Você está na página 1de 25

UTILIZAÇÃO DA

CANNABIS PARA FINS


TERAPÊUTICOS
UNIDADE II
USO DA CANNABIS NOS PRINCIPAIS
SISTEMAS
Elaboração
Prof. Dr. Victor Guilherme Pichek

Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
SUMÁRIO

UNIDADE II
USO DA CANNABIS NOS PRINCIPAIS SISTEMAS..........................................................................5

CAPÍTULO 1
SISTEMA NERVOSO CENTRAL E PERIFÉRICO......................................................................... 5
CAPÍTULO 2
SISTEMA IMUNOLÓGICO..................................................................................................... 9
CAPÍTULO 3
SISTEMA CARDIOCIRCULATÓRIO....................................................................................... 11
CAPÍTULO 4
SISTEMA NERVOSO ENTÉRICO........................................................................................... 13
CAPÍTULO 5
ONCOLOGIA...................................................................................................................... 16
REFERÊNCIAS.........................................................................................................................20
USO DA CANNABIS NOS
PRINCIPAIS SISTEMAS
UNIDADE II

Capítulo 1
SISTEMA NERVOSO CENTRAL E PERIFÉRICO

O sistema nervoso é responsável por captação, interpretação e resposta a estímulos


no organismo. Nesse sentido, é subdividido em sistema nervoso central e periférico.

1.1. Sistema Nervoso Central (SNC)


As principais áreas do SNC incluem encéfalo (cérebro, cerebelo, tronco encefálico) e
medula espinhal. Ele é formado por vários tipos de células e tecidos, neurônios e células
gliais.

Ademais, é responsável por receber e enviar informações, fazendo a recepção


e a interpretação dos estímulos. Combina, assim, informações de todo o corpo
e coordena as atividades em todo o organismo. Também é o núcleo do sistema
sensorial, os cinco sentidos – visão, olfato, paladar, audição e tato.

1.2. Sistema Nervoso Periférico (SNP)


É formado por nervos, gânglios e terminações nervosas. É subdividido em sistema
nervoso somático, responsável por controlar as ações voluntárias, e autônomo, que
é subdividido em simpático, responsável por responder a situações de estresse e
emergência, e parassimpático, que equilibra o simpático, retornando o corpo ao estado
emocional e de calma.

Causas/fatores de risco para doenças do SNC e SNP

Os principais fatores de risco desses sistemas são apontados como: genética,


epigenética (sedentarismo, tabagismo, etilismo, dieta inadequada), traumas, idade
e comorbidades, por exemplo, diabetes, hipertensão arterial sistêmica (HAS),
dislipidemias (presença de níveis elevados de gorduras no sangue) e neuropatias.

5
UNIDADE ii | USO DA CANNABIS NOS PRINCIPAIS SISTEMAS

Exemplos de patologias tratáveis (direta ou indiretamente)

Tabela 1. Exemplos de patologias tratáveis(direta ou indiretamente).

Náuseas e vômitos
Anemia
Infecções, febres e sangramentos
Constipação ou diarreia
Dor
Falta de ar
Ansiedade
Depressão
Insônia
Alterações sexuais
Fadiga
Perda de apetite
Prurido
Queda de cabelo
Alterações do sistema nervoso
Mucosite

Fonte: elaborada pelo autor.

1.3. SEC e sistema nervoso central e periférico


Os receptores canabinoides estão presentes de forma muito abundante no sistema
nervoso. Por esse motivo a terapia canabinoide é tão relevante para o equilíbrio geral
do sistema.

O receptor CB1 é um dos mais abundantes receptores acoplados à proteína G


(GPCRs) no SNC e é encontratado em níveis particularmente altos no neocórtex,
no hipocampo, nos gânglios da base, no cerebelo e no tronco cerebral. Também é
encontrado nos terminais nervosos periféricos e em alguns locais extraneurais, como
testículos, olhos, endotélio vascular e baço.

O receptor CB2 exibe padrão de expressão mais definido no cérebro que os


receptores CB1 e é encontrado predominantemente em células e tecidos do sistema
imunológico. No SNC, a expressão do receptor CB2 está associada à inflamação e
está localizada principalmente na micróglia, macrófagos residentes no SNC.

CB1 – Receptores CB1 são os receptores acoplados à proteína G mais abundantes


no SNC (cérebro e medula espinhal).

CB2 – Receptores CB2 estão mais abundantemente presentes no sistema nervoso


periférico e nas células do sistema imunológico.

6
USO DA CANNABIS NOS PRINCIPAIS SISTEMAS | UNIDADE ii

CB1 e CB2 – Algumas regiões do SNC e do SNP possuem ambos os receptores Eles
agem diretamente em controle motor, cognição, respostas emocionais, motivação e
homeostase neurológica, por exemplo.

Figura 18. Esquema simplificado da transmissão sináptica.

Fonte: https://www.mdpi.com/1422-0067/19/3/833.

Canabinoides mais estudados e seus efeitos

Sabemos que são inúmeros os canabinoides presentes na Cannabis, porém apenas


alguns foram estudos em profundidade. Dentre os mais estudados, podemos
indicar as suas propriedades e como elas podem contribuir para o nosso organismo.
Seguem abaixo as principais funções e canabinoides:

» analgésico (CBD/THC/CBC/CBN/CBG/THCV/DELTA-8 THC);

» anti-inflamatório (CBD/THC/CBC/CBN/CBG/THCV/DELTA-8 THC);

» antipsicótico (CBD);

» neuroprotetor (CDB/THC/DELTA-8 THC);

» antioxidante (CBD/THC/DELTA-8);

» ansiolítico (CBD);

» antidepressivo (CBD/THC/DELTA-8 THC);

» antitumoral (THC/CBD/CBG/DELTA-8 THC);

7
UNIDADE ii | USO DA CANNABIS NOS PRINCIPAIS SISTEMAS

» regulador do sono (CBD/THC/CBN);

» redutor da pressão intra-ocular (CBC/CBD/CBN/CBG);

» anticonvulsivante (CBD/THC/CBN/DELTA-8 THC);

» redutor de “tics” (THC/DELTA-8 THC);

» antinociceptivo (CBD/THC/THCV/DELTA-8 THC);

» euforizante (THC/THCV/DELTA-8 THC);

» antiemético (THC/CBDV/DELTA-8 THC);

» inibidor do apetite (THCV); e

» estimulante do apetite (THC/CBG/CBN/DELTA-8 THC).

