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UTILIZAÇÃO DA

CANNABIS PARA FINS


TERAPÊUTICOS
UNIDADE IV
EVIDÊNCIAS CONSISTENTES DO
EMPREGO TERAPÊUTICO DA
CANNABIS
Elaboração
Prof. Dr. Victor Guilherme Pichek

Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
SUMÁRIO

UNIDADE IV
EVIDÊNCIAS CONSISTENTES DO EMPREGO TERAPÊUTICO DA CANNABIS...................................5

CAPÍTULO 1
DADOS RELEVANTES DOS ESTUDOS DA CANNABIS MEDICINAL........................................... 5
CAPÍTULO 2
EPILEPSIA............................................................................................................................. 7
CAPÍTULO 3
DOR CRÔNICA................................................................................................................... 10
CAPÍTULO 4
TRANSTORNOS DE ANSIEDADE E PÂNICO.......................................................................... 13
CAPÍTULO 5
ESCLEROSE MÚLTIPLA........................................................................................................ 16
REFERÊNCIAS.........................................................................................................................20
EVIDÊNCIAS
CONSISTENTES DO
EMPREGO TERAPÊUTICO
UNIDADE IV
DA CANNABIS

Capítulo 1
DADOS RELEVANTES DOS ESTUDOS DA CANNABIS
MEDICINAL

A Cannabis medicinal é, sem sombra de dúvidas, a terapêutica de maior interesse


de estudos no meio científico; não é toa que hoje há mais de 40.000 publicações
relacionadas (dados Pubmed). Contudo, o grande empecilho ainda é a restrição da
planta em diversos países do mundo, pois imperam interesses políticos e econômicos
que barram a total liberdade para os avanços possíveis.

Comprovações da prática clínica com resultados surpreendentes de pacientes


são incontáveis, e muitos chegam a pensar em “milagres” pelo renascimento
pós-tratamento em diversos casos, como de patologias até então intratáveis.

Para a comunidade científica, os ensaios clínicos randomizados (ECR) são os estudos


considerado “padrão-ouro”. Nesse sentido ainda existe barreira, porque, apesar das
milhares de publicações, o número de ECRs são pouco expressivos. Obviamente
isso ocorre pelos motivos acima citados e pelos bloqueios derivados de interesses
que não permitem que os cientistas possam utilizar a planta por completo. Por isso,
limitam-se muitas vezes a canabinoides sintéticos ou medicamentos já liberados, o
que também é um grande limitador, pois esses estudos necessitam da participação
dessas indústrias.

À medida que mais estados autorizam o uso de Cannabis medicinal, as oportunidades


começam a surgir e há necessidade crescente de evidências clínicas de alta qualidade
que descrevam sua eficácia e sua segurança para que os profissionais de saúde se
sintam seguros em prescrever o tratamento, assim como para que a população não
encontre dúvidas em relação aos resultados.

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Mesmo nesse cenário a Cannabis avança a passos largos. Dados da maior plataforma
do mundo de busca de publicações de estudos científicos, a Pubmed, confirmam a
expansão do assunto no planeta. Veja os números:

» 42.500 estudos científicos relacionados à Cannabis;

» 30.000 só de 2010 a 2022;

» mais de 4.300 só em 2022 (recorde de todos os anos).

Também de acordo com o Anuário da Cannabis no Brasil 2022, desenvolvido pela


empresa privada de pesquisas Kaya Mind, o número de registros de pacientes até
agosto de 2022 era de 187.500 no total. Dentre as patologias mais procuradas, estão:

Tabela 6. Anuário da Cannabis no Brasil (2022) – Patologias mais procuradas.

» Dor 11,1% » Parkinson 5,2%


» Ansiedade 9,5% » Epilepsia 4,9%
» Alzheimer e outras demências 8,5% » Fibromialgia 4,6%
» Depressão 7,1% » Insônia 3,7%
» Transtorno do espectro autista (TEA) 6,7% » Cefaleia e cervicalgia 2,6%

Fonte: Kaya Mind, 2022.

