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5501 Sistematica Vegetal
5501 Sistematica Vegetal
5501 Sistematica Vegetal
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com menores possibilidades de alterações ocasionadas pelo ambiente, e assim, há séculos
são usadas para a identificação das espécies vegetais. Neste contexto, a sistemática vegetal
é uma ciência de síntese, que se faz necessária, como referência, para diversas outras áreas
do conhecimento.
A sistemática compreende a identificação, a nomenclatura e a classificação dos
seres vivos.
Identificação: é a determinação de um táxon como idêntico ou semelhante a outro
já conhecido. É realizada com auxílio da literatura especializada ou pela comparação com
outro de identidade previamente conhecida. O processo de identificação deve ser realizado
com base nas observações visuais do material vegetal (em geral, na forma de uma exsicata)
e em conjunto com descrições botânicas disponíveis em livros especializados, como Flora
Ilustrada Catarinense, Flora de São Paulo, Flora Brasiliensis (também disponível no site
http://florabrasiliensis.cria.org.br), ou em sites de renomadas instituições de pesquisa
como o Missouri Botanical Garden (http://mobot.org) ou que disponibilizam figuras de
espécies vegetais (exsicatas e fotos de materiais frescos), como por exemplo
http://www.tropicos.org/ (Figura 1); além de artigos científicos publicados em revistas
indexadas da área de botânica e afins (muitos deles disponíveis no site
http://www.scielo.br), e comparações com exsicatas depositadas em outros herbários,
mesmo que advindas de localidades diversas.
Nunca confie em sites livres da internet (textos e imagens), a menos que sejam de
instituições renomadas e estejam sob a responsabilidade de profissionais qualificados.
Nomenclatura: está relacionada com o emprego correto dos nomes das plantas.
Compreende um conjunto de princípios, regras e recomendações aprovados em congressos
internacionais de botânica e publicados em textos oficiais, como disponível em: http://ipni.org;
http://ibot.sav.sk/icbn/main.html; http://www.iapt-taxon.org/downloads/synopsis.pdf e outros.
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Figura 1: Página do site http://www.tropical.org/ com a busca de imagens do
gênero Cattleya L., pertencente às Orchidaceae (família das orquídeas).
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exemplares. Uma vez identificados e resguardados em coleções indexadas (herbários), as
amostras das plantas, utilizadas nas mais diversas áreas de pesquisa, servem como
testemunhas dos trabalhos realizados e poderão, a qualquer tempo, confirmar a veracidade
dos resultados apresentados.
Diante da grande diversidade de organismos, a Sistemática torna-se essencial para a
descrição e compreensão dos diferentes grupos de plantas. A identificação dos vegetais que
ocorrem em determinada área, por exemplo, possibilita o reconhecimento e o estabelecimento
de estratégias de conservação e preservação. No Brasil, diversos projetos e estudos (floras
regionais, estaduais) vêm sendo desenvolvidos nesse sentido, como pode ser visto nos links:
http://www.plantasraras.org.br/; http://www.jbrj.gov.br/publica/publicae.htm.
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sustentam os esporângios e seus esporos), as quais, em conjunto, formam os estróbilos das
gimnospermas; ou anteras e ovário das angiospermas. Desta forma, no curso da evolução
das plantas, o esporófito deixou de ser dependente do gametófito, passando a ser a fase
duradoura do ciclo de vida das plantas vasculares.
A B
C D
E F
As briófitas (com algumas exceções no grupo dos musgos) não possuem células
especializadas para a condução de água e sais minerais (células do xilema) ou dos
fotoassimilados (células do floema), sendo consideradas primitivas quando comparadas
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com as plantas que as apresentam, as Tracheophyta (plantas com tecido de condução), nas
quais estão incluídas as pteridófitas, gimnospermas e angiospermas.
Para as briófitas, a ocupação do ambiente terrestre foi empreendida com ênfase na
fase gametofítica do ciclo de vida, a qual se apresenta com pouca diferenciação de tecidos
e órgãos, o que contribui para o pequeno tamanho e crescimento rasteiro da maioria das
espécies. Em adição, estas plantas requererem água, em estado líquido, para a locomoção
do gameta masculino até o feminino.
Os esporófitos das plantas vasculares primitivas apresentavam eixos
dicotomicamente ramificados, com folhas e raízes reduzidas. Ao longo dos tempos e de
concomitante com as adaptações ao ambiente, tais estruturas diferenciaram-se
morfofisiologicamente, conferindo aos esporófitos melhor adaptação à vida na terra firme.
Na atualidade, uma grande diversidade de formas e especializações está presente nas
raízes, caules e folhas dos vegetais.
Outra característica de grande importância na ocupação do ambiente terrestre é a
capacidade de sintetizar lignina, molécula de grande peso incorporada às paredes das
células de sustentação (esclerênquima) e das células condutoras de água do xilema
(traqueídes e elementos de vaso), permitindo que os esporófitos das plantas vasculares
alcançassem grande tamanho, como as pteridófitas arborescentes do passado, as
gimnospermas e angiospermas atuais.
As plantas vasculares também são capazes de ramificar-se por intermédio da
atividade de meristemas localizados no ápice de caules e ramos, e consequentemente,
produzem diversos esporângios em um único indivíduo. Já nas briófitas o crescimento é
subapical, ou seja, ocorre abaixo do ápice do caule e por não serem ramificados, produzem
um único esporângio em cada ramificação.
Outra característica importante para a colonização do ambiente terrestre foi o
desenvolvimento das sementes, as quais conferem proteção e nutrição ao embrião, até que
alcance a fase de plântula autotrófica. As plantas produtoras de sementes são conhecidas
como Spermatophyta (espermatófitas), e incluem as gimnospermas (gymnos: nú; e sperma:
semente) e angiosperma (angion: urna; e sperma: semente).
3. Bibliografia consultada
Judd, W.S., Campbell, C.S., Kellogg, E.A., Stevens, P.F., Donoghue, M.J., 2009. Sistemática
Vegetal: Um Enfoque Filogenético. 3.ed., Porto Alegre:Artmed. 612p.
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Pirani, J.R.; Mello-Silva, R.; Sano, P.T. 2000. Apostila avulsa da disciplina Taxonomia
de Fanerógamas. São Paulo. 125p.
Raven, P.H.; Evert, R.F.; Curtis, H. 2007. Biologia Vegetal. 7ª ed., Ed. Guanabara Koogan
S.A., Rio de Janeiro. 724P.
Souza, V.C.; Lorenzi, H. 2005. Botânica Sistemática: Guia ilustrado para identificação
das famílias de Angiospermas da flora brasileira, baseado em APG II. Nova Odessa:
Instituto Plantarum. 640p.
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http://explow.com/Pr%C3%A9-
hist%C3%B3ria_da_Pen%C3%ADnsula_Ib%C3%A9rica
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3
B
http://www.iep.utm.edu/theop http://es.wikipedia.org/wiki/Diosc%C3%B
A
C
http://en.wikipedia.org/wiki/File:Dioscorides_De_Materia_
Medica_
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http://www.anbg.gov.au/biography/
linnaeus.html
http://huntbot.andrew.cmu.edu/hibd/Exhibitions/OrderFromChaos/
OFC-Pages/02Linnaeus/system.shtml
Figura 3: Carolus von Linnaeus e suas obras.
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b) Os Sistemas Naturais: Esse tipo de sistema manteve-se até a época de Darwin, pois os
naturalistas achavam que as plantas eram criações divinas e, portanto, não mudavam.
Segundo tal classificação, que se utilizava de muitos atributos, as plantas eram organizadas
em grupos afins pela existência de caracteres morfológicos e anatômicos comuns, mas não
atentavam para explicar a origem das espécies derivadas. Em prática, tais sistemas já se
aproximavam dos sistemas filogenéticos, havendo portanto, apenas diferenças de ordem
filosófica e não discrepâncias nos objetivos pretendidos, conforme puderam concluir
Bezerra & Fernandes (1984).
Com a chegada das coleções oriundas dos trópicos, obtidas com as expedições de
naturalistas que aqui desembarcaram, milhares de novas espécies vegetais herborizadas
foram incluídas nas coleções européias, as quais necessitavam ser classificadas e
estudadas. Além das muitas variações morfológicas agora presentes nos herbários, também
o avanço das tecnologias dos aparelhos óticos contribuíram para um grande avanço da
morfologia vegetal neste período.
Dentre os estudiosos dos sistemas naturais destacam-se:
- Michael Adanson (1727-1806): Em sua obra Familles des Plantes (1763) reconheceu 58
famílias (mesma circunscrição atual, ex.: Leguminosae). Este pesquisador enfatizava que a
classificação deveria ser o resultado de uma exaustiva busca e comparação de caracteres,
tendo estes que ser constatados “a posteriori”, pela presença, constância e valor preditivo.
- Jean B. P. de Lamarck (1744 – 1829): em sua obra Flore Francaise (1778) criou chaves
de identificação para plantas.
- Antoine-Laurent de Jussieu (1686 – 1758) (Figura 4): Em sua obra Genera Plantarum
(1789) reconheceu 3 grupos de plantas: monocotiledônea, dicotiledônea e acotiledônea,
baseados na posição do ovário e características da corola; além do grupo das criptógamas.
