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Considerado uma das principais figuras do teatro americano Sanford Meisner foi um dos fundadores da
companhia de teatro The Group Theatre, grupo que revolucionou as artes cênicas nos anos 30 nos Estados
Unidos. Neste grupo estavam Sanford Meisner, Lee Strasberg e Stela Adler, três nomes fundamentais e
criadores cada um de uma escola diferente de teatro. Os três foram inspirados no sistema criado por Constantin
Stanislavski e a partir desta matriz formularam seus métodos próprios. Sanford Meisner e Stela Adler apoiaram-
se nas descobertas feitas por Stanislavski no final de sua vida mas Meisner em linhas gerais apoiou-se na
imaginação em contraposição a Lee Strasberg que desenvolveu sua técnica baseando-se na memória afetiva.
O método desenvolvido por Meisner inicia-se com uma série de exercícios para eliminar a
intelectualização dos atores, liberando suas respostas orgânicas, instintivas e a escuta do momento
presente. A escuta é a base da técnica criada por Meisner pois parte do principio de que o ator deve
estar disponível e em resposta ao que está acontecendo enquanto está acontecendo. Com isso o ator
passa a estar completamente conectado ao outro e ao aqui e agora. Os exercícios iniciais fortalecem a
escuta aberta apesar das dificuldades encontradas durante a atuação. Com esses exercícios o ator
consegue livrar-se de toda a manipulação mental e consegue conectar-se aos seus impulsos e instintos
e assim passa a jogar com a fonte de toda a criatividade orgânica que são os seus impulsos internos.
O trabalho nesta técnica inicialmente constrói uma fundação sólida para aqueles que não tem
experiência. Entretanto, para aqueles que já tem experiência cênica este trabalho é ainda mais potente
pois vai colocar em questão todos os hábitos do ator. Todos os padrões, truques e crenças
desenvolvidos por um ator são modificados através dos exercícios desenvolvidos por Sanford Meisner.
Este método é um processo orgânico e gradual. Cada aula planta uma semente para o próximo passo. A
abordagem é saudável porque se apóia naquilo que o ator é hoje e não nas suas memórias ou traumas.
Após a construção de uma base sólida na qual os hábitos e pré-concepções foram abandonados o ator
passa a desenvolver exercícios nos quais ele se torna autor da própria narrativa. Estes exercícios
fortalecem o ponto de vista do ator e aprofundam a sua capacidade de utilizar tecnicamente aquilo que
tem significado pessoal. O treinamento é apoiado no desenvolvimento da imaginação do ator e não está
baseado em suas memórias afetivas. O seu universo pessoal passa a ser a raiz para o desenvolvimento
etapa do curso os exercícios são configurados como um ponto inicial pré-concebido pelo ator e
trabalhado então em cena através de improvisações. Com isso o ator passa a se desenvolver como
improvisador e obtém uma importante chave para posteriormente interpretar um texto dramático. Assim
ele passa a ter ferramentas reais para lidar com a necessidade de manter viva a mesma cena dia após
dia em uma peça de teatro ou take após take num filme. Através deste treinamento ele passa a agir
baseado nos seus impulsos, nos seus instintos e consequentemente sua atuação torna-se menos mental
Nesta técnica as emoções acontecem livremente porque a atenção do ator não está em se emocionar
mas sim na realidade e na verdade daquilo que ele está fazendo. Quando o ator não está focado em ser
emocional as emoções brotam de uma forma muito mais livre se conectadas a ações carregadas de
significado. Atuar não é se emocionar: atuar é fazer algo. Claro que atuar demanda uma habilidade do
ator em acessar seu mundo emocional. E isso acontece através da realização de ações extremamente
significativas. Para isso o ator deve ser capaz de isolar aquilo que ele deve cumprir em cada cena, ser
capaz de encontrar as suas ações e como se conectar e dar verdade a elas e este é o objeto da terceira
parte do curso.
A terceira etapa é um trabalho com cenas teatrais ou cinematográficas nas quais os atores aprendem
como analisar uma cena e como se preparar para ela. Nas palavras de Sanford Meisner: “Atuar é a
habilidade de viver verdadeiramente sob circunstâncias imaginárias”. Atuar é fazer, cumprir, realizar
algo. Um personagem se define através de como ele faz o que ele tem que realizar. A fonte de um
personagem, aquilo que vai moldar como o personagem faz o que ele tem que fazer é o seu ponto de
vista. Cada personagem é orientado através de um desejo profundo que dá forma as coisas que ele diz,
como ele responde as pessoas a sua volta e como ele responde ao que ele deseja e tem que realizar. É
vital fazer o ator entrar em contato com a natureza específica dos desejos e objetivos do personagem
que ele está fazendo. Este curso tem como objetivo abordar todas estas questões fornecendo para o
Arthur Miller uma vez falou sobre os alunos de Sanford Meisner: “Eles são
VÍDEOS
Tudo o que não é visto é o que te faz falar. É o que precisa de palavras.
TÉCNICA DA REPETIÇÃO
Objetivo: fazer sair (ou o seu cérebro) do cotidiano. Sai do julgamento, da análise.
Tudo isso até você chegar em um ponto onde a partir do passo a passo da repetição, que vai se
dando evolutivamente e gradualmente (agregar outros elementos ou seja vários níveis), você
consegue ter todos os elementos (atividades, ações) necessários para uma cena: Ação (foco e
propósito) sempre com estímulo de outro parceiro, relação bem firmada (quem é essa pessoa
com quem você está falando), objetivo claro na cena (o que veio fazer, o porque você está
fazendo isso).
- Leitura mecânica. Palavras secas. Depois nas cenas é que elas devem aparecer. Para não ter
nenhuma idéia preconcebida do que vai acontecer.