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BIBLIOLOGIA

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INTRODUÇÃO BÍBLICA
1. Registro da Revelação: Revelação é o meio pelo qual Deus se fez conhecido aos homens e comunicou os seus
propósitos. O homem não era capaz de chegar ao conhecimento de Deus pelo seu próprio raciocínio ou pelos
recursos que lhe eram peculiares.
2. Por intermédio da revelação Deus comunicou aos homens os seus propósitos isto é, tudo aquilo que ele tinha
planejado em relação ao próprio homem, o exemplo desses propósitos é a redenção de toda a humanidade.
3.A Revelação Divina pode ser classificada de acordo com os seus destinatários em três espécies:
a) Revelação geral que se destina a todos os homens e que é feita através da natureza e da consciência do
homem (Sal. 19).
b) Revelação particular esta é a revelação feita a uma ou algumas pessoas, de maneiras diversas, sem o objetivo
de universalização que só indiretamente poderia ser útil a outros indivíduos (Neem. 2:2).
c) Revelação especial esta revelação inclui as duas espécies anteriores. É uma revelação destinada a todos os
homens, utilizando-se de elementos particulares. Generalizando os fatos que antes eram de conhecimento de
apenas algumas pessoas. Essa espécie de revelação feita por intermédio da Bíblia e da pessoa de Cristo.

4. A constituição da Bíblia:
A palavra “Bíblia” significa coleção de livros ou simplesmente “Livros”. Falando da nossa Bíblia, esta é composta
por 66 livros que registram a revelação especial aos homens. Para que a Bíblia fosse escrita, Deus usou como
instrumentos os próprios homens, Deus usou como instrumento, profetas, sacerdotes, juízes, e reis, além de
outros servos, para tornar-se bem conhecido deles e através fazer-se conhecido da humanidade inteira. Deus
não só convocou esses homens como também os inspirou para efetuação do fim que tinha em vista. Qual seja a
composição da Bíblia, a palavra “inspiração” etimologicamente significa (theopneustos) “sopro de Deus”, Deus
usou os homens, dando a estes a necessária capacidade e direção para que não fugissem dos seus propósitos.
Assim, Deus não mandou do céu a Bíblia escrita nem a ditou palavra por palavra nem tão pouco pegou a mão
dos seus servos para escrevê-la, mas orientou por intermédio do Espírito Santo que se uniu ao espírito do
homem na produção da Bíblia.
O autor por excelência da Bíblia é o Espírito Santo:
a) Como prova da inspiração da Bíblia podemos citar os seguintes fatos: -Os próprios autores não negam que
foram inspirados (Gal.1:11-12)
-A inerrância da Bíblia.
-A unidade que a Bíblia forma não obstante ter sido escrita por aproximadamente 40 autores em tempos,
lugares e circunstâncias diferentes, ela apresenta uma perfeita unidade entre os seus livros.
-Há existência na Bíblia de verdades que os homens por si mesmo não poderiam descobrir.
-O testamento de Jesus acerca da Bíblia (Lc. 24:27). -A experiência das próprias pessoas com a Bíblia, e ainda
outros fatos.
b) A Bíblia divide-se em duas partes principais: Antigo Testamento e Novo Testamento.
c) O Antigo Testamento apresenta as leis de Deus, antes da vinda de Jesus Cristo, ou seja, a encarnação do
Messias, a composição dos livros do A.T. abrange um período de 1600 anos.
d) O N.T. apresenta o nascimento, batismo, o ministério de Jesus, bem como seus ensinos concernentes à
salvação dos crentes e o castigo dos incrédulos. Apresentam ainda a organização e a finalidade da igreja, seus
oficiais, sua história nos primeiros anos de existência. O ensino exemplo dos apóstolos e as profecias sobre a
volta de Cristo e o fim do mundo.
5. Divisões do Antigo Testamento
a) Pentateuco (os 5 livros da Lei).
-Gênesis -Êxodo -Levítico -Números -Deuteronômio
b) Livros históricos -Josué -Juízes -Rute -I Samuel -II Samuel -I Reis -II Reis -I Crônicas -II Crônicas -Esdras
-Neemias -Ester
c) Livros poéticos -Jó -Salmos -Provérbios -Eclesiastes -Cantares de Salomão
d ) Livros dos profetas maiores -Isaías -Jeremias -Lamentações de Jeremias -Ezequiel -Daniel
e ) Livros dos profetas menores -Oséias -Joel -Amós -Obadias -Jonas -Miquéias -Naum
-Habacuque -Sofonias -Ageu -Zacarias -Malaquias
6 . Divisões do N.T.
a) Os Evangelhos -Mateus -Marcos -Lucas -João
b) Livros históricos -Atos
c) Epístolas -Aos Romanos -I Coríntios -II Coríntios -Aos Gálatas -Aos Efésios -Aos Filipenses -Aos Colossenses -I
Tesalonisenses -II Tesalonisenses -I Timóteo -II Timóteo -Tito -Filemom -Aos Hebreus -Tiago -I Pedro -II Pedro -I
João -II João -III João -Judas
d) Livro profético -Apocalipse
A BÍBLIA HEBRAICA
1. São popularmente conhecidos dois tipos de Bíblias: a Bíblia católica e a Bíblia protestante. Sobre as diferenças
entre uma e outra, veremos depois. O que nos interessa no momento é a existência de um outro tipo de Bíblia
que não é muito conhecido e que é de real importância para nós – A Bíblia Hebraica.
2. Diferença entre a Bíblia Hebraica e as versões Cristãs da Bíblia, ou seja, Bíblia Católica ou Protestante:
a) Diferença Fundamental – Esta diferença consiste no fato da Bíblia Hebraica não conter o N.T., uma outra
diferença fundamental existe apenas entre a Bíblia Hebraica e a católica, pelo fato da Bíblia católica conter mais
livros no A.T. do que a Bíblia hebraica. São os assim chamados livros apócrifos ou deuterocanônicos.
b) Diferença Superficial – Esta diferença consta da divisão do A.T. Já vimos que o A.T. em nossa Bíblia está
dividido por assuntos que por sua vez reúne os livros em grupo ou em coleção, que são: o Pentateuco; Livros
Históricos; Poéticos; Profetas Maiores; e Profetas Menores. A Bíblia hebraica é composta pelos mesmos livros
que existem no A.T. da nossa bíblia, no entanto, ela adota uma divisão mais simples do que as geralmente
conhecidas.
b.1) São as divisões da bíblia hebraica as seguintes: lei (Pentateuco), que se compõe dos livros escritos por
Moisés: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. -Profetas: (Nebiin). Esta divisão dá a seguinte
subdivisão: Profetas anteriores ou profetas antigos (que escreveram a história que vai da morte de Moisés ao
fim do reino)
– Josué, Juízes, Samuel e Reis. I e II Samuel constitui um só livro e os livros de Reis e Crônicas também formam
um só volume.
-Profetas Posteriores (Isaías, Jeremias, Ezequiel e os doze profetas menores).
-Escritos (Ageógrafos) – Nesta divisão estão todos os demais livros que conhecemos como históricos e poéticos
incluindo também o livro de Daniel que era considerado livro histórico.
3. Os originais do Antigo Testamento
Os líderes religiosos dos judeus conservavam com muito cuidado os originais, ou seja, os livros escritos pelas
mãos dos homens inspirados por Deus. “A Arca” por exemplo trazia consigo além da vara de Arão, que floresceu,
um pouco de maná colhido no deserto e as tábuas da lei. De igual modo os demais escritos sagrados eram
cuidadosamente guardado no templo.
a) Os originais não mais existem, com as constantes invasões sofridas por Jerusalém e conseqüentes
vasculhamentos e destruições do templo, os manuscritos originais foram destruídos.
b) Existem cópias dos originais, essa é a razão por que discutimos hoje sobre os originais mais autênticos ou
mais antigos na verdade, não há mais originais antigos e nem modernos; há isso sim, cópias mais ou menos
antigas. Essas cópias são denominadas manuscritos por terem sido escritas a mão. O nome manuscrito é usado
abreviadamente pelas siglas (MS) singular, (MSS) plural.
c) Os manuscritos do Mar Morto (QUMRAN). A partir do ano de 1955, houve uma verdadeira evolução no
mundo dos manuscritos, com alguns rolos descobertos à margem do Mar Morto, ou seja das margens do Mar
Morto até as regiões chamadas QUMRAN, daí serem chamados também MSS de (QUMRAN). Os primeiros rolos
foram descobertos por camponeses em uma caverna próxima ao Mar Morto. Daí os arqueólogos resolveram
pesquisar a região completando a descoberta de valiosos manuscritos considerados mais antigos.

