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A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS


ARTICULADA COM A EDUCAÇÃO
PROFISSIONAL, CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

INSTITUTOS FEDERAIS
Prof. Vinícius Reccanello de Almeida
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SUJEITOS DA EJA

• Paiva: São homens e mulheres, trabalhadores/as empregados/as e desempregados/as ou em busca do


primeiro emprego; filhos, pais e mães; moradores urbanos de periferias e moradores rurais. São sujeitos
sociais e culturalmente marginalizados nas esferas socioeconômicas e educacionais, privados do acesso à
cultura letrada e aos bens culturais e sociais, comprometendo uma participação mais ativa no mundo do
trabalho, da política e da cultura. Vivem no mundo urbano, industrializado, burocratizado e escolarizado, em
geral trabalhando em ocupações não qualificadas. Portanto, trazem consigo o histórico da exclusão social. São,
ainda, excluídos do sistema de ensino, e apresentam em geral um tempo maior de escolaridade devido a
repetências acumuladas e interrupções na vida escolar. Muitos nunca foram à escola ou dela tiveram que se
afastar, quando crianças, em função da entrada precoce no mercado de trabalho, ou mesmo por falta de
escolas.

• Fundação Vale: As experiências vivenciadas na família, na comunidade, na participação social e no trabalho


conferem ao ser humano saberes fundamentais que influenciam seu meio, sua cultura e permitem a
construção de biografias únicas, ricas, complexas e completas. O reconhecimento da singularidade e do
potencial transformador dos conhecimentos construídos nas trajetórias não escolares é ponto de partida para
a construção de novos saberes potencialmente transformadores da escola e dos conhecimentos por ela
produzidos.
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FUNÇÕES DA EJA

Função reparadora

• Significa não só a entrada no circuito dos direitos civis pela restauração de um direito negado: o direito a uma
escola de qualidade, mas também o reconhecimento daquela igualdade ontológica de todo e qualquer ser
humano.

• Desta negação, evidente na história brasileira, resulta uma perda: o acesso a um bem real, social e
simbolicamente importante. Logo, não se deve confundir a noção de reparação com a de suprimento.

• O término de uma tal discriminação não é uma tarefa exclusiva da educação escolar. Esta e outras formas de
discriminação não têm o seu nascedouro na escola. A educação escolar, ainda que imprescindível, participa dos
sistemas sociais, mas ela não é o todo destes sistemas. Daí que a busca de uma sociedade menos desigual e
mais justa continue a ser um alvo a ser atingido em países como o Brasil.
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Função equalizadora

• A função equalizadora da EJA vai dar cobertura a trabalhadores e a tantos outros segmentos sociais como
donas de casa, migrantes, aposentados e encarcerados.

• A reentrada no sistema educacional dos que tiveram uma interrupção forçada seja pela repetência ou pela
evasão, seja pelas desiguais oportunidades de permanência ou outras condições adversas, deve ser saudada
como uma reparação corretiva, ainda que tardia, de estruturas arcaicas, possibilitando aos indivíduos novas
inserções no mundo do trabalho, na vida social, nos espaços da estética e na abertura dos canais de
participação. Para tanto, são necessárias mais vagas para estes "novos" alunos e "novas" alunas, demandantes
de uma nova oportunidade de equalização.

• A equidade é a forma pela qual se distribuem os bens sociais de modo a garantir uma redistribuição e alocação
em vista de mais igualdade, consideradas as situações específicas.
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Função qualificadora

• A tarefa de propiciar a todos a atualização de conhecimentos por toda a vida é a função permanente da EJA
que pode se chamar de qualificadora.

• Ela tem como base o caráter incompleto do ser humano cujo potencial de desenvolvimento e de adequação
pode se atualizar em quadros escolares ou não escolares . Mais do que nunca, ela é um apelo para a educação
permanente e criação de uma sociedade educada para o universalismo, a solidariedade, a igualdade e a
diversidade.

• Na base da expressão potencial humano sempre esteve o poder se qualificar, se requalificar e descobrir novos
campos de atuação como realização de si. Uma oportunidade pode ser a abertura para a emergência de um
artista, de um intelectual ou da descoberta de uma vocação pessoal. A realização da pessoa não é um universo
fechado e acabado. A função qualificadora, quando ativada, pode ser o caminho destas descobertas.

