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Universidadelibertacaofinal 1 Paraeduc
Universidadelibertacaofinal 1 Paraeduc
1
Autores:
Cidade: Campinas
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E-mail: rguzzo@mpc.com.br
Telefone: (xx19)3251-4206
Fax: (xx19)3255-1970
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Estudante da Graduação da Faculdade de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Campinas,
SP.Brasil.
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Doutora em Psicologia. Docente Titular da Faculdade de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de
Campinas, SP. Brasil.
2
Universidade como espaço de libertação: conflitos e desafios de uma
RESUMO
A universidade brasileira é constituída pela elite social do país, pois seus estudantes
constituem aproximadamente 10% da população brasileira. Tem funcionado como um
espaço de reprodução dos sistemas social e político vigentes. Este processo é mantido pela
ênfase em uma formação tecnicista e acrítica diante da realidade de injustiças e
desigualdade. Esta situação acaba por dar continuidade ao processo de (de)formação
existente no sistema educacional brasileiro. Neste contexto, a universidade torna-se incapaz
de promover a mudança social pela formação de indivíduos que podem atuar em diferentes
áreas da sociedade. O presente texto tem como objetivos refletir sobre o espaço da
universidade como o que pode promover a transformação social, a partir de considerações
relativas ao rompimento com valores do neoliberalismo, como o individualismo e a
competitividade, em favor da solidariedade e do pensamento coletivo. Caminhos sobre
como a universidade pode promover a ruptura com uma maneira de viver que leva à
manutenção das situações sociais e políticas pelas experiências vividas são propostos a
partir dos pensamentos de Buarque, Freire e Martín-Baró. O foco de atenção se restringe à
como estudantes podem perceber o que significa libertar a humanidade por suas propostas
de formação pessoal e profissional. Algumas características desta formação em Instituições
do Ensino Superior foram apresentadas, como separadas da realidade, incapazes de
responder às necessidades da maior parte da população brasileira. As práticas docentes e da
militância em movimentos estudantis foram considerados como possibilidade de ruptura
com a cultura dominante e promotores da construção de um espaço de libertação.
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University University as a liberation space:
ABSTRACT
The Brazilian university is formed by the social elite of the country, because its students are
nearly 10% of Brazilian population. It has been working as a reproduction’s space of the
mainstream social and political systems. This process is sustained by the emphasis in a
technical and acritical formation facing an unequal and unfair reality. This situation gives
continuity to the existing process of de(formation) inside the Brazilian educational system.
In this context, the university becomes unable for promoting the transformation by social
change by formation of individuals who can act in different areas of the society. The
present text has goals to reflect about the university space as one which can promote the
social transformation, from the considerations related to the breakdown with neoliberalism
Pathways about how university can promote the rupture with one way of living which
takes to the maintenance of social and political situations are proposed from the thoughts
of Buarque, Freire and Martín-Baró. The focus of attention is limited to how students can
recognize what means to liberate humanity by their proposals of personal and professional
separated from reality, unable to responding to the needs of the major part of Brazilian
population. The teachers and student’s movement practices were considered as possibility
of rupture with dominant culture and promoters of the building of a liberation space.
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Universidade como espaço de libertação: conflitos e desafios de uma elite diante das
responsabilidades sociaisi
1999, p. 81).
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sino recubrir nuestra reticencia a poner la
transformação social, desta forma, liberdade sempre refere-se a um objeto: “liberta-se de” –
superando a realidade dada - e “liberta-se para” – em que o ser humano pode existir como
projeto, não como instrumento infinito (Boff, 2000; Freire & Brito, 1991; Ibañez, 2001).
sempre uma tentativa de realimentar a esperança de mudança, já que aqueles que por ela
diferenciado de influência social e política sobre sua realidade. Para tal reflexão é
realidade na qual esta se insere. Constatar a realidade desta maneira, permite a reflexão
sobre a (falta de) liberdade e, a partir daí, impulsionar a humanidade (Ponce, 1995). Assim,
no âmbito da Universidade, pode-se pensar uma reforma que não atinja apenas a
instituição, pois, assim como Morin (1999) aponta, esta é conseqüência da reforma do
pensamento.
