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Tipo de Prova Ano letivo Data

Exame Final – Época Especial 2019/2020 12/09/2020


Curso Hora
Licenciatura em Solicitadoria 10h00
Duração
Unidade Curricular
02h30+30 min de
Direito Administrativo II
tolerância

Embora seja possível a consulta dos elementos fornecidos pelo docente, manuais, ou outros, qualquer resposta
que consubstancie copy/paste dessas informações, será classificada com 0 (zero) valores.

Onde seja aplicável, deverá procurar fazer uma exposição lógica e coerente do seu raciocínio, assim como uma
correta expressão escrita.

Nas questões de V e F não necessita de justificar as suas respostas.

A partilha de informação/textos/respostas entre estudantes implicará a anulação da prova.

Resolução de dúvidas: nos primeiros 30 minutos da prova.

Leia toda a prova antes de responder.

Submeta o seu exame antes do tempo terminar.

Deverá responder a toda a prova no próprio enunciado, colocando as suas respostas a seguir a cada questão.

Não se esqueça também de colocar o seu número e nome, no local indicado para o efeito.

Bom trabalho!

Número de estudante:

Nome completo:

GRUPO I
Assinale as seguintes afirmações como Verdadeiras ou Falsas, escrevendo V ou F no final de cada
uma. Não necessita de justificar as suas respostas (60 questões x 0,25 valores cada = 15 valores).

1. A notificação é o ato pelo qual se permite o conhecimento geral, por parte de toda a
coletividade, de um ato, facto ou situação.

2. Todos os atos administrativos são livremente revogáveis.

3. Para visar um documento é feito um controlo de legalidade externa e do cabimento orçamental.

4. A conversão é o ato administrativo pelo qual se aproveitam os elementos válidos de um ato


ilegal para com eles se compor um outro ato que seja legal.

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5. Em caso de incompetência, o poder de ratificar o ato ilegal cabe ao órgão que agiu com
incompetência.

6. Se a notificação ou a publicação não contiverem o sentido da decisão, considera-se que não há


publicação ou notificação e, portanto, o ato é inexistente.

7. O incumprimento do dever de decisão por parte da AP confere ao particular a possibilidade de


recorrer aos meios de tutela administrativa e jurisdicional adequados.

8. O princípio da eficiência encontra-se incluído no princípio da boa administração.

9. O regulamento deriva da atividade administrativa, que é uma atividade secundária, subordinada


à lei; pode ser ilegal e também inconstitucional.

10. O interesse público delimita a capacidade jurídica das pessoas singulares.

11. A lei impõe, via de regra, a obrigatoriedade de fundamentação do ato administrativo. Contudo,
existem casos em que a fundamentação é dispensada por lei.

12. Os requisitos de eficácia são as exigências que a lei faz para que um ato administrativo possa
produzir os seus efeitos.

13. A incompetência pode ser definida como o vício que consiste na prática, por parte de um órgão
administrativo, de um ato incluído nas atribuições ou na competência de outro órgão
administrativo.

14. A audiência dos interessados implica a notificação dos interessados, previamente à decisão,
para dizerem o que se lhes oferecer.

15. A nulidade do ato administrativo é sanável com o decurso do tempo.

16. O vício de falta de legitimidade do órgão para agir verifica-se quando um órgão, que nos termos
da lei, está impedido, pratica um ato; ou quando o órgão pede escusa; ou em que houve alguém
suscitou a suspeição, depois de deferida a escusa ou a suspeição pratica o ato.

17. Os requisitos de validade do ato administrativo são as exigências que a lei faz relativamente a
cada um dos elementos deste, para que o ato possa ser válido.

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18. O ato anulável, se tiver cumprido todos os requisitos de eficácia, é juridicamente eficaz, até que
seja anulado administrativa ou contenciosamente.

19. Se o regulamento afetar de modo indireto e imediato direitos ou interesses legalmente


protegidos dos particulares, o responsável pela direção do procedimento submete-o, por um
período não inferior a 30 dias, a audiência dos interessados, que se tenham como tal constituído
no procedimento.

20. O princípio da legalidade trata-se, no essencial, do dever de a administração prosseguir o bem


comum, da forma mais eficiente possível.

21. As garantias dos particulares podem ser definidas como os meios criados pela ordem jurídica,
com a finalidade de evitar ou sancionar as violações do direito objetivo, as ofensas dos direitos
subjetivos ou dos interesses legalmente protegidos dos particulares, ou o demérito da ação
administrativa por parte da AP.

22. O caderno de encargos trata-se de um regulamento que define os termos a que obedece a fase
de formação do contrato até à sua celebração.

23. Consideram-se atípicos os contratos administrativos que se encontram definidos e caraterizados


na lei.