• A função qualificadora é também um apelo para as instituições de ensino e pesquisa no sentido da produção
adequada de material didático que seja permanente enquanto processo, mutável na variabilidade de
conteúdos e contemporânea no uso de e no acesso a meios eletrônicos da comunicação .
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PEDAGOGIA FREIREANA PARA A EJA

• Fundamento: pensamento marxista – homem como produto histórico cultural- para entender a negação de
liberdade e a realidade daqueles sujeitos marginalizados pela sociedade.

• Visão transformadora: na sua práxis, via a educação nascendo da vida, nas lutas, nas experiências do povo.

• Pedagogia: proposta político-pedagógica libertadora, uma pedagogia que nasce da luta, se recria nela e a
produz. Pensa o homem livre, tendo a educação o papel de libertá-lo da sua opressão, ou seja, a educação
como ferramenta de igualdade social, tornando o sujeito autônomo e ciente de seu lugar na sociedade.

• Educação emancipatória: educar os oprimidos, aqueles sujeitos à margem da sociedade fazendo com que eles
pensem sobre aquilo que os oprime, de modo que, no processo de alfabetização já ocorra a conscientização do
sujeito do seu papel social.

• Crítica à “educação bancária” conteudista.


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• Freire: A partir das relações do homem com a realidade, resultantes de estar com ela e de estar nela, pelos
atos de criação, recriação e decisão, vai ele dinamizando o seu mundo. Vai dominando a realidade. Vai
humanizando-a. Vai acrescentando a ela algo de que ele mesmo é o fazedor. Vai temporalizando os espaços
geográficos. Faz cultura. E é ainda o jogo destas relações do homem com o mundo e do homem com os
homens, desafiado e respondendo ao desafio, alterando, criando, que não permite a imobilidade, a não ser em
ternos de relativa preponderância, nem das sociedades nem das culturas. E, na medida em que cria, recria e
decide, vão se conformando as épocas históricas. É também criando, recriando e decidindo que o homem deve
participar destas épocas.

• Método: fazer com que o aluno através das “palavras geradoras” possa pensar nos “temas geradores”, temas
esses a serem discutidos coletivamente dando liberdade aos sujeitos dentro do processo educativo,
acreditando que é na liberdade que se aprende a ser livre, e o diálogo traz essa liberdade, pensando a
educação como ferramenta de autonomia do sujeito, construindo homens alfabetizados nas letras e no
mundo, ter a liberdade de criar ações concretas formando seus pensamentos e seu próprio lugar de ação,
transformando sua própria realidade, avançando na leitura de mundo e compreendendo-se como sujeito de
sua própria história.
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DISPOSIÇÕES LEGAIS

LDB

Art. 37. A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de
estudos nos ensinos fundamental e médio na idade própria e constituirá instrumento para a educação e a
aprendizagem ao longo da vida.

§ 1º Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os
estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado,
seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames.

§ 2º O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência do trabalhador na escola, mediante ações
integradas e complementares entre si.

§ 3º A educação de jovens e adultos deverá articular-se, preferencialmente, com a educação profissional, na


forma do regulamento.
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RESOLUÇÃO 04/2010

Art. 28. A Educação de Jovens e Adultos (EJA) destina-se aos que se situam na faixa etária superior à considerada própria, no
nível de conclusão do Ensino Fundamental e do Ensino Médio.

§ 1º Cabe aos sistemas educativos viabilizar a oferta de cursos gratuitos aos jovens e aos adultos, proporcionando-lhes
oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de
trabalho, mediante cursos, exames, ações integradas e complementares entre si, estruturados em um projeto pedagógico
próprio.

§ 2º Os cursos de EJA, preferencialmente tendo a Educação Profissional articulada com a Educação Básica, devem pautar-se
pela flexibilidade, tanto de currículo quanto de tempo e espaço, para que seja(m):

I - rompida a simetria com o ensino regular para crianças e adolescentes, de modo a permitir percursos individualizados e
conteúdos significativos para os jovens e adultos;
II - providos o suporte e a atenção individuais às diferentes necessidades dos estudantes no processo de aprendizagem,
mediante atividades diversificadas;
III - valorizada a realização de atividades e vivências socializadoras, culturais, recreativas e esportivas, geradoras de
enriquecimento do percurso formativo dos estudantes;
IV - desenvolvida a agregação de competências para o trabalho;
V - promovida a motivação e a orientação permanente dos estudantes, visando maior participação nas aulas e seu melhor
aproveitamento e desempenho;
VI - realizada, sistematicamente, a formação continuada, destinada, especificamente, aos educadores de jovens e adultos
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RESOLUÇÃO 01/2021

