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O estigma social associado à violência sexual contra meninos e homens

No Brasil colônia, período de 1500 a 1822, as missões jesuítas catequizavam indígenas e


os convertiam a católicos; Contudo, inúmeros são os relatos de abuso dos clérigos contra
os ameríndios. Apesar da mudança cronológica, destaca-se o quadro de abuso e estigma
associado à violência sexual do sexo masculino, visto a sociedade regida pelo
patriarcalismo enraízado. Isso ocorre, seja pela imposição do silêncio pela cultura católica,
seja pela ausência de atenção midiática.
Nessa perspectiva, é válido ressaltar o aspecto supracitado quanto ao costume de coagir
jovens meninos ao sigilo a respeito das agressões sofridas. A saber, segundo o filósofo
Thomas Bacon, o ídolo da tribo impõe, na sociedade geral, crenças e dogmas, a fim de
tecer regras sociais ideológicas. Nesse sentido, observa-se, no Brasil hodierno, a
manipulação cultural do silêncio de jovens homens, vítimas de abusos sexuais, que sofrem
com a invisibilidade frente à agremiação, estruturada em preceitos católicos do “bom
homem” e do “homem forte” - aquele que não manifesta fraquezas, tampouco emoções.
Assim, o afetado que expõe as violências é vilanizado e, manuseado pelos preceitos da
igreja, destinado ao sofrimento pós morte. Por consequência, os casos de abuso sexual,
além de crescentes, não possuem o alerta necessário, reforçando ciclos de hostilidade.
Desse modo, com base no controle cultural, a ausência de providências significa causar
danos socioculturais.
Paralelamente aos costumes brasileiros, é fundamental o debate a respeito da omissão
midiática. Haja vista, segundo o filósofo Edmund Burke, “a imprensa é o quarto poder
social”. Nesse viés, ressalta-se a influência dos meios de comunicação na vida pública que,
apesar do papel significativo, negligenciam os abusos sexuais sofridos por meninos e
homens, não trabalhando para combater o estigma social que salienta o aumento de
eventos criminosos e, ainda, corrobora com a impunidade que assola esse mal social.
Consequentemente, cidadãos masculinos não possuem suas histórias de agressão
divulgadas, impedidos de escapar do meio violento que estão inseridos. Dessa maneira, os
crimes sexuais afrontam os direitos sociais masculinos, perpetuando a perda da cidadania
dos cidadãos.
Portanto, são necessárias medidas operantes para a modificação do estigma social acerca
da violência contra pessoas masculinas. Para isso, cabe ao Governo Federal, em parceria
ao Ministério das Comunicações e o Ministério da Educação, desenvolver projetos que
estimulem a manifestação populacional, principalmente de vítimas, via expansão da
disseminação de notícias e abertura dos grandes meios de comunicação, como jornais
televisivos ou digitais, com o intuito de expor os cenários abusivos e cessar os episódios de
violência na sociedade. Somente assim, os obstáculos que culminam na decadência social
serão superados.

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