24. Um contrato administrativo trata-se de um acordo de vontades, independentemente da sua


forma ou designação, celebrado entre contraentes públicos e cocontratantes ou somente entre
contraentes públicos.

25. O objeto do contrato constitui um limite à modificação subjetiva do contrato.

26. A modificação unilateral do contrato é a situação em que o contraente público impõe ou obtém
alterações no objeto ou no conteúdo do contrato, ficando o cocontratante privado com o direito
a uma indemnização, ou à revisão dos preços; ou, em face da lei atual, à resolução do contrato,
em certos casos.

27. O poder de conformação da relação contratual pelo contraente público existe como regra, salvo
quando outra coisa resultar da natureza do contrato ou da lei.

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28. O júri do procedimento é um órgão permanente, que dirige a instrução do procedimento pré-
contratual, competindo-lhe, nomeadamente: apreciar as candidaturas e as propostas; elaborar
os relatórios de análise das candidaturas e das propostas; exercer a competência que lhe seja
delegada pelo órgão competente para a decisão de contratar.

29. O concorrente é uma pessoa singular ou coletiva que apresenta uma proposta.

30. A decisão de escolha do procedimento a adotar cabe ao órgão competente para a decisão de
contratar e não necessita de ser fundamentada.

31. A adjudicação é o ato pelo qual o órgão competente para a decisão de contratar aceita a única
proposta apresentada ou escolhe uma de entre as propostas apresentadas.

32. A competência é constituída pelo conjunto de poderes-deveres atribuídos por lei a um órgão
administrativo, tendo em vista a prossecução dos fins da pessoa coletiva.

33. O CCP prevê a possibilidade de o contraente público modificar unilateralmente o conteúdo do


contrato, com vista a ajustá-lo às exigências do interesse privado.

34. No resgate, o concessionário deve suportar os encargos do desenvolvimento das atividades


concedidas, bem como quaisquer despesas extraordinárias necessárias ao restabelecimento da
normalidade da execução ou exploração da obra pública ou do serviço público.

35. As garantias administrativas são garantias que se efetivam através da atuação e decisão dos
órgãos da AP.

36. A ofensa de direitos ou interesses legalmente protegidos dos particulares não é passível de
impugnação contenciosa.

37. As invalidades do contrato administrativo podem ser derivadas da invalidade de atos


procedimentais ou invalidades originárias ou próprias do contrato.

38. No resgate, o concessionário nunca tem direito a uma indemnização.

39. Nos contratos de especial complexidade, o gestor do contrato deve elaborar indicadores de
execução quantitativos e qualitativos que permitam medir o desempenho do cocontratante.

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40. Constituem exemplos de fonte de responsabilidade objetiva fundada no risco: os danos


causados por manobras, exercícios ou treinos com armas de fogo por parte das forças armadas
ou das forças de polícia, bem como os danos causados involuntariamente por agentes de polícia
em operações de manutenção da ordem pública ou de captura de suspeitos da prática de algum
crime.

41. Os atestados não admitem prova em contrário e, por isso, fazem prova plena.

42. Os atos administrativos convalidantes têm efeitos retroativos à data dos atos a que respeitam,
tudo de passando como se o ato inválido tivesse sido validamente praticado no momento em
que o foi invalidamente.

43. Por vezes é difícil aferir-se se duas situações são semelhantes ou idênticas, à luz do princípio da
igualdade. Nestes casos, deve atender-se aos elementos com que a AP entrou em linha de conta
na situação que beneficiou da desigualdade, elementos esses que estão conexionados com o
interesse privado que se pretende prosseguir com aquele ato.

44. Encontram-se dispensados de fundamentação os atos de homologação de deliberações


tomadas por júris; as ordens dadas pelos superiores hierárquicos aos seus subalternos em
matéria de serviço e com a forma legal.

45. A AP visa essencialmente a prossecução do interesse privado, no respeito pelos direitos e


interesses legalmente protegidos dos cidadãos.

46. A falta da audiência prévia dos interessados é uma ilegalidade nos casos em que é obrigatória,
pelo que o ato final do procedimento enfermará de um vício de procedimento por preterição de
uma formalidade essencial, cuja sanção é a nulidade.

47. Os regulamentos administrativos têm valor infraconstitucional e supralegal.

48. À regra geral da imediatividade dos efeitos jurídicos dos atos administrativos, a lei abre duas
exceções: a eficácia retroativa e a eficácia diferida ou condicionada.

49. A fundamentação de um ato administrativo consiste, essencialmente, na enunciação implícita


das razões que levaram o seu autor a praticar esse ato ou a dotá-lo de certo conteúdo.