Para Jussieu, a natureza era contínua e sem nenhum ponto claro de separação.
- Augustin-Pyramus de Candolle (1778 a 1836) (Figura 4): Suas obras incluem a Théorie
Élementaire de la Botanique (1813) e Prodomus Systematis Naturallis Regni Vegetabilis
(1823-1873), tendo reconhecido cerca de 58.000 espécies de dicotiledôneas dispostas em
161 ordens.
- George Bentham & Joseph D. Hooker: Sua obra Genera Plantarum (1862-1883) estava
baseada nos estudos de Jussieu e Candolle. Não reconheceram as idéias de evolução e,
embora contemporâneos de Darwin, não adotaram as teorias evolucionistas em seus
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sistemas de classificação. Os estudos de Candolle e Bentham & Hooker são ainda hoje
referências importantes na sistemática de diversos grupos de plantas, e grande parte das
circunscrições anteriormente estabelecidas por esses autores foram confirmadas por
estudos filogenéticos atuais.
http://www.plantsystematics.org/reveal// http://people.wku.edu/charles.smith/
pbio/pb250/jussieual.html chronob/CAND1778.htm
Figura 4: Antoine-Laurent de Jussieu e Augustin-Pyramus de Candolle.
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http://members.chello.at/norbert.anderwald/
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evolução e as relações entre os táxons, e admitia que sua classificação era bem diferente
daquela proposta por Engler. Bessey reconheceu que as angiospermas basais
(Magnoliaceae/Rananculaceae) possivelmente apresentavam flores dotadas de muitas
peças livres, dispostas em um eixo bem alongado e arranjadas espiraladamente. Neste
grupo os estames são semelhantes às tépalas, não havendo diferenciação clara entre anteras
e filetes. A porção feminina da flora apresentava ovários apocárpicos polinizadas por
insetos.
http://www.plantbiology.siu.edu/plb304/lecture03histtax/historytaxon.html
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http://www.plantsystematics.org/reveal/
pbio/pb250/cronquist.html
De acordo com o histórico dos sistemas de classificação acima, nota-se que até o
momento, todos propostas diferem pela seleção de caracteres, bem como discutem sobre as
relações de ancestralidade e descendência. Assim, quais seriam os caracteres primitivos ou
derivados que realmente poderiam ser tratados como os mais importantes? As opiniões dos
taxonomistas sobre as relações de evolução são muitas vezes divergentes, tornando os
sistemas de classificação subjetivos. Tais indagações propiciaram a investigação de novos
métodos e técnicas que pudessem responder a estes e outros questionamentos.
Assim, a sistemática filogenética ou cladística criada por Willi Henning (1950),
considerava que a história evolutiva da relação ancestralidade-descendência dos
organismos pode ser reconstruída e representada através de cladogramas (Figura 8). Além
disso, este pesquisador considerava que para a construção destes diagramas hipotéticos
devesse ser levada em consideração, pelo menos, uma característica monofilética (derivada
do ancestral em comum). A cladística baseia-se em mudanças nos estados dos caracteres
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ao longo da evolução, fundamentalmente nas novidades evolutivas (Figura 8). Com base
no nome ‘cladística’, cada novo grupo de vegetais recebe o nome de ‘clado’.
http://www.cladistics.org/willi.html
http://www.ucmp.berkeley.edu/IB181/VPL/Phylo/Phylo2.html
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Assim, a última versão desse sistema, o APG III, publicada em 2009, trata-
se do mais moderno sistema de classificação já dedicado às angiospermas, estando
disponível no link: http://www.mobot.org/mobot/research/apweb/
Com as publicações do APG, Judd e colaboradores (2009) reuniram as informações
disponíveis sobre filogenia das plantas e publicaram o livro Sistemática Vegetal: um enfoque
filogenético, abordando com detalhes o novo sistema de classificação com base filogenética
(Figura 9), tornando tais idéias bastante difundidas entre a comunidade acadêmica em geral,
além de discutir as metodologias e idéias do sistema produzido pelo APG.
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Bibliografia consultada
A.P.G. [Angiosperm Phylogeny Group.]. 1998. An ordinal classification for the families of
flowering plants. Ann. Missouri Bot. Gard., v. 85, p. 531-553.
A.P.G. [Angiosperm Phylogeny Group] II. 2003. An update of the Angiosperm Phylogeny
Group classification for the orders and families of flowering plants: APG II. Bot. J.
Linnean Soc. v. 141, p. 399-436.
A.P.G. [Angiosperm Phylogeny Group] III. 2009. An update of the Angiosperm Phylogeny
Group classification for the orders and families of flowering plants: APG III. Bot. J.
Linnean Soc. v. 161, p. 105-121.
______________. 1988. The evolution and classification of flowering plants. 2nd. ed.
New York Botanical Garden, Bronx. 555p.
Judd, W.S., Campbell, C.S., Kellogg, E.A., Stevens, P.F., Donoghue,M.J. 2009.
Sistemática Vegetal: Um Enfoque Filogenético. 3.ed. Porto Alegre:Artmed. 612p.
Pirani, J.R.; Mello-Silva, R.; Sano, P. T. 2000. Apostila avulsa da disciplina Taxonomia
de Fanerógamas. São Paulo. 125p.
Raven, P.H.; Evert, R.F.; Curtis, H. 2007. Biologia Vegetal. 7ª ed. Ed. Guanabara Koogan
S.A., Rio de Janeiro. 724P.
Souza, V.C.; Lorenzi, H. 2005. Botânica Sistemática: Guia ilustrado para identificação
das famílias de Angiospermas da flora brasileira, baseado em APG II. Nova
Odessa:Instituto Plantarum. 640p.
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Curso: Ciências Biológicas
Disciplina: Sistemática vegetal
http://pt.wikipedia.org
A B
Aos pintores da época, com suas obras altamente detalhistas, como o austríaco
Thomas Ender, que deixou mais de 800 desenhos e aquarelas (Figura 4A), e o alemão
Rugendas (Figura 4B), tem-se um fiel testemunho das paisagens, animais e plantas do
Brasil do século XIX.
Estes estudiosos e outros mais, deixaram extensas coleções e monografias que
revelaram ao mundo as riquezas naturais do Brasil. Dos trabalhos de Spix destacam-se as
obras “Simiarum et vespertilionum brasiliensium species novae” (1823), “Serpentum
brasiliensium novae” (1824), “Animalia nova sive species lacutarum” (1825).
A
http://masp.art.br/masp2010/acervo_detalheobra.php?i
B
http://www.asminasgerais.com.br/zona%20da%20mata/Biblioteca/
Personagens/%C3%ADndios/indios0001.html
B D
A fim de acelerar a secagem, pode-se transferir o material para uma estufa com lâmpadas
incandescentes, onde permanecerá o tempo necessário para sua completa secagem.
Estando seco o material, deve ser montada a “exsicata” sobre uma cartolina branca
padrão (42cm x 28 cm). Um dos cinco exemplares coletados de cada espécie (em geral o mais
representativo, com flores e folhas em melhores condições) é preso por pontos de linha forte,
branca, ou pequenas fitas de papel com cola. Uma etiqueta, contendo os dados de coleta e
aqueles que normalmente se perdem quando os ramos secam (cor das flores, presença de látex,
odor ou quaisquer outras observações que o coletor achar interessante para futuras pesquisas),
além do hábito da plantas, deve ser colada (por apenas um ponto) no canto inferior direito da
cartolina branca. Uma folha de papel de seda revestirá a cartolina branca, evitando danos à
amostra de planta seca.
A capa da exsicata é confeccionada em papel do tipo cartolina (ou outro qualquer,
resistente) de cores diversas, de acordo com as normas de organização da coleção (procedência
geográfica das plantas, sistemas de classificação e outros). Esta capa deve medir 45cm x 30 cm,
de modo a recobrir a cartolina branca padrão (Figura 7).
Figura 7: Exsicata pronta. Repare a disposição do ramo reprodutivo fixado
sobre a cartolina branca e a posição da etiqueta no canto inferior da mesma.
Foto: Milaneze-Gutierre, M.A.
a) Briófitas
Conforme concluiu Yano (1998), não existe técnica especial para coleta de
briófitas, já que o material dificilmente sofre ataque de insetos ou fungos. De modo geral,
para uma coleta eficiente são necessários os seguintes materiais básicos: lupa de mão,
canivete ou espátula, tesoura pequena, tesoura de poda, sacos de papel (com capacidade
para até 1kg), caderno de campo, saco plástico grande.
O material deve ser coletado com pouco substrato (Figuras 9A e 9B). Em cada pacote
com o material, devem ser anotados os dados a respeito da coleta, sempre da maneira mais
completa possível: nome do coletor e número de coleta, data da coleta, local exato (país,
estado, município, localidade), coordenadas geográficas, tipo de vegetação e substrato (tipo de
solo, para as espécies terrestres; tronco, ramos ou folhas, para as epífitas, ou rocha, para as
espécies rupícolas).
Após a coleta, o material deve ser seco em temperatura ambiente (Figura 9C), sem ser
prensado. Após a identificação (Figuras 9D e 9E), o material deve ser depositado em armários
de herbário adequados para as briófitas, acondicionado em envelopes de papel (Figura 9F).