Para a maioria das patologias, os canabinoides mais indicados são o CBD e o THC.
Em alguns casos somente o CBD é o suficiente, por isso a importância de entender
as funções e prescrever o ideal para cada paciente. Hoje (janeiro de 2023), já é
possível encontrar combinações de outros canabinoides em maiores proporções do
que as mínimas apresentadas nas opções full spectrum.

Sempre será fundamental ser full spectrum, porém, para obter os benefícios do CBN,
por exemplo, ele precisa ter concentração significativa no composto, para que possa
ser destacado. Então, sempre que a patologia necessitar do reforço das ações mais
expressivas de outros canabinoides, é importante inclui-los no tratamento. Sabemos
que inserir outros canabinoides torna o tratamento ainda mais caro, então, por vezes,
mesmo tendo ciência do potencial que poderia ser alcançado, temos que nos limitar
nas indicações.

Contudo, os principais canabinoides, CBD e THC, são suficientes para a maioria dos
casos, alcançando resultados surpreendentes, o que torna possível o tratamento
canabinoide para muitos.

8
Capítulo 2
SISTEMA IMUNOLÓGICO

O sistema imunológico é um complexo mecanismo de defesa do hospedeiro e protege


o corpo de ameaças externas (patógenos) e internas (doenças). É composto por vários
subsistemas, como o sistema imunológico inato e o sistema imunológico adaptativo.
Quando estão saudáveis, trabalham em conjunto para proteger o corpo contra danos.

Esse sistema de subsistemas é apoiado e defendido por um batalhão de células


imunes (ex.: glóbulos brancos) e outros compostos de suporte imunológico
encontrados em fluidos extracelulares (imunidade humoral). As respostas imunes
também podem incluir o uso de temperatura elevada (febre) para aumentar a
proliferação de células imunes.

2.1. Causas/fatores de risco para doenças do sistema


imunológico
Os principais fatores de risco para o comprometimento do sistema imunológico são:
genética, epigenética (tabagismo, obesidade, alcoolismo, sedentarismo, alimentação
incorreta, estresse), exposição ambiental, agrotóxicos, mercúrio orgânico, consumo de
peixes contaminados, doenças inflamatórias intestinais, vírus, bactérias, fármacos, luz
solar, radiação e fatores hormonais.

Exemplos de patologias tratáveis (direta ou indiretamente)

Tabela 2. Exemplos de patologias tratáveis (direta ou indiretamente).

» Leucemia » Síndrome do intestino irritável » Gripe


» Linfoma » Cicatrização de feridas » Artrite reumatoide
» Covid-19/covid longa » Sepse » Doença de Crohn
» HIV/AIDS » Tireoide de Hashimoto » Doença celíaca
» Lúpus » Vírus Epstein-Barr/mononucleose infecciosa » Diabetes tipo 1
» Malária » Esclerose múltipla
» Psoríase » Doença do vírus ebola
» Infecções bacterianas » Esclerose lateral amiotrófica (ELA)

Fonte: elaborada pelo autor.

2.2. SEC e sistema imunológico


Os receptores endocanabinoides CB2 aparecem em alta concentração nas membranas
de um grupo diversificado de células do sistema imunológico, mas também em
outros locais de receptores, como TRPs, 5HT1A, PPARα.

9
UNIDADE ii | USO DA CANNABIS NOS PRINCIPAIS SISTEMAS

A ativação de células imunes pelo SEC, como glóbulos brancos (células B, células T,
monócitos, micróglia) ou astrócitos (células de suporte do SNC), modulam a liberação
de citocinas pró-inflamatórias e desempenham papel significativo na cicatrização de
estados inflamatórios locais, orgânicos ou gerais crônicos. Os canabinoides atuam
em vários distúrbios autoimunes, por exemplo, artrite reumatoide, lúpus, psoríase,
esclerose múltipla, SII…

Canabinoides mais utilizados e seus efeitos:

» analgésico (CBD/THC/CBC/CBN/CBG/THCV/DELTA-8 THC);

» anti-inflamatório (CBD/THC/CBC/CBN/CBG/THCV/DELTA-8 THC);

» Antibacteriano (CBD/CBDA/CBGA/CBG/CBC/CBN);

» imunorregulador/imunossupressor (CBD);

» ansiolítico (CBD);

» antidepressivo (CBD/THC/DELTA-8 THC);

» antiemético ((THC/CBDV/DELTA-8 THC);

» antioxidante (CBD/THC);

» regulador do sono (CBD/THC/CBN);

» estimulante do apetite (THC/CBG/CBN/DELTA-8 THC);

» redutor dos níveis de glicose (THCV).

10
Capítulo 3
SISTEMA CARDIOCIRCULATÓRIO

O sistema cardiocirculatório é responsável por garantir a circulação de sangue por todo


nosso corpo, para que as células recebam nutrientes e oxigênio. Ele é composto por
coração, veias e artérias circulantes.

O coração trabalha em conjunto com todos os outros órgãos do tórax e com o


sangue para garantir a perfusão tecidual adequada.

3.1. Causas e fatores de risco para doenças do sistema


cardiocirculatório
As principais causas para patologias do sistema cardiocirculatório são: HAS,
dislipidemias, diabetes mellitus, epigenética/hábitos de vida (tabagismo, alcoolismo,
sedentarismo/obesidade, alimentação incorreta, estresse etc.).

Exemplos de patologias tratáveis (direta ou indiretamente)

Tabela 3. Exemplos de patologias tratáveis (direta ou indiretamente).

» HAS e doenças hiperativas


» Arritmia cardíaca
» Miocardite
» Ataque cardíaco (prevenção)
» Arterosclerose

Fonte: elaborada pelo autor.