Outra plataforma muito interessante para busca de estudos é a CannaKeys, que


tem o foco exclusivo em estudos científicos da Cannabis nos EUA. Ela aponta
que, dentre as patologias de maior número de estudos científicos e clínicos
(duplos-cegos, controlados por placebo, ensaios clínicos em humanos), considerados
“padrão-ouro” e com efeitos terapêuticos comprovados, temos os seguintes números:

Tabela 7. Patologias de maior número de estudos científicos e clínicos (duplos-cegos, controlados por
placebo, ensaios clínicos em humanos) considerados “padrão-ouro” e com efeitos terapêuticos comprovados.

» Epilepsia (46) » Disfunção cognitiva (18)


» Dor crônica (42) » Neuropatia periférica (17)
» Efeitos adversos da maconha (40) » Dor aguda (16)
» Transtornos de ansiedade e pânico (37) » Esquizofrenia (16)
» Esclerose múltipla (32) » Estresse e dificuldade de gestão da vida (16)
» Transtornos do uso da cânabis (29) » Autismo e transtornos invasivos do desenvolvimento (15)
» Náuseas e vômitos (26) » HIV/AIDS (13)
» Náusea e vômito induzido por quimioterapia (24) » Síndrome de Dravet (12)
» Insônia e distúrbio do sono (22) » Dependência e overdose de opioides (12)
» Psicose (20) » Transtornos do estresse pós-traumático (12)

Fonte: CannaKeys, s.d.

Esses números inexpressivos, perto da proporção geral de estudos relacionados, já


trazem muita segurança em relação a muitas patologias e são apenas o início de
grandes descobertas. Contudo, os sintomas tratados são fortes indícios para inúmeras
outras doenças até então não investigadas.

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Capítulo 2
EPILEPSIA

A epilepsia é uma alteração temporária e reversível do funcionamento do cérebro e


se expressa por crises epilépticas repetidas.

Sintomas:

» crise convulsiva ou ataque epiléptico;

» crise do tipo ausência ou desligamentos;

» crise parcial complexa ou “alerta”; e

» crises que podem provocar quedas ao solo sem nenhum movimento; contrações;
percepções visuais ou auditivas estranhas; ou, ainda, alterações transitórias da
memória.

Evidências consistentes do emprego terapêutico da Cannabis na epilepsia


segundo CannaKeys:

» 291 estudos primários e relacionados;

» 46 estudos clínicos com efeitos terapêuticos comprovados;

» 149 estudos com o canabinoide CBD predominante;

» 18 estudos com o canabinoide THC predominante; e

» 6 estudos com os canabinoides CBD:THC 1x1.

2.1. Qual é o objetivo do tratamento com a Cannabis


para a epilepsia?
O principal objetivo é a redução da frequência das crises, com mínimos efeitos
colaterais, proporcionando estabilidade e qualidade de vida para os pacientes.

Canabinoides mais indicados:

» CBD (oral) – Maior quantidade de estudos e prática clínica.

» THC (oral /spray nasal 5mg/ml) – Oral sempre acompanhado de CBD em grandes
proporções.

» THCV/THCA/CBDV – Alguns estudos apontam eficácia, mas é aconselhável em


conjunto com o CBD para melhores resultados.

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2.2. Amostra de estudos do tratamento canabinoide


para epilepsia

2.2.1. Estudo 1

De acordo com a metanálise clínica “Eficácia e perfil de eventos adversos de canabidiol


e Cannabis medicinal para epilepsia resistente ao tratamento: revisão sistemática e
metanálise” (tradução livre), de 2019, Brasil, verificam-se os seguintes dados:

» 236 artigos selecionados no geral;

» 16 selecionados para análise descritiva;

» 4 selecionados para a metanálise;

» os tratamentos com CBD foram eficazes em comparação com o placebo,


independentemente da dose administrada;

» a metanálise apresentada indicou que o tratamento é seguro, mas sugere a


necessidade de mais evidências; e

» concluiu que o tratamento com CBD para epilepsia é eficaz na redução da


frequência de convulsões.