4. Os Copistas
Foram os homens que se encarregaram da tarefa de copiarem os originais. A Bíblia, isto é, a palavra de Deus,
não tinha ou não havia qualquer erro ou engano, porém muitos copistas erraram no ato de transcrever os
manuscritos. O que trouxe algumas dificuldades futuras na tradução dessas cópias ou MSS. Os erros não eram
tão graves, constava apenas do acréscimo de letras em algumas palavras, da omissão de letras em outras
palavras, da troca em outras bem como da colocação de uma palavra em linha contrária.
a) ”Os Soferins” foram homens da classe dos copistas (escribas) que se dispuseram a fazer um estudo em
profundidade dos MSS. E corrigiram assim os possíveis erros. Para isso eles liam as cópias, contavam os
versículos, as linhas, as palavras, e as letras, confrontando depois cópias com cópias. Desse modo, é que temos
hoje MSS, escoimados desses mencionados erros. O estudo e correção dos MSS, como de qualquer texto,
denomina-se crítica textual ou baixa crítica. É a ciência que tem como objetivo corrigir os erros e como método,
leitura comparada. Os soferins começaram no tempo de Esdras (400 a.C) chegaram até o ano 200 d.C. Fazia
emprego da crítica textual para conservar a originalidade das Escrituras.
5 Os Massoretas; estes foram outro grupo de copistas que introduziram nos MSS o sistema de acentos
tradicionais da língua hebraica; conservando-nos MSS. Os sons vocálicos para preservação da pronúncia, foram
críticos textuais que existiram do ano 500 ao 950 a.C.

6. A língua em que foi escrito o Antigo testamento


– A maior parte do Antigo Testamento foi escrita em hebraico, língua dos hebreus ou judeus. E uma pequena
parte foi escrita em aramaico, língua falada por alguns vizinhos de Israel. Alguns chegam a crer que o aramaico é
um dialeto hebraico. O livro de Daniel tem uma parte escrita em aramaico.
7. Traduções ou versões das escrituras hebraicas.
A septuaginta (LXX), recebeu esse nome em virtude de número de pessoas que se encarregaram de fazê-la.
Dizem que eram 70 sábios e que realizaram a obra em 70 dias. Foi um trabalho de equipe, mesmo porque
alguns entre eles sabiam muito bem o hebraico, mas não sabiam tão bem o grego e vice-versa.
Essa tradução foi levada a efeito em Alexandria, no Egito, para atender a grande população dos judeus que não
falava mais a língua materna, mas o grego. Conforme já ficou claro, a LXX foi uma tradução das Escrituras
judaicas para a língua grega.
A Vulgata Latina
Ou simplesmente Vulgata, foi uma tradução feita em 382 a.C. em grande parte por Jerônimo, conhecido
também por S. Jerônimo. Essa tradução foi feita também com base nos MSS. hebraicos também com base na
versão dos LXX, do hebraico e do grego para o latim vulgar, isto é, para o latim comum ou popularmente falado.
Não era uma versão clássica como algumas versões latinas que já existiam.

O CÂNON DO ANTIGO TESTAMENTO


1. O termo “cânon” palavra grega Kanon significa etimologicamente “cana, régua ou vara de medir”. Na
literatura Pré-Cristã o termo foi usado para designar “padrão, regra ou norma”. Foi usado também o termo por
volta do 4º século da nossa era para referir-se a escritos normativos referentes à fé cristã. Emprega-se também a
palavra “cânon” para significar “catálogo, lista”. É ainda usado o mesmo termo para indicar coleção, acervo. Em
relação às Escrituras, a palavra “cânon” foi usada em tempos bastante antigos, para referir-se aos livros
componentes das Sagradas escrituras ou escrituras judaicas. Em nosso estudo, estamos usando o termo no
sentido de critérios adotados na seleção e reunião dos livros inspirados em um só volume. Esta acepção está
intimamente relacionada com o sentido original do vocábulo. É evidente que para formação do Cânon do A.T.
Deus usou homens como fizera no registro da revelação na produção dos livros sagrados, e esses homens agora
vão determinar os livros inspirados ou seja, separar os não inspirados. É dotado de critérios para não
cometerem erros, deixando de fora do Cânon um livro inspirado ou introduzindo nele um apócrifo.
2. Possíveis critérios adotados pelos canonizadores -Autoria -Doutrina -Conceitos emitidos -Data -Identificação
com outros livros canônicos por origem – Pentateuco.
Não se pode omitir, como já ficou subentendida, a iluminação do Espírito Santo, quanto aos homens que
executaram esse trabalho de reconstrução do templo e de reconstituição da fé, mas o livro não chega a dar a
Esdras esse conceito de canonizador.
3 O Cânon dos samaritanos – Os samaritanos também têm ou tiveram as suas escrituras sagradas. Reuniram os
seus livros sagrados num cânon ou coleção. Do cânon samaritano como é conhecido como Pentateuco
samaritano, constam 5 livros da lei e o livro de Josué, que possui uma adaptação da história dos samaritanos até
os tempos dos imperadores romanos. Os samaritanos não aceitaram os livros proféticos e hagiógrafos por
questões políticas e religiosas. Os judeus não toleravam e nem comunicavam com os samaritanos. Os dois povos
tinham costumes e tradições opostas (Jo 4:20)

OS LIVROS APÓCRIFOS E PSEUDEPÍGRAFOS


1. O termo (apócrifo) não é também um termo único. Possui uma variedade de sentidos. a) Um primeiro
significado da palavra é “livros sobre assuntos secretos ou proibidos” ou “livros misteriosos”. b) A Palavra
significa também “coisas omitidas” ou “ocultas”. c) Serve o termo para designar livros de origem duvidosa ou
desconhecida. d) Por último a palavra usada é “lato senso” para referir-se a livros não canônicos. É esse sentido
que o termo é usado em nossas literaturas. Quando empregamos o termos apócrifos, estamos nos referindo aos
livros que constavam da Septuaginta, traduzidos posteriormente por Jerônimo na Vulgata mas não faziam parte
do cânon das Escrituras hebraicas e que por conseguinte, não participam do cânon evangélico, formado após a
reforma luterana. 2. Os pseudepígrafos: Este é usado para designar livros de autores falsos. Não significa no
caso, o emprego de pseudônimo pelo autor, mas a artimanha do autor em querer passar por outro autor. Seria o
caso de um autor ou escrito reescrever um livro e, para vende-lo bem colocar no lugar do seu nome o nome de
um renomado autor. Surgiram assim, livros religiosos com nomes falsos na sua autoria. Por isso são chamados
de pseudepígrafos. A LXX traduziu também alguns pseudepígrafos, mas não teve o condão de considera-los
inspirados, agindo de igual maneira em relação aos apócrifos. Igualmente, Jerônimo traduziu livros apócrifos e
pseudepígrafos, mas não tinham com isso a pretensão de que fossem canônicos. A inclusão dos apócrifos no
cânon católico romano ocorreu no concílio de Trento (sessão IV) em 1546. Neste mesmo concílio alguns
pseudepígrafos foram também incluídos, e depois o livro
3. Apócrifos= Pseudepígrafos – De acordo com o que foi exposto um só livro pode reunir as duas classificações:
Pode ser apócrifo e pseudepígrafos ao mesmo tempo. 4. Para os católicos romanos os livros apócrifos são
chamados de “deuterocanônicos”, pertencentes a um segundo cânon posteriormente. São considerados
“apócrifos”, pela igreja católica os livros que consideramos pseudepígrafos. 5. A grande diferença entre os livros
inspirados e os apócrifos está em Jeová, os livros inspirados apresentam Jeová como um Deus cada vez mais
pessoal, acessível aos homens. Nos livros apócrifos Jeová é apresentado como um Deus transcendente, fora de
qualquer oportunidade de ser conhecido por homem, um Deus que tudo faz por intermédio de anjos. Por
exemplo: nos livros inspirados, Jeová é aquele que luta com o seu povo na guerra. Nos apócrifos Jeová possui
anjos guerreiros. 6. Os livros apócrifos são: Tobias, Judite, Sabedoria de Salomão, Eclesiástico, Baruque, I e II
Macabeus. O repouso de Éster foi acrescentado: A história de Suzana, Os cânticos dos três hebreus e a História
de Bel e a do dragão. Os pseudepígrafos são: A carta de Aristéia, os livros dos jubileus, Martírio e ascensão de
Isaías, Salmo de Salomão, IV Macabeus, Oráculos Sibilinos, Enoque, Assunção de Moisés, IV Esdras, Apocalipse
de Baruque, Testamento dos 12 Patriarcas, Vida de Adão e Eva, Apocalipse de Abraão, Testamento de Abraão e
Antigo Testamento.