3.2. SEC e sistema cardiocirculatório


O sistema endocanabinoide é amplamente distribuído por todo o sistema
cardiovascular, e os receptores endocanabinoides CB1 e CB2 estão presentes
em tecidos que compreendem as vias de distribuição vascular e cardíaca. O SEC
desempenha um papel muito importante para a função cardíaca saudável, apesar
de os endocanabinoides desempenharem papel mínimo na regulação da função
cardiovascular em condições normais. Quando alterados, estão associados à maioria
dos distúrbios cardiovasculares.

De acordo com o estudo “Endocannabinoids and the Cardiovascular System in Health


and Disease”, o SEC também é regulado positivamente em patologias cardíacas; é
provável que seja cardioprotetor, via CB(2) e CB(1) (menor extensão). Na vasculatura,
os endocanabinoides causam vasorrelaxamento por meio de ativação de múltiplos

11
UNIDADE ii | USO DA CANNABIS NOS PRINCIPAIS SISTEMAS

locais-alvo, inibição dos canais de cálcio, ativação dos canais de potássio, produção
de NO e liberação de substâncias vasoativas.

A disfunção do SEC tem impacto significativo nos distúrbios cardiovasculares


(angina/isquemia, infarto do miocárdio, aterosclerose, hipertensão, arritmias, lesões
por isquemia/reperfusão, insuficiência cardíaca).

Na hipertensão, há evidências de alterações na expressão de CB(1), e o antagonismo


de CB(1) reduz a pressão arterial em pacientes hipertensos e diabéticos obesos.
Alterações na expressão ou na função de qualquer uma dessas vias alteram o efeito
vascular dos endocanabinoides; eles também possuem efeitos positivos (CB[2])
e negativos (CB[1]) na progressão da aterosclerose. No entanto, quaisquer efeitos
negativos de CB(1) podem não ser consequentes do tratamento, uma vez que o
antagonismo crônico de CB(1) em ensaios humanos de larga escala não foi associado
a reduções significativas no ateroma. Em distúrbios neurovasculares, como acidente
vascular cerebral, os endocanabinoides são regulados e protetores, envolvendo a
ativação de CB(1), CB(2), TRPV1 e PPARα.

Canabinoides mais utilizados e seus efeitos:

» analgésico (CBD/CBC/CBN/CBG/THCV/DELTA-8 THC);

» anti-inflamatório (CBD/THC/CBC/CBN/CBG/THCV/DELTA-8 THC);

» antiarrítmico (CBD);

» hipotensivo (THC);

» ansiolítico (CBD);

» inibidor do apetite (THCV); e

» redutor dos níveis de glicose (THCV).

Dentro os canabinoides, o THC demanda cuidados especiais para os pacientes


cardiopatas devido a seus efeitos adversos; em contrapartida, pacientes hipertensivos
sem outras complicações cardíacas se beneficiam dos efeitos hipotensivos.

12
Capítulo 4
SISTEMA NERVOSO ENTÉRICO

O sistema nervoso entérico (SNE) é considerado o nosso “segundo cérebro”. É


constituído por complexa rede de mais de cem milhões de neurônios. Cerca de
90-95% da serotonina e 50% da dopamina em nosso corpo são produzidas no
intestino, ou seja, ele é grande responsável pelo nosso bem-estar.

É localizado na parede do tubo gastrointestinal (esôfago, estômago, intestino


grosso e delgado), no pâncreas e na vesícula biliar. Tem como função regular o
funcionamento do intestino e é o único grupamento substancial de células nervosas
fora do SNC que forma circuitos capazes de realizar reflexos autônomos (digestão).
Tem autonomia muito eficiente, de modo que é capaz de realizar suas funções de
forma independente do SNC, mas mantém conexões que garantem conservação da
homeostase intestinal.

4.1. Causas e fatores de risco para doenças do sistema


entérico
As principais causas e fatores de risco para doenças do SNE são: genética,
epigenética/hábitos de vida (tabagismo, obesidade, alcoolismo, sedentarismo,
alimentação incorreta, estresse), ansiedade, depressão, fatores imunológicos, raça –
D.I.I (caucasianos), CA colorretal (24% mais em negros), idade, alterações da flora
intestinal/disbiose intestinal (constipação ou diarreia crônica).

Exemplos de patologias tratáveis (direta ou indiretamente)

Tabela 4. Exemplos de patologias tratáveis (direta ou indiretamente).

» Anorexia » Doença hepática gordurosa » Fibrose e cirrose do fígado


» Caquexia » Infecções fungais » Pancreatite
» Câncer de cólon » Doença do refluxo gastroesofágico » Colite
» Câncer de estômago » Hepatite » Doença de Crohn
» Câncer de fígado e vias biliares » Síndrome do intestino irritável » Náusea e vômitos induzidos por
intra-hepáticas quimioterapia
» Úlceras estomacais » Náusea e vômito
» Gastrite » Doença hepática e alcoólica
» Gastroparesia

Fonte: elaborada pelo autor.

13
UNIDADE ii | USO DA CANNABIS NOS PRINCIPAIS SISTEMAS

4.2. SEC e sistema nervoso entérico


Segundo Ethan Russo, um dos maiores cientistas de canabinoides, “O cérebro e o
intestino falam a mesma língua”. Muitos pesquisadores, assim como ele, acreditam
que a conexão cérebro/intestino, realizada no SNE, ocorra por intermédio do SEC.
O sistema nervoso entérico (SNE) contém todos os componentes do SEC, incluindo
receptores CB1 e CB2, enzimas sintetizadoras e degradantes e endocanabinoides. O
SEC regula a comunicação entre o intestino e o cérebro de maneira bidirecional.

Isso significa que mudanças no cérebro devido a situações como estresse ou dor
podem alterar a função gastrointestinal ser importantes para a saúde funcional do
intestino, o que acarreta problemas de saúde como intestino irritável. Por outro lado,
alterações no intestino devido a inflamação ou infecção são comunicadas de volta ao
cérebro por meio do SEC. A deficiência do SEC pode ser uma das razões pelas quais
alguns desafios gastrointestinais crônicos podem ser difíceis de resolver.

Os receptores canabinoides são amplamente distribuídos por todo o intestino


(incluindo o sistema imunológico entérico), com diferenças regionais e ações
específicas do órgão. Os endocanabinoides regulam a neurotransmissão no sistema
nervoso entérico do trato gastrointestinal, e evidências crescentes sugerem que eles
sejam neuromoduladores potentes no SNE.