A B C
D E F
(se muito grandes, cortar a raque ao meio, longitudinalmente, deixando algumas pinas
completas e 3-4 bases); e finalmente amostrar a porção apical da fronde (para comparação
com demais porções). Deve-se ressaltar que a posição da inserção e distância entre as pinas
são dados importantes para a identificação das pteridófitas.
Após realizados os procedimentos acima, as pteridófitas devem ser herborizadas e
conservadas conforme padrão geral para demais grupos de plantas.
3. Bibliografia consultada
Yano, O. 1998. Briófitas do Estado de São Paulo. In: Joly, C.A.; Bicudo. C.E.M. (Org.).
Biodiversidade do Estado de São Paulo, Brasil. 2. Fungos Macroscópicos e Plantas. 1.ed.
São Paulo: FAPESP, p. 37-46.
Todas as espécies de seres vivos têm um nome científico, podendo assim ser
facilmente reconhecidas em qualquer parte do mundo.
A palavra espécie (specie), em latim, significa “tipo”. Desta forma, um tipo de
planta deve ser diferente de outros, mas semelhantes entre si, tanto na morfologia, na
fisiológica e composição bioquímica, quanto por apresentarem o mesmo grupo de
cromossomos (cariótipo). Em adição, os indivíduos de uma mesma espécie são capazes de
se reproduzirem sexuadamente, dando origem a uma prole fértil. Entretanto, diversas
espécies vegetais têm a capacidade de se entrecruzarem, dando origem a descendentes com
diversos graus de fertilidade (de pouco férteis até com fertilidade normal), denominados de
híbridos.
Além do nome cientifico, as espécies podem ter um ou mais nomes populares, os
quais podem variar amplamente de acordo com o país, regiões e até mesmo entre
localidades relativamente próximas. Por exemplo, ao comprarmos “boldo-do-chile”
(Peumus boldus Molina) temos grande possibilidade de levarmos para casa as folhas de
Plectranthus barbatus Andr. ou Plectranthus grandis (L.H.Cramer) R.H. Wilemse, ambos
denominados no Brasil de “boldo”, ‘boldo-brasileiro” ou “falso-boldo” (Figura 1).
Assim como os nomes populares, também os nomes científicos foram aplicados
sem regras padronizadas no início dos estudos botânicos, há séculos atrás. Afim de
padronizar a escrita dos nomes dos vegetais, várias tentativas de normatização foram
realizadas, sendo Carolus von Linnaeus (ou simplesmente Lineu) um dos grandes mentores
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desta ação, e o responsável pelo sistema binário para os nomes científicos dos vegetais,
aplicado atualmente.
B C
http://palaeoblog.blogspot.com/2011/05/published-this-day-
species-plantarum-by.html
http://www.bodleian.ox.ac.uk/science/libraries/
sherardian-library/linnaeus
Repare no exemplo acima que o binômio Eugenia uniflora está escrito com a fonte
‘itálico’, destacado do texto (ou sublinhado, quando escrito à mão), enquanto que os nomes
de seu autor, L. (Lineu), está sem destaque quanto às demais palavras do texto. Repare que
o nome do gênero sempre terá a inicial maiúscula, e o epíteto específico inicia-se com letra
minúscula.
Deve ter muito cuidado com a grafia dos nomes dos autores (em geral estão
abreviados), inclusive quanto à presença de ponto final (L.; V.P.Castro; Hook., por
exemplo).
5
http://plants.usda.gov/java/profile?symbol=NECA2
A http://www.orchidstudium.com B
Figura 4: Eugenia uniflora L. (A) e Hadrolaelia jongheana (Rchb.f.) Chiron &
V.P.Castro. Foto A: Milaneze-Gutierre, M.A.
A
http://www.hispaniolaisland.com/dominicana/photo_ http://luirig.altervista.org/schedenam/fnam.php?
00005_IMG_0176.html taxon=Coix+lacryma-jobi B
Outros exemplos de gênero para nomes científicos: Tecoma: nome mexicano (T.
stans Juss.); Linnaea L.: homenagem de Linnaeus a si próprio; Sibara Greene: anagrama
de Arabis L., um gênero descrito anteriormente, ambos pertencentes às Brassicaceae
(Figura 6).
Quanto aos epítetos específicos, em geral indicam uma característica da planta;
mas também podem ser uma homenagem a alguém, ou a indicação do local de ocorrência.
A Figura 7A mostra Eucalyptus macrocarpa Hook., uma espécie de eucalipto com
frutos maiores que as demais do gênero. Por sua vez, Encyclia spiritusanctensis L.C.
Menezes (Figura 7B), é uma espécie de orquídea endêmica do norte do estado do Espírito
Santo, e Euphorbia milii Des Moul. (coroa-de-cristo, Figura 7C), é uma homenagem ao
Barão Pierre-Bernard Milius, um governador Frances.
7
http://w3.biosci.utexas.edu/prc/
specimens/Brassicaceae.html
A http://bel-r.com/springPerennials.html B
B C
http://www.awzorchids.com.br/br/ http://www.desert-tropicals.com/Plants/
artigosCont.php?target=OQ== Euphorbiaceae/Euphorbia_milii.html
B
Figura 9: Etapas de busca no site http://floradobrasil.jbrj.gov.br A. para
confirmação da ocorrência da espécie no Brasil e grafia do nome científico das
espécies de Sphagnum L., pertencentes ao grupo das briófitas (B).
http://ausgrass2.myspecies.info/content/urochloa-decumbens
http://www.amazon.com/Island-Improved-
http://www.sci.sdsu.edu/plants/econbot/
vegpls/brolge.html A Brussel-Sprouts-Seeds/dp/B0032GE5ZU B
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Brassi http://www.sci.sdsu.edu/plants/econbot/
ca_oleracea_var._italica_01.JPG C vegpls/brolge.html D
http://www.agroatlas.ru/en/content/cultural/ http://www.archilife.org/international/
Brassica_oleracea_capitata_alba_K/
E modules/tadgallery/3d.php?csn=2 F
http://www.infobibos.com/Artigos/2009_4/batatas/index.htm
Os cultivares de milho (Zea mays L.) são muito importantes para a alimentação
humana, enquanto que os de sorgo [Sorghum bicolor (L.) Moench] o são para o gado. No
Brasil a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) lança anualmente
diversos cultivares importantes destas plantas, como ocorreu durante o evento “VI Ciência
para a Vida” ocorrido em 2008 em Sete Lagoas (MG) no qual foram apresentadas cinco
novas cultivares, sendo uma dela como alternativa para o controle da lagarta-do-cartucho,
uma das principais praga da cultura do milho.
Em tal evento também foram lançadas quatro novas cultivares de milho (BRS 1040,
BRS 2022, BRS 3025, BRS 3035) e uma de sorgo (BRS 655). O BRS 1040 (Figuras 14A e
14B) é um híbrido simples com potencial genético para alta produtividade, estabilidade de
produção e ciclo superprecoce, tendo os pesquisadores da Embrapa concluído que este
cultivar possibilita alto retorno financeiro aos produtores rurais. O novo cultivar de sorgo
apresentado (Figuras 14C e 14D) tem estabilidade de produção, alta resistência a estiagem,
baixo custo de produção e alto potencial de produção de massa verde.
Nas fazendas do noroeste do Paraná são comuns as placas indicativas dos cultivares
de soja, milho, trigo e aveia, ao longo das plantações às margens das rodovias (Figuras 14B
e 14D).
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A B
C D
http://www.brasmilho.com.br/internas/internas.php?pag=noticias&id=125
Figura 14: Exemplos de cultivares. A e B. Zea mays L. (milho);
C. e D. Sorgum bicolor L. (sorgo) lançados pela Embrapa em
2008.
Bibliografia consultada
Barros, F. de, Vinhos, F., Rodrigues, V.T., Barberena, F.F.V.A., Fraga, C.N., Pessoa, E.M.
2012. Orchidaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de
Janeiro.
15
Gledhill D. 2002. The names of plants. 3 ed. Cambridge: Cambridge University Press.
326 pp.
http://www.oakleafgardening.com/glossary-terms/carl-linnaeus/
Curso: Ciências Biológicas
Disciplina: Sistemática vegetal
A
B
Figura 2: Esporos triletes de pteridófitas fósseis encontradas em
Guadalajara, Espanha. A. Cyathidites australis. B. Lycopodiacidites
rugulatus. Barras: 20 µm. Fonte: Barrón et al. (2010).
D E
Bibliografia consultada
BARRÓN, E.; URETA, S.; Goy, A.; LASSALETTA, L. Palynology of the Toarcian–Aalenian
Global Boundary Stratotype Section and Point (GSSP) at Fuentelsaz (Lower–Middle Jurassic,
Iberian Range, Spain). Review of Palaeobotany and Palynology, v. 162, n. 1, p. 11-28, 2010.
JUDD, W.S.; CAMPBELL, C. S.; KELLOGG, E.A.; STEVENS, P.E.; DONOGHUE, M.J.
Sistemática vegetal: um enfoque filogenético. Tradução André Olmos Simões et al. Ed. 3, Porto
Alegre: Artmed. 632 p. 2008.
LAWRENCE, G.H.M. Taxonomia das plantas vasculares. vol. II. Trad. M. S. Telles Antunes.
Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. 298p. 1951.
RAVEN, P.H.; EVERT, R.F.; EICHHORN, S.E.. Biology of plants. 6ª ed. W. H. Freeman and
Company/Worth Publishers. USA. 1999. 944 p.
1
Capítulo 6: As briófitas
1. Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS), Av. Mostardeiro, n. 3635, CEP:
95595-000. Cidreira, Rio Grande do Sul.
2. Universidade Estadual de Maringá/Departamento de Biologia (UEM). Av. Colombo, n. 5790,
CEP: 87020-900. Maringá, Paraná.
contrapartida, o grupo das briófitas é o único, dentre as plantas atuais, como a presença
do esporófito não ramificado (Figura 1).
A B C
briófitas está representada pelo esporófito efêmero (vida curta), dependente e aderido ao
gametófito, não ramificado e responsável pela produção dos esporos.
De modo geral, antóceros, hepáticas e musgos são formados por estruturas
básicas comuns, com algumas modificações para cada grupo (Figura 2).
Tipos de gametófito:
a) Gametófito folhoso: ocorre nos musgos e nas hepáticas folhosas. Apresenta filídios
que são “folhas primitivas”, constituídos por uma lâmina, geralmente com apenas um
estrato de células (uniestratosa); com ou sem costa multiestratosa, podendo esta ser
única ou bifurcada (Figura 3).
Ao redor do androécio ou do ginoécio existem filídios (ou anfigastros)
modificados, normalmente maiores, chamados filídios periqueciais (femininos) ou
4
b) Gametófito taloso: ocorre nos antóceros e nas hepáticas talosas. Dá-se o nome de talo ao
tipo de gametófito mais ou menos achatado, não diferenciado em caulídio e filídios (Figura 4).
costa
esporófito
margem
gametófito
lâmina
filídios
filídio
esporófito
talo
A B
Figura 4. Gametófitos talosos de hepáticas. A. Dumortiera. B. Reboulia. Fotos:
M. Sartori.
córtex externo
córtex interno
feixe de vasos
condutores
leptóides
hidróides
cap
cap
cap
st
pé
pé pé
A B C
es
el
B
http://botany.cz/en/mosses/ A http://www.anbg.gov.au/bryophyte B
Figura 7. Marchantia. A. Cápsulas abertas mostrando esporos amarelos. B. esporos
(es) e elatérios (el). Foto B: Heino Lepp.
7
op
cap
op
op
A B C
Hábitat e substrato
As briófitas são abundantes em ambientes úmidos e sombreados, no interior de
matas; ou são típicas de áreas urbanas, conforme concluiu Lemos-Michel (2001).
Também ocorrem em hábitats aquáticos, assim como em ambientes secos e desérticos
(Frahm, 2003).
Toleram condições ambientais extremas (já que são capazes de sobreviver como
esporos dormentes) e por isso sua distribuição geográfica é muito ampla, ocorrendo
desde os pólos gelados até zonas tropicais, e desde ambientes desérticos até ambientes
submersos em água doce. Elas apenas não são encontradas em ambiente marinho, mas
toleram aspersão de água salgada (Frahm, 2003).
Os substratos onde as briófitas podem ser encontradas são inúmeros e diversos,
destacando-se solo, rochas, tronco e galhos de árvores, madeira em decomposição,
folhas, base de troncos, telhados, muros, entre outros (Figura 9). Existem algumas
espécies aquáticas (de água doce), porém a maioria é terrestre.
A B C
D E F
G H I
Com o passar do tempo, o esporófito produz cápsulas com tecido esporógeno diplóide.
Tal tecido sofre meiose, originando os esporos haplóides. Os esporos germinam sobre
substrato apropriado, dando origem ao protonema, que se desenvolve em um novo gametófito,
que por sua vez, dará continuidade ao ciclo reprodutivo. Os esquemas básicos do ciclo
reprodutivo de antóceros, hepáticas e musgos estão nas Figuras 11, 12 e 13, respectivamente.
http://www.unioviedo.es/bos/Asignaturas/Botanica/ Imagenes/
mitoses
Arquegonióforo
Embrião ou
esporófito Anteridióforo
jovem
www.criptogamas.ib.ufu.br/node/459
http://biopibidufsj.blogspot.com.br/2010/05/pequenas-grandes-mudancas-ii.html
A B
b) Hepáticas
Segundo Costa (2010), ocorrem no Brasil 132 gêneros e 625 espécies de
hepáticas, das quais 83 são endêmicas de nosso país.
Dentre as 40 famílias de hepáticas brasileiras destaca-se Lejeuneaceae, com 53
gêneros e 270 espécies, ocorrendo com ampla distribuição geográfica no país (Figura
15A).
Em adição, também com grande expressão está a família Frullaniaceae, com seu
único gênero, Frullania, composto por 38 espécies (Figura 15B); Lepidoziaceae, com 12
gêneros e 48 espécies, ocorrendo por quase todo o Brasil; Geocalycaceae composta por 5
gêneros e 23 espécies (Figura 15C); Metzgeriaceae monogenérica (Metzgeria) com 26
12
espécies ocorrentes em quase todos dos estados litorâneos, Amazonas e Acre (Figura
15D); Plagiochilaceae também monogenérica (Plagiochila) com 36 espécies (Figura
15E); Radulaceae, monogenérica (Radula) com 26 espécies (Figura 15F); e Ricciaceae
com 2 gêneros (Riccia e Ricciocarpos). Riccia apresenta 33 espécies nativas no Brasil
(Figura 15G), enquanto que Ricciocarpos natans é a única espécie brasileira do gênero
(Figura 15H-I), de pequeno porte e aquática flutuante.
c) Musgos
Os musgos configuram-se com o maior grupo das briófitas de nosso país, e aqui
representados por 71 famílias, 257 gêneros e 885 espécies, das quais 189 são endêmicas
(Costa et al., 2010). Segundo estes pesquisadores, as famílias de musgos com maior
diversidade do Brasil são: Sphagnaceae (93 spp.), Fissidentaceae (61 spp.), Pottiaceae
(61 spp.), Bryaceae (54 spp.), Dicranaceae (52 spp.), Orthotrichaceae (52 spp.),
Pilotrichaceae (51 spp.), Sematophyllaceae (51 spp.), Calymperaceae (48 spp.) e
Hypnaceae (27 spp.).
Sphagnaceae está representada apenas pelo gênero Sphagnum (Figura 16A),
amplamente distribuído no Brasil, ocorrendo sempre em áreas úmidas, na maioria dos
domínios fitogeográficos, exceto na Caatinga (Costa et al., 2010). Caracteriza-se pelos
gametófitos geralmente grandes, verde-esbranquiçados, amarelados a avermelhados,
com caulídios eretos e ramos fasciculados. Filídios dispostos espiraladamente, com dois
tipos de células: clorocistos e leucocistos (Gradstein et al., 2001).
Fissidentaceae também é uma família monogenérica, representada apenas pelo
gênero Fissidens (Figura 16B), que é facilmente reconhecido em campo; porém as
espécies são de difícil identificação. Caracteriza-se pelos gametófitos pequenos, com
cerca de 1–2 mm até 8 cmm, eretos a decumbentes, simples ou ramificados; e pelos
filídios dísticos, com presença de lâmina vaginante. A família ocorre em todas as regiões
geográficas e em todos os biomas brasileiros, com maior número de táxons na região
Sudeste, seguida por Sul, Nordeste, Centro-Oeste e Norte (Bordin, 2009).
Pottiaceae (Figura 16C) está representada no Brasil por 32 gêneros, ocorrendo
em todos os biomas e regiões geográficas (Costa et al., 2010). Caracteriza-se por
apresentar gametófitos pequenos a médios, filídios estreitos, ligulados a lanceolados,
costa simples, forte e células geralmente papilosas (Gradstein et al., 2001).
13
A B C
D E F
H G
1 cm
I
http://repository.tamu.edu/handle/1969.1/108250?show=full
A B
C D
E F
Ainda com relação às espécies de briófitas que melhor se desenvolvem nas áreas
urbanas, Soria & Ron (1995) indicam o predomínio das colonizadoras de vida curta, que
se enquadram muito bem ao papel de plantas pioneiras nas fases iniciais da sucessão de
ambientes hostis e submetidos a perturbações. Lara et al. (1991) destacam as famílias
Bryaceae, Pottiaceae e Funariaceae por apresentarem uma notável resistência à
influência urbana. Também algumas espécies de Fissidens, comuns em solos
perturbados, são encontradas em grande número nos parques e praças de centros
urbanos, conforme observou Richards (1984).
Estudos com briófitas urbanas são de fundamental importância, pois fornecem
dados sobre a ocorrência e distribuição geográfica de espécies que suportam o convívio
16
com a ocupação humana (Bastos & Yano, 1993) e fornecem subsídios para futuras
pesquisas ecológicas, principalmente na área de biomonitoramento ambiental, já que elas
são utilizadas principalmente como indicadoras da poluição atmosférica (Yano &
Câmara, 2004).
Os táxons mais comumente encontrados nas áreas urbanas já inventariadas no
Brasil são:
a) hepáticas:
Frullania ericoides (Nees) Mont.