2.2.2. Estudo 2

Metanálise clínica “Canabidiol: uma revisão da eficácia clínica e segurança na


epilepsia” (tradução livre), de 2019, EUA:

» não indica a quantidade exata de estudos da metanálise, mas cita inúmeros


artigos;

» ensaios clínicos randamizados de boa qualidade mostraram efeito positivo do


CBD na síndrome de Dravet e Lennox-Gastaut (LGS);

» ensaios controlados e randomizados revelaram que a redução real na frequência


de convulsões em resposta ao CBD é comparável a outras drogas antiepilépticas;

» alta taxa de efeitos adversos foi observada nos estudos controlados; e

» supervisão médica adequada é necessária para monitorar e administrar a dose


adequada, os efeitos colaterais, a validade do produto e possíveis interações
medicamentosas.

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2.2.3. Estudo 3

Teste humano “Cannabis medicinal para epilepsia grave resistente ao tratamento em


crianças: uma série de casos de 10 pacientes” (tradução livre), 2021, Europa:

» dez crianças, com 18 anos ou menos, com epilepsias intratáveis foram


​​ recrutadas
de duas instituições de caridade;

» os participantes foram tratados com uma variedade de óleos de CBD full


spectrum;

» a frequência de convulsões em todos os 10 participantes foi reduzida em 86%,


sem eventos adversos significativos;

» o uso de drogas antiepilépticas foi reduzido de uma média de 7 para 1 após o


tratamento com Cannabis medicinal; e

» o estudo estabelece a viabilidade do CBD full spectrum como medicamento


eficaz e bem tolerado para reduzir a frequência de convulsões em crianças que
sofrem de epilepsias intratáveis.

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Capítulo 3
DOR CRÔNICA

A dor crônica é aquela que persiste por mais de três meses ou após um mês desde a
resolução de uma lesão.

Sintomas:

» dor muscular ou dor articular;

» queimação e/ou pontada;

» fadiga;

» insônia;

» ansiedade;

» irritabilidade; e

» depressão.

Evidências consistentes do emprego terapêutico da Cannabis na dor crônica


segundo CannaKeys:

» 373 estudos primários e relacionados;

» 42 estudos clínicos com efeitos terapêuticos comprovados;

» 57 estudos com o canabinoide CBD predominante;

» 48 estudos com o canabinoide THC predominante; e

» 40 estudos com os canabinoides CBD:THC 1x1.

3.1. Qual é o objetivo do tratamento com a Cannabis


para a dor crônica?
O principal objetivo é a redução das dores e o tratamento dos sintomas causadores do
desequilíbrio neuronal (insônia, ansiedade, depressão...).

Canabinoides mais indicados:

» CBD (oral/tópico) – Menores resultados analgésicos, mas fundamental ao


tratamento.

» THC (oral /inalado) – Maiores resultados, mas sempre acompanhado de CBD em


variadas proporções ou 1:1.

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» Delta-8, CBC, CBG e CBGA – Alguns estudos apontam eficácia analgésica, mas há
poucos estudos em relação aos demais.

3.2. Amostra de estudos do tratamento canabinoide


para dor crônica

3.2.1. Estudo 1

Teste humano “Cannabis medicinal para o tratamento da dor crônica refratária:


uma investigação do perfil de eventos adversos e do impacto na qualidade de vida
relacionada à saúde de uma formulação oral” (tradução livre), 2022, Europa:

» 151 pacientes, adultos com 18 anos ou mais, com sintomas de dor de pelo menos
3 meses de duração;

» todos foram tratados com o quimiotipo II (CBD/THC - 1:1);

» os dados foram coletados entre dezembro de 2018 e maio de 2020;

» 60,3% da coorte total de análise de efeitos adversos (EA) experimentou pelo


menos um EA;

» a maioria dos EAs relatados (85,7%) foram leves (grau 1), em oposição a
moderados (27,6%; grau 2) ou graves (5,1%; nota 3) em intensidade;

» os resultados demonstraram efeito significativamente positivo no impacto da dor


(47,9%); e

» a redução na intensidade da dor gerou efeito positivo na qualidade de vida dos


pacientes.