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A Universidade cumpre uma importante função nas sociedades e tem sido
empregos em vários campos sociais;, o ensino - formando recursos humanos para diversas
Superior, sendo a primeira mais específica que a segunda, ou seja, além de se dedicar à
i
Trata-se de versão revisada de trabalho apresentado na mesa redonda “Universidad, liberación y compromiso
Guadalajara, México.
ii
A partir deste ponto, há no presente trabalho fará uma sutil diferenciação entre universidade –
contemplando toda instituição que promove a educação superior – e Universidade – que é mais específica e
transcende o papel de educação superior. Tal distinção mostrou-se necessária para os autores, já que a
distinção apresentada por Menezes (2000) entre Universidade e Instituição de Ensino Superior, não é
homogênea entre os diferentes trabalhos consultados. é feita, diante do fato que a utilização dos termos
indiferenciada.Assim, optou-se por manter o uso da palavra universidade, tal como foi encontrada nas
referências consultadas. No entanto, deve-se destacar a necessária discussão sobre o surgimento da atual
confusão entre Instituição de Ensino Superior e Universidade, que será elaborada em um momento posterior
Uma discussão sobre a confusão Instituição de Ensino Superior e Universidade pode ser encontrada em
Menezes (2000).
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educação superior a Universidade é espaço privilegiado para o debate, para a produção de
realidade latino-americana tal papel tem fracassado, funcionando como uma instituição
qualquer problema pertencente a realidade em que está inserida. Acho que precisa
reprodutora do modelo neoliberalv posto pelos países hegemônicos;, permeada por relações
parte da renda e milhões de explorados que vivem na miséria para que a concentração se
mantenha. pela pobreza (Branco, 1998; Chauí, 2000; Buarque, 1999; Buarque, 2000;
iii
Ideologia é entendida como o conjunto de idéias que sustentam ou reproduzem relações assimétricas
8
necessidades básicas, tais como alimentação, educação, saúde, moradia com higiene,
transporte, justiça e esperança. Por isso, passa a ser um elemento essencial de sentido na
realidade brasileira.
excludente e perpassado pela violência (Guzzo, 2000). Nota-se que no Brasil, a educação, a
continente americano com uma das mais baixas taxas de estudantes matriculados no nível
superior, indicando que somente a elite dominante da população consegue ter a chance de
cursar esta etapa de sua formação. Este fato, como Gentili (1996) aponta, desponta sob a
égide do neoliberalismo, em que a educação articula-se com processos que contribuem com
injustiças. Além disso, oO autor aponta, que sob tal ideologia, a educação perde o caráter
de direito e torna-se privilégio, sai da dimensão da política e passa a ser regulada pelo
iv
A globalização é concebida por Therborn (2000) como uma tendência de alcance ou impacto universal de
cultural) em que são envolvidos diferentes sistemas e processos de interação. Intensifica-se o fluxo de
desenvolvimento, para assim reduzir custos e enfraquecer o movimento operário. O neoliberalismo abrange
procura manter a nova configuração do capitalismo que seria caracterizado principalmente por: “insegurança
(...), dispersão (...), medo, (...) sentimento do efêmero e da destruição da memória objetiva dos espaços (p.
22). Trata-se de reformas políticas, educacionais, econômicas e políticas em conjunto com estratégias
culturais que legitimam ditas reformas em prol do capitalismo avançado (Anderson, 1998; Gentili, 1996).
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mercado. Em outras palavras, a educação passa a reproduzir a cultura da meritocracia e da
competitividade, na qual os bem sucedidos são os “melhores”. No caso brasileiro estes são
“as elites que monopolizam o poder político, econômico e cultural” (Gentili, 1996, p. 41).
superior, que, segundo a UNESCO (2000), em 1996, foi de 14,5%. Sampaio e cols. (1998),
Sampaio et al. (1998) caracterizam o Ensino Superiora Universidade como a parte mais
90% dos jovens que estavam em idade de cursar o Ensino Superior (entre 18 e 24 anos)
encontravam-se fora da uUniversidade, sendo que aspectos como cor, renda familiar e
superior são, em geral, provenientes “de famílias mais ricas do que a média da população,
são mais freqüentemente brancos do que a média da população e são filhos de pais com
mais escolaridade do que a média” (Sampaio et al., 1998, p. 36). Isto significa que, na
pirâmide social, poucos tem acesso ao sistema superior do ensino brasileiro, ficando no
Os dados que a UNESCO (2000) oferece, demonstram que o Ensino Superior não é
restrito apenas no Brasil mas, também, aos países da América Latina e Caribe (19,4%).