Lejeunea flava (Sw.) Nees
b) musgos:
Bryum argenteum Hedw. (Figura 17A)
Calymperes palisotii Schwägr.
Fabronia ciliaris (Brid.) Brid. var. polycarpa (Hook.) W.R. Buck (Figura 17B)
Hyophila involuta (Hook.) A. Jaeger (Figura 17C)
Isopterygium tenerum (Sw.) Mitt. (Figura 17D)
Octoblepharum albidum Hedw. (Figura 17E)
Sematophyllum subpinnatum (Brid.) E. Britton (Figura 17F)
Syrrhopodon ligulatus Mont.
www.homepage3.nifty.com A B
homepage3.nifty.com
C D
E F
Figura 17. Táxons mais comuns em áreas urbanas. A. Bryum argenteum Hedw.
B. Fabronia ciliaris (Brid.) Brid. var. polycarpa (Hook.) W.R. Buck. C.
Hyophila involuta (Hook.) A. Jaeger. D. Isopterygium tenerum (Sw.) Mitt. E.
Octoblepharum albidum Hedw. F. Sematophyllum subpinnatum (Brid.) E.
Britton. Fotos B, C e D: D.F. Peralta; E e F: J. Bordin.
18
das células alares, e para identificação de Sphagnaceae deve-se fazer uma secção
transversal do filídio (com auxílio de uma lâmina de barbear nova), a qual deverá ser
montada entre lâmina e lamínula. A seguir deve-se analisar as células que compõe o
tecido do filídio sob microscópio.
Após preparados os laminários com as amostras de briófitas, e com auxílio de
lupas e microscópios, siga a chave de identificação proposta por Bordin (2008) em sua
dissertação de mestrado “Briófitas do centro urbano de Caxias do Sul, Rio Grande do
Sul, Brasil” (páginas 16 a 20), disponível http://www.biodiversidade.pgibt.ibot.sp.
gov.br/Web/teses/2008/t_jucara_bordin.html
Ao chegar a um táxon, faça a conferência da identificação em artigos científicos,
jogando palavras-chaves (briófitas + nome da família) nos sites
http://scholar.google.com.br/ e www.scielo.br, comparando suas observações com as
figuras e descrições apresentadas nos estudos científicos disponibilizados.
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Goiânia, pp. 1-333.
Curso: Ciências Biológicas
Disciplina: Sistemática vegetal
O sistema de Tryon & Tryon (1982), embora seja adotado em inúmeros trabalhos
de revisão de gêneros ou de levantamentos florísticos, possui um enfoque especial para
descrições, distribuição e taxonomia de espécies da América Tropical. Esta constitui uma
literatura indispensável para todos aqueles que se dedicam ao conhecimento das
pteridófitas, para um programa de pós-graduação ou, mesmo, de cursos ou minicursos
específicos desse grupo.
Os Sistemas Reprodutivos
A reprodução, neste grupo vegetal, pode ser tanto assexuada quanto sexuada. No
primeiro caso, ocorre principalmente por divisão do rizoma e, mais raramente, pela
formação de gemas nas frondes, as quais se destacam e formam uma nova planta
(esporófito). Na reprodução sexuada, estão envolvidos os ciclos de vida, com a fase
gametofítica (também denominada protálica) independente da esporofítica, que é
dominante e duradoura.
Uma importante característica, relacionada à reprodução das traqueófitas, diz
respeito à forma e à função dos esporos. Inicialmente, os esporos podem ser diferenciados
de acordo com a marca ou cicatriz que apresentam externamente, podendo ser aletes (sem
cicatriz), monoletes (cicatriz linear) e triletes (cicatriz em forma de “Y”) (Figura 8).
Posteriormente, as pteridófitas podem ser subdivididas também em dois outros grupos:
plantas homospóricas (isospóricas) e plantas heterospóricas.
http://www.plantbiology.siu.edu/plb304/lecture07pterid/ferns.html
Figura 13: Ciclo de vida de Psilotum. O esporófito (2n) produz micrófilos com
esporângios, reunidos em estróbilos apicais. São plantas homosporadas e cada
esporo, ao germinar, produz um só tipo de gametófito (protalo) (micotrófico).
Sobre este desenvolvem-se anterídios com seus anterozóides (o gameta
masculino), assim como arquegônios com respectivas oosferas (o gameta
feminino).
http://www.unioviedo.es/bos/Asignaturas/Botanica/Imagenes/
Figura 14: Ciclo de vida de uma espécie de samambaia homosporada. Sob as
frondes do esporófito (2n) formam-se esporângios, reunidos em soros (neste
exemplo). Cada esporo, ao germinar, produz um só tipo de gametófito (protalo)
fotossintetizante. Sobre este se desenvolvem anterídios com seus anterozóides (o
gameta masculino), assim como arquegônios com respectivas oosferas (o gameta
feminino).
Estudo dos principais representantes das pteridófitas atuais,
baseado na organização filogenética proposta por Judd et al. (2009)
1. CLADO LICÓFITA
Iniciemos nossos estudos a partir das pteridófitas basais, que compreendem o clado
Licófita. Neste clado ou linhagem estão inseridos os representantes atuais das famílias
Lycopodiaceae, Isoetaceae e Selaginellaceae, além dos representantes exclusivamente
fósseis das Lepdodendrales, Zoosterófitas e Cooksonia. Surgiram há pelo menos 400
milhões de anos e algumas, como Lepdodendron (exclusivamente fóssil), que eram árvores
de grande porte, com cerca de 40 m de altura e 2 m de diâmetro do caule, que apresentava
crescimento secundário (formação de células de xilema e floema a partir do câmbio
vascular).
Suas principais características estão ligadas aos esporângios, folhas e caule. Os
esporângios possuem formato reniforme a subgloboso e deiscência transversal. As folhas
são do tipo micrófilo (com uma única nervura), característica exclusiva deste clado. O
caule possui ramificação dicotômica.
Apresentaram elevada diversidade e abundância no período Carbonífero, sendo
seus fósseis os principais componentes do carvão mineral, atualmente explorado por
grandes mineradoras. No Brasil esses depósitos localizam-se principalmente na região Sul,
sendo os estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina os maiores produtores. No
Paraná, a exploração do carvão mineral ocorre no município de Figueira.
A riqueza atual do clado compreende cerca de 1.200 espécies. Inclui plantas
isosporadas, com gametófitos bissexuados, de germinação exospórica, em Huperzia,
Lycopodiella e Lycopodium; e heterosporadas, com gametófitos unissexuados, de
germinação endospórica em Isoetes e Selaginella.
As Licófitas atuais (também denominadas modernas) reúnem três famílias,
Lycopodiaceae, Selaginellaceae e Isoetaceae, que estão circunscritas, respectivamente, nas
ordens Lycopodiales, Selaginellales e Isoetales (são famílias únicas dentro de cada ordem).
As licófitas atuais podem ser segregadas em três famílias, de acordo com a seguinte
chave de identificação:
CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO PARA AS FAMÍLIAS DE LICÓFITAS ATUAIS
1a. Plantas heterosporadas; caule curto e carnoso; folhas com a base engrossada, filotaxia em
roseta, lígula evidente e persistente; esporângios alongados, fundidos com a base dos
esporofilos............................................................................................................ Isoetaceae
1b. Plantas homosporadas ou heterosporadas; caule alongado e não carnoso; folhas com a base não
engrossada, filotaxia espiralada ou oposta, lígula frequentemente ausente, se presente então cedo
caduca; esporângios globosos a subglobosos, superficiais .......................................................... 2
2a. Plantas homosporadas; folhas com filotaxia alterna espiralada ou sem organização
definida ....................................................................................................... Lycopodiaceae
2b. Plantas heterosporadas; folhas com filotaxia alterna dística................ Selaginellaceae
2. CLADO MONILÓFITA
1a. Caule verde com nós evidentes, entrenós ocos; esporângios em esporangióforos;
esporos com elatérios ......................................................................................Equisetaceae
1b. Caule não verde, ou se verdes não ocos; esporângios não em esporangióforos; esporos
sem elatérios..........................................................................................................................2
2a. Esporângios 2-3 em sinâgios sustentado por apêndices caulinar furcado; caule aéreo verde;
folha escamiformes e sem nervuras; raízes ausentes..................................................Psilotaceae
2b. Esporângios numerosos por folha, variavelmente localizados, reunidos em sinâgios ou
não; caule aéreo vários, porém não verdes; folhas com mais de uma nervura; raízes
presentes...................................................samambaias leptosporangiadas ou eusporangiadas
2.1. Equisetaceae
Família com apenas um gênero atual, Equisetum, e suas 15 espécies dispersas pelo
mundo. No Brasil ocorre apenas Equisetum giganteum, conhecida popularmente por
cavalinha, espécie nativa nos estados do Sul, Sudeste e Centro Oeste. Uma espécie
semelhante, mas de menor porte é E. arvense, nativo da América do Norte e Europa. De
mesma procedência, em nosso estado é comum o cultivo de E. hyemale, que ao contrário
das espécies anteriores, raramente apresenta ramificações laterais (Figura 20).
As Equisetáceas são plantas homospóricas, com esporângios reunidos em grupo
de 5 a 10, em esporangióforos que formam, no ápice dos ramos, os estróbilos. Os esporos
apresentam elatérios com movimento higroscópico Os gametófitos são verdes, de vida
livre e unissexuados (Figura 20D).