3.2.2. Estudo 2

Metanálise clínica “Produtos à base de Cannabis para dor crônica: uma revisão
sistemática” (tradução livre), 2022, EUA:

» 18 estudos randomizados, controlados por placebo, e 7 estudos de coorte,


principalmente de curto prazo (1 a 6 meses);

» 56% pacientes inscritos com dor neuropática (maioria mulheres);

» os estudos de canabinoides foram separados de acordo com suas proporções de


THC para CBD, sendo THC++/CBD-, THC/CBD 1: e CBD++/THC-;

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» produtos com altas proporções de THC para CBD (THC++/CBD-) e produtos THC/
CBD 1:1 foram associados a melhorias de curto prazo na dor crônica e a um
aumento do risco de tontura e sedação; e

» produtos com alta proporções de CBD para THC (CBD++/THC-) no curto prazo
não apresentaram evidências suficientes para conclusões.

3.2.3. Estudo 3

Teste humano “Cannabis e dor crônica intratável: uma análise retrospectiva


exploratória de uma coorte italiana de 614 pacientes” (tradução livre), 2017, Itália:

» 614 participantes, idade média de 61 anos (maioria do sexo feminino);

» 92% dos pacientes no estudo usaram Bedrocan com alto teor de THC e baixo
teor de CBD;

» 76,2% dos pacientes continuaram a terapia com canabinoides, e 23,8%


interromperam o tratamento devido a efeitos colaterais e outros motivos
particulares;

» não houve queixas de efeitos colaterais graves;

» o estudo reconhece que o CBD é importante por sua capacidade de mitigar a


euforia e outros efeitos colaterais causados ​​pelo THC, além da soma dos seus
efeitos terapêuticos; e

» os resultados afirmam que o tratamento parece ser eficaz e seguro para a


maioria dos pacientes.

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Capítulo 4
TRANSTORNOS DE ANSIEDADE E PÂNICO

Transtornos de ansiedade são aqueles que compartilham características de medo


e ansiedade excessivos e perturbações comportamentais relacionadas, e pânico é
caracterizado por crises de ansiedade repentinas e muito intensas.

Sintomas:

» angústia e preocupações excessivas;

» inquietação, medo e pavor;

» aperto no peito ou palpitação;

» falta de ar ou náuseas;

» cólica abdominal;

» transpiração excessiva ou formigamentos; e

» tonturas, tremores ou calafrios.

Evidências consistentes do emprego terapêutico da Cannabis em transtornos de


ansiedade e pânico segundo CannaKeys:

» 364 estudos primários e relacionados;

» 37 estudos clínicos com efeitos terapêuticos comprovados;

» 98 estudos com o canabinoide CBD predominante;

» 29 estudos com o canabinoide THC predominante*;

» 12 estudos com os canabinoides CBD:THC 1x1*;

*O THC pode produzir profunda sensação de relaxamento e sedação, mas o efeito


terapêutico e adverso é muito próximo.

4.1. Qual é o objetivo do tratamento com a Cannabis


para transtornos de ansiedade e pânico?
Proporcionar efeitos ansiolíticos e agir como modulador dos neurotransmissores
que estão em desbalanço na área cerebral afetada pela ansiedade. Assim, atuam no
equilíbrio neuronal e consecutivamente na estabilização dos sintomas.

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Canabinoides mais indicados:

» CBD (oral/inalado) – Maiores resultados como ansiolítico.

» THC (oral) – Sempre em conjunto com o CBD e em pequenas proporções.

» Delta-8, CBN, CBNA – Alguns estudos apontam eficácia ansiolítica, mas com
poucos estudos em relação aos demais.

4.2. Amostra de estudos do tratamento canabinoide


para transtornos de ansiedade e pânico

4.2.1. Estudo 1

Teste humano “Canabidiol para transtornos de ansiedade resistentes ao tratamento


em jovens: um estudo aberto” (tradução livre), 2022, Austrália:

» 31 jovens, de 12 a 25 anos com transtorno de ansiedade e sem melhora com


tratamentos convencionais;

» todos os participantes receberam CBD por 12 semanas, titulado até 800 mg/dia;

» o desfecho primário foi a melhora na gravidade da ansiedade, medida com


a Escala de Gravidade e Comprometimento da Ansiedade Geral (OASIS), na
semana 12;

» os escores médios (DP) da OASIS diminuíram 42,6% na semana 12, e os sintomas


depressivos melhoraram significativamente;

» 80,6% dos participantes tiveram efeitos adversos que incluíram fadiga, humor
deprimido e ondas de calor ou calafrios, mas não houve eventos adversos
graves e/ou inesperados; e

» conclui que o CBD pode reduzir a gravidade da ansiedade e tem perfil de


segurança adequado.

