Você está na página 1de 25

APOSTILA: PSICODIAGNÓSTICO DE RORSCHACH (USO DIDÁTICO)

________________________________________________________

APOSTILA DE INTERPRETAÇÃO

PSICODIAGNÓSTICO DE RORSCHACH

(PARTE I - TRABALHO MENTAL)

Organização: Profa. Dra. MARIA CRISTINA B. M. PELLINI

São Paulo - 2010

1
APOSTILA: PSICODIAGNÓSTICO DE RORSCHACH (USO DIDÁTICO)
________________________________________________________

ORIENTAÇÃO PARA REALIZAÇÃO DO RELATÓRIO DE RORSCHACH

Profa. Ms. Vanda C. Ramiro

A interpretação do método de Rorschach, segundo nossa acepção,


baseada nos estudos de Aníbal Silveira, procura compreender o indivíduo
analisando o protocolo como um todo, onde cada índice possui o seu
valor Interpretativo em si, porém, deve ser relacionado e comparado
com os demais índices também encontrados.

Além da comparação de cada índice com os demais, deve-se comparar


cada índice entre os dois conjuntos de pranchas: Monocromáticas e
Coloridas, na medida em que cada conjunto de prancha revela o modo
como o probando lida com diferentes situações de vida.

Como já foi descrito no texto sobre Teoria da Personalidade, a


Afetividade nos mobiliza durante toda a vida, em todos os momentos,
sendo a mola propulsora para a manutenção da vida e para a satisfação
das necessidades relativas aos instintos s e aos sentimentos.

Entretanto, existem situações onde somos mais mobilizados


afetivamente, e outros momentos mais neutros, onde prevalecem a
tomada de decisão, a atuação mais prática, a predominância da
utilização da inteligência, sendo o apelo afetivo reduzido.

Através da análise dos índices encontrados nos dois conjuntos de


pranchas pode-se verificar corno o probando lida com diferentes
situações de vida, sendo o que faz diferir os dois jogos de pranchas é a
presença ou ausência da cor. A cor é entendida como um estímulo que
toca os indivíduos e desse modo, a maneira do probando reagir frente as
pranchas coloridas revelam seu modo de lidar com as situações que o
mobilizam no nível dos afetos e a ausência da cor pranchas

2
APOSTILA: PSICODIAGNÓSTICO DE RORSCHACH (USO DIDÁTICO)
________________________________________________________

monocromáticas - nos indicariam a maneira de o indivíduo reagir frente


a situações onde a afetividade é menos intensa, mais neutra. Portanto:
Pranchas Monocromáticas: Os índices encontrados neste conjunto de
pranchas revelam corno o indivíduo reage à situações do cotidiano,
momentos mais neutros, onde a solicitação é mais prática, que exigem
iniciativa e tomada de decisão. Tratam-se de situações onde a
mobilização afetiva é menos intensa.

Pranchas Coloridas: Os índices aqui encontrados revelam como o


probando reage frente a situações de maior apelo afetivo, seja no nível
mais básico e instintivo ou mais socializado, dos sentimentos.
Caracterizam-se por situações de relacionamento interpessoal mais
íntimo, próximo ou intenso.

Caso os resultados encontrados entre os dois conjuntos de pranchas


sejam semelhantes, utilizam-se os resultados do Total para
interpretação, já que nesse caso o modo do probando lidar com
diferentes situações é semelhante. Quando os resultados são divergentes
entre as pranchas monocromáticas e coloridas, a interpretação deverá
ser, específica a cada conjunto de pranchas, não devendo ser utilizados
os dados do Total, na medida em que o probando lida diferenternente
dependendo da situação em que se encontra envolvido.

Dessa maneira, teremos corno interpretação final, o resultado da


corroboração do psicograma como um todo, e na medida em que o
instrumento se propõe a avaliar as características da personalidade do
examinando, verificaremos se o modo de ser e de reagir do indivíduo se
diferencia em situações diversas.

Para se chegar à interpretação, cujo objetivo é levantar um "perfil" o


mais fiel e profundo possível de personalidade do examinando, quer seja
quanto os aspectos sítuacionais, como também os aspectos estruturais,
o relatório é dividido em três etapas:

3
APOSTILA: PSICODIAGNÓSTICO DE RORSCHACH (USO DIDÁTICO)
________________________________________________________

 Tipo de Trabalho Mental Aspectos cognitivos


Feitio de Personalidade Disposições conativas
 Síntese Condições afetivo-emocionais

Tipo de Trabalho Mental: Nesta etapa será verificado de que maneira


o indivíduo percebe o ambiente, compreende-o e estabelece relações
entre os fatos, bem como de que o modo se adapta à realidade externa.
Dessa maneira compreende-se como "funciona” o trabalho mental de
observação, elaboração, comumcação e adaptação à realidade externa.

Feitio de Personalidade: Será verificada a dinâmica e estrutura da


personalidade em cada um dos seus setores: Afetividade, Conação e
Inteligência. Desse modo, abordaremos a dinâmica psíquica do indivíduo,
seu modo de reagir afetivamente, emocionalmente e Intelectualmente,
bem como sua maneira de estabelecer relacionamentos interpessoais.