O grupo das equisetófitas atingiu o máximo em abundância e variedade no final
do Paleozóico, há cerca de 300 milhões de anos, onde formavam árvores de 15m ou mais
de altura. Nos representantes atuais o esporófito está formado por raízes adventícias; caules
do tipo rizoma, dos quais partem ramos aéreos, articulados e ásperos. Os nós são bem
demarcados, e os entrenós contam com estrias longitudinais, local com células epidérmicas
ricas em sílica. As folhas, do tipo micrófilo, são escamiformes, verticiladas e concrescidas
na base, formando uma bainha que envolve a base do entrenó.
Figura 20: Equisetaceae. A. Equisetum giganteum. B. E. arvense. C. E.
hyemale. D. gametófito com aproximadamente 4 mm de comprimento,
clorofilado. E. estróbilo, aspecto geral do esporangióforo (esp) e em secção
longitudinal. F. esporos envoltos por elatérios em espiral.
Os ramos aéreos das espécies de Equisetum são muito usados como planta
medicinal, de uso popular, embora demonstrem alta toxicidade quanto utilizados frescos.
Também apresenta bom potencial como planta ornamental em jardins, mas com potencial
para se tornar invasora, tendo em vista a grande capacidade de brotações laterais. Os
ramos, semelhantes a lixas, já foram empregados na limpeza de panelas, sendo por isso
chamados “junco-de-limpeza”.
2.2. Psilotaceae
Os representantes desta família estão reunidos em 2 gêneros na atualidade:
Psilotum (zona tropical e subtropical) e Tmesispteris (Austrália, Nova Zelândia e outras
ilhas do Pacífico Sul). Atualmente, ainda não há um consenso entre os pesquisadores
quanto a sua ancestralidade, e se suas características morfológicas estão relacionadas com
as plantas vasculares mais primitivas, ou se são condições derivadas durante o curso da
evolução.
No Brasil ocorre apenas uma espécie deste grupo, P. nudum (Figura 21). O
esporófito apresenta-se como uma erva terrestre, epífita ou rupícola (que vivem sobre
rochas), organizado em uma parte aérea clorofilada, com ramificação dicotômica e
pequenas protuberâncias em forma de escamas (folhas reduzidas), além de uma porção
subterrânea (rizoma) provida de rizóides com micorrizas associadas. É homospórica e os
esporângios são produzidos no ápice de pequenos ramos aéreos laterais, em grupos de 3
por escama, denominados sinângios. Os gametófitos são bissexuados, subterrâneos e
apresentam micorrizas. Os anterozóides são multiflagelados e se locomovem na água até
alcançar e fecundar a oosfera, no interior do arquegônio. Esta espécie pode ser encontrada
na maioria dos estados brasileiros, inclusive na vegetação da planície de inundação do alto
rio Paraná (PR).
1a- Caule articulado; folhas reduzidas, verticiladas, unidas pela base e formando uma
bainha; esporófilos agregados em estróbilos; esporângios reunidos em esporangióforos;
esporos com elatérios ................................................................. Equisetaceae (Equisetum)
1b- Caule não-articulado; folhas não verticiladas, livres; esporófilos não agregados em estróbilo;
esporângios livres e solitários ou frequentemente reunidos em soros; esporos sem elatérios...... 2
4a- Plantas terrestres enraizadas, de ambientes sazonalmente seco a muito úmido; esporocarpos
com parede endurecida ............................................................................. Marsileaceae (Marsilea)
4b- Plantas aquáticas, livre-flutuantes; esporocarpos com parede não .......................................... 5
5a- Folhas alternas, com um lobo dorsal e um ventral; raízes verdadeiras presentes; um único
megasporângio por esporocarpo ................................................................ Azollaceae (Azolla)
5b- Folhas verticiladas, cada nó com 3 folhas, sendo duas simples e flutuantes e uma submersa, muito
dividida, em forma de raiz; diversos megasporângios por esporocarpo .......Salviniaceae (Salvinia)
9a-. Plantas arborescentes, pecíolo e raque com espinhos; esporângios reunidos em soros
circulares abaxiais ....................................................................... Cyatheaceae (Alsophila)
9b- Plantas herbáceas, pecíolo e raque sem espinhos; esporângios em pinas proximais
modificadas em forma de panículas ................................................ Anemiaceae (Anemia)
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Curso: Ciências Biológicas
Disciplina: Sistemática vegetal
As Gimnospermas
Nos grupos mais derivados das gimnospermas, tais como os pinheiros e araucária,
os grãos de pólen, contendo o microgametófito, chegam até a micrópila pela ação do vento
ou outro agente polinizador (insetos e/ou pássaros) e germinam em seguida coma formação
de tubos polínicos que crescem diretamente até um arquegônio do megagametófito, e então
liberando o gameta masculino (desprovido de flagelos) para encontrar a oosfera.
Ao uso do tubo polínico no processo de fecundação dá-se o nome sifonogamia e
com ele a dependência da água para a reprodução deixa de ser um fator importante no ciclo
de vida dessas espécies.
Após a polinização e fecundação ocorre o desenvolvimento do zigoto em um
embrião com órgãos diferenciados (cotilédones, polo caulinar e raiz primária), envolto
pelos tecidos do megagametófito e nutrido pelas reservas contidas no nucelo. O período de
tempo compreendido entre a polinização e a completa formação da semente é longo,
podendo alcançar um ano.
O embrião (esporófito jovem), formado no arquegônio, cresce e se desenvolve com
o uso das reservas nutritivas contidas no próprio megagametófito, e portanto, originados
nos tecidos da planta-mãe (esporófito).
Figura 8: Cycas revoluta. A. Folhas jovens circinadas. B. indivíduo masculino com seu
estróbilo. C. e D. detalhe do estróbilo e seus microesporófilos (as setas indicam
microsporangios). E. indivíduo com duas ramificações laterais bem desenvolvidas.
No grupo das cicas as folhas são grandes e pinatissectas (folha simples
profundamente partida, assemelhando-se às folhas compostas) reunidas apenas na porção
apical, e quando jovens são circinadas. As brotações na base do caule são comuns, e
embora muitos autores relatem tais espécies não apresentem ramificações laterais do caule,
tanto nos jardins localizados na cidade de Maringá e também no litoral do Paraná, são
comuns exemplares de Cyca revoluta bifurcadas, ou mesmo com mais de uma ramificação
caulinar (Figura 8E).
As sementes de espécies de Cycas e Zamia são referidas como comestíveis e, no
Oriente, a medula de Cycas fornece uma farinha utilizada para a fabricação de pão e sagu,
o que lhes atribui o nome popular “palmeira-sagú”, mas havendo a necessidade várias
lavagens e fervuras para remoção das toxinas, antes do consumo.
Clado do Ginkgo
Neste grupo estão representadas plantas fósseis e uma única espécie vivente,
Ginkgo biloba, originária da China, cultivada em jardins de templos desde tempos
imemoriais, mas atualmente podendo ser encontrada por todo o mundo como planta
ornamental. Em países de clima temperado é cultivado em grande quantidade para a
produção de folhas, utilizadas na composição de fitoterápicos.
G. biloba é uma árvore alta, dióica e decídua (perde sua folhas no inverno),
abundantemente ramificada, com folhas flabeliformes e bilobadas dispostas em ramos
curtos especiais, denominados braquiblastos. A polinização precede a fecundação em
alguns meses, e ocorre apenas após a queda do óvulo ao chão (Figura 9).
Figura 9: Ginkgo biloba. A. ramo com sementes imaturas. B. sementes secas (setas
simples). C. ramo com estróbilos masculinos (setas duplas).
Na família Pinaceae (Figura 13) o gênero Pinus talvez seja a mais comum das
espécies de gimnospermas em nosso dia-a-dia, desde as grandes florestas no hemisfério
norte até as típicas árvores de natal em formato de cone. Há décadas as espécies de Pinus
são essências silviculturais importantes para diversos estados brasileiros com condições
climáticas mais amenas.
Existe cerca de 90 espécies de pinheiros, a totalidade das quais se caracteriza por
uma disposição especial das folhas nos ramos, que é exclusiva entre as coníferas
existentes. Estas folhas, conspícuas e aciculares, dispõem-se, em número de 1 a 8,
dependendo da espécie, em feixes que partem de ramos laterais curtos, chamados
braquiblastos. Estes feixes encontram-se envolvidos, na base, por uma série de folhas
reduzidas e escamiformes, as quais formam uma bainha. São plantas monóicas, ou seja,
que formam micrósporos e megásporos em estróbilos separados. Os megasporofilos
(escama fértil ou carpelar), transportando 2 óvulos cada um, encontram-se protegidos por
uma folha estéril, também transformada, chamada “escama” de cobertura, que não cresce
após a fecundação, sendo incorporada à base da folha carpelar (megasporófilos), a qual
cresce e se torna lenhosa. Os megasporófilos e as escamas de cobertura reúnem-se em
estróbilos, popularmente denominados de pinha. Cada óvulo contém um megasporângio
(nucela) revestido por um tegumento maciço, mas com uma única abertura, a micrópila.