Além disso, o SEC também participa da modulação do sabor, do apetite ou da


saciedade e aumenta o peso (via CB1). Ele auxilia na proteção intestinal, na digestão,
no balanço energético do metabolismo, na motilidade intestinal e na modulação de
náuseas e vômitos, por exemplo.

Também pode auxiliar um microbioma intestinal saudável que induz a melhora do


humor e a função imunológica, além de auxiliar na neutralização de toxinas e ajudar
na sintetização de vitaminas. Desse modo, o desequilíbrio do SEC pode desencadear
distúrbios crônicos significativos no intestino (SII, doença de Crohn etc.) e distúrbios
do humor (depressão, ansiedade etc.).

Canabinoides mais utilizados e seus efeitos:

» analgésico (CBD/THC/CBC/CBN/CBG/THCV/DELTA-8 THC);

» anti-inflamatório (CBD/THC/CBC/CBN/CBG/THCV/DELTA-8 THC);

» antibacteriano (CBD/CBG/CBC);

» imunorregulador/imunossupressor (CBD);

14
USO DA CANNABIS NOS PRINCIPAIS SISTEMAS | UNIDADE ii

» antitumoral (THC/CBD/CBG/DELTA-8 THC);

» ansiolítico (CBD);

» antidepressivo (CBD/THC/DELTA-8 THC);

» regulador do sono (CBD/THC/CBN);

» antiemético (THC/CBDV/DELTA-8 THC);

» inibidor do apetite (THCV); e

» estimulante do apetite (THC/CBG/CBN/DELTA-8 THC).

15
Capítulo 5
ONCOLOGIA

Oncologia é a área médica que estuda os tumores. Seu objetivo é entender a forma
como o câncer se desenvolve no organismo e quais os tratamentos mais adequados
para cada tipo de neoplasia.

O tratamento convencional do câncer pode ser feito por meio de cirurgia,


quimioterapia, radioterapia ou transplante de medula óssea. Os medicamentos
utilizados, geralmente, não são capazes de diferenciar as células malignas das células
normais e atingem tanto as que formam o tumor quanto as sadias, e o resultado são
os temidos efeitos colaterais e os impactos psicológicos.

5.1. Causas e fatores de risco para o câncer


As principais causas e fatores de risco do câncer são: genética, epigenética/hábitos
de vida (tabagismo, obesidade, alcoolismo, sedentarismo, alimentação incorreta,
estresse), fatores ambientais (luz solar/radiação, agrotóxicos, vírus, bactérias), fatores
imunológicos, idade, aterações da flora intestinal/disbiose intestinal (constipação ou
diarréia crônica) e medicamentos (anabolizantes, anti-inflamatórios).

Efeitos colaterais dos tratamentos e os impactos psicológicos do câncer:

» náuseas e vômitos;

» anemia;

» infecções, febre e sangramentos;

» constipação ou diarreia;

» dor;

» falta de ar;

» ansiedade;

» depressão;

» insônia;

» alterações sexuais;

» fadiga;

» perda de apetite;

16
USO DA CANNABIS NOS PRINCIPAIS SISTEMAS | UNIDADE ii

» prurido;

» queda de cabelo;

» alterações no sistema nervoso; e

» mucosite.

5.2. Tipos de câncer e efeitos adversos tratáveis

Tabela 5. Tipos de câncer e efeitos adversos tratáveis.

» Caquexia » Leucemia » Câncer de tireoide


» Dor oncológica » Câncer no fígado e nas vias biliares » Carcinoma espinocelular de
intra-hepáticas cabeça e pescoço
» Náusea e vômitos » Câncer de pulmão » Mieloma
» Ansiedade, depressão e » Linfoma » Câncer de pele (melanoma e
distúrbio do sono não melanoma)
» Câncer de bexiga » Câncer metastático » Neuroblastoma
» Câncer ósseo » Câncer bucal » Cancro de ovário
» Câncer cerebral » Câncer no pâncreas » Sarcoma de Kaposi
» Câncer de mama » Câncer de próstata » Câncer renal
» Câncer cervical » Câncer de tecidos moles e conectivos » Câncer de timo
» Câncer de colo » Câncer de testículo » Câncer de estômago
» Câncer uterino/endométrio

Fonte: elaborada pelo autor.

5.3. SEC e câncer


A maioria dos estudos estão em fase pré-clínica, mas o grande volume de novos
estudos demonstram expectativas muito positivas. As evidências científicas
aumentaram nos últimos anos; elas sugerem que os canabinoides possam inibir o
crescimento e a proliferação de tumores por meio de vários mecanismos e confirmam
a atividade antitumoral.

O sistema endocanabinoide pode desempenhar um papel duplo na regulação da


geração e progressão do tumor. A administração de THC e outros canabinoides, como
CBD e CBG, exerce ações anticancerígenas em modelos animais de câncer.

O THC e outros ligantes dos receptores canabinoides induzem a morte de células


cancerígenas e inibem a angiogênese tumoral. Além disso, os canabinoides
aumentam a atividade anticancerígena de outros agentes antineoplásicos em
modelos animais de câncer.

17
UNIDADE ii | USO DA CANNABIS NOS PRINCIPAIS SISTEMAS

Os canabinoides estão atualmente sendo testados como agentes anticancerígenos


em estudos clínicos de fase I/II e são tema muito atrativo para a sociedade científica
devido aos excelentes resultados clínicos já relatados.

Descobertas fantásticas foram feitas, e a principal delas se refere às células malignas.


Foi constatado que elas têm receptores canabinoides CB1 e CB2 em suas membranas
e possuem os seguintes mecanismos de ação antitumoral: indução de apoptose;
morte celular programada da célula maligna; inibição da proliferação; redução
de macrófagos; e inibição da angiogênese, ou seja, da formação de novos vasos
sanguíneos tumorais.

Em inúmeras abordagens, a Cannabis demonstrou tratar todos os efeitos adversos


das terapias convencionais, além de produzir efeitos sinérgicos com outros
medicamentos.