Síntese: Neste momento serão enfatizados os aspectos mais relevantes


e rnarcantes de toda interpretação, fornecendo uma conclusão a respeito
da personalidade do probando, bem como o prognóstico, e as indicações
necessárias ao caso estudado.

0 objetivo do relatório é apresentar o psicodiagnóstico do probando, de


modo descritivo, buscando desenvolver objetividade, clareza e precisão
ria expressão das interpretações.

4
APOSTILA: PSICODIAGNÓSTICO DE RORSCHACH (USO DIDÁTICO)
________________________________________________________

ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DO RELATÓRIO


Profa.Dra. Maria Cristina B.M. Pellini

Relatório do Método, de Rorschach aplicado em identificação do


examinando avaliado segundo critérios de normas do Prof. Dr. Aníbal
Silveira

I - Tipo de Trabalho Mental (aspectos cognitivos)

1.1 - Capacidade Associativa (R) e tempo de resposta (T)

- Nº Respostas (capacidade associativa)


- T/R (ritmo de produção)

1.2 - Observação da realidade

- Percepção (estilo perceptual do examinando)


- G: R (capacidade de planejamento)
- G: M (planejamento X capacidade concentração)

1.3 Comunicação

- Faixa de conteúdos (interesse do examinando)


-%H, H: pH, qualidade H (como vê a si e os outros)
- comunicação não verbal, comentários, observações

1.4 - Adaptação Cognitiva à Realidade Externa:

- % F (grau de contato com a realidade),


- RMI - %F+, %A, %V (adaptação à realidade externa)

5
APOSTILA: PSICODIAGNÓSTICO DE RORSCHACH (USO DIDÁTICO)
________________________________________________________

I – TIPO DE TRABALHO MENTAL (ASPECTOS COGNITIVOS)

Textos Organizados pela Profa.Dra. Maria Cristina B.M. Pellini

Traduz a maneira do examinando captar o ambiente, elaborar seus dados e se


adaptar à realidade percebida, ou seja, como o indivíduo observa, elabora e
comunica o resultado de seu trabalho intelectual.

0 indivíduo necessita estar observando para poder elaborar os fatos percebidos,


tanto num trabalho indutivo, concreto, como num raciocínio dedutivo, abstrato,
de compreensão dos eventos. Após isso, o indivíduo reage comunicando esse
processo, revelando a maneira através da qual se adapta à realidade externa.
Naturalmente, nesse processo de trabalho mental, atuam aspectos afetivos,
conativos e intelectuais que interferem na compreensão dos fatos e na adaptação
à realidade externa.

Cada índice será compreendido individualmente e deverá, quando possível e


necessário ser relacionado a outros índices. As expectativas utilizadas na
interpretação provêm dos estudos e pesquisas de Aníbal Silveira na população
brasileira.

1.1 CAPACIDADE ASSOCIATIVA (R) E TEMPO DE RESPOSTA (T)

1.1.1 R- número de respostas (esperado = 28 a 62 - para o Total)

Traduz a capacidade associativa do examinando, ou seja, sua capacidade de


produção intelectual no meio.

R - na média - indica adequada capacidade associativa, de produção.

R↑ - traduz elevada capacidade associativa. No entanto, é preciso verificar


outros dados que podem estar associados à elevação do número de respostas.

6
APOSTILA: PSICODIAGNÓSTICO DE RORSCHACH (USO DIDÁTICO)
________________________________________________________

R ↓ sugere rebaixada capacidade associativa, de produção intelectual.

É esperado que o número de respostas nas prs. Coloridas seja maior que nas prs.
monocromáticas tanto por ser um aspecto comum encontrado na população
amostra, como por ser esperada maior produção e envolvimento nas situações
de maior apelo afetivo, logo a interpretação será feita pelo resultado do R total
do protocolo se houver maior número de respostas nas pranchas coloridas, já
que é este o resultado normalmente encontrado, portanto esperado. Entretanto,
podem ocorrer dois casos que devem ser analisados da seguinte forma:

R mono > R color - indica dificuldade de produção frente a situações de


mobilização afetiva, podendo estar relacionada a bloqueio afetivo, pouca
sensibilidade afetiva ou ainda que o examinando evita reagir às solicitações
afetivas do ambiente, talvez por sentir-se ameaçado e confuso, retraindo-se
como defesa. Posteriormente, quando a esfera afetiva for especialmente
analisada, poderá ser verificado a que aspecto está relacionada a redução das
respostas nas prs. coloridas.

R color o dobro ou mais das R mono - revela dificuldade em produzir frente a


situações onde é pouco mobilizado pelo afeto, tratando-se de indivíduo
intensamente suscetível para com as implicações afetivas do ambiente.

1.1.2 Ritmo de produção (T/R - esperado = 18" a 48")

Traduz o ritmo da produção mental do examinando, ou seja, quanto tempo


necessita para desenvolver seu trabalho intelectual, suas atividades.

