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FICHAMENTO: O APARECIMENTO DA ESCOLA MODERNA – UMA HISTÓRIA

ILUSTRADA. CAPÍTULO 1 – DOS PRIMÓRDIOS DO CRISTIANISMO AO FINAL


DA IDADE MÉDIA. MARIA LÚCIA SPEDO HILSDORF
Séculos V – XI: a Alta Idade Média e as escolas monacais
- A autora introduz o texto com o resgate das escolas romanas, que tiveram grande influência
na educação medieval e moderna. Nessa era, as instituições de ensino tinham grande
relevância nas cidades, havendo escolas públicas municipais frequentadas por meninos e
meninas até 12 anos.
- Hilsdorf pontua que essas escolas foram mantidas com as invasões bárbaras e com o
surgimento do cristianismo, tendo a manutenção do sistema e da forma como lecionavam,
mas interferindo no conteúdo lecionado. Crianças cristãs frequentavam escolas pagãs até o
século X.
- A autora apresenta a visão de Santo Agostinho, que entendia a necessidade de ministrar
conteúdos sagrados em formas clássicas, com o ensino da filosofia, da retórica e das primeiras
gramáticas.
- É exposto o nascimento de escolas catedrais, onde era ensinado aos futuros evangelizadores
e das escolas paroquiais, em que os ensinos religiosos eram ministrados, pelos paroquios, aos
jovens para a formação de sacerdotes.
- A autora analisa o surgimento das escolas monacais. Sendo essa originária dos monastérios,
há uma aversão ao sistema escolar romano, cultura considerada mundana. Com isso, há o
estabelecimento da ideia da “renúncia do mundo”, como a autora traz, com o aprendizado das
tarefas rurais e da dedicação à repetição de trechos bíblicos cantados e às leituras silenciosas e
solitárias.
- É abordado também a presença de “mosteiros culturalistas” onde havia grande volume de
textos clássicos e uma grande difusão desses escritos em toda a comunidade.
- Com o desenvolvimento da educação nos mosteiros culturalistas, os monges educados
acabaram desenvolvendo também funções de estado, com escribas e notórios (registravam
ditados dos reis), tornando o ensino algo de relevância fora da igreja também. – Período
Carolíngio.
- Parte dos mosteiros recebiam também “estudantes que não se dedicavam a vida monástica”,
o que exprime o caráter de centro cultural e intelectual não apenas de interesse religioso que
essas instituições obtiveram.
- A autora pontua, no final deste item, o estabelecimento de um movimento contrário ao
culturalismo e ao pensamento de Santo Agostinho – os tradicionalistas, com o ressurgimento
das ideias de reclusão dos monges e o estabelecimento da fé a partir da “iluminação mística”.
Com isso, houve uma crise nas escolas monacais, que fecharam ou reduziram a quantidade de
alunos.
Séculos XII – XV: a Baixa Idade Média, as escolas episcopais e as universidades
- Hilsdorf apresenta as transformações na educação a partir das mudanças sociais e
econômicas que ocorreram com a transição para a Baixa Idade Média.
- Entre elas temos a estruturação do centro cultural e educacional nas catedrais (cujas
arquiteturas e imagens por si só já eram importantes instrumentos de pedagogia). Isso se deve
à localização dessas instituições nos meios urbanos. Aulas eram ministradas nos anexos das
catedrais pelos bispos.
- O pensamento burguês se fez presente também em relação aos docentes, porque “o direito
de ensinar passou a ser tratado como um serviço, sujeito às regras do mercado, e muitos
homens comuns dispuseram-se a compra-la”. Dessa forma, haviam professores não religiosos
que poderiam ser contratados pelas próprias catedrais.
- Com a vida burguesa, a produção de livros também não estava mais restrita aos mosteiros,
mas se encontrava nas oficinas dos artesãos copistas. Dessa forma, ouve uma popularização
dos escritos, que agora contavam também com os textos de Aristóteles.
- A autora traz uma análise de que, a partir da ampliação do acesso aos livros, houve uma
especialização dos saberes e, ainda, mudanças quanto aos instrumentos pedagógicos
utilizados. Este último se deve à mudança dos textos lidos.
- Os mestres-livres, então, passaram a se organizar livremente, “como faziam os demais
trabalhadores da Baixa Idade Média, em uma corporação de ofício (universitas)”. Nesse meio,
era lecionado as 7 artes liberais, medicina, direito e teologia.
- A autora acentua a relação das práticas educacionais das universidades medievais com o
estabelecimento do pensamento aristotélico, que resgata a dialética como forma de
aprendizado. Dessa forma, Hilsdorf afirma ter sido necessário haver um processo de
estruturação do pensamento da escolástica entre os estudos da patrística.
- Por fim, é dissertado acerca da forma como as universidades validaram a vida nas cidades e
o pensamento libertário dos burgueses, sendo essas instituições integradas aos reinos e
“tratadas como uma questão de política educacional”.

REFERÊNCIAS:
HILSDORF, Maria Lúcia Spedo. O aparecimento da escola moderna. Belo Horizonte:
Autêntica, 2006, p. 9 – 27.

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