Canabinoides mais estudados e seus efeitos:

» analgésico (CBD/THC/CBC/CBN/CBG/THCV/DELTA-8 THC);

» anti-inflamatório (CBD/THC/CBC/CBN/CBG/THCV/DELTA-8 THC);

» neuroprotetor (CDB/THC/DELTA-8 THC);

» antioxidante (CBD/THC/DELTA-8);

» ansiolítico (CBD);

» antidepressivo (CBD/THC/DELTA-8 THC);

» antitumoral (THC/CBD/CBG/DELTA-8 THC);

» regulador do sono (CBD/THC/CBN);

» antinociceptivo (CBD/THC/THCV/DELTA-8 THC);

» antiemético (THC/CBDV/DELTA-8 THC);

» estimulante do apetite (THC/CBG/CBN/DELTA-8 THC); e

» broncodilator (THC/DELTA-8 THC).

Para todos os tipos de câncer, é de suma importância unir os principais canabinoides,


CBD e THC, e se possível acrescentar o CBG. O CBN também exerce excelente
papel na patologia, mas sabemos que agregar percentuais elevados de outros
canabinoides acaba tornando o tratamento inviável financeiramente, o que limita
resultados mais surpreendentes.

18
USO DA CANNABIS NOS PRINCIPAIS SISTEMAS | UNIDADE ii

Outros compostos, como a psilocibina, um alcaloide indólico do grupo das


triptaminas alucinógenas, com estrutura análoga da serotonina, encontrada em
determinadas espécies de cogumelos, em tratamentos em conjunto com a Cannabis,
vêm apresentando resultados surpreendentes em estudos, mas seu uso ainda é muito
limitado, além de ser proibido na maioria dos países.

19
REFERÊNCIAS

ABELEV, S. et al. Medicinal Cannabis for the Treatment of Chronic Refractory Pain: An Investigation of the
Adverse Event Profile and Health-Related Quality of Life Impact of an Oral Formulation. Med Cannabis
Cannabinoids, v. 5, n. 1, pp. 20-31, DOI: 10.1159/000521492, 2022.

ABRAMS, D. I. Cannabis, Cannabinoids and Cannabis-Based Medicines in Cancer Care. Integr Cancer
Ther., v. 21, 15347354221081772. DOI: 10.1177/15347354221081772, 2022.

AIELLO, F. et al. CannabinEYEds: The Endocannabinoid System as a Regulator of Superficial Ocular


Nociception, Inflammatory Response, Neovascularization, and Wound Healing. J Clin Med., v. 9, n. 12,
p. 4036. DOI: 10.3390/jcm9124036, 2020.

AIZPURUA-OLAIZOLA, O. et al. Targeting the endocannabinoid system: future therapeutic strategies.


Drug Discov Today, v. 22, n. 1, pp. 105-110. PMID: 27554802. DOI: 10.1016/j.drudis.2016.08.005, 2017.

AMIN, M. R.; ALI, D. W. Pharmacology of Medical Cannabis. Adv Exp Med Biol., v. 1162, pp. 151-165.
DOI: 10.1007/978-3-030-21737-2_8. PMID: 31332738, 2019.

ANTONIOU, T.; BODKIN, J.; HO, J. M. Drug interactions with cannabinoids. CMAJ, v. 192, n. 9, p. E206.
DOI:10.1503/cmaj.191097, 2020.

ARMENTAND, P. et al. Aplicações clínicas emergentes para cannabis e cannabinoides, uma revisão da
literatura científica recente, Norml, 2015.

BANERJEE, Abhinandan; HAYWARD, John; TRANT, John. (2023). Breaking bud: the effect of direct chemical
modifications of phytocannabinoids on their bioavailability, physiological effects, and therapeutic
potential. 10.26434/chemrxiv-2023-79q07.

BAR-LEV, S. L. et al. Prospective analysis of safety and efficacy of medical cannabis in large unselected
population of patients with cancer. Eur J Intern Med., v. 49, pp. 37-43, PMID: 29482741. DOI: 10.1016/j.
ejim.2018.01.023, 2018.

BAR-LEV, S. L. et al. Real life Experience of Medical Cannabis Treatment in Autism: Analysis of Safety and
Efficacy. Sci Rep., v. 9, n. 1, p. 200, PMID: 30655581, PMCID: PMC6336869. DOI: 10.1038/s41598-018-
37570-y, 2019.

BERGAMASCHI, M. M. et al. Safety and side effects of cannabidiol, a Cannabis sativa constituent. Curr
Drug Saf., v. 6, n. 4, pp. 237-49, PMID: 22129319. DOI: 10.2174/157488611798280924, 2011.

BERGER, M. et al. Cannabidiol for Treatment-Resistant Anxiety Disorders in Young People: An Open-Label
Trial. J Clin Psychiatry, v. 83, n. 5, p. 21m14130, PMID: 35921510. DOI: 10.4088/JCP.21m14130, 2022.

BHASKAR, A. et al. Consensus recommendations on dosing and administration of medical cannabis to


treat chronic pain: results of a modified Delphi process. J Cannabis Res., v. 3, n. 1, p. 22. DOI:10.1186/
s42238-021-00073-1, 2021.

BOZKURT, T. E. Endocannabinoid System in the Airways. Molecules, v. 24, n. 24, p. 4626. DOI: 10.3390/
molecules24244626, 2019.

BUSSE, J. W. et al. Medical cannabis or cannabinoids for chronic pain: a clinical practice guideline. BMJ,
v. 374, n. 2040, PMID: 34497062. DOI: 10.1136/bmj.n2040, 2021.

20
Referências

BÍRÓ, T. et al. The skin endocannabinoid system in health and disease: new perspectives and therapeutic
opportunities. Trends Pharmacol Sci., v. 30, n. 8, pp. 411-420. DOI: 10.1016/j.tips.2009.05.004, 2009.

CAPRIOGLIO, D.; AMIN, H. I. M.; TAGLIALATELA-SCAFATI, O.; MUÑOZ, E.; APPENDINO, G. Minor
Phytocannabinoids: A Misleading Name but a Promising Opportunity for Biomedical Research.
Biomolecules. 2022 Aug 6;12(8):1084. doi: 10.3390/biom12081084. PMID: 36008978; PMCID:
PMC9406211.