T/R na média- indica adequado ritmo de produção intelectual do examinando,


onde revela capacidade em desenvolver seu trabalho mental em um tempo
razoável.

TIR↑ - indica lentidão no ritmo do trabalho mental, ou seja, o trabalho mental do


probando requer um tempo elevado para se desenvolver.

7
APOSTILA: PSICODIAGNÓSTICO DE RORSCHACH (USO DIDÁTICO)
________________________________________________________

T/R↓ - indica ritmo acelerado do trabalho mental, onde o probando necessita


pouco tempo para realizar seu trabalho mental.

1.2 OBSERVAÇÃO DA REALIDADE

1.2.1 Percepção

As modalidades referem-se a área de localização das respostas do probando,


revelando-nos, portanto, para que dados das situações tende a dirigir sua
atenção. Nesse sentido, através da análise das modalidades podemos verificar se
o examinando tende a captar as situações como um todo, se é capaz de perceber
os aspectos negativos e os obstáculos das situações.

Através dos cálculos das modalidades obtemos o índice PERC (tipo de percepção)
que já nos revela se cada modalidade encontra-se dentro do esperado, se está
elevada, rebaixada ou ausente enquanto que o dado bruto não nos dá a
dimensão da proporção do dado em relação ao resto do protocolo (por exemplo:
G=7 possuí um significado diferente em relação a um protoloco onde R = 10 e
outro onde R = 50) e como o índice PERC é calculado a partir do número de
respostas é através de seu resultado que analisaremos o tipo de percepção do
probando.

Espera-se que o indivíduo normal, adulto, apresente como resultado PERC = G P


p (significando que: G ≈25; P ≈ 60; p ≈10) que nos indicaria de modo genérico,
que o probando é capaz de perceber os aspectos mais amplos das situações
(indicado por G), captar os aspectos mais práticos, óbvios e concretos dos
estímulos P e analisar as minúcias e detalhes das situações (p). É esperado,
portanto, o surgimento das modalidades principais (G, P e p) dentro da
expectativa, sendo que qualquer elevação de uma das modalidades implicará no
rebaixamento de outra, onde os aspectos relacionados a estas alterações devem
ser cuidadosamente analisados.

8
APOSTILA: PSICODIAGNÓSTICO DE RORSCHACH (USO DIDÁTICO)
________________________________________________________

Apresentaremos, inicialmente, as características indicadas a cada uma das


modalidades principais, esperadas em todos os protocolos, sendo, portanto,
analisada sua presença e ausência.

MODALIDADES PRINCIPAIS

a) G. resposta global - tal resposta é classificada quando o probando fornece


uma resposta ou a combinação de vários elementos, englobando toda a prancha:

Ex: Pr. I - Morcego Pr. X - 0 fundo do mar

Interpretação básica - Na medida em que é capaz de dirigir sua atenção e


elaborar uma resposta englobando toda a prancha, indica capacidade em
compreender as situações como um todo, em apreciar as situações de modo
amplo, em examinar o ambiente em sua totalidade, o que implica em capacidade
de planejar a partir da observação mais ampla das experiências e da associação
dos fatos em um contexto mais geral.

Pode-se destacar dois tipos de respostas globais, sendo necessário verificar que
tipo prevalece no protocolo:

G imediata - onde a observação da realidade é mais sintética e concreta.

G combinada - há maior capacidade de generalização, abstração e prospecção,


implicando em inteligência abstrata e em elevada capacidade de planejamento.

Elevação de G - indica tendência a abstrações e teorizações (além da elevação


das características básicas já apresentadas), se prevalecer G combinada;quando
prevalecer G imediata,indica visão superficial sobre os fatos.

Rebaixamento (ou ausência) de G - indica dificuldade ou (ausência) de


planejamento, implicando em prejuízo na observação da realidade como um todo

9
APOSTILA: PSICODIAGNÓSTICO DE RORSCHACH (USO DIDÁTICO)
________________________________________________________

(ou ainda em incapacidade na organização das experiências de modo amplo).


(Verificar se não está sendo substituído por GE)

b) P. pormenor primário - classifica-se como P respostas associadas em áreas


que a maioria das pessoas seleciona para associar respostas:

Ex: Pr. I - Uma pessoa (P)


Pr. X - Caranguejo (P)

Interpretação básica - Desde que são áreas freqüentemente percebidas pelas


pessoas, revela capacidade em captar os elementos óbvios, evidentes, essenciais
das situações, implicando em inteligência prática e concreta.

Elevação de P - apego aos aspectos evidentes das experiências, com provável


dificuldade de abstração (quando G e/ou GE rebaixado ou ausente). Quando
muito elevado pode indicar falta de reflexão pessoal, observação extremamente
concreta dos fatos ou até estereotipia na visão dos fatos (isto quando %F+↑). Já
se for acompanhado por %F-  indica distorção na percepção dos fatos.

Rebaixamento (ou ausência) de P - dificuldade (ou incapacidade quando P


ausente) em captar os aspectos mais óbvios, evidentes das situações, denotando
prejuízo na observação prática e concreta dos fatos.

c) p - pormenor secundário - tal reposta é classificada quando a área


selecionada para a resposta é raramente utilizada pelas pessoas para associação
de respostas.