Art. 12. Os cursos de qualificação profissional, incluída a formação inicial de trabalhadores, deverão desenvolver
competências profissionais devidamente identificadas no perfil profissional de conclusão, que sejam necessárias ao exercício
de uma ocupação com identidade reconhecida no mundo do trabalho, consideradas as orientações dos respectivos Sistemas
de Ensino e a CBO.

§ 5º A oferta de qualificação profissional pode se dar de forma articulada com a Educação de Jovens e Adultos (EJA).

Art. 18. A oferta de cursos técnicos para os que não concluíram o Ensino Médio na idade considerada adequada pode se dar
de forma articulada com a EJA.
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DECRETO 5840/2006 - Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de
Educação de Jovens e Adultos - PROEJA

Art. 1o Fica instituído, no âmbito federal, o Programa Nacional de Integração da Educação Profissional à Educação Básica na
Modalidade de Educação de Jovens e Adultos - PROEJA, conforme as diretrizes estabelecidas neste Decreto.

§ 1o O PROEJA abrangerá os seguintes cursos e programas de educação profissional:

I - formação inicial e continuada de trabalhadores; e


II - educação profissional técnica de nível médio.

§ 2o Os cursos e programas do PROEJA deverão considerar as características dos jovens e adultos atendidos, e poderão ser
articulados:

I - ao ensino fundamental ou ao ensino médio, objetivando a elevação do nível de escolaridade do trabalhador, no caso da
formação inicial e continuada de trabalhadores, nos termos do art. 3o, § 2o, do Decreto no 5.154, de 23 de julho de 2004; e
II - ao ensino médio, de forma integrada ou concomitante, nos termos do art. 4o, § 1o, incisos I e II, do Decreto no 5.154, de
2004.
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PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO 2014-2024

Meta 10: Oferecer, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) das matrículas de educação de jovens e adultos, nos ensinos
fundamental e médio, na forma integrada à educação profissional.

Estratégias:

10.1) manter programa nacional de educação de jovens e adultos voltado à conclusão do ensino fundamental e à formação profissional inicial,
de forma a estimular a conclusão da educação básica;

10.2) expandir as matrículas na educação de jovens e adultos, de modo a articular a formação inicial e continuada de trabalhadores com a
educação profissional, objetivando a elevação do nível de escolaridade do trabalhador e da trabalhadora;

10.3) fomentar a integração da educação de jovens e adultos com a educação profissional, em cursos planejados, de acordo com as
características do público da educação de jovens e adultos e considerando as especificidades das populações itinerantes e do campo e das
comunidades indígenas e quilombolas, inclusive na modalidade de educação a distância;

10.4) ampliar as oportunidades profissionais dos jovens e adultos com deficiência e baixo nível de escolaridade, por meio do acesso à
educação de jovens e adultos articulada à educação profissional;

10.5) implantar programa nacional de reestruturação e aquisição de equipamentos voltados à expansão e à melhoria da rede física de escolas
públicas que atuam na educação de jovens e adultos integrada à educação profissional, garantindo acessibilidade à pessoa com deficiência;

10.6) estimular a diversificação curricular da educação de jovens e adultos, articulando a formação básica e a preparação para o mundo do
trabalho e estabelecendo inter-relações entre teoria e prática, nos eixos da ciência, do trabalho, da tecnologia e da cultura e cidadania, de
forma a organizar o tempo e o espaço pedagógicos adequados às características desses alunos e alunas;
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10.7) fomentar a produção de material didático, o desenvolvimento de currículos e metodologias específicas, os instrumentos de avaliação,
o acesso a equipamentos e laboratórios e a formação continuada de docentes das redes públicas que atuam na educação de jovens e
adultos articulada à educação profissional;

10.8) fomentar a oferta pública de formação inicial e continuada para trabalhadores e trabalhadoras articulada à educação de jovens e adultos,
em regime de colaboração e com apoio de entidades privadas de formação profissional vinculadas ao sistema sindical e de entidades sem fins
lucrativos de atendimento à pessoa com deficiência, com atuação exclusiva na modalidade;