CHAYASIRISOBHON, S. Cannabis and Neuropsychiatric Disorders: An Updated Review. Acta Neurol


Taiwan, v. 28, n. 2, pp. 27-39, PMID: 31867704, 2019.

CITTI, C.; LINCIANO, P.; RUSSO, F. et al. A novel phytocannabinoid isolated from Cannabis sativa L. with
an in vivo cannabimimetic activity higher than Δ9-tetrahydrocannabinol: Δ9-Tetrahydrocannabiphorol. Sci
Rep 9, 20335 (2019). https://doi.org/10.1038/s41598-019-56785-1.

CLARKE, S. et al. Pilot clinical and pharmacokinetic study of Δ9-Tetrahydrocannabinol (THC)/Cannabidiol


(CBD) nanoparticle oro-buccal spray in patients with advanced cancer experiencing uncontrolled pain.
PLoS One, v. 17, n. 10, p. e0270543. DOI:10.1371/journal.pone.0270543, 2022.

COX, E. J. et al. A marijuana-drug interaction primer: precipitants, pharmacology, and pharmacokinetics.


Pharmacol Ther., n. 201, pp. 25-38, 2019.

FANELLI, G. et al. Cannabis and intractable chronic pain: an explorative retrospective analysis of Italian
cohort of 614 patients. J Pain Res., n. 10, pp. 1217-1224. DOI: 10.2147/JPR.S132814, 2017.

GAMMON, C. M. et al. Regulation of gonadotropin-releasing hormone secretion by cannabinoids.


Endocrinology, v. 146, n. 10, pp. 4491-9, 2005.

GARCÍA, F.; SANTIAGO; CASTRO, Rossina; LÓPEZ-RADCENCO, Andrés; RODRÍGUEZ, Paula; CARRERA,
Inés; GARCÍA-CARNELLI, Carlos; MOYNA, Guillermo. (2023). Beyond cannabinoids: Application of
NMR-based metabolomics for the assessment of Cannabis sativa L. crop health. Frontiers in Plant
Science. 14. 10.3389/fpls.2023.1025932.

GIACOPPO, S.; BRAMANTI, P.; MAZZON, E. Sativex in the management of multiple sclerosis-related
spasticity: An overview of the last decade of clinical evaluation. Mult Scler Relat Disord., n. 17, pp. 22-
31, PMID: 29055461. DOI: 10.1016/j.msard.2017.06.015, 2017.

GUSTAVSEN, S. et al. Safety and efficacy of low-dose medical cannabis oils in multiple sclerosis. Mult
Scler Relat Disord., n. 48, p. 102708, PMID: 33387864. DOI: 10.1016/j.msard.2020.102708, 2021.

HANUŠ, L. O.; MEYER, S. M.; MUÑOZ, E.; TAGLIALATELA-SCAFATI, O.; APPENDINO, G. Phytocannabinoids:
a unified critical inventory. Nat. Prod. Rep., 2016, 33, 1357 DOI: 10.1039/C6NP00074F.

KALANT, H. Effects of Cannabis and Cannabinoids in the Human Nervous System. Ed.: MADRAS, B.;
KUHAR, M. The Effects of Drug Abuse on the Human Nervous System. Academic Press, pp. 387-422,
ISBN 9780124186798. DOI: https://doi.org/10.1016/B978-0-12-418679-8.00013-7, 2014.

KIRKLAND, A. E. et al. A scoping review of the use of cannabidiol in psychiatric disorders. Psychiatry
Research, v. 308, 114347, ISSN 0165-1781. DOI: https://doi.org/10.1016/j.psychres.2021.114347, 2022.

KOGAN, N. M.; MECHOULAM, R. Cannabinoids in health and disease. Dialogues Clin Neurosci., v. 9,
n. 4, pp. 413-30, PMID: 18286801, PMCID: PMC3202504. DOI: 10.31887/DCNS.2007.9.4/nkogan, 2007.

21
Referências

KOGAN, N. M. et al. Novel CBG Derivatives Can Reduce Inflammation, Pain and Obesity. Molecules, v. 26,
n. 18, p. 5601, PMID: 34577072, PMCID: PMC8467477. DOI: 10.3390/molecules26185601, 2021.

KOLODNY, R. C. Depression of plasma testosterone levels after chronic intensive marijuana use. New
Engl J Med., n. 290, pp. 872-4, 1974.

LARSEN, C.; SHAHINAS, J. Dosage, Efficacy and Safety of Cannabidiol Administration in Adults: A
Systematic Review of Human Trials. J Clin Med Res., v. 12, n. 3, pp. 129-141. DOI:10.14740/jocmr4090,
2020.

MACCALLUM, C. A.; RUSSO, E. B. Practical considerations in medical cannabis administration and dosing.
Eur J Intern Med., n. 49, pp. 12-19, PMID: 29307505. DOI: 10.1016/j.ejim.2018.01.004, 2018.

MACCARRONE, M. Endocannabinoids: friends and enemies of reproduction. Prog Lipid Res., v. 48, n. 6,
pp. 344-54. DOI: https://doi.org/10.1016/j.plipres.2009.07.001, 2009.

MARIAN, S. et al. Cannabis-Based Products for Chronic Pain: A Systematic Review. Ann Intern Med., n.
175, pp. 1143-1153. DOI:10.7326/M21-4520, 2022.

MARTINS, AM. et al. Cannabis-Based Products for the Treatment of Skin Inflammatory Diseases: A Timely
Review. Pharmaceuticals (Basel), v. 15, n. 2, p. 210. DOI:10.3390/ph15020210, 2022.

MASATAKA, N. Anxiolytic Effects of Repeated Cannabidiol Treatment in Teenagers With Social Anxiety
Disorders. Front Psychol., n. 10, p. 2466. DOI: 10.3389/fpsyg.2019.02466, 2019.

MECHOULAM, R.; FRIDE, E.; DI MARZO, V. Endocannabinoids. Eur J Pharmacol., v. 359, n. 1, pp. 1-18,
PMID: 9831287. DOI: 10.1016/s0014-2999(98)00649-9, 1998.