Nota-se que as taxas destes países são muito mais baixas do que as taxas de países da
Leste Europeu (34%). As grandes diferenças das taxas de escolaridade bruta do Ensino
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Deve-se notar que os dados citados anteriormente, referem-se às Instituições de
públicos e privados. Porém, além de apontar que a educação superior é restrita, é essencial
pensar as respostas políticas que tem sido dadas a este problema que tem nuanças
mercadoria.
população busca por uma especialidade com formação técnica, que prepara para o exercício
passa a ser um assunto empresarial e regulada pelo mercado (Chauí, 2000; Gentili, 1996;
ganha espaço em prol de interesses econômicos servindo como slogan publicitário e dando
volúveis demandas do mercado (Menezes, 2000). Como discute Ianni (2002), a empresa
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eminentemente prático, pragmático e profissional, deixando de lado, a pesquisa pura, a
geral.
podendo recair em uma formação acrítica, pragmática e tecnicista; (2) apresenta-se com
democrático e libertador; (3) e está a serviço da ordem política vigente, pois busca atender à
demanda concreta da sociedade estabelecida ao profissionalizar uma elite, que será o alvo
crescimento acelerado para o atendimento de uma demanda cada vez maior e mais
social, isto é, ganha um cunho mercadológico (Crochík, 1985; Chauí????; Megale, 1999;
envolvimento com o trabalho. Este período coincide com a falta estrutural de emprego
causada porelos processos sociais econômicos ela forma de lidar com a economia, que, a
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cada dia mais, situa o homem como escravo da forma hegemônica de organização da
produção material hegemônica. É neste contexto, que se dão as condições para a explosão
do setor privado atendendo a uma demanda que a universidade pública não consegue
atender.
é preciso compreender a relação entre o sistema de educação privada e pública. Esta relação
constitutiva de todo o sistema educacional do país, desde a Educação Infantil até o Ensino
privadas do país, trazendo idéias que, por exemplo pois a ideologia hegemônica apresentam
(Gentili, 1996).
iniciou por Instituições Federais e Estaduais de Ensino, alterou sua composição para um
Mundial. Estas instituições acolhem a maioria daqueles que conseguem chegar ao topo da
pirâmide social, mas que ao final, reproduzem o sistema que as conduziu até lá.
em quatro períodos. O período entre o início dos 30 e fim dos 40 em que há a integração de
resultando nas primeiras Universidades Públicas que eram localizadas em centros urbanos.
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Do fim dos 40 ao início dos 70 há o crescimento das Universidades já exisentes e a criação
centros urbanos do país, é neste período que surgem as primeiras instituição privadas que
ofereciam educação superior, mas que no entanto ainda não eram reconhecidas enquanto
universidades. Do fim dos 70 até os dias atuais cresce o número de Universidades estaduais
de avaliação ddo Ensino Superior Privado no país, algumas considerações sobre esta
explosão, especialmente, sobre seu caráter misto em que a iniciativa privada se estabelece
nas universidades, tanto quanto em sua dinâmica na integração com o Estado. Para a autora,
Superior ficavam com 54% no setor privado, o qual correspondendoia a 78% das
setores privados passam a ser mais dinâmicos em relação ao atendimento das demandas deo
mercado massa e a complementar os setores públicos que são relativamente pequenos, mais
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processo como o cerco territorial da Universidade, isto é, a contínua expansão do setor
utilizados por Menezes (2000) dão um tom dramático a tal processo. O primeiro diz
sua existência. O segundo ponto, apresentado pelo autor destaca que todas as grandes
quando mantidas com recursos privados, o que difere da grande maioria de universidades
Fatores históricos e conjunturas políticas fizeram deste quadro uma das maiores
distorções presentes no país – um grande número de jovens que não podem estudar em uma
universidade, seja por problemas financeiros, seja por insuficiência de formação básica, têm
dificuldades para concorrer aos níveis mais seletivos de um concurso em escolas públicas.
Superior está relacionado à visão do diploma universitário, que nasce nos anos 60,
Megale, 1999). A demanda aumenta e cresce o setor privado dentro do sistema educacional
o qual, por um vazio nas políticas públicas para a Educação Superior, torna o rompimento
do ciclo reprodutivo de injustiças sociais cada vez mais difícil e a transformação social cada
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brasileira. A proliferação das Instituições de Ensino Superior trata o processo de formação
Ironicamente, uma resposta que surge com o slogan de atender a população que a
propõeor a submissão ao mercado. Por fimAlém disso, tal processo, que não trata apenas de
privatização do setor público, elimina de vez a possibilidade de qualquer estudante que não
??????