Ex: Pr. I - montanha (p 22)


Pr. X - macaco (p21)

Interpretação básica - Na medida em que são áreas da prancha que são


percebidas com pouca freqüência pelas pessoas, denota capacidade em captar as

10
APOSTILA: PSICODIAGNÓSTICO DE RORSCHACH (USO DIDÁTICO)
________________________________________________________

minúcias, detalhes, os aspectos menos evidentes das situações, implicando em


atitude de análise e pesquisa.

Elevação de p - elevada atenção aos detalhes das situações, tratando-se de


indivíduo minucioso na análise dos fatos. Quando for muito elevado indica apego
desmedido a aspectos pouco essenciais dos estímulos. Quando acompanhado de
%F+↑ pode indicar mecanismos obsessivos, e se associado a %F-↓ indicaria
mecanismos compulsivos.

Rebaixamento (ou ausência) de p - dificuldade (ou incapacidade quando p


ausente) em captar detalhes, minúcias das situações, denotando prejuízo na
análise e pesquisa mais detida dos fatos.

MODALIDADES SECUNDÁRIAS

Tais tipos de respostas não são "esperadas" que surjam (freqüência esperada -
máximo de 5%), portanto, sua ausência não deve ser analisada. Caso ocorram é
importante verificar em que freqüência ocorrem para avaliar a intensidade da
presença das características implicadas.

d) E - resposta de espaço - classifica-se quando a associação do sujeito é


realizada numa área em branco da prancha, podendo ou não ser combinada com
pormenores da prancha E(P); p(E).

Ex: Pr. II - foguete (E 5)


Pr. IX - Violão (E 8)

Interpretação básica - De modo geral indica tendência à oposição, necessidade


de defesa de autonomia, preocupação com os obstáculos do ambiente e com os
aspectos negativos das situações.

Convém observar com que tipo de determinante (ver no protocolo as respostas


do examinando) vêm associada a resposta de espaço, podendo haver, caso haja

11
APOSTILA: PSICODIAGNÓSTICO DE RORSCHACH (USO DIDÁTICO)
________________________________________________________

a predominância da associação com determinado determinante, a presença de


algumas características específicas.

e) GE global com espaço - tal resposta é classificada quando toda a área da


prancha é associada a algum espaço da figura.

Ex: Pr I - Borboleta com pintas nas asas (G + E 30)

Interpretação básica - Na medida em que o probando é capaz de elaborar uma


resposta em toda a prancha, incluindo os espaços contidos nela, implica em
elevada capacidade de planejamento e abstração, capacidade em integrar os
aspectos positivos e negativos das situações o que, entretanto, provoca desgaste
de energia,

Convém ressaltar que, como a maioria dos índices analisados no Método de


Rorschach, o tipo de percepção deve ser comparado entre os dois conjuntos de
pranchas, possibilitando-nos avaliar, se dependendo da situação na qual o
probando encontra-se envolvido, seu modo de perceber, captar os estímulos e
distribuir a atenção pelos eventos externos modifica-se. Nesse caso, deve-se
analisar a especificidade de cada situação, desconsiderando-se, então, os valores
do total e analisando o PERC de cada conjunto de pranchas (mono e color)

1.2.2 Capacidade de Planejamento X Produção

a) G:R - Através de G podemos verificar a capacidade de planejamento do


examinando, enquanto que em relação ao R podemos analisar a capacidade de
produção.

Através da produção G : R, podemos constatar quanto o indivíduo planeja o que


produz.

12
APOSTILA: PSICODIAGNÓSTICO DE RORSCHACH (USO DIDÁTICO)
________________________________________________________

A expectativa é de que o protocolo do examinando normal apresente por volta de


1 G para cada 4R, quando podemos afirmar que há maior planejamento anterior
a produção realizada.

Quando encontramos um nº maior de G do que o esperado, pode-se dizer que há


excessivo planejamento, que o examinando planeja além do que produz e
quando o nº de G é inferior ao esperado, conclui-se que o examinando não
planeja sua produção.

b) G: M - Ao compararmos G: M, verificamos se o examinando tem capacidade


para concretizar (M) seus planos (G).

Espera-se 3G para cada 1M, demonstrando que há planejamento satisfatório da


utilização do potencial intelectual e capacidade intelectual para cada
concretização dos planos.

Quando, em relação à expectativa, G for elevado, indica que o examinando


desperdiça potencial intelectual por não planejar um modo satisfatório de utilizá-
la.

1.3 COMUNICAÇÃO DO TRABALHO MENTAL

Neste momento do relatório passaremos a interpretar os conteúdos, verificando:

a) Diversificação de interesses e tipo de interesse predominante:

- através da verificação dos tipos diferentes de conteúdos que aparecem no


protocolo, observamos se o examinando apresenta diversificação de interesses
pelo ambiente em seus aspectos afetivos, intelectuais ou superficiais e qual tipo
de interesse é predominante.

