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Eu suspeito que você não encontrou dificuldade para ler a sentença “The cat sit by
the door” muito embora o símbolo para o H é exatamente igual ao símbolo para A. É uma
questão de contexto. O símbolo foi posicionado de tal forma que influenciou a sua
decodificação. Do mesmo modo o contexto ou o ambiente que cerca nosso campo visual
influência como nos vemos estímulos particulares.
O mesmo é verdade para nossos outros sentidos, audição, tato, paladar e olfato. É
como se nos experimentássemos uma comida que envolve a sensação de cheiro, tato e
paladar e que podem ser dramaticamente influenciadas pela atmosfera em que foi
servida. Essa é a regra básica de restaurantes de negócios. É claro que outros fatores
também influenciam as sensações, incluindo a fome e a experiência passada com uma
comida igual ou parecida.
Vamos dar uma olhada na Figura 5.3. Como você classificaria o homem do
desenho a esquerda.
(Serviço de Estacionamento)
Figura 5.3 – O contexto ambiental influencia a percepção pessoal do homem com uniforme.
Agora eu gostaria que você lesse a sentença da Figura 5.6 com a intenção de
entender o que significa a sentença.
A sentença pode parecer sem sentido, mas trate a sentença como um memorando
que você tenha recebido de um colega ou supervisor. Alguns destes memorando parecem
sem sentido também. A sua experiência passada de ler memorandos, assim como o seu
humor no momento, pode influenciar como você percebe e reage ao memorando.
(Arquivos finalizados são resultados de anos de estudos científicos combinados com a experiência de
muitos anos)
Figura 5.6 – Experiências passadas podem nos ensinar a passar por cima de detalhes.
Depois de ler a sentença que está na Figura 5.6 volte, e rapidamente conte o
numero de letras “Fs” na frase. Anote sua resposta. Quando eu mostro aos participantes
do workshop esta sentença e faço a mesma pergunta, a maioria responde “três”. Alguns
gritam “seis” geralmente porque eles já tinham visto a apresentação antes. “Seis” é a
resposta correta, mas mesmo sabendo disso, algumas pessoas não conseguem
encontrar mais de três “Fs” na sentença. Por quê?
Quando eu fiz esse exercício pela primeira vez há muitos anos atrás, eu mostrei a
sentença as minhas duas filhas e as duas responderam imediatamente seis “Fs”. Karly
estava no jardim de infância e Krista estava na segunda série. Nenhuma das duas
conseguia entender as palavras.
Minha esposa teve a mesma dificuldade que eu tive, e conseguiu ver apenas três
“Fs”. Eu me lembro de olhar para a sentença e várias vezes tentar achar os seis “Fs”, mas
sem sucesso. Minha experiência passada com leitura veloz havia me condicionado a
simplesmente passar por cima de pequenas e não essenciais palavras como o “of”; eu
simplesmente não percebi os “Fs” nos três “Ofs”. Minha história havia influenciado a
minha percepção. Eu aposto que você teve uma experiência similar se você não tivesse
visto essa demonstração antes. E se você já há tivesse visto, então esta experiência
influenciou a sua percepção atual da Figura 5.6.
Finalmente, olhe para a mulher na Figura 5.7.
Figura 5.7 – Olhando este rosto por diferentes orientações (virando-se o livro de cabeça para baixo
proporcionará uma percepção diferente).
Note algo estranho, algo além do fato da figura estar de ponta cabeça. O rosto é
relativamente atraente, ou pelo menos normal. Agora vire o livro de ponta cabeça e olhe o
rosto da mulher na orientação normal. Sua percepção mudou? Por que você não notou
sua desajeitada (na verdade feia) boca quando a figura estava de ponta cabeça? Talvez
os dois contextos e a experiência anterior (ou aprendizagem) influenciaram sua
percepção inicial. Eu aposto que esta influência perceptual irá persistir mesmo depois de
você ter percebido a causa da distorção, e mesmo depois de olhar o rosto várias vezes
nas duas posições. A percepção pré-concebida pode ser difícil de ser corrigida. Não é
fácil lutar contra a natureza humana.
Risco Percebido
As pessoas são geralmente pouco preocupadas e não impressionadas com os
riscos e perigos no trabalho. Por quê? Nossa experiência no trabalho nos conduz a
perceber relativamente baixos níveis de risco. Isso é estranho. Depois de tudo, é quase
provável que alguém ira eventualmente se machucar no trabalho quando você calcula o
número de horas homem que são expostos a vários perigos.
No Capitulo 4, eu discuti uma das maiores razões para baixa percepção de risco no
local de trabalho. E básico, de verdade – nós geralmente convivemos com
comportamentos de risco. Como os dias passam sem nos machucar, ou mesmo chegar
perto, nos começamos aceitar a crença comum “Isso não vai acontecer comigo”. Agora
vamos avançar na exploração do por que nós geralmente não nos impressionamos em
cuidar dos perigos no trabalho.