ALGUNS ERROS NOS LIVROS APÓCRIFOS


JUSTIFICAÇÃO PELAS OBRAS – Eclesiástico 3.33; Tobias 4.7-11
MEDIAÇÃO DOS SANTOS – Tobias 12.12
OS FINS JUSTIFICAM OS MEIOS – Judite
ORAÇÃO DOS MORTOS ATENDIDAS – Baruque 3.4
ORAÇÃO PELOS MORTOS – 2 Macabeus 14.41.46
NÃO SE JULGAM INSPIRADOS – 2 Macabeus 15.38,39; 2.25-33
PERMITE CRUELDADE COM OS ESCRAVOS – Eclesiástico 33.26,28,30
INCENTIVA O ÓDIO AOS SAMARITANOS – Eclesiástico 50.27,28
DOUTRINA ESTRANHA SOBRE A ORIGEM E O DESTINO DA ALMA – Sabedoria 7.25; 8.19,20
DOUTRINA DE QUE O CORPO É A PRISÃO DA ALMA – Sabedoria 9.15
SUPERTIÇÃO – Tobias 6.7,19
PAIXÃO DE UM ESPÍRITO MAU POR UMA MULHER E PRÁTICA DE FEITIÇARIAS – Tobias 8.1-3
AS ESMOLAS COM PODER DE LIVRAR A ALMA DA MORTE E PERDOAR PECADOS – Tobias 12.8,9

O NOVO TESTAMENTO
1. O significado do novo testamento: A palavra testamento vem do grego “diatheke” que significa pacto, mas um
testamento não é um pacto qualquer é um pacto especial do Senhor. Ainda hoje, no âmbito jurídico, um
testamento se reveste de formalidade que não são exigidas para os outros tipos de contratos. Quanto aos pactos
antigos, também tinham as suas formalidades; eram atos solenes, uma das formalidades dos antigos pactos
consistia na exigência de serem selados com o sangue, o Antigo Pacto ou Antigo Testamento foi selado com
sangue de animais. O pacto exigia também a mediação de alguém quando estivesse para ser celebrado entre as
duas partes sem litígios. Por fim, um Testamento só tem efeito depois da morte do testador. Por essa razão o
Antigo Pacto é impropriamente chamado de Antigo Testamento pelo fato de não ter ocorrido a morte do
testador. Quanto ao testamento, preencheu todas as exigências. Foi selado com sangue e ocorreu a morte do
testador. O Novo Testamento é, portanto a Renovação do Antigo Pacto ou Antigo Testamento. Os defeitos do
Antigo concerto foram concertados no Novo; foram corrigidos.
2.O Cânon do Novo Testamento
– Nos dias de Jesus e no início da idade apostólica as escrituras conhecidas e usadas eram as escrituras
hebraicas, ou seja, o Antigo Testamento. Há evidência de que a versão usada naqueles tempos era a LXX, ex: A
língua falada nos dias de Jesus e dos apóstolos era o grego; algumas alterações da Bíblia hebraica feitas pelos
LXX, apareceram em citações do Novo Testamento:
a) Os discípulos de Jesus logo após a sua ascensão, começaram a escrever as suas memórias para aqueles que
não tiveram o privilégio de conhecer Jesus pessoalmente ou que não tiveram acesso aos seus ensinos. Os livros
que querem dizer “Boas Novas”. Outro livro que relatou alguns feitos de Jesus, mas preocupou também com
algo sobre a igreja e o ministério dos apóstolos, recebeu o nome de Atos, que significa “Anais”, “Registrados ou
Feitos”. Por último encontramos “cartas”, que foram endereçadas a pessoas ou igrejas a fim de dar
esclarecimento, doutrinamento, informações, consolação, etc., estes escritos são epístolas. Os escritos
mencionados acima passaram a ocupar um lugar tão importante nas igrejas, que foram havidos por dignos de
serem colecionados em um único volume que veio constituir o cânon do N.T. O Novo Testamento é a
semelhança do Antigo, foi produzido por manuscritos que posteriormente desapareceram. Se temos hoje um
Novo Testamento, é graças as diversas cópias que foram feitas dos originais para uso pessoal e também para
utilização nas igrejas. Não sabemos quando iniciou o processo de coleção dos manuscritos do N.T., ou seja,
quando começou a formação do cânon neotestamentário, mas sabemos que até o ano 367 d.C. o Novo
Testamento já estava definido ou fixado. O conhecimento do fato deve-se a Atanásio, conhecido como pai e
doutor da igreja, o qual no seu documento conhecido como “trigésima nona hora pascal”, menciona o N.T. como
já tendo sido completo e definido como os livros que atualmente conhecemos. b) Três fatos serviram para
motivar a formação do cânon do N.T.
1º- O cânon de Marcião: por volta do ano 140 d.C. Marcião, líder religioso, resolveu canonizar os livros
inspirados do N.T., mas não usou para tal os melhores critérios. Por ser contra qualquer influência judaica no
conteúdo do N.T., Marcião eliminou dos escritos apostólicos todos os textos que pareciam ter recebido tal
influência. Deste modo ele mutilou os escritos apostólicos. Por esta causa os demais líderes religiosos
resolveram fazer também um cânon que conservasse intacto os mencionados escritos.
2º- A inflamação de escritos não inspirados. Começaram a surgir vários escritos não inspirados que poderiam
causar confusão. São os chamados apócrifos do N.T. para evitar que mais tarde não fosse fácil distinguir entre
inspirados e apócrifos, a melhor solução seria reunir logo os livros inspirados em um cânon.
3º- O decreto de Diocleciano “300a d.C.”. Diocleciano, através de um edito mandou que todos os livros religiosos
dos judeus fossem ateados no fogo. Por esse motivo houve um grande esforço da igreja para salvar os livros
inspirados. Nesta época completou-se o cânon do N.T.
3. A língua que foi escrito o Novo Testamento. Os manuscritos do N.T. foram escritos em grego, mas no grego
comum; no falado popularmente. Esse tipo de linguagem denominava-se Koinê, por oposição ao grego falado
pelos filósofos, o grego clássico.
4. Os manuscritos do Novo Testamento. Esses manuscritos que eram cópias dos originais possuíam muitas
falhas. Alguns eram até de difícil leitura, porque não possuíam entrelinhas nem espaço entre as palavras, estes
eram o MSS. Escrito em caracteres maiúsculos.
Havia também o MSS, chamados cursivos em letras minúsculas que era de fácil leitura.
Os MSS do Novo Testamento eram comumente chamados de papiros, porque foram escritos neste material.
5. Os critérios adotados na seleção dos livros inspirados do N.T. -Autoria: devia ser escrito por um apóstolo ou
por alguém que conviveu com Jesus. -A doutrina: o conteúdo do livro deveria ter caráter espiritual e estar em
conformidade com o ensino geral dos demais livros.
-A universalidade: deveriam ter ensinamento de interesse geral.
-A inspiração do Espírito Santo: deviam ter evidência dessa inspiração.
6. As versões do Novo Testamento: diversos livros do N.T. foram vertidos dos manuscritos gregos para o latim
por volta do ano 200 d.C., mas a versão do Novo Testamento Completo saiu mais tarde.
a) O Novo Testamento na Vulgata: Gerônimo também traduziu os MSS, do Novo Testamento, em 386 d.C. a
Vulgata já estava completa de Antigo e Novo Testamento.
b) Em 1445 Erasmo preparou uma edição do N.T. grego que foi posteriormente traduzida para o inglês e que
denominou-se “King James”, isto ocorreu em 1661.
c) No século XVI Lutero traduziu o N.T. do grego para o alemão.
d) No século XVII duas outras versões surgiram:
-A versão de João Ferreira de Almeida.
-Versão Figueredo, ambas em português.
e) No século XIX surgiram as versões Americana Revisada e Brasileira.