4.2.2. Estudo 2

Ensaio humano duplo-cego “Efeitos ansiolíticos do tratamento repetido com canabidiol


em adolescentes com transtornos de ansiedade social” (tradução livre), 2019, Japão:

» 37 jovens, de 18 a 19 anos, com TAS e transtorno de personalidade esquiva;

» receberam, em um estudo duplo-cego, óleo de CBD 300 mg ou placebo,


diariamente, por 4 semanas;

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» os sintomas foram medidos no início e no final do período de tratamento usando


o Questionário de Medo de Avaliação Negativa e Escala de Ansiedade Social de
Liebowitz;

» nenhum dos participantes apresentou queixa significativa dos efeitos colaterais;

» no geral o CDB diminuiu significativamente a ansiedade medida por ambas as


escalas; e

» os resultados indicam que o CBD pode ser opção útil para tratar a ansiedade
social.

4.2.3. Estudo 3

Metanálise clínica “Uma revisão de escopo do uso de canabidiol em transtornos


psiquiátricos” (tradução livre), 2021, EUA:

» 16 ensaios controlados randomizados ou estudos dentro do assunto investigando


o CBD como opção de tratamento para transtornos psiquiátricos;

» o objetivo dessa revisão é servir como guia para os profissionais de saúde


mental;

» as descobertas preliminares mais promissoras estão relacionadas ao uso de


CBD em sintomas psicóticos e ansiedade;

» a revisão conclui que o uso de CBD é seguro e bem tolerado; e

» apresenta efeitos positivos mais promissores em pacientes com transtornos de


ansiedade.

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Capítulo 5
ESCLEROSE MÚLTIPLA

A esclerose múltipla é uma doença neurológica, crônica e autoimune. Nesse caso, as


células de defesa do organismo atacam o próprio sistema nervoso central, provocando
lesões cerebrais e medulares.

Sintomas:

» fadiga;

» alterações fonoaudiológicas;

» transtornos visuais;

» problemas de equilíbrio e coordenação;

» espasticidade;

» transtornos cognitivos;

» transtornos emocionais; e

» sexualidade.

Evidências consistentes do emprego terapêutico da Cannabis na esclerose


múltipla segundo CannaKeys:

» 188 estudos primários e relacionados;

» 32 estudos clínicos com efeitos terapêuticos comprovados;

» 55 estudos com o canabinoide CBD predominante;

» 26 estudos com o canabinoide THC predominante; e

» 22 estudos com os canabinoides CBD:THC 1x1.

5.1. Qual é o objetivo do tratamento com a Cannabis


para esclerose múltipla?
Proporcionar benefícios para a redução da dor central e periférica, a espasticidade, a
inflamação, a incontinência urinária, a melhora da qualidade de vida e a insônia.

Canabinoides mais indicados:

» CBD (oral/inalado) – Tão importante quanto THC.

» THC (oral/inalado) – Sempre em conjunto com o CBD.

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» Delta-8, CBN, CBNA, CBC, THCA, THCVA, CBGA, CBGV, CBCA, CBCVA – Alguns
estudos apontam eficácia ansiolítica, anti-inflamatória, e em alguns também
como antiespasmódicos, mas estes canabinoides ainda possuem poucos
estudos em relação aos demais.

5.2. Amostra de estudos do tratamento canabinoide


para esclerose múltipla

5.2.1. Estudo 1

Teste humano “Canabinoides na esclerose múltipla: uma análise neurofisiológica”


(tradução livre), 2020, Itália:

» 15 pacientes com EM progressiva (11 mulheres) usando escalas clínicas para


espasticidade e dor, bem como variáveis neurofisiológicas;

» tratamento padrão com spray oral sublingual com THC e CBD 1:1;

» os escores de espasticidade e dor melhoraram (escala de classificação numérica


para espasticidade e escala visual analógica para dor); e

» resultados do estudo indicam melhora da espasticidade e da dor em pacientes


com EM progressiva secundária.