10.9) institucionalizar programa nacional de assistência ao estudante, compreendendo ações de assistência social, financeira e de apoio
psicopedagógico que contribuam para garantir o acesso, a permanência, a aprendizagem e a conclusão com êxito da educação de jovens e
adultos articulada à educação profissional;

10.10) orientar a expansão da oferta de educação de jovens e adultos articulada à educação profissional, de modo a atender às pessoas
privadas de liberdade nos estabelecimentos penais, assegurando-se formação específica dos professores e das professoras e implementação
de diretrizes nacionais em regime de colaboração;

10.11) implementar mecanismos de reconhecimento de saberes dos jovens e adultos trabalhadores, a serem considerados na articulação
curricular dos cursos de formação inicial e continuada e dos cursos técnicos de nível médio.
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PROEJA – DOCUMENTO BASE

• Indispensável: criar condições materiais e culturais capazes de responder, em curto espaço de tempo, ao desafio histórico
de implementar políticas globais e específicas que, no seu conjunto, ajudem a consolidar as bases para um projeto
societário de caráter mais ético e humano.

• Fundamental: que a política de educação profissional e tecnológica também seja destinada, com o mesmo padrão de
qualidade e de forma pública, gratuita, igualitária e universal, aos jovens e adultos que foram excluídos do sistema
educacional ou a ele não tiveram acesso nas faixas etárias denominadas regulares, sendo esse o objetivo central desse
documento base – uma política educacional para proporcionar o acesso do público de EJA ao ensino médio integrado à
educação profissional técnica de nível médio.

• Formação profissional específica e continuada: é uma necessidade permanente, tanto pelas condições objetivas de milhões
de jovens e adultos que a buscam e dela necessitam, quanto pelas necessidades econômicas e pela mudança na forma de
organização do processo produtivo.

• Medida urgente: denotada na Rede Federal a ausência de sujeitos alunos com o perfil típico dos encontrados na EJA, cabe
— mesmo que tardiamente —, repensar as ofertas até então existentes e promover a inclusão desses sujeitos, rompendo
com o ciclo das apartações educacionais, na educação profissional e tecnológica.
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• Política nacional de direito: um aspecto básico norteador é o rompimento com a dualidade estrutural cultura geral versus
cultura técnica, situação que viabiliza a oferta de uma educação academicista para os filhos das classes favorecidas
socioeconomicamente e uma educação instrumental voltada para o trabalho para os filhos da classe trabalhadora, o que se
tem chamado de uma educação pobre para os pobres.

• Uma das finalidades mais significativas dos cursos técnicos integrados no âmbito de uma política educacional pública: deve
ser a capacidade de proporcionar educação básica sólida, em vínculo estreito com a formação profissional, ou seja, a
formação integral do educando. A formação assim pensada contribui para a integração social do educando, o que
compreende o mundo do trabalho sem resumir-se a ele, assim como compreende a continuidade de estudos.

• Outro aspecto irrenunciável: assumir a EJA como um campo de conhecimento específico, o que implica investigar, entre
outros aspectos, as reais necessidades de aprendizagem dos sujeitos alunos; como produzem/produziram os
conhecimentos que portam, suas lógicas, estratégias e táticas de resolver situações e enfrentar desafios; como articular os
conhecimentos prévios produzidos no seu estar no mundo àqueles disseminados pela cultura escolar; como interagir, como
sujeitos de conhecimento, com os sujeitos professores, nessa relação de múltiplos aprendizados; de investigar, também, o
papel do sujeito professor de EJA, suas práticas pedagógicas, seus modos próprios de reinventar a didática cotidiana,
desafiando-o a novas buscas e conquistas — todos esses temas de fundamental importância na organização do trabalho
pedagógico.
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• Característica da proposta político-pedagógica: deve ser específica, clara e bem definida para que possa atender as reais
necessidades de todos os envolvidos, e oferecer respostas condizentes com a natureza da educação que buscam,
dialogando com as concepções formadas sobre o campo de atuação profissional, sobre o mundo do trabalho, sobre a vida.