PERÍODOS DA HISTÓRIA DA BÍBLIA


1. Da criação a Abraão 2000 a.C.
2.Abraão a Moisés 2000 a 1500 a.C.
3.Êxodo 1500 a 1460 a.C.
4.Conquista de Canaã 1460 a 1450 a.C.
5.Juizes 1450 a 1102 a.C.
6.O Reino 1102 a 982 a.C.
7.Os dois Reinos 982 a 722 a.C.
8.Judá sozinho 722 a 587 a.C.
9.Cativeiro 587 a 538 a.C.
10.Restauração: Judá, Simeão e parte de Benjamim. 538 a 391 a.C.
11.Período Interbíblico 391 a 5 a.C.
12.Vida de Cristo 5 a.C. a 28 d.C.
13.Expansão do Evangelho 28 d.C. a 100 d.C.

A INSPIRAÇÃO DAS ESCRITURAS


As Escrituras Sagradas, como um todo, são verbalmente inspiradas por Deus, portanto infalíveis e única regra de
fé e conduta do cristão na face da Terra. Por maiores que sejam nossos conhecimentos intelectuais, científicos,
filosóficos e históricos, a Bíblia está acima de todos, e nada a pode substituir. A inspiração divina é o que faz a
diferenciação da Bíblia em relação aos demais livros: é o mais vendido, o mais lido, o mais traduzido, o mais
antigo e, entretanto, o mais atual.
A razão humana, a Igreja e a Palavra de Deus são os três tipos básicos de autoridade religiosa, nesses tempos
modernos. Atualmente, a razão humana, talvez, tem se destacado como a principal forma de autoridade.
Precisamos agir com razão e intelecto, mas quando isso digladia a autoridade da Palavra, torna-se racionalismo,
e não podemos querer que nossa vida seja regida por autoridade racionalista humana, mas sim pelo próprio
Deus.
O que é inspiração
Segundo o Dicionário Bíblico Universal, a palavra inspiração deriva de in spiro. "soprar para dentro, insuflar".
Aplica-se na Escritura não só a Deus, como autor da inteligência do homem (“Na verdade, há um espírito no
homem, e a inspiração do Todo Poderoso o faz entendido" Jó 32.8), mas também à própria Escritura, como
"inspirada por Deus" (“Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para
corrigir, para instruir em justiça" - 2 Tm 3.16).
A inspiração é a influência do Espírito Santo sobre os escritores da Bíblia, para que tudo o que escreveram fosse
exatamente o que Deus desejou revelar ao homem. Nenhum escritor da Bíblia dependeu de sua própria
sabedoria ou intelecto para escrevê-la, mas apenas da inspiração do Espírito ("Sabendo primeiramente isto: que
nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade
de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo." 1 Pe 1.20-21).
A Bíblia é um livro vivo, latente, que vai além do que está escrito: é fonte inesgotável de informações e
revelações a respeito do Deus Trino e de seu plano de salvação para a humanidade. Revelação é a operação
divina que comunica ao homem fatos que a razão humana é insuficiente para conhecer. É, portanto, a operação
divina que comunica a verdade de Deus ao homem ("Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o
Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus." — 1 Co 2:10). Apesar da supervisão de Deus
sobre os escritores humanos da Bíblia, notamos visivelmente as características literárias de cada escritor, como
também suas personalidades e estilos, sem que comprometam a mensagem original. Podemos chamar essa
ação de Autoria Dual, que indica duas coisas:
a) Autoria divina: toda Escritura originou-se Nele e foi fruto de sua própria mente, saiu de sua própria boca.
Mais de 2.600 vezes ocorre a expressão "Assim diz o Senhor", que denota falar de Deus na autoria da Bíblia.
b) Autoria humana: Deus escolheu certos homens a quem confiou a responsabilidade de registrar Sua vontade e
passá-la na forma escrita