Universidade e refletir o que impede, obstrui ou potencializa uma formação que permita a
Universidade existir enquanto um espaço de libertação. Aqui, o foco não será apenas para o
Ensino Superior, mas para a Universidade, isto é, para uma instituição cujasua ação não se
formação em uma Universidade pode contribuir para mudanças sociais necessárias. Pela
transformadora da sociedade em que está inserido. Para pensar este processoPara isto, serão
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Um conjunto importante de críticas elaboradas à Universidade foi formulado por
Leite (2000) que em seu texto “as sete pragas da universidade brasileira”tece uma crítica
denominada “as sete pragas da universidade brasileira” (2000), denunciando tanto sua
sistema privado que lida com a Educação, como se fosse um produto de mercado,
aacentuando ainda mais seu papel de instituição reprodutora da ordem social estabelecida.
Para ele, a primeira praga estaria relacionada-se ao tipo de vínculo profissional do professor
com a instituição, ou seja, aqueles contratados como horistas (contrato refere-se ao número
de horas aula dadas na semana) ou em regime parcial de trabalho sem tempo de se atualizar
ou se dedicar à pesquisa, ao mesmo tempo em que outros docentes, liberais, movidos por
segunda, ainda em relação aos professores, referiu-se ao caráter vitalício de suas funções e
de vista intelectual e de compromissos sociais. A terceira praga considerada pelo autor, diz
alternativas de vida universitária. A quinta, diz respeito a uma tendência crescente a criação
não se comunicam e, portanto, não são capazes de dar organicidade ao projeto institucional.
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complica as relações cotidianas e não resulta em uma formação de caráter humanista e
Fica claro, nestas considerações, que, por força das estruturas internas da
pesquisadores se alienam e aqueles que se envolvem apenas com atividades de sala de aula,
renovação pessoal e institucional. Aqui acho que dá pra acrescentar algo mais... hj nós
vemos que o corporativismo tem conseqüências bem piores do que poderíamos dizer.Além
fragmentado e frágil, um saber que não denuncia a realidade e deste modo, impede sua
Diante desta situação, agravada pela difícil situação no ensino básico do país, a
em que está inserido, se este espaço for institucionalizado para além das atividades de sala
de aula.
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segmentos da comunidade forem alvo de atenção - o corpo de professores e o corpo de
comunidade interna e externa, por meio de sua ação pautada em um projeto institucional
que evidencie seus objetivos e metas. Para isso, sua organização deve contar com
considerados pelo autor a coluna vertebral da universidade, ou seja, são responsáveis pelo
Tais mecanismos, revelam o horizonte que a Universidade almeja para a realidade em que
que surgem para suprirem vazios dos mecanismos estruturais no cumprimento dos
Universidade faz uma opção, consciente ou não, para atingir ou não um fim
dominação. Para o autor: “quando nossas Universidades pretendem ser universais, de fato
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não são mais que simples instrumentos nas mãos dos poderosos” (Martín-Baró, 1998,
p.148).
ser definidas, a partir dos fins almejados pela Universidade.as ações na direção do sentido
comunitário da instituição, oOu seja, quando a Universidade faz uma opção clara pelo
povo, as pessoas que devem desempenhar tais papéis não devem ser aqueles, que Gentili
mercado, por meio de Planejamentos Estratégicos formulados para a Universidade tal como
empresas com fins mercadológicos, mas sim ospessoas capazes de entender e traduzir a
realidade social e toda sua problemática, tal como se configura no país. A compreensão da
esta se encastele e deste modo possa contribuir para a transformação social (Martín-Baró,
1998).
planejamento dos cursos devem estabelecer critérios que se coadunem com os objetivos
pedagógica, opção ideológica e ideologia e opção vitalvii. Novamente, estes critérios surgem
muito mais para explicitar a real opção da Universidade, ao invés, de falácias universalistas,
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principalmente, quando se fala de um espaço tão elitista quanto a Universidade. Martín-
universidade.
Universidade. Não se trata de uma avaliação coisificada que hoje existe enquanto sistema
um mundo a construir e viver a energia dos verdadeiros valores – fazer uma opção de vida (Boff, Betto &
Bogo, 2000).
viii
Educação bancária é a concepção na qual o processo educativo se faz pelo depósito de conteúdo – ato em
que o depositante é sempre o educador e o depositário é o educando, cuja consciência vazia deve ser
21
estrutura universitárias espaços de reflexões alternativas, mas, no entanto, correm o risco de
(Martín-Baró, 1998).
um fim distante e abstrato, mas um fim pelo qual se inicia e deve permear todos os espaços
revigoração e renovação de seus quadros e de seus currículos para que algo novo possa
1991).
ix
Educação bancária é a concepção na qual o processo educativo se faz pelo depósito de conteúdo – ato em
que o depositante é sempre o educador e o depositário é o educando, cuja consciência vazia deve ser
22
???????????