- verificar se predominam, numericamente:

13
APOSTILA: PSICODIAGNÓSTICO DE RORSCHACH (USO DIDÁTICO)
________________________________________________________

µ Afetivos - A, H, pH, pA, an, sx, fg, al - estes conteúdos refletem interesses de
caráter mais afetivo, básico e até primário e inerente ao indivíduo, revelando que
encontra-se mais envolvido por aspectos afetivos, pessoais e por seus
relacionamentos. É esperado maior número de respostas deste tipo (até 75%),
entretanto, se forem muito numerosos em relação aos demais, podem estar
indicando preocupação e envolvimento intenso com aspectos pessoais, mais
afetivos, bem como preocupação ligada aos relacionamentos interpessoais.

µ Intelectuais - ab, arq, art, mI, ci, rl, pz, ant - são conteúdos que traduzem
interesses que envolvem maiores construções intelectuais, conhecimentos,
organizações. Podem estar indicando indivíduos que foram mais estimulados
culturalmente e intelectualmente. Caso sejam muito numerosos em relação aos
afetivos, podem indicar fuga de envolvimento, para com aspectos mais pessoais,
envolvendo-se mais com aspectos racionais e intelectuais como defesa.

µ Concreto e superficiais - bt, ggr, mp, nat, nv, obj, vst - trata-se de
conteúdos que expressam menor envolvimento tanto pessoal quanto intelectual.

b) Padrão de Interação social e pessoal:

Será verificado, principalmente, pela análise dos conteúdos H e pH que


apareceram no protocolo, quando em número elevado.

%H conteúdo humano - traduz o grau de interesse do examinando pelos


relacionamentos interpessoais, assim como a natureza específica desses
relacionamentos. (Esperado -10% a 20%)

% Hm indica interesse pelos outros e pelos relacionamentos interpessoais.

%H↑ indica interesse maior que a maioria das pessoas pelos relacionamentos
interpessoais, podendo, ainda, denotar conflitos no relacionamento interpessoal,
daí o examinando estar mais voltado para esse aspecto.

14
APOSTILA: PSICODIAGNÓSTICO DE RORSCHACH (USO DIDÁTICO)
________________________________________________________

É preciso verificar a profissão do probando, assim como a qualidade e tipo das


respostas dadas, antes de formalizar a interpretação. Caso a profissão do
indivíduo esteja ligada a relacionamentos interpessoais, como psicólogo,
cientistas sociais, pedagogos, etc, é natural que revele maior número de
respostas de humano, não podendo aí ser considerada imediatamente a
interpretação de conflitos nos relacionamentos, a menos que tal aspecto seja
confirmado por outros dados.

%H↑↑ preocupação com os relacionamentos interpessoais, com o


comportamento, as atitudes das pessoas, sugerindo busca de
seus parâmetros no outro.

%H ↓ indica dificuldade nas relações interpessoais por desinteresse pelos outros


e pelos relacionamentos, possivelmente originado por conflitos em
relacionamentos anteriores.

H: pH Analisamos também a relação entre H e pH para verificarmos se


predomina visão integrada de si e do outro (H) ou se prevalece visão
parcial e isolada (pH).

Esperado - H > pH - traduz capacidade de ver o outro e a si mesmo de forma


integrada.

Quando H < pH - indica conflitos ou empobrecimento nos relacionamentos


interpessoais por não perceber o outro e a si de maneira
integrada, relacionando-se com aspectos parciais e
isolados das pessoas. Pode revelar ainda, preocupação
elevada para com sua pessoa, estando mais voltado para
si do que para os demais e para os relacionamentos.

Quando pH encontrar - se intensamente associado a olhos traduz preocupação


com a intenção dos outros sentindo-se observado, vigiado,

15
APOSTILA: PSICODIAGNÓSTICO DE RORSCHACH (USO DIDÁTICO)
________________________________________________________

preocupado com a opinião alheia, sendo que quando este


aspecto for muito elevado, sugere tendência à paranóia.

OBS: %H, H: pH será verificado nas pranchas mono e color.

QUALIDADE e TIPO das RESPOSTAS H:

µ quanto mais semelhante os seres humanos vistos com o examinando (em


termos de sexo, idade, raça, etc.) indica maior auto-aceitação, aceitação de suas
características, o que pode implicar na possibilidade de estabelecer bons
relacionamentos.

µ quanto mais distantes forem as figuras vistas (sexo, idade, raça,


impessoalidade na descrição) traduzem maior dificuldade em aceitar suas
próprias características, sugerindo dificuldade nos relacionamentos interpessoais.

µ figuras humanas vistas como monstros assustadores - indica relacionamentos


percebidos como ameaçadores, onde o outro é percebido como assustador.

µ respostas de máscaras, fantasias - desejo de simulação, de aparentar, mostrar


algo que não é.

c) Outros Conteúdos - Interpretar apenas quando a freqüência ou a


"construção` da resposta for significativa.

sx conteúdo sexual - normalmente ocorre em menor número, quer seja por


escrúpulos, cerimônias para com o aplicador ou por repressões verdadeiras.