MECHOULAM, R.; PARKER, L. A.; GALLILY, R. Cannabidiol: an overview of some pharmacological aspects.
J Clin Pharmacol., v. 42, n. S1, pp. 11S-19S, PMID: 12412831. DOI: 10.1002/j.1552-4604.2002.tb05998.x,
2002.

MECHOULAM, R.; PARKER, L. A. The endocannabinoid system and the brain. Annu Rev Psychol., n. 64,
pp. 21-47, PMID: 22804774. DOI: 10.1146/annurev-psych-113011-143739, 2013.

MECHOULAM, R.; SPATZ, M.; SHOHAMI, E. Endocannabinoids and neuroprotection. Sci STKE, v. 2002, n.
129, p. re5, PMID: 11972360. DOI: 10.1126/stke.2002.129.re5, 2002.

MECHOULAM, R. Cannabis and epilepsy. Epilepsy Behav., v., 70, Pt B, pp. 278-279, PMID: 28254349. DOI:
10.1016/j.yebeh.2017.01.014, 2017.

MECHOULAM, R. et al. Cannabidiol: recent advances. Chem Biodivers., v. 4, n. 8, pp. 1678-92, PMID:
17712814. DOI: 10.1002/cbdv.200790147, 2007.

MECHOULAM, R. Marihuana chemistry. Science, v. 168, n. 3936, pp. 1159-66, PMID: 4910003. DOI:
10.1126/science.168.3936.1159, 1970.

MILLAR, S. A. et al. A systematic review of cannabidiol dosing in clinical populations. Br J Clin


Pharmacol., v. 85, n. 9, pp. 1888-1900. DOI:10.1111/bcp.14038, 2019.

MOOSAVI, A.; MOTEVALIZADEH, A. A. Role of Epigenetics in Biology and Human Diseases. Iran Biomed
J., v. 20, n. 5, pp. 246-258. DOI: 10.22045/ibj.2016.01, 2016.

22
Referências

NAVARRO, G. et al. Pharmacological data of cannabidiol- and cannabigerol-type phytocannabinoids


acting on cannabinoid CB1, CB2 and CB1/CB2 heteromer receptors. Pharmacol Res., n. 159, p. 104940,
PMID: 32470563. DOI: 10.1016/j.phrs.2020.104940, 2020.

OLÁH, A. et al. Differential effectiveness of selected non-psychotropic phytocannabinoids on human


sebocyte functions implicates their introduction in dry/seborrhoeic skin and acne treatment. Exp
Dermatol., v. 25, n. 9, pp. 701-7, PMID: 27094344. DOI: 10.1111/exd.13042, 2016.

O’SULLIVAN, S. E. Endocannabinoids and the Cardiovascular System in Health and Disease. Handb Exp
Pharmacol., n. 231, pp. 393-422, PMID: 26408169. DOI: 10.1007/978-3-319-20825-1_14, 2015.

PACHER, P.; KOGAN, N. M.; MECHOULAM, R. Beyond THC and Endocannabinoids. Annu Rev Pharmacol
Toxicol., n. 60, pp. 637-659, PMID: 31580774. DOI: 10.1146/annurev-pharmtox-010818-021441, 2020.

PAGANO, C. et al. Cannabinoids: Therapeutic Use in Clinical Practice. Int J Mol Sci., v. 23, n. 6, p. 3344.
DOI:10.3390/ijms23063344, 2022.

PAGANO, S. et al. Biological effects of Cannabidiol on normal human healthy cell populations: Systematic
review of the literature. Biomedicine & Pharmacotherapy, v. 132, 110728, ISSN 0753-3322. DOI: https://
doi.org/10.1016/j.biopha.2020.110728, 2020.

PAMPLONA, F. A.; SILVA, L. R. da, COAN, A. C. Potential Clinical Benefits of CBD-Rich Cannabis Extracts
Over Purified CBD in Treatment-Resistant Epilepsy: Observational Data Meta-analysis. Front Neurol., n.
9, p. 759, PMID: 30258398, PMCID: PMC6143706. DOI: 10.3389/fneur.2018.00759, 2018.

PAPADAKI, E. et al. Familial isolated primary hyperparathyroidism due to HRPT2 mutation. Hormones
(Athens), n. 12, pp. 602-603. DOI: 10.14310/horm.2002.1450, 2013.

PERALTA, L. et al. Human oocytes express CB1 and CB2 cannabinoid receptors and their localization
changes in the different oocyte maturation stages. In: IV EUROPEAN WORKSHOP ON CANNABINOID
RESEARCH, mai. 7-10, 2009, S. Lorenzo de El Escorial: Madrid, Spain, 146. Google Scholar. Anais [...]. S.
Lorenzo de El Escorial: Madrid, Spain, 2009.

RAJESH, M. et al. Cannabidiol attenuates cardiac dysfunction, oxidative stress, fibrosis, and inflammatory
and cell death signaling pathways in diabetic cardiomyopathy. J Am Coll Cardiol., v. 56, n. 25, pp. 2115-
25, PMID: 21144973, PMCID: PMC3026637. DOI: 10.1016/j.jacc.2010.07.033, 2010.

RESUEHR, D. et al. Progesterone-dependent regulation of endometrial cannabinoid receptor type 1


(CB1-R) expression is disrupted in women with endometriosis and in isolated stromal cells exposed to
2,3,7,8-tetrachlorodibenzo-p-dioxin (TCDD). Fertile Sterile, n. 98, pp. 948-956.e1, 2012.

RUSSO, E. B. Taming THC: potential cannabis synergy and phytocannabinoid-terpenoid entourage effects.
Br J Pharmacol., v. 163, n. 7, pp. 1344-1364. DOI: 10.1111/j.1476-5381.2011.01238.x, 2011.

SARNE, Y.; MECHOULAM, R. Cannabinoids: between neuroprotection and neurotoxicity. Curr Drug
Targets CNS Neurol Disord., v. 4, n. 6, pp. 677-84, PMID: 16375685. DOI: 10.2174/156800705774933005,
2005.