5.2.2. Estudo 2

Teste humano “Segurança e eficácia de óleos de Cannabis medicinal de baixa


dosagem na esclerose múltipla” (tradução livre), 2021, Dinamarca:

» 28 pacientes com EM foram tratados com óleos de Cannabis medicinal de todos


os três quimiotipos de Cannabis (THC, CBD/THC 1:1 e CBD) por 4 semanas;

» os efeitos colaterais mais relatados foram boca seca, sonolência, tontura e náusea
(níveis de THC > 2 mg/mL);

» diminuições significativas de dor, espasticidade e intensidade do distúrbio


do sono foram relatadas para pacientes tratados com produtos com THC
(10-25 mg/mL);

» também foram observadas reduções em dor, espasticidade e distúrbios do


sono entre os pacientes tratados com o produto predominante de CBD; e

» o estudo resultou em redução na percepção de intensidade da dor, espasticidade


e distúrbios do sono em pacientes com EM.

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5.2.3. Estudo 3

Metanálise clínica “Sativex no tratamento da espasticidade relacionada à esclerose


múltipla: uma visão geral da última década de avaliação clínica” (tradução livre),
2018, Itália:

» não foi citado o número de estudos, mas engloba todos as pesquisas clínicas com
Sativex nos últimos 10 anos (2007 a 2017);

» em comparação com as terapias existentes, o Sativex tem a vantagem de ser


tratamento não invasivo para os pacientes;

» as inúmeras evidências até agora demonstraram a eficácia do Sativex como


terapia adjuvante em pacientes com EM resistentes às terapias existentes;

» baixa incidência de reações adversas relacionadas ao Sativex indica o bom perfil


de segurança e sua tolerabilidade; e

» no geral, o Sativex pode representar nova oportunidade para muitos pacientes


afetados por diferentes condições nas quais a espasticidade é resistente aos
antiespásmódicos comuns.

5.3. Encerramento da disciplina – Utilização da


Cannabis medicinal para fins terapêuticos
O que podemos concluir com esta disciplina?

» A Cannabis medicinal contém inúmeros canabinoides, com diferentes mecanismos


de ação, que atuam no organismo como um todo.

» Eles agem beneficamente em todos os sistemas, de diferentes formas.

» Antes de prescrevê-los, primeiramente devem-se conhecer bem os canabinoides,


suas indicações e os fatores de risco.

» A dose é personalizada, o tratamento deve começar baixo e seguir devagar até a


dose ideal, e o acompanhamento do paciente é fundamental.

» Todos os medicamentos alopáticos que são metabolizados pelo fígado podem


interagir com a Cannabis e precisam de acompanhamento médico.

» É importante realizar o exame TGO/TGP para avaliar as funções hepáticas no início


e no decorrer do tratamento, caso o paciente faça uso de outros medicamentos
possíveis de interação.

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EVIDÊNCIAS CONSISTENTES DO EMPREGO TERAPÊUTICO DA CANNABIS | UNIDADE iv

» Para praticamente todas as patologias existentes, algum canabinoide trará


contribuição ao tratamento.

» A Cannabis medicinal é um medicamento seguro, mas é necessário entender o


todo do paciente e adequá-lo à melhor composição/dose limite.

Figura 19. Cannabis medicinal.

Fonte: https://www.everydayhealth.com/marijuana/medical-marijuana-cannabidiol-cbd/.

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REFERÊNCIAS

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Tabelas
Tabela 1. Exemplos de patologias tratáveis (direta ou indiretamente). Fonte: elaborada pelo autor.

Tabela 2. Exemplos de patologias tratáveis (direta ou indiretamente). Fonte: elaborada pelo autor.

Tabela 3. Exemplos de patologias tratáveis (direta ou indiretamente). Fonte: elaborada pelo autor.

Tabela 4. Exemplos de patologias tratáveis (direta ou indiretamente). Fonte: elaborada pelo autor.

Tabela 5. Tipos de câncer e efeitos adversos tratáveis. Fonte: elaborada pelo autor.

Tabela 6. Tipos de câncer e efeitos adversos tratáveis. Fonte: Kaya Mind, 2022.

Tabela 7. Patologias de maior número de estudos científicos e clínicos (duplos-cegos, controlados


por placebo, ensaios clínicos em humanos) considerados “padrão-ouro” e com efeitos terapêuticos
comprovados. Fonte: CannaKeys, s.d.

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