Esperado - 1 a 2

Ausência de sx - a priori indicaria repressão ou dificuldade em relação à


sexualidade, no entanto, é comum sua ausência em nossa cultura ligada a pudor

16
APOSTILA: PSICODIAGNÓSTICO DE RORSCHACH (USO DIDÁTICO)
________________________________________________________

excessivo. Pode indicar repressões, onde nesses casos as respostas são


substituídas por respostas simbólicas ou de cobertura.

Sx↑ - traduzem dificuldades e conflitos na área da sexualidade, principalmente


se forem respostas perseverativas ou de má qualidade (com F-, Fº)

an - anatomia - trata-se de conteúdo que aparece com razoável freqüência nos


protocolos em geral, porém em menor número que A e H. (até 10%)

an↑ - sugere que o examinando encontra-se preocupado com o futuro


principalmente em relação à saúde, assim como, se muito elevado indica
tendência à hipocondria, especialmente se as respostas forem associadas à
perceptos de má forma (F-, Fo)

Quando as repostas an forem associadas à cor - sugerem afetos negativos; à


ossos - bloqueios afetivos.

Entretanto, é preciso antes de atribuir qualquer interpretação, verificar a


profissão do examinando, já que é esperado um número maior destas respostas
em protocolos de profissionais das áreas médicas, biomédicas, em radiologistas,
etc.

É necessário verificar também se o probando não está passando por algum


problema de saúde ou preocupado com a saúde de alguém significativo, ou se
tem uma história de vida ligada a problemas de saúde.

Existem poucos estudos relacionados aos demais conteúdos, o que nos permite
pouco aprofundamento. Apenas nos deteremos em sua análise caso algum ocorra
com freqüência elevada, ex: bt=2, ggr=3, nat=2, fg=3, ml=8, neste caso ml é
significativo, sendo preciso aí interpretá-lo e entendê-lo dentro da dinâmica
estudada, pois podem estar apresentado simbolicamente algum conteúdo
significativo.

17
APOSTILA: PSICODIAGNÓSTICO DE RORSCHACH (USO DIDÁTICO)
________________________________________________________

ab abstração - indica indivíduo que se deixam levar mais passivamente,


tendendo a devaneios.

al alimento - quando ligados à determinantes da série cor traduzem impulsos


afetivos positivos e fortes.

art arte - interesse ativo pela arte. Se muito elevado em relação aos conteúdos
afetivos pode indicar fuga para aspectos de envolvimento menos pessoal
como forma de defesa para com aspectos da afetividade.

bt botânica - indicam indiretamente sexo, quando não forem ligados a cor,


traduzem tensão sexual não resolvida, muito freqüente em adultos imaturos.
Quando ligados à cor (com FC, CF) indica maior tranqüilidade quanto à
sexualidade.

fg fogo - quando ligados à vida indica afetos positivos; se ligados à destruição


(p. ex. explosão) reflete afetos negativos, hostilidade, agressividade.

ggr acidentes geográficos - indicam sentimentos de inferioridade,


principalmente quando relacionados a respostas grandiosas como
montanhas. Indicam tendência à evasão, medo de autoridade quando
relacionados a respostas de buraco, cratera.

nat natureza - tendência a se retirar da competição intelectual. obj objeto - se


ultrapassar 10% sugere ausência de concentração, dispersão do
pensamento.

pz paisagem - quando ligada à luminosidade sugere sentimento de que algo


interno está se desintegrando.

Deve-se ressaltar que para efetuarmos análise adequada e correta dos


conteúdos, faz-se necessário ler e retomar as respostas do protocolo e não

18
APOSTILA: PSICODIAGNÓSTICO DE RORSCHACH (USO DIDÁTICO)
________________________________________________________

ater-se apenas aos resultados da ficha de cálculos, já que o dado numérico não
nos transmite a dimensão, a construção da figura vista, sendo necessário neste
momento, "sentir” a resposta do sujeito e buscar compreender a noção
simbólica de suas respostas.

d) Comentários do examinando durante a prova, expressão não-verbal,


observações do aplicador

Nesse momento do relatório vale a pena ressaltar aspectos do comportamento


não-verbal, atitude do examinando frente a situação de teste, comentários,
enfim, "mecanismos" que foram observados pelo aplicador como significativos.

1.5. ADAPTAÇÃO À REALIDADE EXTERNA

As três esferas da personalidade - inteligência, afetividade e conação - participam


do processos de adaptação à realidade externa. De alguma maneira cada
indivíduo adapta-se às situações utilizando de seus recursos internos. Para
integrar-se à realidade o probando estabelece contato com o meio externo (%F),
voltando-se para o meio, para percebê-lo. A qualidade do contato pode ser
objetiva e crítica (%F+) ou subjetiva e até mesmo distorcida (%F-). A ligação
afetiva estabelecida com o meio (%A) e a assimilação das normas e padrões
sociais (%V) também concorrem para a adaptação ao meio.