Cada megasporângio contém um único megasporócito (2n), que sofre meiose e origina 4
megásporos haplóides. Apenas um deles é funcional, ocorrendo a degeneração dos outros
3. Neste estágio, geralmente, ocorre a polinização. A formação do megagametófito (n), a
partir do megásporo, normalmente se dá cerca de 6 meses após a polinização. Neste
período de tempo, os megagametófitos diferenciam os arquegônios, em número de 2 ou 3,
voltados para a região micropilar do óvulo. Cada arquegônio diferencia, no seu interior,
uma única oosfera (gameta feminino).
Por sua vez, os microsporófilos, reunidos em estróbilos menores, transportam, cada
um, 2 microsporângios (sacos polínicos). Cada microsprângio jovem contém muitos
microsporócitos (2n). Estes últimos sofrem meiose e cada um deles origina quatro
micrósporos haplóides. Cada micrósporo ao germinar se diferencia em um
microgametofito jovem, também denominado grão de pólen. Este é alado e formado por 4
células, sendo duas protálicas, uma geradora e a outra a célula do tubo. Com a abertura dos
microsporângios os grãos-de-pólen são liberados em grande quantidade e transportados
pelo vento, e assim podendo alcançar a micrópila de um óvulo ou polinização anemófila.
Figura 13: Pinaceae. A. aspecto geral de uma árvore de Pinnus ellioytii. B.
estróbilos femininos. C. estróbilos masculinos.
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Capítulo 9: As Angiospermas
As Angiospermas (do grego angeion, que significa vaso ou urna + sperma que significa
semente) incluem as plantas com flores, frutos e sementes. A estrutura na forma de vaso, acima
citada, refere-se à uma ou mais folhas carpelares dobradas (carpelos ou megasporófilos), capazes
de oferecer maior proteção aos óvulos, e de modo a comporem o típico gineceu das angiospermas
(Figura 1). Os óvulos, retidos nestas folhas carpelares se desenvolverão em sementes, e as folhas
carpelares no fruto. Além do nome Angiospermae adotado por Engler e seus colaboradores (1892 a
1964), este grupo de plantas vasculares com sementes foi denominado Magnoliophyta por
Cronquist, na década de 1980, e Anthophyta por Raven e colaboradores, na década de 1990.
Além da proteção aos óvulos, oferecida pelos tecidos as folhas carpelares, o sucesso
evolutivo das angiospermas, em relação às gimnospermas, também pode ser atribuído à
presença de elementos de vasos como as principais células condutoras de água e sais
minerais, sendo mais eficientes que as traqueídes, tipos celulares comuns nas pteridófitas e
gimnospermas (veja capitulo 5, Figura 4).
Semelhantes às gimnospermas, as angiospermas apresentam ciclo de vida
heterosporado (Figura 2), sendo o megagametófito (gametófito feminino) denominado de
saco embrionário, retido no interior de cada óvulo, e considerado o mais reduzido entre os
grupos vegetais. O saco embrionário, quando maduro, contem sete células, sendo uma
delas binucleada, sendo: três antípodas, duas sinérgides, uma células central com dois
núcleos polares, e a própria oosfera (gameta feminino ou megásporo).
Por sua vez, cada micrósporo, por divisões mitóticas, diferencia-se no
microgametófito, também denominado de grão de pólen. Esse possui apenas duas células,
sendo uma delas a formadora do tubo polínico (também denominada célula geradora) e a
outra a célula espermática (ou gamética). Em aproximadamente 2/3 das angiospermas os
grãos de pólen são liberados das anteras com apenas estas duas células, e após o processo
de polinização e germinação sobre os tecidos do estigma, a célula do tubo polínico protrai
para dentro dos tecidos do estilete (saindo por uma das perfurações na parede do grão de
pólen), e neste momento o núcleo da célula espermática divide-se em dois gametas
masculinos. Nas demais espécies, antes de serem liberados das anteras, o núcleo
espermático sofre a divisão mitótica para a formação dos gametas masculinos e, portanto,
no momento da polinização, cada grão de pólen já apresenta três núcleos.
Em ambos os tipos de angiospermas, os dois núcleos espermáticos seguem até a
oosfera, contida no óvulo, passando por sua única abertura, a micrópila (na maioria das
espécies). Apenas um dos núcleos espermáticos se funde com a oosfera, originado um
zigoto diplóide. O outro núcleo espermático se funde com os núcleos polares do saco
embrionário, originando um tecido triplóide, ou tecido endospérmico (ou endosperma). O
envolvimento dos dois núcleos espermáticos, nos processos acima, denomina-se dupla
fecundação, típica das angiospermas.
O endosperma pode permanecer ao redor dos tecidos do embrião (sementes
exalbuminada) ou ser translocado para os tecidos do cotilédone do próprio embrião
(semente albuminada), mas sempre com a mesma função de nutrir o embrião durante o
processo de germinação e estabelecimento da plântula (novo esporófito), ou seja, durante a
fase heterotrófica do ciclo de vida de uma angiosperma, enquanto ainda não é capaz de
3
nutrir-se com água e sais minerais captados pelas raízes, e realizar plenamente os processos
fotossintéticos nas folhas.
Desta forma, assim como nas gimnospermas, a fase gametofítica do ciclo de vida
de umas angiospermas é muito reduzida e totalmente dependente do esporófito, o qual
constitui a fase dominante de ambos os ciclos.
As angiospermas constituem o grupo de plantas atualmente dominante na maioria
dos biomas mundiais. De acordo com Judd et al. (2009), as primeiras angiospermas devem
ter surgido durante o Jurássico (há mais de 140 milhões atrás), com os primeiros registros
fósseis datando de cerca de 135 milhões de anos atrás, no Cretáceo inferior.
Figura 4: “Árvore” com as distribuições das ordens das traqueófitas. Estando no site
http://www.mobot.org/MOBOT/research/APweb/, fonte desta figura, e „clicando‟ nas pequenas
árvores à direita de cada ordem, aparecerá a respectiva distribuição cladística para as famílias que
a compõe.
9
Para a realização desta atividade devem ser coletados ramos de plantas com flores, de
preferência grandes, para o início do treinamento. A primeira ação é observar quais são os
verticilos florais presentes na flor em questão. Repare que existe uma sequência dos verticilos
protetores (cálice: externo; e corola: interna), e mais internamente deve estar os verticilos
reprodutores (androceu: externo; e gineceu: mais interno). Em muitos taxa ocorrem uma ou
mais brácteas (folhas modificadas) junto à flor. Certamente, algumas destas peças florais
podem estar ausentes, visto que existem flores sem cálice, ou sem corola, ou ainda unissexual
masculina (sem gineceu) ou unissexual feminina (sem androceu).
Uma vez definidos quais são os verticilo florais presentes no exemplar a ser analisado,
observe uma das flores (aberta) de frente, com a finalidade de definir a simetria da corola
(zigomorfa ou actinomorfa). A seguir, devem ser contadas quantas são as pétalas e os estames.
Em seguida, corte a flor no sentido longitudinal, tendo a certeza que também o pedúnculo
floral será dividido ao meio. Com auxílio da lupa, observe os detalhes dos estames, e do
gineceu (pistilo), com ênfase na posição relativa do ovário (súpero ou ínfero). Este será do tipo
súpero se estiver acima da inserção das pétalas e/ou sépalas; ou ínfero, caso esteja aprofundado
no pedúnculo floral, estando as pétalas e/ou sépalas posicionadas em sua porção superior. O
número de lóculos do ovário, e a quantidade de óvulos em cada um destes pequenos espaços é
de grande valor para a determinação da família da planta sob análise, sendo obtidos cortando-
se o ovário ao meio, transversalmente.
Seguido a sequência filogenética preposta na Figura 4, abaixo serão descritas e
ilustradas algumas das famílias botânicas mais comuns em nosso dia-a-dia.
No clado ANITA, proposto nos estudos do APG, estão espécies portadoras de
características mais primitivas, como a Nymphaeaceae (Figura 5), composta por ervas de
hábito aquático (macrófitas aquáticas), muito comum em rios e lagoas. Suas folhas são
longamente pecioladas, simples e de formatos diversos, inclusive o rotundo, como na
famosa Victoria amazonica, antigamente denominada de V. regia, gênero monoespecifico
natural do Acre, Amazonas e Pará. O outro gênero nativo do Brasil é Nymphaea, com 18
espécies e de ocorrência mais ampla em nosso país. Todos os representantes desta família
apresentam grandes e belas flores actinomorfas, devido ao elevado número de sépalas
pelalóides em conjunto com numerosas pétalas, dispostas espiraladamente, o que lhes
confere um aspecto primitivo quando comparadas às demais angiospermas.
10
Na sequência dos grupamentos botânicos, propostos pelo APG, está o clado das
Magnoliideas, sendo nativas do Brasil: Magnoliales (Myristicaceae, Magnoliaceae,
Annonaceae), Laurales (Siparunaceae, Monimiaceae, Hernandiaceae, Lauraceae),
Canellales (Canellaceae, Winteraceae) e Piperales (Hydnoraceae, Aristolochiaceae,
Piperaceae).