O Poder da Escolha
Os perigos que nós escolhemos vivenciar (como dirigir, esquiar e trabalhar) são
visto como menores do que os que nos sentimos obrigados a agüentar (como cuidado
alimentar, poluição ambiental e terremotos). É claro que a percepção de escolha também
é algo subjetivo, variando drasticamente entre os indivíduos. Por exemplo, pessoas que
sentem que tem liberdade para deixar seu trabalho e se mudar quando quiserem,
provavelmente percebem menos riscos vindo de perto de uma planta nuclear ou falha
sísmica. Da mesma forma, empregados que têm maior liberdade de escolher os seus
lugares de trabalho, geralmente percebem menos riscos no ambiente de trabalho. No
próximo capitulo, eu discuto a relação entre a escolha percebida, stress e distress.
É tão fácil não prestar atenção nos perigos familiares do local de trabalho.
Profissional de Segurança para responder a isto, constantemente lembram os
empregados dos riscos com mapas de riscos, memorandos, notícias, encontros de
segurança e placas de sinalização. Mesmo assim, esses esforços não conseguem
competir com o impacto de eventos incomuns, catastróficos e memoráveis divulgados
pela mídia e dramatizados na televisão e nos filmes. Publicidade de danos memoráveis,
como aquele sofrido por Jonh Wayne Bobitt anda Nancy Kerrigan em 1994, influenciam a
percepção equivocada de risco real.
Conseqüências Aceitáveis
É menos provável nos sentirmos ameaçados por expormos ou corrermos riscos em
uma situação quando ela tem suas recompensas. Se poucos benefícios são percebidos
por um comportamento de risco ou condição ambiental, raiva – ou o elevado risco
percebido – é provável que aja uma reação ao mesmo tempo com um esforço
coordenado para prevenir ou reduzir o risco.
Algumas pessoas, por exemplo, percebem armas, cigarros e álcool com tendo um
benefício limitado e, sendo assim, tenta restringir ou eliminar esse perigo social. A
disponibilidade e a exposição deste perigo irá continuar, de qualquer forma, enquanto um
número significativo de indivíduos perceba que os benefícios do risco compensam os
seus custos. Análises de custos e benefícios são subjetivas e variam extensamente como
uma característica da experiência individual. Por exemplo, as duas mulheres na Figura
5.9 obviamente percebem as conseqüências de fumar de forma bastante diferenciada.
Figura 5.9 - As conseqüências percebidas do comportamento de risco podem variar amplamente de pessoa
para pessoa.
Senso de Justiça
Muitas pessoas acreditam no senso de justiça e honestidade do mundo. (Lerner,
1975, 1977). Em outras palavras, muitas pessoas geralmente percebem o mundo como o
peixe maior ao invés do peixe menor, na Figura 5.10. “Quem planta colhe” “Existe uma
razão para tudo”. “As pessoas tem o que elas merecem”.
Figura 5.10 – Justiça é uma questão de perspectiva pessoal.
Compensação do Risco
A discussão sobre percepção de risco não poderia ser completa sem examinar
uma das concepções mais controversas no campo da segurança. Em anos recentes, têm
sido dadas diferentes classificações, incluindo risco homeostatico, risco ou perigo
compensatório, comportamento que se opõe ao risco ou compensação distorcida. Seja lá
qual for o nome a idéia básica é bem simples e direta. Supõe-se que as pessoas
ajustarão seus comportamentos para compensar as mudanças de risco percebidas. Se
um trabalho é feito de forma mais segura com um mecanismo de proteção da máquina ou
com o uso de equipamentos de proteção individual, os trabalhadores podem reduzir a
percepção de risco e, deste modo, trabalhar de forma mais despreocupada. Por exemplo,
se o individuo representando na Figura 5.11 esta se arriscando por iniciativa própria por
perceber segurança contra queda, nós podemos dar suporte a teoria de compensação do
risco. (Peltzman, 1975).
Figura 5.11 – Equipamento de Proteção Individual podem reduzir a percepção de risco.
Comparações entre os sujeitos internos. A maioria dos testes do modelo interno dos
sujeitos em relação à teoria da compensação de risco foram restringidos a investigações
simuladas no laboratório. (Wild et al., 1985). Essas observações de diferentes condições
de risco tomam muito tempo e são difícil de conseguir realização numa situação do
mundo real. Dr. Fredrick Streff e eu conduzimos um estudo como este em 1987. Nós
construímos um trilho oval feito de argila para carrinhos com uma circunferência de
aproximadamente 100 metros, equipado com carrinho de 5 cavalos de potência com freio
de segurança tipo bobina com peso.
Era dito para os sujeitos dirigirem o carrinho arredor dos trilhos “rapidamente, mas
com uma velocidade que seja confortável para você” (Streff and Geller, 1988). Os 56
sujeitos usaram ou não usara os cintos de seguranças na primeira das duas fases do
teste de direção. Depois da primeira fase, a condição de segurança foi trocada para
metade dos sujeitos. Ou seja, para aqueles sujeitos que estavam usando o cinto de
segurança na primeira parte, não usaram na segunda parte, ou o cinto de segurança foi
usado por aqueles que não o haviam usado na primeira parte. A velocidade e precisão de
cada sujeito no teste de direção foram sistematicamente mensuradas. Após a primeira e a
segunda fase (consistindo de 15 testes cada), os sujeitos completavam um breve
questionário para avaliava os riscos percebidos enquanto dirigiam o carrinho.