Silveira construiu o índice RMI (relação para com a média intelectual) para
avaliar a maneira pela qual o indivíduo adapta-se, ou integra-se intelectualmente
à realidade externa.

Ao estudarmos a Teoria da Personalidade proposta por Silveira, observamos que


o setor intelectual, embora seja o último a se desenvolver, é o que vai reger os
demais setores. Estamos tratando aqui da inteligência no aspecto qualitativo, que
permite a cada indivíduo adaptar-se, integrar-se e relacionar-se com o mundo de
modo maduro e socializado. A inteligência é que proporciona o desenvolvimento
dos afetos de um nível primário para um nível mais socializado e que permite a

19
APOSTILA: PSICODIAGNÓSTICO DE RORSCHACH (USO DIDÁTICO)
________________________________________________________

orientação das ações de modo organizado, e que levam ao alcance dos objetivos
propostos por cada indivíduo.

Veremos a seguir através de que índices e o que estes avaliam, para que possam
nos conduzir a análise da adaptação ao meio.

a) Grau de Contato com a Realidade Externa - %F - Respostas de Forma

As respostas de forma são as mais freqüentes nos protocolos de Rorschach. As


solicitações afetivas do sujeito provocam o trabalho mental em fase construtiva.
A observação dos aspectos formais da realidade externa impõem a noção de
ordem e estabilidade que levam o indivíduo à subordinação à realidade e ao
controle da exteriorização livre dos impulsos afetivos. Cabe aqui retomarmos
alguns conceitos da Psicanálise que podem nos auxiliar a compreender o
processo de desenvolvimento da criança e o surgimento das respostas de Forma.

A criança é submetida ao Princípio do Prazer, onde o pensamento reflete


processo primário, não havendo perspectiva de tempo, nem habilidade para
retardar a gratificação. As necessidades são básicas e instintivas e não existe a
percepção do "outro" ou dos objetos como entidades independentes. 0 outro e os
objetos são percebidos segundo a sua utilidade para reduzir ou resolver tensões
e impulsos e satisfazer os desejos. Conforme a noção do meio aumenta, e ocorra
maior participação da inteligência, a criança passa a desenvolver sua percepção
de modo ativo organizando seletivamente o "percebido" de acordo com o tipo de
organização de sua personalidade. Ao conseguir observar a realidade, o outro e
os objetos como distintos de si, torna-se capaz de subordinar os instintos à
realidade - Princípio da realidade.

Nesse sentido, ao dar forma aos objetos, a criança está entrando em contato
com o meio externo, voltando-se para a realidade para percebê-la tal como é, e
já não totalmente relacionada a seus desejos e impulsos.

20
APOSTILA: PSICODIAGNÓSTICO DE RORSCHACH (USO DIDÁTICO)
________________________________________________________

Através, então, do número de respostas de forma (%F) verificado no protocolo,


observaremos o quanto o indivíduo se volta para o meio para percebê-lo, e
em que medida percebe o meio sem se envolver com ele, estabelecendo um
contato mais impessoal para compreender a realidade como esta se apresenta.

Esperado - 57% a 72 % (no total)

Interpretação:

%Fm: adequado grau de contato com a realidade, indicando que o probando


volta-se para o meio satisfatoriamente para percebê-lo.

%F↓: desinteresse pelo ambiente, que pode se dar por acentuado envolvimento
pessoal ou subjetivo. Nesse caso, o probando encontra-se mais voltado para si,
tendo dificuldade em perceber a realidade como esta se apresenta. Pode indicar
imaturidade psicológica se estiver muito rebaixado.

% F↑ : contato superficial, pobre, pouco criador, atitude de desconfiança ou


medo de revelar se. Nesse caso, o probando mantêm contato formal, pouco
utilizando-se de recursos internos, carecendo de imaginação e criatividade.

b) Adaptação à realidade externa - RMI

A adaptação à realidade externa está relacionada a capacidade do indivíduo em


aceitar os limites, as exigências e solicitações do meio de modo satisfatório e
adequado.

Esperado - 44% a 52% (no total)

RMI: indica indivíduo que encontra-se adaptado à realidade, com satisfatória


aceitação das limitações e exigências do meio.

21
APOSTILA: PSICODIAGNÓSTICO DE RORSCHACH (USO DIDÁTICO)
________________________________________________________

RMI↓: reflete dificuldade em aceitar o meio e suas implicações o que leva a


prejuízo na adaptação à realidade externa

RMI ↑: indica submissão e passividade para com as implicações da realidade.


Quando %F+↑, %A↑, %V↑ indica preocupação excessiva com seus próprios
problemas.

Através do RMI verificamos o "quanto" o probando encontra-se adaptado,


entretanto é necessário avaliar como, de que maneira está ocorrendo sua
adaptação. Dessa forma, compreenderemos de que modo os aspectos
intelectuais, afetivos e conativos estão participando de sua integração ao meio.
Para isso analisaremos os índices que compõem o RMI:

RMI = %F+ + %A+ %V


3

% F+: esfera conativa - através deste índice podemos observar a capacidade de


evocação das imagens, a utilização da memória. Observamos a
capacidade de atenção e concentração e, verificamos o quanto o
probando é capaz de efetuar noção objetiva e crítica dos fatos externos.
Nesse sentido, as respostas de forma, em geral, estão relacionadas com
a esfera conativa e como a participação desta esfera ocorre na adaptação
à realidade externa.