Teorias da inspiração das escrituras


Alguém pode ter uma revelação e ser impedido de escrevê-la pelo fato de não ter sido inspirado ou ordenado a
fazer tal tarefa ("E, quando os sete trovões acabaram de emitirem suas vozes, eu ia escrever: mas ouvi uma voz
do céu, que me dizia: Sela o que os sete trovões emitiram, e não o escrevas." Ap 10.4). Do contrário, também
podemos ter inspiração sem revelação. Isso ocorre quando adquirimos conhecimento mediante pesquisas ou
informações herdadas de nossos pais na fé. Pois existem inúmeras maneiras de adquirirmos conhecimento:
revelação, busca ou pesquisa e herança. As teorias da inspiração podem ser as seguintes:
•Teoria da Inspiração Dinâmica: Teoria defendida por Erasmo. Grotius, Bater. Key, Doellinger e Strong. Afirma
que Deus forneceu capacidade necessária para a confiável transmissão da Verdade que os escritores da Bíblia
receberam ordem de comunicar. Ela não atinge os preceitos que são essenciais à fé e à prática e àquelas que
não são, pois, nesta visão, os escritores, em questão de fé e prática, se tornaram infalíveis, mas não na
religiosidade (isto é, a inspiração atingiu apenas as verdades desconhecidas dos autores humanos). Por não
explicar como os escritores puderam unir seus conhecimentos naturais à espiritualidade, ela se toma totalmente
cheia de falhas.
• Teoria do Ditado ou Mecânica: Afirma que a inspiração da Bíblia foi concernente somente às palavras, Fazendo
dos escritores meros robôs, não deixando transparecer a atividade e estilo literário cada escritor, o que é visível
em cada livro. Se Deus tivesse ditado as Escrituras, não teria dado liberdade de sentimento, estilo e vocabulário
aos escritores, acabando por tolher o elemento humano. Apesar de ter sido preservada a humanidade das
Escrituras no tocante a estilos e vocabulários, a mensagem suprema foi garantida com tanta exatidão que parece
ter sido ditada por Deus.
• Teoria da Inspiração Natural ou Intuição: Essa teoria é totalmente inversa à Teoria do Ditado, pois nela se exclui
totalmente a participação divina na inspiração das Escrituras. Essa teoria afirma que a Bíblia foi escrita por
homens dotados de intelectualidade e inteligência incomuns que, por causa dos dons naturais, foram capazes de
escrever as Escrituras. O sobrenatural, aqui, é negado, tirando a participação do Espírito Santo na redação da
Palavra de Deus. Era Deus quem falava através dos escritores, dando ênfase à instrumental idade de cada um.
("O Espírito do Senhor falou por mim, e a sua palavra está na minha boca" II Sm 23 2).
•Teoria da Inspiração Mística ou Iluminação: O disseminador dessa teoria foi o teólogo Schleiermacher (
1769-1834). Para ele, inspiração é "um despertamento e excitamento da consciência religiosa, diferente em grau
e não em espécie da inspiração piedosa ou sentimentos intuitivos dos homens santos". Segundo essa teoria,
inspiração é algo perceptível a iodos os cristãos, mas alguns têm mais do que outros. Se fosse verdade, em
qualquer tempo qualquer cristão poderia escrever as Escrituras através de iluminação divina especial.
• Graus de Inspiração: Embora reconheça que homens de Deus foram inspirados pelo Espírito Santo, essa teoria
alega que algumas partes da Bíblia são mais inspiradas do que outras (o que não é verdade). A Bíblia é
plenamente inspirada: de Gênesis a Apocalipse podemos sentir Deus por trás de cada palavra. Até mesmo
quando é Satanás quem fala, como no caso da tentação de Adão e Eva no Jardim do Éden e da tentação de Jesus
no deserto. As palavras proferidas pelo diabo não foram inspiradas por Deus e não procederam Dele, claro, pois
não era a verdade; na verdade, os escritores foram inspirados a escrevê-las, pois tudo o que está registrado nas
Escrituras tem um propósito específico e uma lição a ensinar ("Ora, tudo isto lhes sobreveio como figuras, e
estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos." 1 Co 10.11).
• Inspiração dos Conceitos e Não das Palavras: Segundo o argumento dessa teoria. Deus apenas repassou as
idéias, deixando o escritor livre de Sua influência, a ponto de expressá-las em sua própria linguagem. A exemplo
das outras teorias, esta também possui grandes falhas: não existe outro modo de Deus revelar seus propósitos
senão por palavras ("As quais também falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o
Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais." – 1 Co 2.13).
• Inspiração Verbal e Plenária: Essa é a teoria correta da inspiração das Escrituras. Nela, vemos que a Bíblia é
plena e igualmente inspirada. De um modo inexplicável, o Espírito Santo agiu sobre os escritores, orientando-os
a transmitir de forma escrita os preceitos de Deus e Sua vontade para com a humanidade, dando como válidos
somente os manuscritos originais e tendo a inerrância como parte dessa inspiração. A provada Inspiração
Plenária e Verbal está na afirmação de que as Escrituras são de autoria do próprio Deus e produto de Seu
próprio sopro. O caráter fidedigno de Deus, os ensinos de Jesus e o testemunho do Espirito Santo garantem a
inerrância das Escrituras. Jesus Cristo reconheceu a inspiração verbal plenária quando declarou que nem um til
(a menor letra do alfabeto hebraico) seria omitido da lei ("Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a
terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido." Mt 5.18).
Autoridade das Escrituras
Como podemos afirmar que a Bíblia é um livro que tem autoridade concernente às questões doutrinárias e
religiosas? Simplesmente porque ela carrega a inspiração, canocidade, pureza de tradução e regra infalível. No
sistema papal, as Escrituras estavam sujeitas à autoridade da Igreja Católica. A palavra do papa pesava mais do
que a dos apóstolos e profetas, e era a tradição quem ditava as regras. Mas, na Reforma Protestante, liderada
por Lutero no século XVI, foi devolvida à Palavra de Deus sua devida e merecida autoridade incontestável em
questões doutrinárias e em matéria de regra de fé e conduta. Os protestantes adotaram o lema Sola Scriptura
(Somente a Escritura). Não existe papa, bispo, pastor, missionário, teólogo. Exegeta, pregador que se coloque
acima da autoridade das Escrituras. Mesmo Paulo, o homem que foi arrebatado ao terceiro céu, viu coisas que
ao homem não é lícito revelar, falava o grego clássico, o último homem a que Cristo apareceu, o maior
missionário que o mundo já teve, colocou-se totalmente abaixo da autoridade das Escrituras quando diz que, se
até mesmo ele próprio anunciar outro Evangelho, seja amaldiçoado ("Mas. ainda que nós mesmos ou um anjo
do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema." G1 1.8).
A necessidade das Escrituras
O homem é um ser que possui necessidades em todas as áreas da vida. No trabalho do Senhor e na vida cristã
em geral não é diferente: as necessidades existem em grande escala. Precisamos crescer na graça e no
conhecimento, disse o Apóstolo Pedro. Não podemos crescer desordenadamente, quem cresce somente na
graça parte para o fanatismo religioso e infantil, e se cresce somente no conhecimento, dá lugar a um
formalismo frio, calculista e sem o ardor do Espírito Santo na vida. Portanto, precisamos ser um vaso cheio de
azeite, mas também de conhecimentos de causa. Veja algumas necessidades de lermos, estudarmos e
guardarmos as profecias da Bíblia. ("Bem-aventurado aquele lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e
guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo." Ap 1.3).
Para completar a revelação da natureza
O Salmo 19.1 diz: "Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos". Olhando
para natureza, temos um tipo de revelação que o criador usa como testemunha da Sua existência ("Porque as
suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder: como a sua divindade, se entendem,
e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis." Rm 1.20 • grifo nosso).
Apesar de a criação revelar a existência ele Deus, ela não pode, sozinha, apontar um caminho de
relacionamento com Ele nem como conseguirmos escapar do pecado, obter salvação e perdão e nem mostra o
plano de salvação arquitetado antes da fundação do mundo. Essa lacuna é preenchida pela revelação na Palavra
escrita, pois nela encontramos todas as instruções de como ser alcançados, perdoados e salvos pela graça de
Deus, através da pessoa de Jesus Cristo.
Para suprir a ineficiência das tradições orais
O próprio Deus não confiou na tradição oral: diversas vezes precisou repetir as promessas feitas aos patriarcas
mesmo que, entre uma geração e outra, não tivesse passado tanto tempo. Veja este exemplo: as promessas de
Deus, feitas a Abrão, foram repassadas a Jacó. Oralmente, por seu pai, Isaque ("... e te faça fecundo. e te
multiplique para que venhas a ser uma multidão de povos; e te dê a bênção de Abraão, a ti, e à tua
descendência contigo, para que possuas a terra de tuas peregrinações, concedida por Deus a Abraão." Gn
18:2-4). Mas elas não foram suficientes e o Senhor não aceita a tradição oral como sustento de suas promessas,
vindo a interferir diretamente na visão de Betel, fazendo com que Jacó ouça de Sua própria boca, sem
intermédio de tradição alguma, a confirmação das promessas feitas primeiramente a Abraão, seu avô.
Moisés, o maior profeta do Antigo Testamento, recebeu ordem expressa de Deus para escrever o sucesso de
Israel na campanha contra os amalequitas (“Então disse o Senhor a Moisés: Escreve isto para memória num
livro, e relata-o aos ouvidos de Josué; que eu totalmente hei de riscar a memória de Amaleque de debaixo dos
céus." Ex 17.14 grifo nosso). Outro exemplo que deve ser lembrado é que Teófilo já estava informado,
oralmente, dos feitos de Cristo, mas Lucas lhe escreveu para que seu conhecimento fosse certíssimo ("Para que
conheças a certeza das coisas de que já estás informado." Lc 1.4). Diz a sabedoria popular “quem conta um
conto aumenta um ponto"; por isso, dentre outras coisas, é que a tradição oral não pode ser fonte de revelação.
Para ter a objetividade da Revelação escrita
É impossível desvendar os mistérios espirituais sem a revelação, que vem pelo estudo da Palavra escrita. Não
existe melhor maneira de preservar a mensagem original do que o registro, para que possa perpetuar-se no
tempo e no espaço, tornando-se disponível a todas os homens como lâmpada para os seus pés e luz para o seu
caminho ("Lâmpada para os meus pés é a tua palavra. e luz para o meu raminho." Sl 119.105). Se não fossem as
Escrituras, não teríamos mais hoje a Revelação Divina Antigamente, Deus se revelava individualmente a pessoas
específicas, como Adão, Eva. Noé, Abraão, lsaque e Jacó, mas quando se revelou a uma nação, Israel. Ele
mandou escrever. (“Moisés escreveu todas as palavras do Senhor.." Ex 24.4 a).
Para obter o enriquecimento espiritual
Em que fonte buscaremos as riquezas essenciais do conhecimento acerca de Deus? Sabemos que no mundo
existem várias possibilidades e a maioria são fontes baseadas em conceitos meramente humanos. Se fazermos
delas uma filosofia de vida, em que buscamos algo que preencha nosso vazio, seremos como um barco à deriva
num oceano de incertezas. Enriquecimento espiritual vem somente pela necessidade das Escrituras Sagradas
com a ajuda do Espírito Santo, pois somente Ele conhece e penetra os mistérios de Deus ("Mas Deus no-las
revelou pelo seu Espírito: porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus." 1 Co 2.10).
Existem na Bíblia cerca de 32.000 promessas, 365 vezes a expressão “não temais" - uma para cada dia do ano.
Quantas riquezas podemos extrair deste livro para nosso espirito, pois as verdadeiras riquezas não são prata e
nem ouro, mas sim a glória de Cristo que está revelada Nele. ("Aos quais Deus quis fazer conhecer quais são as
riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, esperança da glória." Cl 1.27).
Para alimentar nossa alma
O nosso corpo físico necessita de alimentos materiais para tirar deles as vitaminas necessárias para sobreviver.
De igual modo nossa vida espiritual necessita de alimentas espirituais, que estão nas Sagradas Escrituras. O
nosso espírito necessita se alimentar da Palavra de Deus assim como nosso corpo precisa de pão. Somos seres
físicos, mas também espirituais: portanto, possuímos necessidades físicas e também espirituais. Deus prometeu
ao seu povo suprir ambas as necessidades. As refeições são necessárias para a sua saúde. Sem alimento, a
pessoa inevitavelmente enfraquece e acaba doente. Para que o cristão não seja levado por ventos de doutrinas,
é necessário que esteja nutrido como o verdadeiro pão do céu, que é a Palavra de Deus. As Escrituras Sagradas,
como alimento espiritual, são comparadas a:
a) Pão: Representa todos os alimentos necessários para o ser humano. Jesus tipificou o seu corpo como
Pão da Vida que desceu do céu. No deserto, Ele declarou ao diabo que “ Nem só de pão viverá o
homem, mas de toda Palavra que sai da boca de Deus” ( Lc. 4.4 ). Essa declaração nos mostra
claramente que o homem necessita não somente de alimento material, que é insuficiente e transitório,
mas da Palavra de Deus para saciar a fome espiritual.