Os representantes das Magnoliaceae apresentam-se como árvores ou arbustos. No
Brasil ocorrem naturalmente apenas 2 espécies do gênero Magnolia L., sendo elas: M.
amazonica, encontrada apenas no Pará e Acre; e M. ovata (Figura 6A e 6B), conhecida
popularmente como pinha-do-brejo, mostrando ocorrência mais ampla, no Tocantins, Mato
Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal, estados do Sul e Sudeste (exceto Espírito Santo).
Como característica básica desta família está a disposição dos verticilos reprodutores em
espiral (flores espiradas), e pétalas e sépalas não são distinguíveis entre si (tépalas),
vistosas e perfumadas, livres entre, à semelhança das Ninfeáceas.
Outras espécies de Magnoliáceas são comuns como plantas ornamentais em jardins
como as espécies Magnolia (arbustivas) e Michelia champaca (magnólia-amarela), árvore
comum nas ruas e praças de várias cidades do noroeste do Paraná (Figura 6C).
As Lauraceae brasileiras estão formadas por 23 gêneros e 434 espécies, sendo que
quase metade são endêmicas. O gênero Octea contribui com 170 espécies, tendo destaque
O. porosa, produtoras de importante madeira escura, a imbuia. Outro gênero com grande
número de espécie é Nectandra (Figura 7) com 46 espécies. Entretanto, Lauraceae comuns
em nosso cotidiano são Persea americana (abacateiro), assim como as cascas do caule e
ramos de Cinnamomum zeylanicum (canela-do-ceilão ou canela-da-china), amplamente
comercializadas secas como condimento alimentar, em pedaços e em pó.
11
Na ordem Asparagales tem destaque a família Orchidaceae (Figuras 10, 11 e 12) pelo
número de espécies e distribuição cosmopolita. No Brasil ocorrem 236 gêneros e 2.432 espécies
de orquídeas, muitas delas endêmicas e em sério risco de extinção, tendo em vista serem alvo de
extrativistas e colecionadores pouco responsáveis com o meio ambiente. Seus representantes têm
em comum uma das pétalas diferenciada das demais (tanto em tamanho, quanto em formato e
coloração), e denominada de labelo. Nas orquídeas os grãos de pólen estão reunidos em políneas,
por vezes muito resistentes ao esmagamento e, portanto, não são pulverulentos. As sementes são
15
Figura 10: Orchidaceae. A. aspecto geral dos órgãos vegetativos, flor e fruto de
Cattleya walkeriana. B. C. forbesii. B. detalhe do ovário ínfero. C. flor dissecada. D.
flor recém polinizada. E. fruto em fase final de amadurecimento. F. fruto e sementes
de Encyclia patens. lb: labelo; ft: fruto; sp: sépala; ov: ovário. A: ilustração científica
de Wilma Ferrari; demais fotos: Milaneze-Gutierre, M.A.
16
Ainda no clado das monocotiledôneas, mas na ordem Poales, estão famílias muito
conhecidas, como a Bromeliaceae (bromélias), Cyperaceae (tiririca ou navalhas-de-
macaco) e Poaceae (gramíneas).
O valor ambiental das bromélias está relacionado à disposição rosulada de suas
folhas, de modo a formar um local onde se acumula água e se desenvolvem muitos seres
vivos, especialmente artrópodes e anfíbios (fitotelmo). Bromeliaceae é uma família típica
20
das Américas, com espécies nativas no México, América Central e do Sul. Apenas uma
espécie está presente na África (Pitcairnea feliciana).
Para o Brasil são citados 43 gêneros e 1.258 espécies, das quais, mais de 1.000 são
endêmicas. Os estames são em número de 6, e o ovário pode ser súpero ou ínfero.
Dependendo da subfamília, os frutos podem ser do tipo cápsula (com sementes aladas,
plumosas) ou baga (em anexos). Geralmente as bromélias são epífitas, mas também
ocorrem espécies terrestres com Bromelia antiacantha, o caraguatá comum no noroeste do
Paraná (Figuras 15 e 16) com suas grandes inflorescências esbranquiçadas circundadas por
folhas modificadas na coloração vermelho-vivo. Também são de hábito terrestre o abacaxi
(Ananas comosus, suas variedades, cultivares e híbridos), considerado a bromélia mais
importante economicamente, tanto para o Brasil quanto para outros paises que a cultivam.
Espécies comuns entre nós, são os abacaxis silvestres (ananás) e os abacaxis-de-jardim,
ambos pertencentes ao gênero Ananas, um dos principais produtos floriculturais e de
exportação do estado do Ceará. As flores das bromélias, em geral, são hermafroditas,
actinomorfas e diclamídeas. Além de Ananas são comuns os gêneros Aechmea, Billbergia,
Gusmania e Vriesea. Espécies nativas da Floresta Ombrófila Mista com Araucária, podem
ser vistas nas Figuras 16A a 16D.
Figura 15: Variabilidade genética entre abacaxizeiros com potencial ornamental: detalhes
das inflorescências de Ananas e seus híbridos. Barra: 1 cm. Fotos: Everton Hilo de Souza.
Fonte: Souza (2010).
21
Na família Cyperaceae (Figura 17) está formada por ervas, presentes nos mais
variados biomas do planeta, mas com preferência por locais brejosos. Apresentam rizoma
tuberizado, onde são acumuladas diversas substâncias, tais como grãos de amido e
princípios ativos com potencial alelopático, como cumarinas. Esse fato, aliado ao grande
22
Figura 20: Poaceae, Zea mays (milho). A. plantação de milho B. aspecto geral da
inflorescência masculina (pendão). C. um de seus ramos e detalhes de uma espigueta
(canto superior). D. inflorescências femininas (bonecas). E. espiga de milho recoberta
por brácteas. F. inflorescência feminina exposta. G. detalhe de uma flor feminina (grão
de milho). H. grãos imaturos. at: antera, st: estilete, ov: ovário. espigueta de gramínea.
Fotos: Milaneze-Gutierre, M. A.
26
No clado Rosídeas, uma das ordens com representantes comuns nos ambientes
naturais e urbanos é Myrtales, com destaque para as famílias Myrtaceae (Figura 23) e
Melastomataceae (Figura 24). A primeira é a família da jabuticaba (Myrciaria spp.),
pitanga (Eugenia uniflora) e goiaba (Psidium guajava), estando composta por 973 espécies
ocorrentes no Brasil. Apresenta folhas simples, opostas, em geral pequenas, coriáceas e
com glândulas de óleo por todo o limbo, as quais podem ser vistas na forma de pontos
translúcidos contra uma fonte luminosa. Suas flores são dialipétalas e polistêmones, com
estames e pétalas caducas, mas com cálice persistente até a fase de fruto maduro.
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Figura 23: Myrtacaeae. Eugenia uniflora, exemplo típico desta família. A. flores
polistêmones. B. após a polinização (queda das pétalas e estames). C. fruto imaturo.
D. frutos maduros. E. análise de uma flor. F. detalhes dos verticilos florais. Fotos:
Milaneze-Gutierre, M. A.
família, assim como a presença de múltiplos óvulos no ovário (em geral semi-ínfero), os
quais originam centenas de minúsculas sementes, sendo raras as sementes grandes e em
pouca quantidade.
Família Lamiaceae (Figura 36), cujo nome antigo era Labiatae, devido ao formato
bilabiado da corola, reúne diversas espécies utilizadas como plantas medicinais e também
na fitoterapia, cosmetologia e culinária, como temperos com sabor e odor típicos, sendo as
mais comuns o hortelã (Menta spp, variedades e híbridos), o poejo (Mentha pulegium),
orégano (Origanum vulgare) e os boldos-brasileiros (Plectranthus spp.), a maioria
exóticas. Inclui representantes de hábito herbáceos ou arbustivas, com folhas de filotaxia
oposta cruzada, sempre simples, muito variadas quanto à forma do limbo, desde inteiro até
profundamente partido, em geral com odor intenso, dado pelos óleos essenciais dos
tricomas glandulares, muito abundantes por toda a parte aérea. O gineceu, sempre supero, é
do tipo ginobásico, sendo esta a características mais marcantes deste grupo de plantas. Para
o nosso país estão citados 34 gêneros e 498 espécies, a maioria endêmica
44
(aproximadamente 70%). O gênero Hyptis destaca-se com 202 espécies citadas para o
Brasil, enquanto que Salvia mantém 61 e Vitex, 33.
Todas as flores de um capítulo apresentam uma bráctea na base. O fruto típico desta
família é o aquênio, podendo apresentar estruturas para a dispersão, o papus, de
consistência sedosa (dente de leão, tridax e outros) ou hirsuta (picão-preto ou carrapichos).
As Asteráceas são muito utilizadas pelo homem como planta medicinal e também
na fitoterapia, como é o caso das espécies nativas de carqueja (Baccharis trimera), o guaco
(Mikania glomerata), a camomila (Matricaria spp.) e a estevia (Stevia rebaudiana) de
cujas folhas é extraído o adoçante natural não calórico, um esteviosídeo. Entretanto, o
girassol (Helianthus annuus) está entre as Asteraceae mais cultivadas, por seu valor
comercial para a produção de óleo de qualidade; assim como o alface (Lactuca sativa) e o
almeirão e chicória (Cichorium e suas variedades). Para o Brasil são citados 275 gêneros e
2.034 espécies de Asteráceas, sendo mais da metade endêmicas.
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