Esperado – 78% a 89% (no total)

%F+m capacidade de atenção e concentração satisfatória que possibilitam a


percepção objetiva da realidade externa e a capacidade de controle e
retardamento dos processos impulsivos e afetivos. Refletem prevalência
do juízo crítico na análise dos fatos.

%F+↓ quando encontra-se entre 75% a 82% - indica dificuldade em manter a


atenção

22
APOSTILA: PSICODIAGNÓSTICO DE RORSCHACH (USO DIDÁTICO)
________________________________________________________

satisfatoriamente, mas que, no entanto, não prejudica a análise objetiva


dos fatos, já que prevalece o juízo crítico e de realidade.

%F+↓ inferior a 75% - visão pessoal, subjetiva e distorcida dos fatos por
instabilidade conativa, indicando prejuízo na atenção e concentração.
Prevalece o juízo de valor levando a deficiência de auto-controle e
incapacidade de objetivação.

%F+ ↑ excessiva atenção e concentração sobre os fatos externos, indicando


exigências de auto-domínio imposta pelo próprio sujeito. Outros fatores
podem, estar associados dependendo da relação com outros índices

- mecanismo obsessivo - se p elevado


- pobreza de imaginação e espontaneidade - %F↓ e lambda ↓
- depressão, falta de autonomia, incapacidade para divergir (estes aspectos
dependem da combinação de vários outros índices para ser confirmado - p.ex.
M=0, l ↑, l’↑ etc).

%A esfera afetiva - reflete a ligação afetiva do probando com o meio,


revelando o quanto se envolve emocionalmente com as situações. As
respostas de animal são as respostas predominantes das crianças,
refletindo suas primeiras identificações, que contém o aspecto emocional
relacionado às suas primeiras experiências. No adulto refletem este
aspecto de envolvimento emocional com o meio.

Esperado - 33% a 42% (no total)

% Am ligação - envolvimento emocional estável com o meio

%A ↑ tensão emocional na ligação com o meio, na medida em que se envolve


intensamente e de modo afetivo com as situações. Trata-se de indivíduos
que buscam o familiar como forma de segurança. Quando muito elevado
reflete imaturidade (pensamento infantil, estereotipado, rígido, imaturo).

23
APOSTILA: PSICODIAGNÓSTICO DE RORSCHACH (USO DIDÁTICO)
________________________________________________________

%A ↓ escassa ligação, envolvimento emocional com o meio, sugerindo


instabilidade emocional. Caso seja muito rebaixado pode estar indicando
apatia ou embotamento afetivo (desinteresse pelas coisas e relacionamentos
mais comuns).

%V esfera intelectual - são respostas de elevada freqüência na população,


refletindo no indivíduo que as apresenta, sua capacidade de assimilação das
normas e padrões sociais, indicando o quanto aceita os padrões da
coletividade. Este índice reflete a lógica intelectual, a aceitação e assimilação
dos padrões comuns do grupo social.

Esperado – 17% a 29%


% Vm adequado grau de assimilação, aceitação das normas e padrões sociais.

%V↓ dificuldade, por vezes intensa, em aceitar as normas e padrões da


coletividade, o que deve prejudicar sua adaptação ao meio

%V ↑ conformidade, em alguns casos excessiva, indicando pouca restrição ao


que é imposto, às normas e padrões sociais, refletindo passividade,
provavelmente ligada à necessidade de aprovação.

Podemos observar vários casos onde o índice RMI encontra-se na média,


enquanto os índices que o compõem encontram-se alterados. Nota-se, nestes
momentos, a utilização intensa por parte do probando, de alguma esfera, seja
para compensar ou em detrimento de outra. Nesse sentido, é importante
observar cuidadosamente cada índice que compõe o RMI e como eles atuam na
adaptação à realidade externa. Cabe lembrar que, embora os índices atuem
sobre o RMI, não atuam diretamente um sobre o outro, ou seja a elevação da
%F+ não gera a elevação ou rebaixamento da %A ou da %V, por exemplo, não
havendo inter-relação direta entre si.

24
APOSTILA: PSICODIAGNÓSTICO DE RORSCHACH (USO DIDÁTICO)
________________________________________________________

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

COELHO, L.M.S. Epilepsia e personalidade: psicodiagnóstico de Rorschach,


entrevistas e anamnese heredológica em 102 examinandos. São Paulo: Ática
1980.

COELHO, L.M.S. (org). Rorschach Clínico: manual básico. São Paulo: Terceira
Margem, 2000.

PEREIRA, A.M. Introdução ao Método de Rorschach. São Paulo: EPU, 1978.

SILVEIRA, A. Prova de Rorschach, elaboração do psicograma. São Paulo: Ed.


Bras, 1985.

25

Você também pode gostar