b) Leite: alimento básico para o recém-nascido se desenvolver, portanto é o primeiro alimento com que o
novo convertido ( recém-nascido na fé) deve entrar em contato (“Com leite vos criei, e não com carne,
porque ainda não podíeis, nem tampouco ainda agora podeis.” 1 Co 3.2). Leite é o alimento que manaria
da Terra prometida por Deus ao seu povo. Assim como a criança deseja o Leite, também precisamos
ansiar pela Palavra de Deus para salvação e crescimento espiritual ( “Desejai afetuosamente, como
meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo.” 1 Pe
2.2)

c) Alimento Sólido: à medida que a criança se desenvolve, é necessário mudar o tipo de alimento – de leite
para algo mais consistente. Semelhantemente, o novo convertido, quando cresce espiritualmente, deve
mudar sua alimentação de LEITE para MANJAR, porque agora ele pode suportar algo mais pesado (“Mas
o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados
para discernir tanto o bem com o mal” Hb 5.14 ). O Adulto tem necessidades alimentares fortes, pois
gasta mais energia que uma criança, portanto, é preciso alimentar-se todos os dias. De igual modo, é
necessário alimentar nosso espírito com o verdadeiro alimento sólido que veio do céu, a Palavra de
Deus.

d) Mel: Simboliza o alimento desejável: A palavra de Deus é doce como mel ( “Oh! Quão doces são as tuas
palavras ao meu paladar, mais doces do que o mel à minha boca” Sl 119.103). Enquanto o mundo e suas
palavras são amargas, a doçura do mel traz prazer e sacia a fome. Faz-se necessário trocarmos as
amarguras deste mundo pela doçura da Palavra de Deus, o gosto amargo do pecado pela doce Graça de
Deus.