A educação reflete uma sociedade marcada por conflitos de classe e interesses antagônicos
– a uUniversidade não está imune ao que ocorre nem outras instâncias da realidade e o
nação. Assim, a questão que hoje se coloca para a Universidade é se ela vai se constituir
reprodução do neoliberalismo.
Por isso, a abordagem crítica permite uma concepção mais realista quanto aos
populações, pois permite a todos a inclusão em um projeto de futuro, e, dentro deste projeto
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a uUniversidade deve buscar superar os problemas básicos de toda a população, abolindo o
apartheid social atual na realidade brasileira. Desta forma, a saída da crise deve passar,
concebido como um ser em adaptação ao mundo sua ação educativa devem se adequar a
situação de miséria. A partir daí, pode-se apontar para a responsabilidade que este
universitária são de caráter ético e moral referindo-se à obrigação de responder pelas ações
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Pensando a universidade como espaço de libertação, pode-se esperar que alunos e
mudança do homem coisa para homem sujeito. “Na medida em que os que estão proibidos
de ser são seres para outro, os que assim o proíbem são falsos seres para si. Por isso não
podem ser autênticos sujeitos. Ninguém é, se proíbe que o outro seja” (Freire, 1973, p. 9).
Por isso, uUma uUniversidade libertadora se diferencia por seus docentes e suas
alunos e professores. Cuida das relações, cria espaços para o processo conscientizador. A
Heller (1982) aponta que todo movimento social, mesmo que de maneira
que emergem dentro desta. Deste o movimento estudantil, para Martín-Baró (1998),
portanto de libertação.
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3. espaço de denúncia da ordem social estabelecida, de inconsistências e práticas
4. apesar disto, o movimento estudantil ainda está longe de atingir níveis ideais de
5. mesmo nos movimentos estudantis há uma inversão na atitude do estudante que é fruto
6. movimento serve mais para busca na qualidade da formação por meio da luta política na
aprimoramento da formação, este na realidade não serve a libertação e não alcança a crítica
(ponto de ruptura necessário para início do processo). Portanto, este movimento, em todo o
movimento possa atingir seus objetivos, para que o movimento se constitua como o outro
da universidade.
???
Este trabalho, de forma tímida apresenta aspectos necessários para uma reflexão
assumir . Para que a universidade brasileira torne-se um espaço que propicie libertação,
deve ter como objetivo fundamental, aquele apresentado por Martín-Baró (1998), a busca
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da conscientização sócio-políticax das maiorias populares, fazendo uma opção clara à quem
a Uuniversidade irá servir, rompendo com o falso discurso universalizante nela presente.
A opção pelos oprimidos em uma sociedade dividida é, para Dussel, (1977) uma
homem histórico onde a dominação coisica ou coisificante seja superada numa fraternidade
humanizante” (p. 192). Desta forma, Dussel aponta que o critério de verdade do
históricos, sociais e culturais, nos quais o profissional deve atuar (Martín-Baró, 1998).
conhecimento” (Fait Gorchacov, Lacerda Jr. & Guzzo, 2002, p. 61). Além disso, esta
associações representativas tanto interna quanto externas a ela. Para atingir seus fins, tonar-
se necessária uma reforma, que para Morin (1999) deve ter implicações existenciais, éticas
e cívicas e permita a formação do “espírito vivo”. Uma reforma que vise estas
conseqüências converge com aquela que busca a libertação e é muito maior que uma
reforma técnica, pois um projeto de libertação é, antes de mais nada, um projeto moral
x
A conscientização sócio-política para Martín Baró (1998), que fundamenta-se em Freire, trata-se de um
movimento dialético, pessoal e comunitário frente a realidade histórica que leva ao movimento, a um projeto
histórico e libertador e, conseqüentemente ao conflito. É um processo mais social que psicológico, porém que
envolve a ambos. “Conscientización debe ser liberadora como que toda liberación es conscientizadora” (pág.
142).
27
(Ibañez, 2001), no qual o objetivo conscientizador da universidade deve levar em conta as
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