A comparação entre os sujeitos não mostrou nenhuma compensação de risco. Os
sujeitos que usaram o cinto de segurança em todos os testes não dirigiram mais rápido
que os sujeitos que não usaram o cinto de segurança em nenhum momento. A percepção
de risco não foi diferente nestes grupos de sujeitos também.
Por outro lado, as diferenças entre os sujeitos internos mostraram as mudanças
previstas na percepção de risco e compensação de risco significativo. Os sujeitos
relataram se sentirem mais seguros quando eles usavam o cinto de segurança e
consequentemente dirigiram o carrinho significativamente mais rápido do que os sujeitos
que usaram o cinto de segurança nas duas fases. Aqueles que retiram o cinto de
segurança relataram uma diminuição significativa na segurança percebida, mas esta
mudança na percepção do risco não se refletiu em velocidades menores comparando-se
com motorista que não usaram o cinto no carrinho.
O nosso estudo nestes carrinhos foi mais tarde complementado na Holanda
usando-se carro real em estradas reais. Evidência convincente foi descoberta. (Jansson,
1994). Especificamente, os não usuários de cinto de segurança que realmente não
gostam de usá-los, essas pessoas descritas coloram o cinto quando o experimentador
requisitou. Comparando-se com medições feitas quando não usavam o cinto de
segurança, estes motoristas dirigiam mais rápidos, seguiram outros veículos mais de
perto, mudaram de faixa, aumentaram a velocidade e frearam mais tarde quando se
aproximavam de um obstáculo.
Conclusão
Este capitulo, explorou o conceito de sensação e percepção seletiva e os
relacionou com a percepção de risco e controle de danos. Os exercícios visuais ilustraram
o impacto das experiências passadas e disparadores contextuais na percepção presente.
Isto nós permite apreciar a diversidade e perceber o valor de escutar ativamente durante
uma interação pessoal. Nós precisamos trabalhar com cuidado para entender a
percepção dos outros antes de precipitadamente tirar conclusões ou tentar mostrar nossa
influência.
É importante entender, de qualquer forma, que as pessoas frequentemente se
seguram com teimosia a uma noção preconcebida sobre alguém ou algo. Como ilustrado
na figura 5.13, esse preconceito é frequentemente causado por experiências anteriores e
podem afetar a percepção dramaticamente.
Talvez você conheça esse fenômeno como preconceito, tomar partido por um lado,
história, discriminação, teimosia, ou apenas, preconceito. Eu gosto da forma como o
Langer (1989) rotula este tipo de burrice como comprometimento cognitivo prematuro. Eu
gosto do termo comprometimento cognitivo prematuro porque isso me trás a mente todos
os vários ingredientes do preconceito inflexível. Primeiro é prematuro, significando que é
realizado antes de um diagnóstico adequado, análise e consideração. Segundo é
cognitivo, significando que é um processo mental que influência nossas percepções,
atitude e comportamentos. Finalmente é um comprometimento. Não é apenas uma noção
rápida ou uma opinião temporária. É um posicionamento ou sentimento relativamente
permanente e sólido que afeta o tipo de informação que a pessoa procura, entende,
aprecia, acredita e usa.
Comprometimento cognitivo prematuro é a causa raiz de muitos, senão a maioria
dos conflitos interpessoais. É uma barreira que devemos conquistar para desenvolver o
trabalho em equipe interdependente necessário para uma Cultura Total de Segurança.
Ter em mente o comprometimento cognitivo prematuro não vai parar este preconceito
mais é um começo.
Nós devemos perceber que percepções de risco variam grandemente de individuo
para individuo e nós não temos como melhorar a segurança se as pessoas não
aumentarem suas percepções de risco de reduzirem suas tolerâncias ao mesmo.
Mudança na percepção e aceitação do risco acontecerá quando os indivíduos se
engajarem em conquistar uma Cultura Total de Segurança com os princípios e
procedimentos discutidos neste manual.
Muitos fatores que foram discutidos neste capítulo afetam a forma como os
empregados reagem aos perigos no local de trabalho, os quais podem se sentiram
alarmados, apático, ou algo entre. Considerados ao mesmo tempo estes fatores moldam
as percepções pessoais de risco e ilustram o porquê “os trabalhos de melhorar a
segurança é tão assustador”. Isto justifica mais recursos para programas de segurança e
saúde, assim como planos de intervenções para motivar o envolvimento contínuo do
empregado. Eu discuto sobre muitas metodologias de intervenção no capítulo 4.
Mas antes de discutir estratégias para resolver o problema precisamos entender
como o estress, distress e atribuições pessoais contribuem para o problema. E este tema
é o tópico para o próximo capítulo.