RESUMO TEMÁTICO DOS 66 LIVROS BÍBLICOS


PREPARAÇÃO: Todo Antigo Testamento trata da preparação do mundo para a vinda de Cristo
MANISFESTAÇÃO: Os Evangelhos tratam da manifestação de Cristo ao Mundo, como Rei e Redentor
PROPAGAÇÃO: Os Atos dos Apóstolos tratam da propagação de Cristo por meio da Igreja.
EXPLANAÇÃO: As Epistolas tratam da explanação de Cristo, dando os detalhes da doutrina.
CONSUMAÇÃO: O Apocalipse trata do casamento de Cristo e a Igreja e da consumação de todas as coisas.
Considerações sobre a Bíblia
A Bíblia não é um livro comum, por isso possui considerações diferentes de qualquer outro livro. Ela trata de
assuntos de várias áreas: ciências, economia, geografia, cultura, biologia, política, astronomia, história etc.
Embora a Bíblia seja um livro de assuntos variados, o que a torna singular é a influência exercida sobre a vida
das pessoas. Por meio dela, o homem enxerga sua real situação diante do Criador. Além disso, a Palavra de Deus
é uma espada de dois gumes que penetra as profundezas do propósito humano ( “Porque a palavra de Deus é
viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do
espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração." - Hb 4.12).
Nenhuma obra literária, científica ou filosófica, se compara à Bíblia; as outras sempre deixam um vazio espiritual
e nunca mudaram tanto a sociedade e a história quanto a Bíblia. Por estas e outras razões que a Bíblia possui
certas características e considerações que a levaram a ser o Livro dos livros. Veja abaixo algumas a seguir:
Jesus Cristo é o centro da Bíblia
O tema central de toda Bíblia é Jesus Cristo ("Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna,
e são elas que de mim testificam." Jo 5.39). Cristo é a revelação que Deus fez de si mesmo e a chave que revela o
significado das Escrituras (“E havendo-lhe eles assinalado um dia, muitos foram ter com ele à pousada, aos quais
declarava com bom testemunho o reino de Deus, e procurava persuadi-los à fé em Jesus, tanto pela lei de
Moisés como pelos profetas, desde a manhã até à tarde." At 28.23). O aparecimento de Cristo é o divisor de
águas de toda a História da raça humana. Ele viveu a vida mais perfeita que alguém já viveu. Três coisas eram
necessárias para Jesus: que nascesse, que morresse e ressuscitasse. O próprio senhor Jesus testemunhou,
quando divide o Antigo Testamento em três partes, sobre ser Ele mesmo seu assunto central ("E disse-lhes: São
estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que convinha que se cumprisse tudo o que de mim
estava escrito na lei de Moisés, e nos profetas e nos Salmos." Lc 24.44). De Gênesis a Apocalipse está a história
de Cristo e da sua obra expiatória no calvário. A Bíblia foi escrita para revelar-nos esta história de amor o plano
salvívico de Deus para os homens. Portanto, precisamos conhecer, crer, aceitar, amar e seguir a Jesus Cristo, o
Centro da Bíblia.
Jesus e as Escrituras
A relação que Jesus Cristo tinha com as Escrituras está registrado em todo relato de Sua vida. Ele era cuidadoso
na sua forma de citar as Escrituras, e estimulava seus seguidores a entendê-las melhor. Ensinava que o
conhecimento básico das Escrituras mostraria que a vontade de Deus era que as pessoas fossem salvas
mediante a fé Nele. Em seus ensinos, Jesus citou pelo menos quinze vezes o Antigo Testamento, autenticando,
assim, as Escrituras como sendo fatos reais e com pessoas reais. Dentro do âmbito da revelação de Deus, a Bíblia
é a revelação escrita e Jesus é a revelação viva. Ele é o Logos, isto é, a fala, a expressão de Deus.
Nos escritos do apóstolo João encontra-se o título Logos, e é identificado com a Palavra de Deus na criação e
também como lei para toda a humanidade. Jesus é o ápice da revelação de Deus, que progressivamente chegou
ao seu ponto maior, a encarnação de Cristo. Assim como o Verbo encarnado (Cristo) possuía duas naturezas, a
divina e a humana, no Verbo escrito (Bíblia) essas duas naturezas aparecem unidas sobrenaturalmente. Jesus
não era apenas um veículo de comunicação de Deus, como eram os profetas e apóstolos. Ele era a
personificação da Palavra que sai da boca de Deus, o Logos Vivo.
JESUS NOS LIVROS BÍBLICOS
• Gênesis: Jesus é o descendente da mulher (3.15)
• Êxodo: Jesus é o cordeiro Pascoal (12.5-13)
• Levítico: Jesus é o sacrifício expiatório (4.14-21)
• Números: Jesus é a Rocha ferida (20.7-13)
• Deuteronômio: Jesus é o Profeta (18.15)
• Josué: Jesus é o Príncipe dos Exércitos do Senhor (5.14)
• Juízes: Jesus é o Libertador (3.9)
• Rute: Jesus é o parente divino (3.12)
• Reis e Crônicas: Jesus é o Rei prometido (I Reis 4.34)
• Ester: Jesus é a providência divina (4.14)
• Jó: Jesus é o nosso Redentor (19.25)
• Salmos: Jesus é o nosso socorro e alegria (46.1)
• Provérbios: Jesus é a sabedoria de Deus (8.22-36)
• Eclesiastes: Jesus é o pregador perfeito (12.10)
• Cantares: Jesus é o nosso amado (2.8)
• Profetas: Jesus é o Messias prometido (Mt. 2.6)
• Evangelhos: Mateus: Jesus é o messias, Marcos: Jesus é maravilhoso, Lucas: Jesus é o Filho do Homem, João:
Jesus é o Filho de Deus (Resumo: Jesus é o Salvador dos homens (Jo 3.16)
• Atos: Jesus é o Cristo Ressurgido (2.24)
• Epístolas: Jesus é o cabeça da Igreja (Efésios 4.14)
• Apocalipse: Jesus é o Alfa e o Ômega (22.13)
O Espírito Santo e as Escrituras
A Bíblia tem sua origem no coração do Senhor e, segundo o Espírito Santo, foi revelada a homens. Deus soprava
as Escrituras e o Espírito Santo inspirava seus escritores. O Apóstolo Paulo reconheceu que sua mensagem não
era baseada meramente em sabedoria humana ("As quais também falamos, não com palavras de sabedoria
humana, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais." -1 Co
2.13). Sem a atuação do Espírito Santo o homem não pode entender nem aceitar as verdades de Deus expressa
nas Escrituras. Ele agia, supervisionando os escritores, para garantir que a mensagem de Deus fosse escrita em
sua plenitude e com toda a originalidade divina. Mas o Espírito Santo não aumenta nem diminui o que já está
revelado nas Escrituras: o que Ele aplica no coração do crente é a verdade da Palavra.
Particularidades da Bíblia
A divisão em capítulos foi feita no ano de 1250, pelo cardeal Hugo de Saint Cher, estudioso das Escrituras.
A divisão em versículos foi feita em duas etapas: Antigo Testamento em 1545, pelo Rabi Natha; Novo
Testamento em 1551, por Roben Stevens, um impressor de Paris. Stevens publicou a primeira Bíblia ("Vulgata
Latina") dividida em capítulos e versículos em 1555.
- O Antigo Testamento tem 929 capítulos e 23.214 versículos.
• O livro de Isaías é chamado de Bíblia dentro da Bíblia: contém 66 capítulos, enquanto a Bíblia contém 66 livros.
A primeira seção tem 39 capítulos, simbolizando Antigo Testamento, e a segunda tem 27 capítulos, simbolizando
o Novo Testamento. A primeira parte do livro relata acontecimentos sobre a nação de Israel e a segunda mostra
sobre o Messias (nascimento, ministério. morte glorificação). O Novo Testamento termina mencionando o novo
céu e a nova terra, (66.22). Isaías quer dizer "salvação de Jeová" e Jesus quer dizer "Jeová é Salvação".
• O Novo Testamento tem 260 capítulos e 7.959 versículos.
• A Bíblia tem 1.189 capítulos e 31.173 versículos.
• O maior capítulo é o Salmo 119 e o menor, Salmo 117.
• O capítulo central da Bíblia é o Salmo 118.
- Existem 594 capítulos antes e depois do Salmo 118. Somando 594+594 temos 1.188; portanto, o versículo
central da Bíblia é Salmo 118.8. 0 versículo central da Bíblia mostra-nos a vontade de Deus que é confiarmos
nele(" É melhor confiar no Senhor do que confiar no homem.").
• O maior versículo está em Ester 8.9, e o menor em Êxodo 20.13 (ou Lucas 20.30 ou João 11.35, conforme a
tradução).
• Os livros de Ester e Cantares não contém a palavra Deus.
• Há na Bíblia 8.000 menções de Deus sob vários nomes divinos e 177 menções do diabo, sob seus vários nomes
• A vinda do Senhor Jesus é referida direto e indiretamente 1.845 vezes, sendo 1.527 no Antigo Testamento e
318 no Novo Testamento. O capítulo 19 de II Reis é idêntico ao 37 de Isaías.
• Os dois números que mais aparecem na Bíblia são o 3 e o 7 (Doutrina Tridimensional e o perfeição de Deus)
• O tema central da Bíblia está em João 3.16.
Os símbolos que representam a Bíblia
A Bíblia é um livro que contém muitas figuras de linguagens, tipos e símbolos que são usados para facilitar a
compreensão da mensagem que está sendo revelada. O Apóstolo João usou linguagens terrenas e humanas
para explicar as visões celestiais e espirituais que recebê-las na ilha de Patmos. Isso acontece porque a mente
humana possui uma limitação no que diz respeito às coisas espirituais. A Bíblia usa a linguagem de símbolos
para falar de si mesma, sendo usados para demonstrar as funções da Palavra de Deus na vida do homem, tais
como:
• Lâmpada: a Palavra de Deus é uma lâmpada acesa no quarto da dúvida. Ela brilha nas trevas da incredulidade
e dá ao homem a clareza da revelação de Deus. Aqui ela é o farol que guia o servo de Deus no caminho para que
não tropece nas pedras dos erros doutrinários, tão nocivos à salvação. Quanto mais Palavra de Deus houver em
cada um, mais seus pés serão iluminados na caminhada ao céu. ("Lâmpada para os meus pés é tua palavra... SI
119.105a).
• Luz: ela manifesta o que é verdadeiro e expõe o que é falso. A mentira é facilmente descoberta quando
comparada com a Palavra de Deus. O grau de espiritualidade do cristão não é medido pela formação acadêmica,
e sim pelo apego que tem às revelações contidas na Palavra de Deus (“A entrada das tuas palavras dá luz, dá
entendimento aos simples." SI 119.130). Como luz, a Bíblia ilumina o caminho até que dia amanheça e a Estrela
da Alva apareça em nossos corações ("E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar
atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça, e a estrela da alva apareça em
vossos corações." 11 Pe 1.19).
• Espada: como espada, a Palavra de Deus está dividida em duas categorias: espada para vencer o diabo e ser
aplicada a nós mesmos. A espada para vencer o diabo está ligada à batalha espiritual do crente. Das seis armas
