiu a carne humana sem
realmente entrar na existência humana em toda a sua plenitude14.
14
Idem.
15
Idem.
8
Antioquia foi uma cidade antiga erguida na margem esquerda do rio
Orontes; é a moderna Antaquia, na Turquia. Atualmente é um sítio
arqueológico.
Antioquia, no plano geral, estava bem longe de ter o tamanho ou a
influencia de Alexandria. Entretanto, também tinha uma tradição antiga e
venerável, tanto cultural como teológica. Foi fundada por um dos generais
de Alexandre, Antíoco Epifânio, e nos tempos de Cristo e dos apóstolos foi
um grande centro de negócios e de comércio. O governador de Antioquia
governava a totalidade da Síria, o território romano que incluía a Palestina.
Antioquia ocupa um importante lugar na história do cristianismo. Foi
onde Paulo de Tarso pregou o seu primeiro sermão cristão (numa sinagoga),
e foi também onde os seguidores de Jesus foram chamados pela primeira vez
de Cristãos (Atos 11,26).
Escavações arqueológicas têm descoberto numerosas ruínas do
passado. O circo, um dos maiores dos templos romanos, a acrópole,
numerosos banhos, vilas e cemitérios romanos e belos pisos de mosaico que
datam do período apostólico.
Flávio Josefo descreve Antioquia como tendo sido a terceira maior
cidade do império e também do mundo, com uma população estimada em
mais de meio milhão de habitantes, depois de Roma e Alexandria. Cresceu a
ponto de se tornar o principal centro comercial e industrial da Síria Romana.
Era considerada como a porta para o Oriente. César, Augusto e Tibério
utilizavam-na como centro de operações. Era também chamada de
"Antioquia, a bela", "rainha do Oriente", devido às riquezas romanas que a
embelezavam, desde a estética grega até o luxo oriental.
Todavia, era também uma das mais sórdidas e depravadas cidades do
mundo, como todas as grandes metrópoles da época. O culto à deusa Astarote
pelas mulheres da cidade de Antioquia era tão indecente que Constantino o
aboliu mediante o uso da força. A maioria da população era síria (gentios),
embora houvesse numerosa colônia judaica. A cultura era tipicamente grego-
helenista.
A cidade conservou uma grande opulência e a Igreja continuou a
crescer enquanto durou o Império Romano. Em 538 d.C., o rei Cosroes da
Pérsia tomou e destruiu-a. O imperador Justiniano reconstruiu-a, mas no ano
635 d.C., os sarracenos a tomaram, e em 1084 passou para o domínio turco.
Excetuando o período decorrente entre 1068 e 1269, em que foi sede de um
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reino cristão fundado pelos cruzados, o Principado de Antioquia, tem
continuado16.
16
Cf. http://pt.wikipedia.org/wiki/Antioquia. Acesso: 11/10/2009.
17
Adv. Jud. PG 82, 1101-1108.
10
origem apostólica – “princípio petrino” – da própria Sé. Antioquia foi a Sé
de Pedro antes de ir para Roma18.
18
Pasquato, O, Antioquia – História – in DPAC, p.110-111.
19
VVAA, Patrística caminhos da tradição cristã, São Paulo, Paulus, 2008. P. 128.
20
Cf. Alexandre Tochetto, Perspectivas e meditações, a escola telógica de Antioquia, cap. X, em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Antioquia. acesso; 11/10/2009.
11
Doroteu, Luciano de Samósata, Teófilo de Antioquia, Diodoro de
Tarso, Teodoro da Mopsuéstia, Ário, Nestório, S. João Crisóstomo.
21
Cf. Alexandre Tochetto, idem.
22
Idem.
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que o próprio texto demande postergar sua compreensão e interpretação para
possíveis profecias ou figuras lingüísticas. Entretanto também não foram de
todo corretos; cometeram erros ao conjecturarem sobre a pessoa do Filho.
Sua insistência radical da humanidade de Jesus levou à heresia um dos seus
fundadores, Paulo de Samósata com seu monarquianismo adocionista cujo
pensamento culminará com Ário e sua doutrina.
6.10 - Conclusão
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