• Relação professor-aluno (EJA): oferecer aos professores e aos alunos a possibilidade de compreender e apreender uns dos
outros, em fértil atividade cognitiva, afetiva, emocional, muitas vezes no esforço de retorno à escola, e em outros casos,
no desafio de vencer estigmas e preconceitos pelos estudos interrompidos e a idade de retorno, é a perspectiva sensível
com que a formação continuada de professores precisa lidar.
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Princípios

• PRIMEIRO: papel e compromisso que entidades públicas integrantes dos sistemas educacionais têm com a inclusão da
população em suas ofertas educacionais.

• O princípio surge da constatação de que os jovens e adultos que não concluíram a educação básica em sua faixa etária
regular têm tido pouco acesso a essas redes. Assim, um princípio dessa política — a inclusão — precisa ser
compreendido não apenas pelo acesso dos ausentes do direito à escola, mas questionando também as formas como
essa inclusão tem sido feita, muitas vezes promovendo e produzindo exclusões dentro do sistema, quando não
assegura a permanência e o sucesso dos alunos nas unidades escolares.

• SEGUNDO: consiste na inserção orgânica da modalidade EJA integrada à educação profissional nos sistemas educacionais
públicos.

• Assume-se, assim, a perspectiva da educação como direito — assegurada pela atual Constituição no nível de ensino
fundamental como dever do Estado. Além disso, alarga-se a projeção desse dever ao se apontar a educação básica
iniciando-se na educação infantil e seguindo até a conclusão do ensino médio.
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• TERCEIRO: a ampliação do direito à educação básica, pela universalização do ensino médio.

• A formação humana não se faz em tempos curtos, exigindo períodos mais alongados, que consolidem saberes, a
produção humana, suas linguagens e formas de expressão para viver e transformar o mundo. A expansão do direito,
portanto, inclui a universalização do ensino médio, como horizonte próximo, face à quase total universalização do
acesso ao ensino fundamental.

• QUARTO: compreende o trabalho como princípio educativo.

• A vinculação da escola média com a perspectiva do trabalho não se pauta pela relação com a ocupação profissional
diretamente, mas pelo entendimento de que homens e mulheres produzem sua condição humana pelo trabalho —
ação transformadora no mundo, de si, para si e para outrem.

• QUINTO: define a pesquisa como fundamento da formação do sujeito

• A pesquisa é o modo de produzir conhecimentos e fazer avançar a compreensão da realidade, além de contribuir para
a construção da autonomia intelectual desses sujeitos/educandos.

• SEXTO: considera as condições geracionais, de gênero, de relações étnico-raciais como fundantes da formação humana e
dos modos como se produzem as identidades sociais.

• Outras categorias para além da de “trabalhadores”, devem ser consideradas pelo fato de serem elas constituintes das
identidades e não se separarem, nem se dissociarem dos modos de ser e estar no mundo de jovens e adultos.
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QUESTÃO 01

De acordo com a Resolução nº 4, de 13 de julho de 2010, os cursos de EJA, preferencialmente tendo a Educação
Profissional articulada com a Educação Básica, devem pautar-se pela flexibilidade, tanto de currículo quanto de
tempo e espaço, para que NÃO seja:

a) Mantida e continuada a simetria com o ensino regular para crianças e adolescentes, de modo a permitir
percursos comuns e conteúdos significativos para os estudantes.
b) Valorizada a realização de atividades e vivências socializadoras, culturais, recreativas e esportivas,
geradoras de enriquecimento do percurso formativo dos estudantes.
c) Desenvolvida a agregação de competências para o trabalho.
d) Promovida a motivação e a orientação permanente dos estudantes, visando maior participação nas aulas e
seu melhor aproveitamento e desempenho.
e) Realizada, sistematicamente, a formação continuada, destinada, especificamente, aos educadores de
jovens e adultos.
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QUESTÃO 02
(IBFC) Para aqueles impedidos de realizar seus estudos no período previsto pelo sistema educacional, existe a possibilidade de
matrícula nos programas de Educação de Jovens e Adultos, conhecido com EJA. De acordo com as Diretrizes Curriculares
Nacionais, o EJA responde por algumas funções básicas:

I. Função Reparadora - restaura o direito a uma escola de qualidade e o reconhecimento de igualdade de todo e qualquer ser
humano, em que a cidadania estará assegurada por meio da assimilação de competências necessárias para sua inserção no
chamado novo mundo do trabalho.
II. Função Equalizadora - deve ampliar e diversificar as oportunidades a todos aqueles desfavorecidos que buscam o acesso às
escolas e ao ensino, em diferentes níveis e períodos. Isto
para que se restabeleça a trajetória escolar desse cidadão.
III. Função Permanente de Qualificação - entende-se que em suas diferentes fases de existência e diante das exigências de sua
formação pessoal e de sua formação profissional, instrumentos constantes de qualificação devem estar ao dispor de todos.