espirituais dadas ao crente, cinco são de defesa, ficando o ataque a cargo da espada do Espírito, que é a Palavra
de Deus. A espada aplicada em nós indica que pode chegar ao mais íntimo homem. O médico sabe e pode
chegar até as juntas e medulas, mas a Palavra de Deus chega até a na divisão da alma e do espírito, isto é, a
espada nos faz saber se estamos agindo em conformidade com a vontade de Deus. ("Porque a Palavra de Deus é
viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até a divisão da alma e do
espírito, e das juntas e medulas..." HL 4.12).
• Fogo: simboliza a presença de Deus: se quisermos Deus presente, então pregamos Sua Palavra; fogo simboliza
a glória de Deus: se quisermos que Deus se manifeste, temos de pregar sua Palavra; fogo simboliza o juízo de
Deus. Ao mesmo tempo em que a Bíblia é juízo, também ensina como escapar desse juízo. O fogo ilumina,
aquece, purifica, refina e destrói impurezas. Assim é a Palavra de Deus ("Não é minha palavra como fogo, diz o
Senhor..." Jr 23.29/a).
• Martelo: ferramenta usada para diversos trabalhos, como quebrar, pregar, cortar etc. A Palavra de Deus como
martelo funciona para quebrar pedras de tropeço que às vezes aparece em nosso caminho, assim como também
para quebrar um coração endurecido pela incredulidade (“… e como martelo que esmiúça a penha?" Jr 23.29
b).
• Água: de suma importância para vida humana, já que 70% do nosso corpo é formado por água. Ela abastece
populações, irriga e fertiliza a Terra, lava etc. A Palavra de Deus como água abastece de promessas, irriga o
coração (fazendo-o dar frutos), lava e purifica para que sejamos limpos de toda sujeira do pecado (“Para que a
santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela Palavra." Ef 5.26).
• Chuva: fenômeno da natureza, ocorre sem intervenção do homem. Ela simboliza a Palavra que rega e traz vida
(“Goteje a minha doutrina como a chuva, destile a minha palavra como o orvalho, como chuvisco sobre a erva e
como gotas de água sobre a relva." - Dt 32.02).
• Semente: a Palavra de Deus é comparada a uma semente que foi semeada no solo do nosso coração. O solo
precisa ser preparado antes do plantio, e assim também precisamos preparar o nosso coração para receber a
semente da Palavra, pois assim crescerá e produzirá todos os frutos necessários para o mantimento da vida
espiritual ("Este é o sentido da parábola: A semente é a palavra de Deus." Lc 8.11)
• Sapato: protege os pés de toda sujeira, pedras e objetos cortantes que podemos encontrar pelo caminho. O
caminhar na Bíblia simboliza as nossas atitudes e nosso proceder diante de Deus. Por essa razão, os nossos pés
espirituais devem estar sempre protegidos pela Palavra de Deus ("Calçai os pés com a preparação do Evangelho
da paz" Ef 6:15).
A natureza da Bíblia
• Ela é superior: Nenhum livro em todo o mundo pode se comparar à Bíblia. Ela é superior em todas as áreas,
seja ciência, economia, astronomia, direito, medicina, geografia etc.
• Ela é um livro harmonioso: Os escritores, as condições, as circunstâncias contribuem para a harmonia de um
livro. Se a Bíblia fosse um livro de homens, seria um livro indecifrável, pois nenhum desses pormenores foi
possível na sua formação. Foram escritores diferentes, em condições e circunstâncias diferentes, e nem sequer
sabiam, em diversos casos, o que já havia sido escrito. Muitas vezes o que um escrevia era completado por outro
séculos depois. Mas, apesar disso ela expressa o mesmo padrão doutrinário e moral, sem erros nem
contradições.
• Ela é um livro honesto: Que literatura expõem erros e falhas de seus heróis? Somente a Bíblia revela fatos e
acontecimentos que a maioria dos homens gostaria de esconder.
• Ela é indestrutível: O imperador Dioclécio decretou que fossem queimados todos os exemplares da Bíblia em
303 a.C., mas ela sobreviveu a essa e a outras circunstâncias no decorrer da História. Poucos livros sobrevivem a
um quarto de século, menos ainda duram um século, e são raríssimos os livros que são lidos por mil anos. A
Bíblia é o livro mais traduzido, mais vendido e mais lido do mundo.
• Ela é infalível: Essa foi uma das maiores considerações de Lutero na Reforma Protestante. Ele considera a Bíblia
infalível e acima de toda e qualquer tradição religiosa. Enquanto a Igreja Católica Romana defendia a idéia de
que o papa era infalível e a Bíblia era sujeita à sua interpretação, Lutero afirmava o contrário: a Bíblia estava
acima do papa, pois é a Palavra de Deus inspirada pelo Espírito Santo. Se alguma falha for encontrada na Bíblia,
será sempre humano (de copista, audição, grafia inexata), mas nunca devido a contradições que levam um
ensino ou doutrina ao descrédito.
Como entender a Bíblia
A Bíblia é um livro que não pode ser apenas lido, mas estudado e compreendido pelo leitor. Existem algumas
regras básicas para ler e estudar o Livro dos livros, pois possui características singulares. Portanto, é preciso ter
algumas atitudes especiais na aplicação do estudo da Palavra da Deus. Abaixo, veja algumas:
• Analisando o seu contexto— Esta regra é de grande importância para evitar erros de interpretação. Nunca
podemos usar um versículo isoladamente para fundamentar idéias ou doutrinas. É preciso que se estude
também o contexto em que o versículo se insere, pois um escritor já disse: "um texto sem contexto não passa de
um pretexto". O contexto é a parte que vem antes ou depois do versículo, que pode ser imediato ou remoto. E o
mesmo vale para um capítulo ou um livro todo.
• Conhecendo seu autor — Veja todas as obras literárias existentes: em nenhum caso seus autores
acompanham seus leitores, na hora em que pegam seus livros: estão distantes, nem fazendo idéia do que
ocorre, ou estão mortos naquele momento. A Bíblia é o único livro que o Autor sabe exatamente a hora, o
minuto e o segundo em que alguém a está lendo. Ao mesmo tempo em que a Bíblia é fácil, é também difícil, por
isso necessitamos da ajuda do Autor para compreendê-la. Conta-se que um ator leu o Salmo 23 em um teatro,
mas não empolgou a platéia, apesar de toda a experiência na arte de interpretação. Estava presente, naquela
noite, um funcionário do teatro que subiu ao palco e leu o mesmo Salmo 23 mas, ao contrário do ator, arrancou
aplausos, risos e choros do público. O ator foi perguntar qual era o segredo, e a resposta foi a seguinte: "É que
você conhece o Salmo do Pastor, enquanto eu conheço o Pastor do Salmo..."
• Leia todos os dias: Estima-se que 90% dos cristãos não lêem a Bíblia diariamente. Por essa razão é que existem
muitos fracos, frios e desnutridos dentro da igreja. Ninguém alimenta o corpo uma vez por semana ou uma vez
por mês... Portanto, precisamos alimentar nosso espírito todos os dias para estarmos sempre prontos e fortes
perante Ele.
• Leia a Bíblia com atitude espiritual: Se lermos a Bíblia como lemos um jornal ou uma revista qualquer,
estaremos fechando a porta para o agir do Espírito Santo em nossa vida. O espírito é a parte mais íntima homem
e é ele que se relaciona e tem comunhão com Deus. Se a Bíblia é espiritual temos que ler com atitude espiritual,
não bastando somente querer interpretá-la para corresponder aos nossos interesses. As coisas espirituais só são
discernidas espiritualmente: eis a razão de somente as pessoas espirituais poderem entendê-la.
• Leia com oração: A junção da Palavra de Deus com oração é um diálogo. Afinal, é na oração que o homem fala
com Deus, e pela da Palavra. Deus fala com o homem. Os servos de Deus, no passado, também liam e
meditavam na Palavra com oração, por isso alcançaram êxito em todas as áreas espirituais da vida. A oração é a
chave que abre a porta do que está oculto para ser revelado através da Palavra de Deus.
• Leia a Bíblia toda: São raros os cristãos que já leram a Bíblia toda, e quando aparece algum, as pessoas ficam
admiradas e espantadas. Não deveria ser assim, pois ler a Bíblia toda é a melhor maneira de conhecermos a
Verdade completa de todos os assuntos contidos. É impossível compreender alguma obra lendo-a pela metade.
Agindo assim, corremos o risco de interpretá-la incorretamente. Apesar de termos a obrigação de ler a Bíblia
toda, precisamos tomar cuidado para não nos gloriar disso, pois antes de nos gloriarmos o quanto lemos a
Bíblia, temos que ver quantas vezes a Bíblia pode nos ler e nos corrigir naquilo que erramos.
• Leia a Bíblia aplicando-a a si mesmo: Como já foi estudado, a Palavra de Deus é uma espada de dois gumes,
que corta para os dois lados. Primeiramente, ela deve ser aplicada a si mesmo, e depois, sim, poderemos pregar
e ensinar. Do contrário estaremos agindo como hipócritas fariseus... (Aquela tão repetida frase "Faça o que eu
digo, não faça o que eu faço" não tem validade quando diz respeito à vida cristã). Não devemos fazer da Bíblia
uma "caixinha de promessas", em que somente o que bom e bênção aplicamos na nossa vida, deixando de fora
tudo o que é exortação, ameaça e juízo (ou, pior, deixando para aplicar aos outros). Que possamos ter em mente
que quanto mais aplicamos a Palavra em nós, mais chegamos perto de Deus.
• Leia a Bíblia com fontes de consulta: Todo biblicista precisa ter sua biblioteca particular. O apóstolo Paulo tinha
seus livros para consultar ("Quando vieres, traze a capa que deixei em Trôade, em casa de Carpo, e os livros,
principalmente os pergaminhos." 2 Tm 4.13). Um bom trabalhador possui boas ferramentas. Tenha em mãos a
Bíblia se possível em diversas versões, dicionário de português e bíblico, gramática da língua portuguesa,
concordância bíblica, manuais de doutrina, comentários e Atlas bíblicos e apontamentos individuais. Mas
lembre-se: Os livros são bons, mas não podem substituir a Palavra de Deus e nem podemos passar mais tempo
com eles do que com a Bíblia.
• Aprenda a escrever referências e faça anotações importantes para meditar: O sistema mais simples e rápido é
o adotado pela Sociedade Bíblica do Brasil: duas letras, sem ponto, indicando o livro. Entre o capítulo e versículo,
põe-se apenas um ponto. Exemplos:
1 Jo 2.4 Rm 8.1-5 At 15 Jn 2.4 1 Jo 2.4 1 Co 5.6,7 Jr 4.5 Sl 119 Ec 3.10 Ml 1.1

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