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50. O princípio da proporcionalidade determina que, num Estado de Direito Democrático, as


decisões ou medidas tomadas pelos poderes públicos podem exceder o estritamente
necessário, se isso for o mais adequado para a realização do interesse público.

51. Se o poder é discricionário e não é prosseguido o fim público legal ou este não é o motivo
principalmente determinante da atuação do órgão administrativo, o ato administrativo padece
do vício de desvio de poder.

52. O princípio da imparcialidade determina a possibilidade de a administração atuar atendendo a


interesses privados.

53. Nos procedimentos de iniciativa privada é necessário um requerimento do particular para dar
início ao procedimento. Este requerimento faz parte da fase instrutória.

54. Na atualidade, e mais concretamente no Direito português, são duas as funções do princípio da
legalidade: assegurar o primado do poder legislativo sobre o poder executivo e garantir os
direitos e interesses legalmente protegidos dos particulares.

55. A concretização do princípio da boa fé é possibilitada através de dois princípios básicos: tutela
da confiança legítima e materialidade subjacente.

56. A AP pode, se justificar devidamente, revogar os regulamentos externos em casos concretos,


mantendo-os em vigor para os demais casos.

57. Os regulamentos autónomos são elaborados pelos órgãos administrativos no exercício da sua
competência, para assegurar a realização das atribuições das pessoas coletivas a que
pertencem.

58. O visto volitivo distingue-se da aprovação, pois nesta quem aprova exprime a sua concordância
com o conteúdo e a oportunidade do ato aprovado, ao passo que no visto o órgão que o pratica
não emite opinião, limita-se a não objetar.

59. Na retrotração, o ato administrativo não começa a produzir efeitos desde o momento da sua
prática.

60. O princípio da legalidade tem por objeto todos os tipos de comportamento da AP: o
regulamento, o ato e o contrato, bem como os simples factos jurídicos.

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Caso Prático (5 valores)

Por despacho datado de 26-12-2016, Sua Excelência o Ministro da Justiça, determinou o seguinte: “Nos
termos da autorização prevista na Lei 123-A/82, de 26 de março, delego a competência para instruir e
decidir processos disciplinares de funcionários afetos ao IRN, I.P. no presidente daquele instituto.
Apesar da proibição patente do mencionado diploma, por razões de celeridade do serviço, os poderes
ora delegados podem ser subdelegados em qualquer conservador para a instrução e decisão de
processos disciplinares referentes a funcionários afetos à sua conservatória. A delegação de poderes
entra em vigor no dia seguinte à sua publicação e é válida pelo prazo de um ano.” Este despacho foi
publicado na 2ª Série do D.R., no dia 5-1-2017.

Em 28 de Maio do ano corrente, o Senhor Conservador do Registo Civil e Predial de Fornos de Algodres,
no âmbito do processo disciplinar movido a António Pereira Mendes de Sousa, assessor jurídico da
Câmara Municipal de Viseu, emitiu o seguinte despacho: “No uso das competências que me foram
subdelegadas pelo Senhor Presidente do IRN, I.P., julgo provados todos os factos constantes da nota de
culpa que antecede, sem necessidade de audição do arguido e sem necessidade de produção de
qualquer prova adicional, por os factos em causa serem do domínio público, porque publicados na
edição de 26/5/2019 do Correio da Manhã. Em consequência e dada a gravidade dos factos dados por
provados, condeno o arguido à pena de aposentação compulsiva, com desligamento imediato do
serviço. Registe e notifique o superior hierárquico do arguido”.

Notificado deste ato administrativo, no dia imediato, o Presidente da Câmara Municipal de Viseu emitiu
o seguinte despacho: “Na sequência da vaga aberta pela aposentação compulsiva do Senhor Dr. António
Pereira Mendes de Sousa, nomeio assessor jurídico desta Câmara Municipal o Senhor Eng.º Vítor
Manuel Ferreira, sem necessidade de concurso público, apesar de este ser imposto por lei”.

No mesmo dia, mas antes de ser empossado no seu novo cargo, o Vítor Manuel Ferreira, emitiu o
seguinte despacho: “Na qualidade de assessor jurídico da Câmara Municipal de Viseu, julgo favorável o
recurso hierárquico interposto para a presidência desta câmara pela funcionária Manuela Vitória
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Ferreira, determinando a promoção da mesma à categoria de chefe de divisão, com efeitos desde o
passado dia 30 de abril. O despacho anterior, que impunha à recorrente a junção de documentos para
prova dos factos alegados fica prejudicada por esta decisão, mas já se revelava inútil, uma vez que o
percurso profissional a minha mulher é do meu conhecimento pessoal.”

Analise, fundamentadamente, a validade de todos os atos aqui em causa e as respetivas


consequências jurídicas.

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