Das afirmações apresentadas

a) Somente a I está correta


b) Somente a II está correta.
c) Somente a III está correta.
d) Todas estão corretas.
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QUESTÃO 03

(FEPESE/2019) De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (1996), “A educação de jovens e adultos será destinada
àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos nos ensinos fundamental e médio na idade própria e constituirá
instrumento para a educação e a aprendizagem ao longo da vida.” Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras (V) e as falsas
(F) sobre a EJA.

( ) Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade
regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de
vida e de trabalho, mediante cursos e exames.
( ) O poder público estimulará, mas não viabilizará, o acesso e a permanência do trabalhador na escola, mediante ações
integradas e complementares entre si.
( ) A Educação de Jovens e Adultos deverá articular-se, exclusivamente, com a educação profissional, na forma do
regulamento. Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.

a) V•V•F
b) V•F•V
c) V•F•F
d) F•V•V
e) F•V•F
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QUESTÃO 04

No Brasil, existe um contingente, ainda expressivo, embora decrescente, de jovens e adultos com pouca ou nenhuma
escolaridade, o que faz da Educação de Jovens e Adultos (EJA) um programa especial que visa dar oportunidades educacionais
aos brasileiros que não tiveram acesso à educação na idade própria. Com base na Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional n.º 9.394/1996, está CORRETO o que se afirma em:

I - A EJA deve articular-se, preferencialmente, com a educação profissional, na forma do regulamento.


II - Os sistemas de ensino mantêm cursos e exames supletivos, que compreendem a base nacional comum do currículo,
habilitando ao prosseguimento de estudos em caráter regular.
III - Os sistemas de ensino asseguram gratuitamente aos jovens e aos adultos que não puderam efetuar os estudos na idade
regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de
vida e de trabalho, mediante cursos e exames.

Assinale a alternativa que contém a(s) afirmativa(s) CORRETA(S).

a) I e III, apenas.
b) II, apenas.
c) II e III, apenas.
d) III, apenas.
e) I, II e III.
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QUESTÃO 05

(IF-SC) De acordo com o Documento Base do PROEJA (Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a
Educação Básica na modalidade de Educação de Jovens e Adultos) é INCORRETO afirmar:

a) Na EJA (Educação de Jovens e Adultos) o trabalho como princípio educativo é, essencialmente, uma concepção que se
fundamenta no trabalho como atividade vital que torna possível a existência e a reprodução da vida humana e
consequentemente da sociedade.
b) O sujeito da EJA (Educação de Jovens e Adultos) deve ser entendido nas suas múltiplas dimensões, das quais se destacam
a sua identidade como jovem e adulto, trabalhador e cidadão, que se afirma a partir dos referenciais de espaço, tempo e a
sua diversidade sociocultural.
c) O referencial curricular apontado no Documento Base do PROEJA propõe a contração da formação geral em benefício da
formação profissional com objetivo de melhor preparar o aluno para o mercado de trabalho.
d) O Documento Base do PROEJA em seus fundamentos destaca a necessidade de articulação entre ciência e tecnologia
como fator determinante para a integração entre a Educação Básica e Profissional.
e) O currículo no PROEJA deve ser construído com base em seis pilares, a saber: 1) Princípio da aprendizagem e de
conhecimentos significativos; 2) Princípio de respeito ao ser e aos saberes dos educandos; 3) Princípio de construção
coletiva do conhecimento; 4) Princípio da vinculação entre educação e trabalho: integração entre Educação Básica e a
Profissional e Tecnológica; 5) Princípio da interdisciplinaridade e 6) Princípio da avaliação como processo.
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QUESTÃO 06

(IBADE) Os cursos de EJA, preferencialmente tendo a Educação Profissional articulada com a Educação Básica, devem pautar-
se pela(o):

a) acesso ao ensino regular.


b) oferta do atendimento educacional especializado
c) identificação habilidades e necessidades.
d) rigidez curricular.
e) flexibilidade curricular, de tempo e espaço.
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GABARITO

1. A
2. D
3. C
4. E
5. C
6. E

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