SCHWITZER, T. et al. The Endocannabinoid System in the Retina: From Physiology to Practical and
Therapeutic Applications. Neural Plasticity, v. 2016, ID 2916732, p. 10, 2016.

23
Referências

TURCOTTE, C. Impact of Cannabis, Cannabinoids and Endocannabinoids on the Lungs. Front Pharmacol.,
n. 7, p. 317. DOI:10.3389/fphar.2016.00317, 2016.

WALSH, K. B.; MCKINNEY, A. E.; HOLMES, A. E. Minor Cannabinoids: Biosynthesis, Molecular


Pharmacology and Potential Therapeutic Uses. Front Pharmacol., n. 12, p. 777804, PMID: 34916950,
PMCID: PMC8669157. DOI: 10.3389/fphar.2021.777804, 2021.

ZHELJAZKOV, V. D.; MAGGI, F. Valorization of CBD-hemp through distillation to provide essential oil and
improved cannabinoids profile. Sci Rep., v. 11, n. 1, p. 19890, PMID: 34615971, PMCID: PMC8494916.
DOI: 10.1038/s41598-021-99335-4, 2021.

Imagens
ACTIVE PHARMACEUTICA. Mecanismos de ação neuronal entre receptores e canabinoides. Disponível
em: https://activepharmaceutica.com.br/blog/o-que-e-o-sistema-endocanabinoide-e-como-ele-atua-
em-nosso-organismo. Acesso em: 28 fev. 2023.

AJGP. Ilustração das precauções com a Cannabis Medicinal. Disponível em: https://www1.racgp.org.
au/ajgp/2021/june/a-primer-on-medicinal-cannabis-safety-and-potentia. Acesso em: 20 fev. 2023.

BEACHES RECOVERY. Pessoa com taquicardia. Disponível em: https://www.beachesrecovery.com/rehab-


blog/weed-panic-attack/. Acesso em: 17 fev. 2023.

CATÁLOGO ABRACE ESPERANÇA. Exemplo de spray nasal feito no Brasil através da associação
Abrace Esperança. Imagem extraída do catálogo de produtos Abrace Esperança (para uso médico), s.d.

ELEVARE LABS. Exemplo de colírio de CBD. Disponível em: https://elevarelabs.com/product/cbd-eye-


drops/. Acesso em: 20 fev. 2023.

EVERY DAY HEALTH. Cannabis Medicinal. Disponível em: https://www.everydayhealth.com/marijuana/


medical-marijuana-cannabidiol-cbd/. Acesso em: 17 fev. 2023.

GOOD RX. Profissional farmacêutica com tintura de CBD. Disponível em: https://www.goodrx.com/
hcp/providers/what-is-cbd-used-for. Acesso em: 17 fev. 2023.

HEALTHEUROPA. Flores de Cannabis para fins medicinais. Disponível em: https://www.healtheuropa.


com/medical-cannabis-dilemma/89960/. Acesso em: 1º de mar. 2023.

HEALTH LINE. Exemplo de supositórios à base de Cannabis. Disponível em: https://www.healthline.


com/health/healthy-sex/cbd-suppositories-better-less-painful-sex. Acesso em: 20 fev. 2023.

HOUSE OF WEED. Shen-Nung e Cannabis. Disponível em: https://houseofweed.cl/blogs/cultura/historia-


cannabis. Acesso em: 28 fev. 2023.

LUXURY LIFESTYLE MAG. Exemplo de injetável à base de Cannabis. Disponível em: https://
www.luxurylifestylemag.co.uk/health-wellbeing/the-doctor-will-cbd-you-now-could-cbd-injections-be-
the-future/. Acesso em: 20 fev. 2023.

MDPI. Ilustração do Esquema simplificado representando a transmissão sináptica. Disponível em:


https://www.mdpi.com/1422-0067/19/3/833. Acesso em: 17 fev. 2023.

24
Referências

MINISTRY OF HEMP. Exemplo de produtos tópicos à base de Cannabis. Disponível em: https://
ministryofhemp.com/blog/best-cbd-topicals-cream/. Acesso em: 17 fev. 2023.

SPERO CBD. Uso sublingual do óleo de CBD. Disponível em: https://www.sperocbd.com/2022/01/11/


sublingual-cbd-a-complete-guide/. Acesso em: 20 fev. 2023.

SUPPORT HEALTH. Pilares da Medicina Integrativa. Disponível em: https://www.supporthealth.com.br/


artigos/medicina-integrativa-o-que-e-e-seus-principais-beneficios/. Acesso em: 20 fev. 2023.

TEGRA PHARMA. Exemplo de receita simples. Disponível em: https://tegrapharma.com/como-


prescrever-cannabis-medicinal-no-brasil/. Acesso em: 20 fev. 2023.

THE VAPE GUIDE. Exemplo de vaporizador portátil de excelente qualidade para vaporizar Cannabis.
Disponível em: https://thevape.guide/reviews/mighty-plus-review/. Acesso em: 20 fev. 2023.

WIKIPEDIA. Andrew W. Mellon. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Andrew_W._Mellon. Acesso


em: 1º mar. 2023.

WIKIPEDIA. Harry Aslinger. Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/Harry_J._Anslinger. Acesso em:


1º mar. 2023.

Tabelas
Tabela 1. Exemplos de patologias tratáveis (direta ou indiretamente). Fonte: elaborada pelo autor.

Tabela 2. Exemplos de patologias tratáveis (direta ou indiretamente). Fonte: elaborada pelo autor.

Tabela 3. Exemplos de patologias tratáveis (direta ou indiretamente). Fonte: elaborada pelo autor.

Tabela 4. Exemplos de patologias tratáveis (direta ou indiretamente). Fonte: elaborada pelo autor.

Tabela 5. Tipos de câncer e efeitos adversos tratáveis. Fonte: elaborada pelo autor.

Tabela 6. Tipos de câncer e efeitos adversos tratáveis. Fonte: Kaya Mind, 2022.

Tabela 7. Patologias de maior número de estudos científicos e clínicos (duplos-cegos, controlados


por placebo, ensaios clínicos em humanos) considerados “padrão-ouro” e com efeitos terapêuticos
comprovados. Fonte: CannaKeys, s.d.

25

Você também pode gostar